sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Palestina sempre foi um Estado

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A Palestina foi reconhecida como Estado observador por parte da ONU, mas a Palestina sempre existiu e deveria era ser reconhecida como Estado de pleno direito.



Os palestinianos são um dos povos mais antigos do mundo. Com a dissolução do Império Otomano, em 1922, a Palestina era reconhecida como um Estado, com um povo soberano e um território. No Tratado de Sèvres, acordo de paz entre os Aliados e o Império Otomano, o território palestiniano figura no mapa então traçado. O regime de mandatos acordados nessa altura era uma maneira de gerir o direito dos povos à autodeterminação.


O direito à autodeterminação do povo palestiniano encontra-se redigido no artigo 22 do Pacto da Sociedade das Nações (SDN), o artigo primeiro do mandato sobre a Palestina dado pela SDN refere a soberania inalienável desse povo. A Palestina era então um Estado sob mandato, mas era um Estado.


Em 1947, a ONU, que não era mais do que um clube das grandes potências, votou uma recomendação para um plano de partilha destinado à criação de uma "casa para povo judeu", na realidade era a criação de um posto avançado destinado a defender os interesses ocidentais na região.


Essa recomendação foi aproveitada pelos grupos armados sionistas para se auto-declararem como Estado, após a saída do mandatário em maio de 1948, organizando uma operação de limpeza (a "Nakba") expulsando os palestinianos das suas terras.


O próprio Conselho de Segurança reconheceu o estatuto de territórios ocupados ao território palestiniano, ao abrigo da IV Convenção de Genebra.


Hoje, 127 Estados já reconheceram a Palestina como um Estado, um Estado sob ocupação militar. Apesar da ocupação, a Palestina foi o primeiro Estado árabe a organizar eleições democráticas, só que a vitória do Hamas não era a desejada pelas potências ocidentais.


No caso palestiniano existe uma tendência mediática em misturar dois conceitos: a existência e o reconhecimento.O povo palestiniano existe, está bem vivo e é soberano, quanto ao reconhecimento esse está dependente da comunidade internacional, o que não é bem a mesma coisa.



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domingo, 25 de novembro de 2012

Quando Deus escolhe os seus preferidos...

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Muito se tem falado do conflito isrealo-palestiniano, mas muito pouco da origem "Bíblica" do conflito, pois aqui fica uma opinião...



Culpar o povo judeu por ser doentiamente sádico e rapace é inócuo, visto que o verdadeiro culpado é Deus, uma praga misógina pederasta e sádica.



Observem que a grande sacação da dominação é a divisão, é garantir que os oprimidos continuarão sem poder por conta da divergência ideológica.



É dividindo que se domina e a mais eficaz forma de dividir é dar privilégios TOTAIS para uns e ainda transformar esses "uns" em bedéis, delatores, polícias, os que colocam "ordem" no caos!



Evidentemente para se escolher entre os oprimidos o tipo de ser pertinente e traidor é uma arte.
E o judeu devido ao seu carater rapace, foi escolhido!! Não é porque esse povo presta, ao contrário, é porque não presta!!!



Mas o poder judaico vem da demiurguice pederasta e não da qualidade judaica, ou seja, matamos Deus e os judeus medram como erva daninha diante de plantas potentes.



A aberração divina usou o judeu de propósito, era esse povo que tinha a maior quantidade de perniciosidade na alma, ele era perfeito (ainda é!) para ser alavancado. Tal povo devido a seu carater inferior aceitaria servir o "Paitológico" em sua agenda.



No dia que a humanidade entender que o tal Deus é um lixo, aí o poder judaico vira nada, pois é fictício, oriundo da crença dos outros povos seguidores do troço Cristo, que acabam se tornando mansos e domináveis.


Como é possível venerar uma imundicie que entendeu o judeu como algo pertinente a ser "escolhido"???
Ataquemos a filosofia da desgraça e matamos os desgraçados!!!



Comentário de Vapera

"O Principezinho", sempre actual


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O livro "O Principezinho"de Antoine de Saint-Exupéry deveria ser de leitura obrigatória para todos os que acreditam que um mundo melhor é possível.

À primeira vista pode parecer um livro para crianças, mas é muito mais do que isso, trata-se de uma obra fundamental para perceber os elos entre a amizade, o amor, a tolerância e o humanismo.




Conto poético e filosófico, este pequeno livro foi publicado inicialmente nos Estados Unidos em abril de 1943 onde estava exilado, e depois em França em 1946. Traduzido em mais de 140 línguas, é o mais vendido no mundo depois  da Bíblia. O segredo? Uma criança, um aviador, uma rosa, uma raposa, uma ovelha e uma serpente.
Em 1943, decide deixar os Estados Unidos para aderir às forças francesas livres na Argélia. O seu livro é publicado dois anos depois da sua morte.


O que muita gente retém da obra é a frase emblemática: "Adeus, diz a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos". Mas existe uma outra frase, tão ou mais importante do livro que é menos esotérica, "Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante".


Estas são lições de amor e tolerância que escasseiam na nossa sociedade contemporanea feita de imediatismo, consumismo e intolerância. O segredo está também na frase: "se queres um amigo, domestica-me", isto é, cria uma ligação. O outro com as suas diferença, fixado na sua aparência, aquela que muitas vezes nos querem fazer crer através dos estigmas mediáticos, só pode ser compreendido através de uma relação do mútuo conhecimento, das suas diferencias, só então podemos conhecer as suas singularidades para além das aparências. Essa "démarche" requer da nossa parte um esforço, coisa que o mundo moderno não está disposto.


O livro está cheio de referências maçónicas: o Princepezinho "visita sete planetas", " a realidade é invisível para os olhos". Para atingir um fim tem de passar por um certo número de rituais: "as estrelas são belas por causa de uma flor que não se vê", "fingirei estar mal. Posso parecer ter morrido, mas não será verdade, não poderei levar este corpo no além", ...


Aos dez anos de idade, morre o seu irmão mais velho, guardará sempre com ele a sua fotografia, perda de uma amizade perdida. Em 1921 Saint-Exupéry obtém a licença de piloto, escreve: "o piloto não sente em vôo a vertigem, mas sim o trabalho misterioso da carne viva", e "a terra é tranquilizadora com os seus campos recortados e as suas florestas geométricas" e ainda, "e então escalando hora após hora esta escada de estrelas até ao amanhecer, sentimos-nos puros".


Após deixar as forças armadas, em 1926, torna-se responsável do correio de longo curso, escreve então: "Sempre gostei do deserto, sentamos-nos numa duna de areia. Não vemos nada, não ouvimos nada e apesar de tudo, existe algo radiante no silêncio. O mais belo no deserto, é que esconde um poço algures".


A rosa do Princepezinho é a rosa da maçonaria, testemunho de amor. A rosa de Saint-Exupéry era a sua mulher Consuelo a quem escrevia alguns dias antes da sua morte: "Levar-te-ei a belos países onde se esconde ainda um pouco de mistério e onde as noites são frias como uma cama...e onde se domesticam as estrelas".


Para Saint-Exupéry devem existir rituais: "têm-de existir rituais, os rituais estão demasiado esquecidos".


Tudo no Princepezinho é um percurso iniciático, as personagens "uma criança", uma "serpente" e uma "raposa" (muito humana), tal como na Bíblia onde as personagens são apenas símbolos e nunca existiram, como nas personagens de Alice no país das maravilhas, a aventura do Princepezinho é uma aventura iniciática.


A tentar racionalizar um livro tão marcante e poético como o Princepezinho, pode parecer que se está a "matar" o seu charme, mas isso é porque "as pessoas adultas não perceberam nada, e precisam sempre de explicações" e "nunca perceberam que existe sempre qualquer coisa para além das aparências" como o que existe realmente pode existir dentro do "chapéu".


Este texto é dedicado a uma pessoa muito especial que se irá reconhecer. "Se uma criança vai ter convosco, se ri, se tem os cabelos cor de ouro, se não responde quando a interrogam, advinham logo quem ela é. Então sejam meigos!  não me deixem triste: escrevam-me depressa a dizer que ele voltou"...



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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Lembrete necessário aos jornalistas ocidentais, durante uma agressão israelita

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Os 11 mandamentos dos media ocidentais



Regra número 1:

No médio Oriente, são sempre os Árabes que atacam primeiro e é sempre Israel que se defende. Chama-se a isso: retaliação.



Regra número 2:

Os palestinianos não têm direito de se defender. Chama-se a isso: terrorismo.




Regra número 3:

Israel tem o direito de matar civis árabes. Chama-se a isso: legítima defesa.



Regra número 4:

Quando Israel mata demaseado civis, as potências ocidentais chamam-lhe a atenção para não exagerar. Chama-se a isso: a reacção da comunidade internacional. 



Regra número 5:

Os palestinianos não têm direito de capturar militares israelitas, mesmo que sejam poucos, nem que seja um único.



Regra número 6:

Os israelitas têm direito de raptar todos os palestinianos que desejam. Não existe qualquer limite e não necessitam de provar a culpabilidade das pessoas raptadas. Basta-lhes dizer a palavra mágica: "terrorista".



Regra número 7:

Quando falar em "resistência", deverá sempre acrescentar a expressão: "apoiada pela Síria e pelo Irão".



Regra número 8:

Quando falar em "Israel", nunca deverá acrescentar: "apoiado pelos Estados Unidos, a França e a Europa", porque poderiam crer trata-se de um conflito desequilibrado.



Regra número 9:

Nunca falar em "territórios ocupados", nem nas resoluções da ONU, nem nas violações do direito internacional, nem nas convenções de Genebra.



Regra número 10:

Os israelitas falam melhor francês e inglês do que os árabes (?). Isso explica que eles e os seus apoiantes tenham tão frequentemente direito à palavra. Assim, podem nos explicar as regras precedentes (de 1 a 9). Chama-se a isso a neutralidade jornalística.



Regra número 11:

Se não estiver de acordo com estas regras ou julga que elas favorizam um dos lados do conflito em detrimento do outro, é porque você é um perigoso anti-semita...






Tradução de artigo de Gilles Munier
http://www.france-irak-actualite.com/article-rappel-necessaire-au-journalistes-occidentaux-lors-d-une-agression-israelienne-112652821.html

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A pilhagem da riqueza dos países pelos grandes bancos e corporações internacionais, o Banco Mundial, o FMI e o BCE - O caso português

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1ª parte - Dívidas soberanas e programas de "resgate" (II)


Por Vasco Moura Esteves




As "ajudas" do FMI/Troika (os chamados resgates) para que os países possam honrar o pagamento das suas dívidas são, na prática, uma forma de endividar ainda mais os países, que se encontram já muito endividados, pelas seguintes razões:


  a) As "ajudas" são, nada mais nada menos, que novos empréstimos com juros, que serão utilizados para pagar apenas os compromissos a curto/médio prazo dos empréstimos já existentes. Ou seja, os países endividados, além de manterem as dívidas anteriores impagáveis, acumulam, com estas "ajudas" mais dívidas!

  b) Os juros devidos pelos empréstimos do FMI/Troika são usurários (o FMI/Troika financiam-se a <= 1% e cobram cerca de 5%). Esta situação serve para extorquir aos países "ajudados" muita da riqueza gerada!

  b) As exigências do FMI/Troika de privatização da maior parte da riqueza pública, que em termos práticos passa para a posse do capital estrangeiro (grandes bancos e corporações internacionais) tornam os países endividados em países mais pobres!

  c) As medidas impostas de austeridade (aumento dos impostos, redução de benefícios, etc.) sufocam a economia dos países endividados, o que implica a redução da produção de riqueza e consequentemente tornam esses países ainda mais pobres!

  d) As exigências do FMI/Troika em reduzir os direitos dos trabalhadores, quer ao nível do código do trabalho, quer ao nível dos apoios sociais, quer na redução dos salários, mais o aumento do desemprego decorrente das medidas de austeridade, implicam o empobrecimento geral da maioria da população, o qual, por sua vez implica um menor consumo. Havendo menor consumo as empresas produzem menos por não terem compradores. Deste modo as exigências do FMI/Troika de empobrecimento da população provocam menos produção de riqueza nos países "ajudados"!


Em suma, as "ajudas" do FMI/Troika pilham as riquezas dos países, deixam-nos mais endividados, mais pobres e, portanto, sem capacidade de se livrarem das dívidas e do "protectorado" do FMI/Troika!


A pilhagem dos recursos (materiais, financeiros e laborais) dos países não é feita, desta vez, através de uma guerra militar, mas sim é feita, subtilmente, através de uma guerra financeira, com o conluio de muitos governantes e "peritos" (políticos, economistas e jornalistas) e com a colaboração inconsciente dos restantes governantes e peritos (salvo raras excepções), nos países saqueados.


Como os governantes não podem ser responsabilizados criminalmente pelos seus actos, segundo as leis que eles próprios fazem, é imposto ao povo pagar os actos danosos dos seus governantes. Há quem chame a isto democracia ("O poder é do povo").




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Citação 

                Há dois modos de subjugar e de escravizar uma nação:

                      Um é pela força,
                      O outro é pelas dívidas. 

 
                John Adams (1736-1826), um dos fundadores dos EUA e 2º Presidente dos EUA
  


Joseph Stiglitz e os quatro passos da maldição do FMI

Joseph Stiglitz, ex-economista principal do Banco Mundial e membro do gabinete do Presidente dos EUA Bill Clinton e chefe do conselho dos consultores económicos da Presidência dos EUA descreveu os quatro passos da maldição do FMI.

Documentários   
Confissões de um "assassino económico"

    (Há mais vídeos no YouTube sobre este tema)

Citação
        Toda verdade atravessa 3 fases:
            Na 1ª fase - É ridicularizada;
            Na 2ª fase - É violentamente contrariada;
            Na 3ª fase - É aceite como a própria prova.
        Arthur Schopenhauer (1788-1860), filósofo alemão

Informação complementar
"Portugal está a ser assassinado, como muitos países do terceiro mundo já foram"
O plano de privatizações dos sectores estratégicos da Argentina
Os banqueiros aceleram a marcha para o saqueio da Grécia e os sociais-democratas votam pelo suicídio nacional
The Essence Of Banking...
 Portugal não precisava de ajuda externa e agências de "rating" têm de ser travadas
Privatizações agravam défice externo e endividamento do país

Wikileaks: Parpública na mira do Goldman Sachs e da “CIA privada”

        http://www.esquerda.net/artigo/wikileaks-parp%C3%BAblica-na-mira-do-goldman-sachs-e-%E2%80%9Ccia-privada%E2%80%9D/24418
Água: o Banco Mundial insiste em privatizar
Água: a privatização patina, mas o direito ainda está distante
Privatização da água na América Latina
Impedir a privatização da água


Big Banks Waging Warfare Against the People of the World
Demolição controlada da economia mundial?
 
RTP: estamos entregues ao Goldman Sachs

        http://octopedia.blogspot.pt/2012/08/rtp-estamos-entregues-ao-goldman-sachs.html

The Rampant Criminality of the Corporate and Political Elite - Murdoch and the rule of the oligarchy


Informação adicional
John Perkins

Como construir um império sub-repticiamente (quase sem fazer guerras) - John Perkins on Globalization:

        http://www.youtube.com/watch?v=TFC18pFvo1g
Economic Meltdown -- A Call for Systemic Change
Vamos Lá Fazer Dinheiro / Let's Make Money

Referências

[1] - Galp e Mohave vão explorar petróleo e gás em Alcobaça


[2] - Santos Pereira: Recursos mineiros de Portugal valem mais que o PIB nacional


[3] - Telejornal de 03-04-2012


[4] - SOPA e PIPA são dois pacotes legislativos americanos para censurar/controlar a Internet:

     - Los precursores de Internet firman una Carta abierta a Washington preocupados ante las leyes SOPA y PIPA


     - Anonymous Threatens Sony Over SOPA Support

                http://thenextweb.com/insider/2011/12/30/anonymous-posts-threat-against-sony-and-justin-bieber-over-sopa-support/

     - Nintendo, Electronic Arts y Sony retiran el apoyo a SOPA

     - MIT Media Lab muestra su oposición a SOPA


     - O dia em que a Internet fecha em protesto contra o SOPA


     - Autor da lei SOPA contra a pirataria viola direito de autor


     - Congresso americano adia votação e indica fim do SOPA/PIPA

[5] - ACTA é um tratado global anti-contrafacção, que visa também censurar/controlar a Internet de forma disfarçada:

     - Say NO to ACTA
                http://www.youtube.com/watch?v=citzRjwk-sQ

     - ACTA vs. SOPA: Cinco razões pelas quais o ACTA é a ameaça mais assustadora para a liberdade na Internet (em inglês) (IB Times)


     - Se você achava que SOPA era ruim, espere até conhecer o ACTA (em inglês) (Forbes)

     - O tratado secreto: ACTA e seu impacto no acesso a medicamentos (em inglês)

     - BBC News - European Parliament rapporteur quits in Acta protest

                http://www.bbc.co.uk/news/technology-16757142

     - Alguns países da UE aderem ao ACTA para controlar a internet
                http://telesintese.com.br/index.php/indice-geral-plantao-em-destaque/18279-paises-da-ue-se-unem-aos-outros-oito-signatarios-do-acta

     - Depois do SOPA, a vez do ACTA com o acordo da Europa
     - Varios países europeos rechazan firmar el acuerdo ACTA


     - ACTA error: Democracy not found



[6] - CISPA é um projecto de lei que dará às empresas privadas e ao governo dos EUA o direito de espiar qualquer um de nós a qualquer momento por quanto tempo eles quiserem em toda a web sem mandato judicial:

     - Salvem a Internet dos EUA

                http://www.avaaz.org/po/stop_cispa/?vl

     - Even worse than SOPA: New CISPA cybersecurity bill will censor the Web

               
http://rt.com/usa/news/cispa-bill-sopa-internet-175/

     - CISPA: Mozilla se posiciona contra o projeto


[7] - TPP (Trans-Pacific Parnership) é um projecto de acordo de comércio entre países banhados pelo Oceano Pacífico que vai para além do comércio e entra na esfera do controlo/censura da Internet:

     - Estadão: "Parceria Transpacífica prevê que países signatários façam seus provedores de internet monitorar os usuários"

                http://blogs.estadao.com.br/link/tag/tpp/

     - The Guardian: "The Pacific free trade deal that's anything but free"

                http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2012/aug/27/pacific-free-trade-deal

     - Electronic Frontier Foundation: "Contexto e análise da Parceria Transpacífica" (em inglês)

                https://www.eff.org/issues/tpp 




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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A pilhagem da riqueza dos países pelos grandes bancos e corporações internacionais, o Banco Mundial, o FMI e o BCE - O caso português

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1ª parte - Dívidas soberanas e programas de "resgate" (I)

Por Vasco Moura Esteves




(Dou início hoje, a um excelente e completo estudo sobre a pilhagem da riqueza dos países pelos grandes bancos  e corporações internacionais, da autoria de Vasco Moura Esteves. Este estudo é composto por várias partes, mas dado a sua extensão, tomei a liberdade de dividir esta 1ª parte em duas)




Os grandes bancos e corporações internacionais mais as instituições Banco Mundial, FMI e BCE, que estão ao seu serviço, têm uma estratégia de pilhagem da riqueza dos países que é concretizada, principalmente, através da criação de dívidas soberanas (dívidas dos estados) impagáveis.



A partir de certo momento os estados extremamente endividados não conseguem mais obter nos mercados de financiamento o dinheiro necessário para pagar os seus compromissos financeiros. Nos últimos anos, este processo tem sido acelerado através da subida das taxas de financimento dos países manipulada de forma concertada pelas agências de notação financeira Moody's, Standard & Poor's e Fitch (que são controladas pelos grandes bancos e corporações internacionais) e pelos investidores dos mercados financeiros (que são dominados pelos grandes bancos e corporações internacionais). Os casos da Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha e Itália são paradigmáticos.


É nessa altura que os estados super endividados são obrigados a pedir empréstimos ao FMI e aos seus associados (BCE - Banco Central Europeu, FED - Federal Reserve System, etc.) pois estas são as únicas entidades dispostas a emprestar mais dinheiro para os estados poderem pagar os seus encargos financeiros apenas de curto/médio prazo.


Contudo, os empréstimos só são disponibilizados por essas entidades quando os estados (o governo e os partidos políticos do arco de governação) se comprometem a executar um programa financeiro-económico-social (Memorando de Entendimento) definido e imposto por essas entidades, sob a justificação de que tal programa é necessário para permitir o saneamento das finanças públicas desses países.


Esta "ajuda" (há quem lhe chame "resgate") trata-se na realidade de um ataque disfarçado à soberania desses países e de conquista, controlo e pilhagem dos seus recursos (materiais, financeiros e laborais), como se verá a seguir.







Os estados tutelados (com perda de soberania) pelo FMI/Troika têm que cumprir, entre as várias medidas do programa de "assistência", a privatização ou concessão aos "investidores do mercado" (os grandes bancos e corporações internacionais) de todo o património público dos respectivos países que possa ser lucrativo. 

Por exemplo, no caso português:


  a) Os transportes aéreos (TAP - Transportes Aéreos Portugueses  e  ANA - Aeroportos de Portugal);
  b) Os transportes ferroviários (CP - Comboios de Portugal  e em estudo a REFER - Rede Ferroviária Nacional);
  c) Os transportes rodoviários (Carris e STCP) - apenas as carreiras rentáveis;
  d) Os metropolitanos (Metro de Lisboa e talvez do Porto);
  e) A electricidade (EDP - Electricidade de Portugal  e  REN - Redes Energéticas Nacionais);
  f) A água (Águas de Portugal);
  g) O gás e outros combustíveis (GALP);
  h) As comunicações e telecomunicações (Portugal Telecom CTT - Correios de Portugal);
  i) A comunicação social (RTP - Rádio e Televisão de Portugal (Televisão Pública, Antena 1, 2 e 3) e LUSA - Agência de Notícias de Portugal);
  j) Campos petrolíferos e de gás natural (o primeiro campo a ser explorado é Aljubarrota-3 [1]);
 k) Minérios (em pouco mais de um ano de Governo já foram assinados cerca de 78 contratos mineiros com o "capital estrangeiro" [2])
      O actual sistema de ‘royalties’ (direitos de concessão) de exploração dos minérios é pouco vantajoso para o Estado, logo, é muito vantajoso para as empresas concessionárias.



Os estados tutelados ao serem obrigados a vender/concessionar todo o património público que possa ser lucrativo perdem fontes de rendimento que poderiam ser utilizados no saneamento das finanças públicas, tornando deste modo os estados mais pobres e, portanto, mais dependentes de futuras "ajudas" do FMI/Troika!







Em paralelo com a aquisição de empresas públicas que possam ser rentáveis, o programa de "assistência/ajuda" do FMI/Troika impõe directa ou indirectamente as seguintes situações para aumentar os lucros dos investidores internacionais (os grandes bancos e corporações internacionais):


a) As privatizações são feitas a preços inferiores ao valor real das empresas devido ao facto destas vendas serem forçadas. Além disso, para ajudar a baixar ainda mais o preço de venda das empresas, as agências de notação financeira Moody's, Standard & Poor's e Fitch (controladas pelos grandes bancos e corporações internacionais) têm piorado sucessivamente a notação destas empresas. Este negócio de privatização a preços de saldo é obviamente prejudicial para o interesse público;

b) As privatizações têm como alvo, principalmente, as empresas públicas que constituem um monopólio na sua área de intervenção, garantindo assim aos futuros donos privados um mercado sem concorrência;

c) O aumento exigido do preço ao consumidor dos serviços a privatizar (electricidade, gás, água, transportes, etc.) serve para garantir que as empresas a privatizar possam vir a dar lucro;

d) A diminuição generalizada dos salários provocada por:
        - cortes nos salários,
        - medidas administrativas de contenção das actualizações salariais face à inflação,
        - diminuição das indemnizações por despedimento,
        - corte do subsídio de Natal, numa 1ª fase de 50% a todos os trabalhadores em 2011, como balão de ensaio para o corte permanente,
        - corte dos subsídios de férias e de Natal, numa 1ª fase a todos os trabalhadores da função pública em 2012, 2013, ...?, como exemplo a seguir pelo sector privado - A Comissão Europeia sugeriu a eliminação definitiva destes direitos [3],
       - tentativa (falhada, por enquanto) de aumento do horário laboral em meia-hora sem aumento proporcional do salário,
        - eliminação de feriados,
        - eliminação de dias/períodos de tolerância de ponto,
        - aumento brutal do desemprego (ver nota 2),
        - diminuição para metade no valor de retribuição das horas extraordinárias,
        - o "incentivo" maquiavélico para a empregabilidade dos desempregados (ver nota 3),
       - sub-contratação de profissionais da saúde (médicos, enfermeiros e nutricionistas) ao menor preço,
     - tentativa gorada de transferência de parte da TSU paga pelas empresas para os ombros dos trabalhadores (que passariam a pagar 18%), que seria equivalente à diminuição de um salário em cada ano,
       - tentativa gorada de corte em 10% no subsídio de desemprego mínimo e no subsídio social de desemprego.    
Estas medidas garantem maiores lucros futuros às empresas como resultado da diminuição dos custos de produção associados aos salários;

e) A redução progressiva do acesso dos cidadãos ao Serviço Nacional de Saúde serve para criar oportunidades de negócio para as empresas privadas do ramo (prestação de cuidados de saúde) e seguradoras;

f) A redução progressiva dos benefícios da Segurança Social aos cidadãos serve para criar oportunidades de negócio para as empresas privadas do ramo (seguradoras e fundos de investimento internacionais), pois ao obrigar os cidadãos a procurarem apoios sociais futuros (para a reforma, doença, desemprego, gravidez, pós-parto, abono de família, funeral, pensões de invalidez, de velhice, etc.) nas empresas privadas, estas ficarão com as poupanças dos cidadãos à sua disposição para a especulação financeira sem responsabilidade. Veja-se o que aconteceu nos EUA: desde 2008 até à data as pensões desvalorizaram-se em cerca de 50%, sem que os cidadãos possam reclamar os 50% perdidos, porque as leis estão feitas para proteger os especuladores;

g) A implementação de políticas económicas fortemente recessivas (ou seja, que asfixiam a economia do país), através de cortes no investimento do Estado na economia, da sobrecarga fiscal obscena dos cidadãos e das empresas (23% na restauração) e da contracção do consumo interno, são destinadas a provocar a destruição do tecido produtivo do país. O  objectivo destas políticas é o de criar uma legião de desempregados e de empresários falidos num deserto empresarial, criando assim condições para a instalação posterior dos grandes bancos e corporações internacionais no país, sem qualquer concorrência e com salários miseráveis;

i) A execução de cortes brutais na Educação para destruir todo o sector público da Educação, com vista a criar oportunidades de negócio para as escolas e universidades privadas e para os bancos que irão emprestar dinheiro aos estudantes que queiram frequentar o ensino superior. Veja-se o que aconteceu nos EUA: Os finalistas do ensino superior estão endividados para o resto da vida;

 j) A redução significativa das Forças Armadas Portuguesas com o objectivo de desarmar o país, de modo que Portugal não se possa defender no caso de tentar recuperar a sua independência financeira e em consequência disso sofrer uma invasão militar;

k) O controlo total da comunicação social dos países nas mãos dos privados (grandes corporações internacionais) facilitará futuras pilhagens sem que os cidadãos se apercebam da situação. Para isso é necessário acabar com o serviço público de televisão, rádio e notícias (no caso português RTP e LUSA). Têm sido óbvias as manobras do governo nesse sentido (tentativa de concessionar a uma empresa privada o serviço público de televisão e rádio e o estrangulamento financeiro da LUSA retirando-lhe 20% do seu orçamento);

l) O controlo total das comunicações dos países (em especial a Internet) nas mãos dos privados (grandes corporações internacionais) juntamente com controlo total da comunicação social permitirá às grandes corporações internacionais o controlo total da informação a que os cidadãos terão acesso. A título de exemplo, veja-se o caso de França, onde Sarkosy conseguiu a aprovação de uma lei que permite às empresas fornecedoras de acesso à Internet a capacidade de cortar o acesso à Internet a qualquer cidadão ou entidade colectiva com base em denúncias de "downloads ilegais", sem ser necessária uma ordem judicial para o efeito (ver nota 4). Outros exemplos mais recentes são o SOPA [4], o PIPA [4], o ACTA [5], o CISPA [6] e o TPP [7].

m) A colocação de homens de confiança e ao serviço dos grandes bancos e corporações internacionais nas estruturas governativas dos países ajudados (ou melhor, saqueados) para garantir a implementação das medidas previstas no Memorando de Entendimento (forçado) e até, se possível, ir mais além do Memorando. É o que tem estado a acontecer com o governo português que tem ido e tentado ir para além do que exige a Troika. Vejamos dois exemplos de homens ao serviço dos grandes bancos e corporações internacionais nas estruturas governativas de Portugal:
     - Carlos Moedas (homem do Banco Goldman Sachs) é Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro para o poder orientar e controlar.
     - António Borges (ex Vice-Presidente do Conselho de Administração do Banco Goldman Sachs International, em Londres e ex-Director do Departamento Europeu do FMI, na altura em que foi imposto a Portugal aceitar o acordo com a Troika). Após a privatização da EDP e a sua entrega aos chineses, António Borges foi transferido do FMI para Portugal para coordenar (controlar) as privatizações. Nesta posição, António Borges poderá garantir que as futuras empresas públicas a privatizar só irão parar às mãos dos grandes bancos e corporações internacionais, via qualquer empresa ocidental que seja controlada por eles. A segunda missão de António Borges consiste em orientar ideologicamente o Primeiro-Ministro Passos Coelho, de perto, e lançar para a opinião pública ideias ultra-liberais quer directamente (entrevistas onde defendeu a baixa generalizada dos salários e a concessão do serviço público de televisão a privados sem risco no negócio) quer indirectamente via Passos Coelho e alguns ministros (transferência de parte da TSU paga pelas empresas para os ombros dos trabalhadores, redução do subsídio mínimo de desemprego e do subsídio social de desemprego, etc.) para aferir o grau de resistência da sociedade portuguesa a medidas radicais de saque. Caso as medidas sofram grande contestação o governo propõe a seguir, como alternativa, medidas menos gravosas contando com a sua aceitação fruto da reacção esperada "do mal o menos".



Nota 1 - É muito importante ter a noção de que, desde há vários anos, as empresas privadas "portuguesas", que operam nas áreas das privatizações, têm vindo a ser compradas pelo chamado investimento estrangeiro (grandes bancos e corporações internacionais), graças à globalização e, em particular, à livre circulação de capitais imposta a todos os países. Portanto, quando se fala de privatizar um serviço público (por ex. a RTP) ou uma empresa pública (Águas de Portugal) e entregá-los a empresas "portuguesas", a maior parte das vezes trata-se de empresas que no passado foram de capital 100% português, mas que agora são de capital maioritariamente estrangeiro.

Nota 2 - Quando o desemprego aumenta muito, os desempregados em desespero aceitam trabalhar por qualquer salário. Assim, através de uma política de despedimento dos empregados mais onerosos para a empresas e da subsequente contratação de desempregados desesperados, torna-se muito fácil baixar significativamente os salários de todas as profissões.

Nota 3 -  O "incentivo" maquiavélico para a empregabilidade dos desempregados, que está em vigor, consiste na possibilidade legal de um desempregado poder decidir aceitar um emprego onde receberá um salário inferior ao valor do subsídio de desemprego que tem estado a receber, podendo acumular o subsídio de desemprego com o salário do novo emprego durante 3 meses e de acumular 50% do subsídio de desemprego com o salário do novo emprego durante os 3 meses seguintes. Após 6 meses no novo emprego receberá apenas o salário (inferior ao subsídio de desemprego a que tinha direito e muito inferior ao salário anterior que lhe deu direito ao referido subsídio de desemprego). Se nos dias/meses seguintes o sujeito ficar desempregado novamente já só terá direito a um subsídio de desemprego bastante menor que o anterior por ser calculado com base no último salário o qual será necessariamente bastante inferior ao salário anterior, tendo em conta a forma de cálculo do subsídio de desemprego. Com a "cenoura" grande nos 3 primeiros meses e com a "cenoura" pequena nos 3 meses seguintes, o governo pensa conseguir baixar muitos salários, contando com a "burrice" do desempregado e a "esperteza" de muitos empresários que trocarão (despedirão) trabalhadores com salários mais altos por trabalhadores "burros" mais baratos.

Nota 4 - A lei de Sarkosy é justificada oficialmente pela necessidade de defender os direitos de autor e impedir as cópias piratas via Internet. Porém, em termos práticos, quando o utilizador da Internet transfere um ficheiro digital (contendo uma música, uma fotografia, um livro, uma apresentação de PowerPoint , um vídeo do YouTube, etc. ) por qualquer via (downloads, messenger, e-mail, aplicações específicas, etc.), a maior parte das vezes, não sabe nem pode saber se o conteúdo está protegido por direitos de autor, ou se o pagamento do download cobre os direitos de autor. Quem disponibiliza na Internet ficheiros digitais para venda ou para partilha é que sabe se os seus conteúdos estão sujeitos ou não a direitos de autor. Portanto, não é o consumidor final dos ficheiros digitais quem é responsável pela pirataria. Assim, torna-se claro, que o objectivo final e encoberto da lei de Sarkosy é o de permitir o corte discricionário do acesso à Internet aos cidadãos ou às entidades colectivas "perigosos(as)" para o sistema.





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