terça-feira, 9 de março de 2010

Aquacultura: químicos no seu prato...



Desde os anos de 1970, que a aquacultura tem uma expansão mundial galopante. Actualmente a sua taxa de crescimento anual é de 7%, superior a qualquer outro sector de produção animal.


50% do peixe consumido no mundo provém da aquacultura, o camarão atinge mais de 90%.


Sendo Portugal o terceiro maior consemidor mundial de peixe, a maior parte das pessoas não faz ideia dos químicos que consome regularmente nos de peixes de aquacultura.




Um peixe cheio de químicos no seu prato...



O salmão de aquacultura representa na Europa 700 000 toneladas anuais. Para se chegar a esse número, a sua alimentação é constituida de farinas de peixe, adicionada de vitaminas A e D, mas também de corantes químicos e de antibióticos.


A revista científica "Science", publicou um artigo de investigadores canadianos e americanos que chegaram à conclusão, que estes salmões também continham grandes quantidades de PCB, DDT, HCB, dióxinas, dieldrin, lindane, e outros pesticidas.


De facto, para lutar contra certas doenças, que surgem com frequência nos sobrelutados tanques de aquacultura, os pesticidas são habitualmente utilizados. Além dos antibióticos e vacinas, também é administrado formol ou verde de malaquite. Claro que todos estes químicos estarão mais tarde presentes no seu prato.




Aquacultura e a ameaça ambiental.



Se em termos de saúde pública, as perpectivas não são animadoras, em termos ambientais as notícias não são melhores. Todos estes produtos químicos vão se espalhar no mar circundante, afectando outras espécies.


Por cada tonelada de peixe produzido em aquacultura, vão ser gerados 110 kg de azoto, 12 kg de fósforo e 450 kg de carbono. Os quimícos provenientes da aquacultura vão condicionar a vida de outras espécies, e as fugas de alguns peixes de cultura vão produzir cruzamentos com espécies selvagens dando origem a alterações genéticas imprevisíveis.


Paradoxalmente a aquacultura que era vista como um meio de poupar as reservas pesqueiras, não é tão linear. Cerca de 30% do alimento nescessário ao crescimento dos peixes de aquacultura provém de outras espécies de peixes selvagens, e para produzir um quilo de salmão de cultura, são necessários 7 kg de farina de peixe selvagem!





Nem sempre é fácil, na banca, reconhecer uma dourada de aquacultura de uma dita do "mar", mas quem já provou as duas nota bem a diferença. Calcula-se que perto de 25% das etiquetagens são fraudulentas, fazendo passar por selvagens peixes de aquicultura, sendo este valor superior no peixe já preparado, como por exemplo sob a forma de filetes.



Mais assustador ainda é que certos científicos vêem na produção de peixes genéticamente modificados, a possibilidade de ir além da selecção natural. Sonham com peixes OGM que permitiriam obter espécies com crescimento mais rápido e consequantemente mais lucrativo.









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