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A privatização da TAP significa vender-se a preço de saldo uma empresa
preponderante na economia do país, e que se bem gerida poderia ser
rentável.
A privatização da TAP significa que Portugal abdica de uma "empresa de bandeira", considerada em 2011 a melhor companhia aérea da Europa pela revista norte-americana "Global Traveler".
O salário milionário de um brasileiro da falida VARIG.
Muitas vezes na opinião pública confunde-se ordenados estratosféricos dos seus administradores com os ordenados praticados com os seu 13 000 trabalhadores.
Fernando Pinto, era presidente da VARIG, empresa falida, e foi escolhido para liderar a comissão executiva da TAP. É um dos gestores públicos mais bem pagos: 420 000 euros por ano.
O lucro da TAP (voos e manutenção) é absorvido pelos prejuízos das empresas que a TAP assumiu ao comprar a falida empresa brasileira de manutenção de aviões, VEM (que pertencia à companhia brasileira VARIG, agora TAP Manutenção e Engenharia Brasil.
Este negócio no Brasil representa um prejuízo de cerca de 60 milhões de euros por ano.
Este negócio à parte, a TAP tem um saldo positivo. Esta VEM representa uma espécie de BPN da companhia aérea portuguesa.A VEM já custou à TAP 500 de euros.
Os Aibus 340 e 330 que deveriam fazer a sua manutenção na Portela foram programados para o Brasil, enquanto deveriam ser apenas desviados para a VEM em caso de impossibilidade (espaço) de essas tarefas em Lisboa, o que nunca foi o caso.
Além disso, a TAP comprou a Portugália falida, a peso de ouro: 140 milhões de euros, do grupo GES
Os interesses pouco claros dos pilotos.
Os pilotos querem 20% da TAP em caso de privatização. Porquê só os pilotos e não o pessoal de terra ou hospedeiras. Nada disto faz sentido, sabendo que o capital da TAP vai ser vendido por um valor quase nulo, com um passivo de mil milhões, porque é que os pilotos querem 20% de prejuízos?
Os interesses em jogos não são claros.
Falida e sem compradores.
De facto, a TAP não pode receber financiamento público há mais de 10 anos pelas regras da União
Europeia (UE).
No entanto, deve-se questionar porque é que, segundo a UE, é distorcer a concorrência o Estado
financiar a sua própria empresa, mas não é distorcer a concorrência
financiar os buracos financeiros no BES, BPN e BPP, financiar as grandes
multinacionais como a Volkswagen Autoeuropa ou financiar as low-costs
como a Easyjet e a Ryanair. Resumindo: para a UE, o Estado pode
financiar os lucros dos privados, mas não pode financiar as empresas
públicas que prestam serviços essenciais para o país.
O objectivo está cumprido.
Não vai
haver privatização, porque nenhum investidor no seu perfeito juízo não
vai comprar uma empresa, pagar os tais cerca 1200 milhões de euros de
passivo da TAP e ainda por cima sem saber se os pilotos tem ou não 20%
da companhia.
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