sexta-feira, 14 de maio de 2010

Um assassinato económico programado.

A reunião mensal dos ministros das Finanças da zona Euro (Eurogroupe) decidiu desbloquear um fundo de 750 mil milhões de Euros para tentar estabilizar a crise financeira europeia. Para perceber a dimensão desta soma colossal, convém lembrar que representa três vezes e meia o PIB português.








Estes 750 mil milhões de Euros têm as seguintes origens:


- 60 mil milhões de Euros são provenientes da Comissão Europeia, que já dispunha de um fundo de 50 mil milhões de Euros. Os Estados comprometem-se a pagar se a Comissão falhar.


- 250 mil milhões de Euros do FMI (Fundo Monetário Internacional). A uma taxa mais elevada que a interbancária e que obriga os países a cortes salariais e sociais.


- 440 mil milhões de empréstimos e garantias pelos Estados membros dos países mais fortes para os mais fracos. A repartição entre os empréstimos e as garantias ainda não está definido.


Uma medida inédita foi entretanto tomada: o Banco Central Europeu pode a partir de agora comprar divida pública e privada na zona euro.


O fim da soberania nacional.




O presidente do Eurogroupe, Jean-Claude Juncker, reeleito por mais dois anos e meio, terá como objectivo o reforço da coordenação das políticas económicas dos 16 países da zona euro e a vigilância apertada das decisões nacionais.

O que está em jogo com todas estas decisões é a perda crescente da soberania nacional a favor de instituições não-eleitas. A possibilidade do Banco Central Europeu de se endividar, aumenta ainda mais o seu papel político.



O que também está em curso, é uma verdadeira ditadura económica na zona euro. Os órgãos que vão comandar os destinos económicos e políticos dos países membros são todos órgãos não-eleitos e portanto antidemocráticos: a Comissão Europeia, o Eurogroupo e o BCE. Deste "triumvirat" está definitivamente excluído o Parlamento Europeu, o único democraticamente eleito, que já não possuía qualquer poder executivo e que neste caso não tem sequer qualquer poder consultivo.

A crise grega e as que estão em curso, como a portuguesa, servem de pretexto para a abolição pura e simples da democracia europeia que a ratificação do Tratado de Lisboa veio reforçar.

A integração económica europeia forçada, o fim dos Estados-Nação e o verdadeiro golpe de estado grego, que permite que ao ministro das finanças grego impor medidas com força de lei, são o resultado destes organismos europeus não-eleitos.

Mais uma vez, o que está em causa não é "salvar a Grécia" e ainda menos o seu povo, mas sim salvar as bancas que emprestaram dinheiro, entre outro, ao governo grego. O pagamento de parte da dívida grega deveria ser efectuado no dia 19 de Maio, mas não havia dinheiro. Os governos, sobretudo alemão e francês, tinham que salvar os seus bancos. 79 mil milhões para os bancos franceses e 75 mil milhões para os da Alemanha. Bancos esses que, diga-se de passagem, tinham emprestado dinheiro que não tinham, tudo não passando de "transferência de papel". Assim todos nós vamos pagar a esses bancos para que estes possam recuperar as suas "apostas".



Resumindo: a Europa vai contrair empréstimos aos bancos para "salvar" os bancos que emprestaram dinheiro à Grécia que não consegue pagar as suas dividas até ao dia 19 de Maio!

O que é preciso ter em conta é que estes bancos são os mesmos que emprestam e recebem o nosso dinheiro! Todos eles pertencem a famílias interligadas entre elas desde há séculos e que formam um cartel bancário mundial. Este embuste vai ser pago por todos nós e todos sabemos que dado o montante, será impossível pagar esta dívida nas próximas gerações. Trata-se de um verdadeiro assassinato económico programado.



http://www.alterinfo.net/Bruxelles-instaure-une-dictature-economique-dans-la-zone-euro_a46119.html?preaction=nl&id=9310505&idnl=68297

http://www.lepost.fr/article/2010/05/10/2067482_c-est-noel-au-mois-de-mai-750-milliards-d-euros-pour-la-zone-euro.html

http://www.lepost.fr/article/2010/05/10/2067700_800-milliards-pour-sauver-l-europe-mais-d-ou-ca-vient.html

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