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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A uniformização está a matar a diversidade alimentar

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A uniformização alimentar está a matar a diversidade alimentar com a produção de sabores insípidos e de baixo teor de vitaminas e oligoelementos. Muitas das doenças actuais são provocadas por essa deficiência alimentar. Só comemos porcaria...

 








Pensa que a composição do pão é simples?

Tem toda a razão: farinha, água, sal e levedura.

Contudo, a receita do pão da McDonald, nos seus hambúrgueres, mais parece uma posologia medicamentosa. Aditivos químicos, corantes, conservantes, alguns destes produtos químicos até são utilizados na indústria plástica ou metalúrgica.


Aqui fica receita:

farinha enriquecida (farinha de trigo branqueada, farinha de cevada maltada, niacina, ferro reduzido, mononitrato de tiamina, riboflavina, ácido fólico, enzimas), água, xarope de milho, açúcar, levedura, óleo de soja e / ou óleo de soja parcialmente hidrogenado, contém 2% ou menos do seguinte: sal, sulfato de cálcio, carbonato de cálcio, glúten de trigo, sulfato de amónio, cloreto de amónio, melhorador de massa (estearoil-lactilato de sódio, emulsionante, ácido ascórbico, azodicarbonamida, monoglicéridos e diglicéridos, monoglicéridos etoxilados, fosfato monocálcico, enzimas, goma de guar, peróxido de cálcio, farinha de soja), propionato de cálcio e de sódio (conservantes), lecitina de soja.


Não admira que esse "pão" não sofra qualquer decomposição e não é sujeito a ser atacado por qualquer bolor, por qualquer bactéria ou insecto. Este "pão" pode durar vinte ou trinta anos sem se deteriorar. Parece imortal. 







A grande mentira dos aromas.

Frequentemente vimos referenciado nos iogurtes: aroma natural de morango.


Só para ter uma ideia, a produção mundial de morangos não é suficiente para abastecer os Estados Unidos apenas nos seus iogurtes com aroma natural de morango.


Como é que é resolvido este mistério? Como é que os Estados Unidos conseguem a proeza de ter iogurtes "de morango" quando a produção mundial, a ela só, não é suficiente para abastecer este mercado? Simplesmente porque esse "aroma natural" não é feito a partir de morangos, mas sim de a partir de uma madeira australiana, água e álcool. 


Tudo isto são ingredientes "naturais", portanto não é uma mentira, só que não são morangos. São então 170 000 toneladas de aromas de morango que a Europa consome como morangos, com mais de 95 000 toneladas de glutamato que aumentam o sabor.








 
Os ovos.

A grande maioria dos ovos consumidos são provenientes de galinha criadas em condições asquerosas: galinha numa gaiola onde não se conseguem movimentar e nunca irão ver a luz do dia. 


Para os mais atentos, existe uma referência carimbada em cada ovo. Antes da sigla "PT" existe um número: "0" para as galinhas criadas ao ar livre com alimentação biológica, "1" para galinhas criadas ao ar livre, "2" para galinhas criadas em solo, "3" para galinhas criadas em gaiolas. A escolha é sua. O gosto, além da criação das galinhas ser criticável, é muito diferente.








O fim da diversidade e sabor.
 

No último século, 75% das variedades cultivadas desapareceram, em favor da uniformização das culturas e mecanização.


Os tomates, por exemplo, não sabem a nada porque são saturados de água para incharem, em detrimento do gosto, porque o produtor é pago em função do peso. 


Resultado: temos apenas uma dezena de tomates (os mais rentáveis) , maças ou peras disponível nos supermercados para consumo, e o mesmo se passa com a maioria da fruta e legumes. 


Esta uniformização massiva das culturas fez com que dos milhares de vegetais cultivados desde o nascimento da agricultura, subsistem apenas umas 150 hoje em dia. E destas, 75% da alimentação mundial é representada por apenas 12.

 
Existem cerca de 12 000 variedades de tomates, 4 000 de batatas, 1 000 de bananas, 10 000 de arroz, 250 de ervilhas, 4 000 de peras, 700 de castanhas, 500 de morangos, 1 000 de magas, 2 000 de maças,...









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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Só comemos porcaria...

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Uma dezena de estudos canadianos, americanos e britânicos, condensados no estudo "Still no free lunch" revelam que em 50 anos a fruta e legumes perderam a maior parte das vitaminas e oligoelementos. 





Para ingerir-mos a mesma quantidade de vitamina A que nos anos 1950, em vez de uma banana temos de ingerir 5 bananas, em vez de 1 laranja 10, e em vez de um pêssego 26 !


A batata perdeu 100% do seu teor em vitamina A.

 
As causas deste fenómeno são múltiplas: utilização de inseticidas e herbicidas ou aceleração da velocidade de crescimento das plantas e respectiva diminuição do tempo de fixação dos micro-nutrientes.


Colheitas demasiado precoces para poderem chegar ao consumidor ainda "frescas" ou frutas e legumes que não chegam a amadurecer naturalmente, ao ponto do teor em vitamina C nas maças e damascos estar perto do zero.


As plantas são escolhidas em função do seu rendimento: crescem mais depressa, maiores, mais bonitas, mas sem qualquer valor nutritivo.


Se é verdade que perto de mil milhões de pessoas no mundo sofrem de fome, temos mais de 3 mil milhões que sofrem de deficit de nutrientes.


Por essa razão, cada vez mais os país ocidentais recorrem a suplementos vitaminicos ou a alimentos enriquecidos artificialmente com vitaminas para tentar compensar essa falta, para grande benefício da indústria farmacêutica, quando sabemos que não irão substituir saudavelmente essas faltas.


A agricultura biológica pode inverter esta tendência, senão cair na tentação da rentabilidade. Estes alimentos são subtencialmente mais caros e também têm o problema de serem mais expostos a contaminações por micróbios e fungos.


Comprar "bio" tornou-se, além de uma opção, uma militância, quando não uma moda, e está pouco a pouco a conquistar um mercado em que as grandes multinacionais estão atentas.


A verdade é que a grande maioria de frutos e legumes que chegam aos nossos pratos são propriedade da Monsanto e Syngenta. Controlam, por exemplo, 60% das variedades de tomates consumidos na Europa e 71% das couve-flor.





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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Ter ou não ter um cancro é uma questão de pura sorte

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O cancro será na maioria das vezes devido a "falta de sorte". Pelo menos são as conclusões de um estudo publicado hoje na revista Science. A parte aleatória será preponderante sobre os riscos devido ao estilo de vida e ao factor genético.




À partida, os dois investigadores questionaram-se sobre o facto do risco de vir a ter um tumor maligno durante a vida ser de 6,9% para o pulmão contra 0,6% para o cérebro e de apenas 0,00072% para a laringe.


A exposição a substâncias cancerígenas ou a susceptibilidade genética não explicam estas diferenças. Os cancros de intestino delgado, por exemplo, são 20 vezes menos frequentes do que os do cólon.


Estudaram 31 tipos de cancro, e para 22 desses cancros, o factor sorte é preponderante. Dois terços desses cancro são assim devido a mutações genéticas aleatórias.


Para substituir as nossas células que morrem no vários órgãos, o nosso corpo produz novas células, mas durante este processo podem cometer alguns pequenos erro, são as mutações.


O resultado deste estudo vem desculpabilizar os doentes que não percebem porque é que ficaram com um cancro, quando sempre tiveram uma vida saudável e regrada.


De facto tem se vindo muito a insistir, nos últimos tempos, sobre a supressão dos factores de risco em relação ao cancro, tais como o tabaco, o alcool, as gorduras ou outras toxinas.


Uma pessoa poderá ter um risco aumentado de cancro do pulmão se fumar, mas as pessoas que fumam ao longo da vida ou as que fazem um exposição continua ao sol sem protector, sem vir a ter um cancro, não são pessoas que forçosamente têm "bons genes", mas sim porque tiveram "muita sorte".


Mudar os nossos hábitos de vida poderá ser eficaz para alguns cancros, mas não terá qualquer actuação para a maioria dos cancros.


Estes resultados vêm confirmar que os cancros são sobretudo uma doença do envelhecimento das populações, bem mais do que o resultado de causas exógenas.











http://news.sciencemag.org/biology/2015/01/simple-math-explains-why-you-may-or-may-not-get-cancer?rss=1

 

 

 

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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Português descobre enzima que combate depressão

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Jorge Ruas e Maria Lindskog descobriram que o exercício físico aumenta os níveis das enzimas KAT que eliminam uma substância tóxica responsável por sintomas depressivos - estudo foi publicado este mês no prestigiado jornal "Cell"
 
 
Jorge Ruas, um investigador do Karolinska Institutet (Suécia), é o coautor de uma importante investigação que vem demostrar que o exercício físico ajuda a limpar o organismo de uma substância tóxica responsável por sintomas depressivos.

 
Há muito que as entidades médicas defendem os benefícios do exercício físico no combate à depressão causada pelo stress. Contudo, ainda não se compreendia bem de que forma ocorria esta proteção. Agora, a investigação liderada pelo farmacologista Jorge Ruas vem demostrar o mecanismo por detrás deste fenómeno. O estudo foi publicado esta semana no jornal Cell. 
 

A equipa do Karolinska Institutet (Suécia) revelou que o exercício físico induz uma alteração nos músculos esqueléticos (aqueles que estão junto ao esqueleto) que ajuda a eliminar uma toxina que o sangue acumula nos momentos de stress e que prejudica o funcionamento do cérebro.
 

Em comunicado de imprensa, o investigador e a sua colega de investigação, a neurocientista Maria Lindskog, explicam que a proteína PGC-1a1, presente nos músculos esqueléticos, aumenta quando se pratica exercício físico. 
 
 
No início da investigação, Jorge Ruas e Maria Lindskog acreditavam que estes músculos com proteína reforçada produziriam alguma substância que ajudava a combater a depressão. Mas após a investigação em ratinhos descobriram precisamente o contrário: a proteína PGC-1a1 ajuda a eliminar uma substância tóxica que o stress acumula no sistema sanguíneo. 
 
 
Os investigadores usaram dois grupos de ratinhos: uns com a proteína dos músculos reforçada e outros com músculos “normais”. Os dois grupos foram expostos a situações de stress (ruído, flashes de luzes, e inversão do ciclo de sono).


Depois de cinco semanas de exposição a momentos de stress ligeiro, a equipa verificou que os ratinhos com menos PGC-1a1 tinham desenvolvido comportamentos depressivos, enquanto os outros ratinhos não mostravam estes sintomas.


Enzimas KAT eliminam substância tóxica
 
Os investigadores verificaram que os ratinhos com altos níveis de PGC-1a1 também tinham níveis mais elevados de enzimas KAT - capazes de converter uma substância que se forma durante os momentos de stress, a quinurenina, transformando-a num ácido que não passa do sangue para o cérebro.


Os peritos ainda não sabem ao certo como atua a quinurenina no cérebro, mas a substância está ligada a estados depressivos e a outros distúrbios mentais.
 
 
O estudo do Karolinska Institutet comprova que, ao aumentarem a proteína PGC-1a1, os ratinhos “normais” conseguiram eliminar com eficácia esta substância nociva, pelo que não são afetados de forma negativa pelas situações de stress.


Aliás, ao longo da investigação estes ratinhos não revelaram, uma única vez, um aumento da quinurenina uma vez que as enzimas KAT a convertiam quase imediatamente, produzindo um efeito protetivo.
 
 
“Este trabalho poderá abrir um novo caminho farmacológico no tratamento da depressão, sendo que o alvo terapêutico poderá passar a ser o músculo-esquelético em vez do cérebro. Este músculo parece ter um efeito de desintoxicação que, quando ativado, pode proteger o cérebro, diz Jorge Ruas no comunicado.
 
 
A depressão é uma das doenças psiquiátricas mais comuns em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, este distúrbio afeta cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo.
 
 
 
 
 
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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A Cannabis poderá ser útil no tratamento de um grande número de cancros

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A cannabis, também conhecida por vários nomes populares, é composta por mais de 400 substâncias, das quais o tetraidrocanabinol (THC), o canabidiol (CBD) e o canabinol (CBN).




A planta é usada há mais de 5 000 anos, em rituais religiosos e espirituais, mas também como medicamente para tratar várias doenças. Actualmente o seu uso é ilegal na grande maioria dos países, o seu trafico destina-se ao consumo com fins recreativos dado o seu efeito psicotrópico.




Até 1937, era utilizada nos Estados Unidos como tratamento para várias doenças, altura em que foi proibida.


Um estudo tornado público, por ter sido accionada a lei "Freedom of Information Request", isto é a obrigatoriedade de tornar público um documento em nome da liberdade de informação, revela os resultados de um estudo encomendado em 1972 sobre os efeitos do cannabis.


Na realidade, esse estudo pretendia convencer toda a gente que fumar cannabis tinha os mesmos perigos que fumar cigarros. Durante 2 anos, a universidade de Medicina de Virginie realizou um estudo sobre os efeitos do THC sobre o corpo humano.


Descobriu-se que administrado sob a sua forma mais concentrada, por exemplo óleo de cannabis, o THC atacava todas as células defeituosas do organismo e regeneravas a sãs. Contrariamente à quimioterapia, que mata um em cada cinco doentes tratados, o THC actuava na regressão de um grande número de cancros e não tinha efeitos colaterais.


Em 1976, pôs-se definitivamente fim ao programa de investigação universitário e a responsabilidade das investigações foi entregue à indústria farmacêutica que, claro, não conseguiu desenvolver qualquer medicamento à base de cannabis com benefícios para a saúde.


Estudos in-vitro e in-vivo mostram que os canabinóides atrasam o crescimento de um grande número de cancros e reduzem o tamanho de um número significativo. Este efeito anti-tumeral deve-se em parte à sua capacidade em induzir nas células cancerosas a sua própria morte (apoptose).


Apesar da grande relutância em organizar estudos duplamente cegos em seres humanos, os poucos estudos que se conhecem indicam que o uso de cannabis no tratamento de vários cancros poderia ter efeitos bastante benéficos.









Cancro do cérebro

Os canabinóides inibem a proliferação das células cancerosas no glioblatoma multiforme recorrente. essa inibição verifica-se in-vitro, mas também quando foi administrada a 9 doente verificou-se o mesmo efeito.
British Journal of Cancer (2006)


Este estudo mostra igualmente uma inibição e redução dos gliomas (cancro bastante maligno do cérebro) nos ratos, sem efeitos colaterais psicotópicos.
Cancer Res. (2001)


Um estudo em ratos evidencia que os canabinóides têm um efeito protector contra a degenerescencia cerebral.
The Journal of Neuroscience (2001)
http://www.jneurosci.org/content/21/17/6475.abstract



Cancro da mama

Nos casos mais agressivos de cancro da mama, houve uma redução do tamanho do tumor e uma diminuição significativa do risco de metatases (em particular pulmonares) num estudos em ratos.
Breast Cancer Res Treat. (2012)  


O canabidiol, canabinóide de baixa toxicidade, quando administrado, tornou o cancro da mama significativamente menos invasivo en-vitro e menos metastásico in-vivo.
Mol. Cancer Ther. (2007)


Os autores deste artigo sugerem que o uso de canabinóides pode ser útil no tratamento da maioria dos cancros da mama.
Cancer Treat Rev. (2012)



Cancro do pulmão

Os canabinóides promovem uma diminuição da capacidade de crescimento das células cancerosas em certos tipos de cancro do pulmão.
FASEB J. (2012)


Os canabinóides reduziram, no animal de laboratório, a proliferação e vascularização dos cancros do pulmão de não-pequenas células (80% dos cancros do pulmão) e aumenta a apoptose (morte celular programada) das células cancerígenas.
Cancer Prev Res (2011)



Cancro do cólon

Os canabinóides reduzem o tamanho dos cancros do cólon, in-vitro, e o risco de metatases in-vivo.
National Cancer Institut



Cancro do pâncreas

Estudos revelam que os canabinóides promovem a redução do cancro do pâncreas através da apoptos das células tumorais, sem afectar as células normais.
The Journal of Cancer Research (2006)
J. Mol. Med. (2012)



Cancro da próstata 

Alguns componentes dos canabinóides são úteis na regressão dos cancros da próstata recorrentes e invasivos.
Prostate (2003)
 

A próstata possui receptores canabinóides cuja a estimulação produz efeitos anti-androgénicos e apoptose das células malignas. Os autores concluem que deveriam ser levadas a cabo estudos duplamente cegos em seres humanos.
Indian J Urol. (2012)


Os canabinóides reduzem o tamanho do cancro da próstata por apoptose.
Br. J. Pharmacol. (2013)



Cancro dos ovários

Certos tipos de tumores dos ovários poderão regredir por inibição do crescimento das células cancerosas.



Cancro do sangue

As células de certos linfomas e leucemias são induzida à apoptose pelos canabinóides.
Blood (2002)






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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Evolução humana...

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Alguém sabe o que são estas caixas na foto em anexo?




 
Esta não é uma imagem gráfica, nem tampouco uma imagem sangrenta, embora seja uma foto que nos faça pensar na proveniência da nossa comida. Será que conseguem adivinhar o que é esta fotografia?


 
É uma foto tirada no estado do Oregon, nos Estados Unidos, e cada uma dessas caixas tem um bezerro que foi tirado da mãe uma hora depois de ter nascido.


A mãe só teve o tempo suficiente, para limpar, lambendo o recém-nascido, e criar um vínculo inicial com ele, antes que este fosse levado e encurralado nessas caixas, esperando para ser abatido em cerca de seis semanas.


Nessas caixas os animais irão ficar todo esse tempo, incapazes de se mover, isto para que a sua carne se torne tenra até que se tornem bifes de vitela.

 
Será que o pessoal carnívoro ficará contente ao saber disto?


 



Texto e fotografia enviada por um leitor. 
 


sexta-feira, 5 de julho de 2013

O escândalo mundial do desperdício alimentar

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Mais de 1/3 dos alimentos produzidos no planeta acambam no lixo, isto enquanto 1 em cada 6 pessoas sofre de má-nutrição.
 
O desperdício acontece a todos os níveis: no produtor, no transporte, no armazenamento, nos hipermercados e por fim nas nossas casas.










60% do peixe vai para o lixo.
 
 
 
No mar, os barcos de pesca rejeitam ao mar cerca de metade do pescado, isto porque alguns peixes não têm o tamanho exigido ou porque as espécies pescadas são interditas ou não são vendáveis.
 
 
Depois de selecionados os peixes ou crustáceos que não interessam são rejeitados ao mar, sendo que mais de metade está ferido ou morto, e nos feridos 70% não irá sobreviver.
 
 
Todos os anos, mais de 30 mil milhões de quilos de peixe, em todo o mundo, nem sequer chega à lota. Nas águas situadas a oeste da Irlanda e da Escócia, esse desperdício situa-se entre 30 a 90%.
 
 
Um escândalo ainda maior, é o facto de a grande maioria dos barcos de pesca estarem em contacto permanente com as lotas e podem seguir assim em directo a cotação das várias espécies, limitando-se assim a ficar com as mais rentáveis e rejeitar os que o são menos.
 
 
Na lota, o peixe que não é vendido a um determinado valor mínimo, é transformado em farina animal (75%) ou pulverizado com um produto que o torna inconsumível e vai assim para o lixo (25%), isto quando muitos dos que lá trabalham ganham um salário miserável. A explicação é de que a distribuição gratuita desse peixe iria quebra os preços.
 
 
De notar, que a farina animal proveniente desse peixe destina-se à aquacultura, mas também serve para alimentar outros animais cujo o peixe não faz parte da sua alimentação natural, muitos dos quais desencadeiam reacções que torna esses animais doentes.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30% da produção agrícola vai para o lixo.
 
 
 
Na fruta e legumes, os hipermercados impõem as suas leis. Os produtores são obrigados a produzir unicamente determinadas espécies e o aspecto deve obedecer a certas normas. Assim cerca de metade da produção de certos frutos da União Europeia vai logo para o lixo.
 
 
Durante o transporte e armazenamento também existem algumas perdas, mas é sobretudo nos hipermercados que ela se faz notar. Cerca de 4% da fruta e legumes exposta vai parar no lixo.
 
 
Com as medidas de normalização impostas pela União Europeia, uma cenoura um pouco torta ou uma maça com uma mancha são invendáveis. O próprio consumidor deixou-se pouco a pouco subjugar por esses critérios que se tornaram numa verdadeira obsessão. 
 
 
Interiorizamos de tal maneira o conceito de uma fruta ou legume esteticamente perfeito, que nos esquecemos que os nossos avós os produziam nas quintas e que estes tinham a forma que a natureza lhes dava. Nessa altura ainda tinha sabor autentico, e não o sabor insépido actual.
 
 
O desperdício global na agricultura é de 6% na colheita, 8% nos supermercados e 13% da responsabilidade do consumidor final.
 
 
A data limite de venda de um determinado produto faz com que sejam retirados das prateleiras de forma prematura. O medo criado no consumidor com as datas de validade leva a uma verdadeira "guerra" entre os hipermercados para propor produtos o mais fresco possível e nos fazer consumir mais.
 
 
Em muitos produtos essa data de validade é absurda. Um iogurte "resiste" perfeitamente 2 semanas para além desse prazo. Existem produtos em que essas datas não fazem qualquer sentido: as das massas ou do arroz, por exemplo. Foram descobertas nos túmulos do antigo Egipto lentilhas em perfeito estado de conservação que poderia ser consumidas hoje.
 
 
 
Em casa o desperdício também é grande. Uma coisa muito simples: num frigorífico a parte mais fria é a de baixo, aí é que deveriam ser colocadas as carnes, ora é sempre nesse local que se encontram as gavetas para os legumes, quando estes não necessitam de muito frio, frio esse que até pode alterar os seu metabolismo.
 
 
 
No Equador, um em cada 7 habitantes trabalha na produção de bananas. Devido ao tamanho, forma ou cor, 15% da produção vai para o lixo ou para alimentar gado. Cada ano, são assim deitadas fora 146 000 toneladas de bananas, o equivalente ao peso de 15 Torre Eiffel.
 
 
Nos Estados Unidos, reino do desperdício, o desperdício alimentar poderia alimentar duas vezes as mil milhões de pessoas que sofre de desnutrição no mundo.
 
 
 



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terça-feira, 28 de maio de 2013

Loucuras e derivas dos testes de predisposição genética

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Nos últimos anos, têm surgido no mercado vários testes de predisposição genética que preconizam tratamentos "por medida", adaptados ao perfil genético.


No entanto, a grande maioria das doenças não são mono-genéticas, vários outros factores influenciam o desencadeamento de uma determinada doença, tal como a alimentação ou o modo de vida.


Assim sendo, estes testes podem preocupar erroneamente as pessoas ou pelo contrário tranquilizar-las e desdenharam um modo de vida mais saudável.





A fragilização e banalização da vida.


Falar em testes de predisposição genética, e portanto na predisposição em contrair uma desterminada doença, coloca a questão de saber como viver com essa informação relativa a uma potencial doença que talvez nunca venha a acontecer.


Psicologicamente, uma notícia destas, reduz o campo das possibilidades para o homem, onde esta visão estreita e definitiva da sua vida, implica a perda da esperança.



Teste para todos os gostos...


Genelex, empresa americana, propõe uma "análise dietética do ADN" em relação à obesidade, e aconselha uma dieta personalisada em função dos resultados. Pagamos 645 dólares, recebemos um kit com dois cotonetes, fazemos uma ligeira raspagem da cavidade bucal e enviamos o conjunto para a morada indicada. Cinco dias depois recebemos em casa um plano de acção com uma dieta "em harmonia com o nosso perfil genético".


Sciona, empresa especialista em nutrição, através da analise de 19 genes e um questionário sobre o modo de vida, vaí mais longe: prevê a tendência a vir a ter problemas de colesterol, de hipertensão, capacidade a acumular gorduras ou a destruir radicais livres de oxigénio. Assim, após ter pago 99 dólares para o teste, pode receber em casa um pequeno manual com o resultado dos testes e conselhos, que todo sabemos de antemão: fazer exercicios físico, comer peixe, fruta e legumes.


Genelex também propõe testes de "reacções a medicamentos". Após a analises de alguns genes, fica a saber se é receptivo ao Prozac ou se necessita de uma dose reforçada de Effexor (anti-depressor).


O site Gene Link, vende um teste que pretensamente permite calcular o envelhecimento cutâneo. Em função dos resultados, recomenda a compra de um determinado creme anti-rugas ou de micro-nutrientes de que a sua pele necessita. Claro que os produtos preconizados são vendidos pelo próprio site.


NicoTest propõe um kit onde, após depositar uma gota de sangue, e por 137 euros, fica a saber a sua reacção à nitotina, a sua taxa de dependência e a sua resistência ao stress.



Derivas preocupantes.


O estudo genético aplicado a doenças graves, como o autismo, com vista a um possível tratamento é benéfico, mas quando ouvimos falar em derivas da aplicação da predisposição genética como nos casos de caracteristas da personalidade, o assunto é preocupante.


Existe o problema ético do direito à privacidade e à não descriminação, baseado em testes de predisposição para determinadas doenças que nunca pederemos vir a padecer: descriminação pelas companhias de seguros, na contratação de trabalho e possível aparecimento de testes para avaliar potenciais criminosos ou simplesmente pessoas potencialmente perigosas com a necessidade das "neutralizar" ou "eliminar", potenciais doentes mentais, homosexuais,...





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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Passear pela floresta poderá reduzir o risco de cancro

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Já há muitos anos que a Agência Florestal do Japão aconselha à sociedade nipónica o "banho" florestal como prática de relaxamento. 


O contacto com a natureza reduz os níveis de adrenalina e cortisol no organismo, substâncias que se encontram aumentadas durante o stress e ansiedade.
Mas esta prática também poderá reduzir o risco de cancro.





A prática do "Shinrinyoku" (passeio pela floresta) é aconselhada por muitos médicos japoneses como prevenção de problemas de saúde. 


Recentemente,  a sociedade Internacional da Natureza e Medicina Florestal (Infom), sedeada no Japão, foi mais longe: dado que o stress é um dos factores que diminui a produção de "natural killer celles", decidiram fazer a sua medição sanguínea ao fim de três dias de passear num bosque.


As "natural killer cells" (células exterminadoras naturais) são um tipo de glóbulos brancos responsáveis, em parte, no nosso corpo pelo combate às infecções virais e às células tumorais responsáveis pelos cancros.


O estudo concluiu que ao fim de três dias a passear pela floresta as "células exterminadoras naturais" aumentavam no sangue dessas pessoas até 56%. 


Os investigadores questionaram-se depois em saber se a produção dessas células poderia ser estimulada unicamente pelos aromas produzidos pelas natureza, mesmo inalados fora dela. 


Convidaram 12 pessoas a passarem três noites fechadas em quartos individuais, em que metade dos quartos foram permanentemente vaporizados com óleo de hinoki (uma espécie de cipreste).


No fim da estadia, os participantes dos quartos vaporizados apresentavam um aumento de 20% das "células exterminadoras naturais", enquanto que os participantes dos quartos não-vaporizados tinham o valor das suas células inalterado.


Também os finlandeses estão a apostar nos efeitos da floresta para melhorar a saúde, projecto liderado pelo Finnish Forest Research Institute.


O ambiente florestal impulsiona as proteínas intracelulares anticancerígenas dos linfócitos e aumenta a actividade destas células durante um período de sete dias depois da realização da caminhada, por isso aconselha-se a realização de um passeio pela floresta uma vez por semana e nas cidades, caminhar sempre que possível perto de árvores.





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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O consumo excessivo

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Veja o vídeo clicando no link aqui em baixo






Um dos muitos problemas desencadeados pela sociedade de consumo é o individualismo que cria. Os indivíduos gastam o maior parte da sua vida a acumular rendimentos, pelo trabalho, para depois os gastarem no consumo desenfreado de bens materiais. Nestas etapas, o individuo perde, quase por completo, a noção comunitária.


Na ânsia de satisfazer cada vez mais as suas necessidades, e frequentemente as ultrapassar, o individualismo torna-se palavra de ordem, sendo "o outro" visto como um adversário directo, perdendo-se as relações interpessoais. 


A base da sociedade de consumo, é a criação no indivíduo de uma necessidade para que este adquira um determinado bem a todo o custo, mesmo que este não lhe seja indispensável. Essa necessidade é apresentada como fundamental para que o indivíduo tenha a sensação de pertença, de estima e de realização na sociedade onde se encontra inserido.


Nesse contexto, cada novo produto vem preencher um vazio, vazio esse que não existia alguns meses antes e que não era tido como essencial, injetando uma sensação de felicidade, mas também criando uma nova sensação de vazio perante outros produtos que ainda não foram adquiridos.


Para manter níveis de satisfação elevados, os indivíduos são levados pela publicidade a consumir produtos colocados no mercado a uma velocidade desconcertante, tornando os que já temos desactualizados ou obsoletos. O único momento de felicidade na compra de um qualquer objecto, torna-se assim, sobretudo se for compulsivo, o momento da sua compra.


A solução não é ser-se extremista e deixar de consumir, voltando à idade da pedra. O progresso realizado pelas nossas sociedades permitiu aquirir objetos que simplificam muitas tarefas diárias. O que temos de ter consciência é que a felicidade a longo prazo é constituída por fontes que se perderam, como os encontros, as emoções, as alegras, as dores, os medos, as descobertas. Os bens de consumo não nos fazem sentirmos-nos vivos, têm tendência a esvaziar o nosso caractere e a nossa humanidade. 




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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A amamentação reduz o risco de cancro da mama

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Para além de todos os benefícios já conhecidos para a criança, a amamentação diminui o risco de cancro da mama para a mulher. As gravidezes também diminuem esse mesmo risco.



A conceituada revista médica "Lancet" publicou um artigo, no dia 20 de julho de 2002, em que os autores analisaram 47 estudos epidemiológicos realizados em 30 países quanto à relação existente entre o aparecimento de cancro da mama, a gravidez e a amamentação.


Este estudo representa uma vasta analise com cerca de 150 000 mulheres. 


Chegaram à conclusão que o risco de vir a ter um cancro da mama diminui em 4,3% por cada ano de amamentação e em 7% por cada gravidez. Quanto maior for o número de filhos e a duração da amamentação, melhor será a protecção contra este tipo de cancro.




Fonte: "Breast cancer and breasfeeding: collaborative reanalysis of individual data from 47 epidemiological studies in 43 countries, including 50 302 women with breast cancer and 96 973 women without the disease" Lancet, 20 julho 2002.



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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Utilize preferencialmente o açucar de mesa (sacarose)

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A frutose conduz à obesidade.



A omnipresença de frutose nos alimentos poderá ser um dos factores da epidemia de obesidade verificada, nas últimas décadas, nas populações ocidentais.


Num estudo publicado este mês na revista "Journal of the Americain Medical Association" (JAMA), os investigadores constataram que contrariamente à glucose, a frutose interage nas regiões cerebrais que regulam o apetite.
A frutose estimula muito menos a produção de insulina que favoriza a saciedade, e por consequente, a vontade de comer.
A frutose está presente em numerosos alimentos industriais por ter um grande poder adoçante e por melhorar o aspecto e a textura dos alimentos cozinhados no forno. A frutose também está presente em inúmeras bebidas.

Os resultados deste estudo confirmam que a frutose favorece um maior consumo alimentar.



Os vários tipos de açucares e edulcorantes:


Açucares:

A sacarose é o açúcar de mesa utilizado habitualmente, é extráido da beterraba ou da cana de açúcar. Quimicamente é uma mistura de glucose e de frutose.

A glucose é um açúcar presente na fruta, tem um poder adoçante inferior à sacarose.

A frutose está presente na fruta e no mel, tem um poder adoçante superior à sacarose e à glucose, o que permite a sua utilização em menor quantidade para um poder adoçante equivalente.



Edulcorantes:

Fornecem uma sensação adoçante intensa, não têm nenhuma caloria e não têm impacto na glicémia.


Químicos: 

O aspartano, foi criado em 1965 pela empresa americana G.D. Searle & Company, comprada posteriormente pela Monsanto. Tem um poder adoçante 200 vezes superior à sacarose. É largamente utilizado nas bebidas.

O acessulfano de potássio (descoberto em 1967)

O ciclamato de sódio (1937)

A sacarina (1879, derivado do petróleo)


Naturais:

A taumatina (extraído de uma planta, 2000 vezes mais adoçante do que a sacarose)

O neohesperidin (extraído de um citrino, 1800 vezes mais adoçante do que a sacarose)

A sucralose (descoberto em 1976, derivado da sacarose, 600 vezes mais aduçante)

A rebaudiose (extráido da planta stevia)

Os álcoois de açúcar (não são açúcares nem substâncias alcoólicas, no sentido comum do termo):
Sorbitol, Manitol, xilitol, Lactitol,...






Cuidado com as pastilhas elásticas sem açúcar.


Nas pastilhas elásticas sem açúcar, este é substituído por sorbitol. Este edulcorante diminui a absorção intestinal, tendo assim um efeito laxante. Em certos indivíduos, basta um consumo diário de uma caixa de vinte pastilhas elásticas para provocar efeitos secundários graves como diarreias, perda de peso e perturbações nutricionais.





Edulcorantes e doenças.


Como já vimos, o uso intensivo de edulcorantes, sobretudo nas bebidas gasosas dietéticas, poderá estar na origem do incremente da obesidade verificada nestes últimos anos. O seu uso também pode produzir alterações metabólicas, hipertensão, doenças cardíacas e diabetes.

No caso do asparatano, este pode aumentar o risco de cancro, em especial o do pulmão e do fígado, e até poderá estar na origem de um maior risco de parto prematuro. 




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quarta-feira, 16 de maio de 2012

A ditadura chegou ao campo

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Sei que é difícil atrair a atenção dos leitores para um assunto como este: "sementes". Mas das sementes e da liberdade de as plantar depende uma boa parte do nosso futuro porque 75% da biodiversidade agrícola foi extinta no século XX e as coisas não vão ficar por aqui.


O esmagador poder financeiro da indústria química quer multiplicar leis, por todo o Mundo, para impedir os agricultores de serem livres de usar as sementes não certificadas nas colheitas seguintes. A espiral é terrível: quanto menor produção agrícola com sementes ancestrais, pior comeremos.


Num filme notável chamado "Food Inc." (Comida, Lda.) os autores mostram, por exemplo, como a multinacional Monsanto consegue perseguir e levar à falência vários produtores rurais. O argumento é simples: se no campo deste agricultor houver plantas cultivadas com sementes Monsanto e ele não for cliente da empresa, é processado por estar a usar sementes patenteadas, mesmo que elas tenham sido propagadas pelo vento e estejam misturadas com as suas. A natureza passou a ter 'dono'.


A Monsanto é a mais importante empresa mundial produtora de transgénicos. Atrai os agricultores através de um marketing aliciador de melhores colheitas. Mas os alimentos obtidos a partir de sementes alteradas laboratorialmente, cujo ADN não é compreendido pelos organismos humano ou animal, arrastam interrogações que não compreendemos antecipadamente. Foi assim que se alimentaram herbívoros com rações à base de carne e se rompeu uma lei da natureza. Esta experiência foi um dos motivos apontados para o surto da doença das vacas loucas.


As culturas transgénicas estão já na mesa de pessoas de todo o Mundo. Surgem em coisas tão importantes como a alimentação dos bovinos (por exemplo, na carne importada do Brasil ou da Argentina), na soja, arroz, milho ou em algo tão simples como o mel produzido por abelhas próximas de campos transgénicos.


Um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) dizia recentemente que a maioria dos alimentos consumidos no mundo ocidental provém apenas de 12 espécies de plantas e cinco espécies de animais, apesar de terem sido catalogadas milhares de espécies comestíveis. Pior: arroz, trigo e milho constituem 60 por cento da alimentação humana, sendo estes, na sua esmagadora maioria, provenientes de sementes tão apuradas que o nosso corpo já não 'lê' estes alimentos como "arroz", "trigo" ou "milho". Obviamente nem vale a pena falar da 'fast-food' ou da comida industrial.


Cristina Sales, uma médica que o Porto tem a sorte de ter por perto, escreve há vários anos sobre o caos da alimentação moderna e percorre o Mundo como oradora em conferências com este tema. E o que diz? "O nosso corpo tem um histórico de milhões de anos na absorção dos alimentos e está cada vez mais incapaz de reconhecer o que come. Não tem as enzimas necessárias à sua digestão e metabolismo. Por isso gera uma reação inflamatória contra os alimentos porque os considera 'elementos estranhos', como se fossem tóxicos. Essa é uma das razões porque tanta gente aumenta de peso ou de volume: porque retém líquidos nesse processo inflamatório. E isso afeta todas as pessoas, incluindo as magras".


Jude Fanton, da organização "Seed saver (Salvar as Sementes)" disse há meses ao programa Biosfera, da RTP2 (com o qual trabalho) uma coisa simples: "Se nos recordarmos do sabor da comida dos nossos avós - as maçãs, os vegetais, etc. - eles tinham um sabor verdadeiramente forte e intenso. Isso significa mais nutrição. Essa é talvez a razão pela qual estamos a engordar. Temos de comer cada vez mais para conseguir os nutrientes de que precisamos".


A ditadura agrícola e alimentar é este louco processo de quebrar as regras da natureza em busca de mais rentabilidade. Se fecharmos os olhos à origem dos alimentos, contribuímos gradualmente para uma vida cada vez mais tóxica. Essa perda de 'liberdade de escolha' e 'biodiversidade essencial' afeta o ADN humano que não deveríamos alienar numa só geração. Além disso, replica o modelo económico que supostamente queremos combater: os lucros ficam com as grandes multinacionais e as doenças em cada um de nós.



- Comer milho transgénico é perigoso? - Nem por isso!


Artigo de Daniel Deusdado

http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=2414382&opiniao=Daniel+Deusdado


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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Um medicamento contra o cancro que não interessa os laboratórios

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Há cinco anos, descobriu-se que uma substância barata poderá ser uma arma terapêutica eficaz no combate contra o cancro. A investigação avança a passo de caracol, porque nenhum laboratório farmacêutico parece estar interessado no seu desenvolvimento por falta de rentabilidade.




Este artigo resume os estudos mais recentes efectuados com o DCA. Para o tornar mais acessível, a terminologia técnica foi simplificada.



Como funciona o DCA.


O ácido dicloroacético ou dicloroacetato ( DCA ) é um composto químico parecido com o ácido acético (principal constituinte do vinagre) no qual dois dos três átomos de hidrogénio foram substituídos por átomos de cloro. Este composto já era utilizado há anos para tratar certas doenças metabólicas.


As células cancerosas são "imortais". São células que perderam os seus mecanismo de restrição de crescimentos e por isso multiplicam-se sem controle. O mecanismo de autodestruição numa célula normal envolve a mitocôndria (organelos celulares produtores de energia). As células cancerosas suprimiram nas suas mitocôndrias a capacidade de autodestruição, o que as torna "imortais".  O DCA permite restaurar a função das mitocôndrias das células cancerosas para que estas voltam a ser mortais.



Os estudos:


Em janeiro de 2007, investigadores da Universidade de Alberta (Canadá) publicaram um estudo no qual testaram o DCA em células cancerosas in vitro (em cultura) e em tumores nos ratos. Verificaram uma regressão do número de células cancerosas in vitro e uma diminuição do tamanho dos tumores nos ratos.


Actualmente, e desde março de 2007 que uma clínica privada, o Medicor Cancer Centres, em Toronto (Canadá), utiliza o DCA no tratamento dos doentes cancerosos. Os resultados parecem bastante positivos.


Nota importante: os dados apresentados não constituem um clínico duplamente cego, são apenas resultados estatísticos verificados nos doentes tratados com DCA, e como tal devem ser interpretados com precaução. Tal como com a quimioterapia, a resposta individual varia de doente para doente.




Foram tratados, no Medicor Cancer Centres, desde abril 2009, 347 doentes com DCA, 48% homens e 52% mulheres, com idades entre os 2 e 90 anos. As principais localizações primárias do cancro era a seguinte: 20% no pulmão, 18% no cérebro, 13% no cólon, 9% na mama.


A dose administrada varia entre 20 e 25 mg/kg/dia nos adultos e 25 a 50 mg/kg/dia nas crianças. Os doentes foram avaliados um mês depois.


Dos 347 doentes, 168 não poderam ser avaliados, dado que 80 pararam o tratamento antes de perfazerem um mês por vários motivos, 74 morreram antes de perfazerem um mês de tratamento e 14 ainda não tinham um mês de tratamento.


Repartição dos doentes



A resposta ao tratamento ao fim de um mês, dos 179 doentes retidos, foi de 60% de resultados positivo.



Respostas dos doentes com o tratamento com o DCA



12% com redução do tamanho do tumor, 9% com redução do valor dos marcadores tumorais (CEA, CA-125, CA19-9, CA15-3 e AFP), 7% viram os valores sanguíneos melhorados como a subida da hemoglobina, 29% melhoraram os seus sintomas da doença como a dor ou aumento de peso e apetite, 34% tiveram uma estabilização na progressão do seu cancro.



Tipo de respostas positivas com o tratamento com DCA


As melhores respostas foram obtidas no cancro do cérebro, do pulmão, do cólon, da mama e dos ovários.


Os efeitos secundários foram poucos e relativamente ligeiros comparados com a toxicidade do tratamentos com quimioterapia, apesar de não serem conhecidos os efeitos secundários a longo prazo.


Estes dados confirmam o valor potencial do uso do DCA no plano de tratamento do cancro: é mais uma opção para os doentes, tem a vantagem de actuar em vários tipos de cancro, e os efeitos secundários são diminutos.


Não existem ainda estudos clínicos duplamente cegos porque necessitam de um grande volume de doentes e porque esses estudos são caros. Este tratamento, barato, não interessa a indústria farmacêutica porque o DCA não pode ser patenteado. Logo, a indústria farmacêutica não iria ganhar dinheiro como o faz com os outros caríssimos tratamentos contra o cancro.






http://www.dca.med.ualberta.ca/Home/Updates/2007-03-15_Update.cfm

http://www.dca.med.ualberta.ca/Home/Updates/2010-05-12_Update.cfm

http://www.medicorcancer.com/dca-data.html
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