terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O desmembramento programado do mundo árabe.






(Vermelho) Países em crise (cor-de-laranja)  Manifestações (cor-de rosa)  Poder deposto




O complô está dirigido contra a Síria e não contra Bachar al-Assad, este só é atingido porque é o presidente do país. A ordem instaurada após a primeira guerra mundial está-se a chegar ao fim



Atingir o Irão através da Síria  


A influência crescente do Irão, aliado da Síria, está a perturbar os planos geoestratégicos da NATO. O ocidente está a tentar retomar em mão a situação. A desestabilização da Síria, como a do Iraque, faz parte do projecto de desmembramento do mundo árabe com base em nas diferenças étnicas, tribais e religiosas.


Pretende-se criar mini-Estados antagonistas no mundo árabe. O "caos construtivo e controlado", preconizado pelos neoconservadores, durante a governação de George W. Bush, arrisca-se a acabar simplesmente e apenas no caos. Para as multinacional tanto faz, o principal objectivo para elas é o controlo dos campos petrolíferos e... a sobrevivência de Israel como Estado judaico.


O número de vítimas civis anunciado pela ONU, que dá cobertura "humanitária" à operação contra a Síria, nunca foi confirmado. Para a NATO e Israel, depor o regime de Damas, liquidar o Hezbollah libanês e o Hamas palestiniano, representam apenas etapas.


Os americanos e os franceses pediram várias vezes a Bashar al-Assad de se distanciar do seu aliado iraniano. Ele recusou por suspeitar que quando a sua vez chegar, ele ficaria só e desprotegido perante a máquina de guerra ocidental.



Bases americanas à volta do Irão


Cercar o Irão

 
Neste momento temos um "arco xiita" ao qual os ocidentais querem contrapor um "crescente sunita" que reúne os Emirados do Golfo, os réis da Arábia Saudita e da Jordânia, e os partidos político-religiosos que lhes são mais ou menos favorável, mais não seja por oportunismo, como é o caso da Irmandade Muçulmana.



Cerco militar americano à Rússia



Enfraquecer a Rússia
 

Sendo a Rússia um obstáculo, no plano americano, os Estados Unidos rapidamente tornaram-se o porta-voz de certos blogues russos e das Organizações Não-Governamentais (ONG), que eles financiam na Rússia, para denunciar pretensas fraudes eleitorais durante as últimas eleições legislativas.


O antigo presidente Mikhail Gorbatchev, apoiado pelas oligarquias refugiadas no Reino Unido, chegaram a reclamar novas eleições. Manifestações anti-Putine foram organizadas e Gorbatchev "aconselhou" a Putine a apresentar a sua demissão.


Todos os ingrediente utilizados pelo milionário George Soros, especialista em "revoluções coloridas", estavam reunidos. Centenas de milhões de dólares de "fundos estrangeiros" cedo começaram a circular na Rússia para influenciar o escrutínio.


Esses fundos financiam as ONG russas pro-ocidentais transitando pelo National Democracy Institute presidido pela antiga secretária de estado Madeleine Albright, uma organização que também tínhamos visto por trás de muitos blogues na origem das "primaveras árabes". 


O objectivo era livrar-se de Putine, ou denegrir a sua imagem, para evitar o veto dos russos no Conselho de Segurança da ONU quando for necessário intervir na Síria ou no Irão.



Cerco militar americano à China



A ONU legítima os crimes da NATO


A ONU é responsável pelos crimes que legaliza através das medidas tomadas pelo seu Conselho de Segurança. A ONU foi criada para servir os interesses dos vencedores da segunda guerra mundial. Nenhum membro da ONU deveria estar acima das leis e das convenções internacionais, como é o caso dos Estados Unidos.

Alargar o Conselho de Segurança aos grandes países emergentes, a Índia, o Brasil e a África do Sul, é necessário mas não suficiente. A reforma do direito de veto é fundamental. Muitos são os que querem que o papel da ONU seja apenas "um local para fazer discursos", como é o caso do Council on Foreign Relations, sendo que o "governo mundial" seria o G20. Muitos interesses estão em jogo, talvez tenhamos que esperar pela terceira guerra mundial para assistir ao nascimento de uma organização mais representativa.


Não sou o único a pensar que para colmatar o seu declínio económico e político, os Estados Unidos e os seus aliados irão atacar a Rússia e a China. O plano actual de cercar e desestabilizar estes dois países é sinal disso.

 


Tradução Octopus de um excerto de uma entrevista de Gilles Munier, secretário-geral da associação Amitiés Franco-Irakiennes, ao jornal de informação independente argelino "La Nouvelle République":
www.lnr-dz.com/pdf/journal/journal_du_2011-12-31/lnr.pdf

Gilles Munier escreve no blogue: http://www.france-irak-actualite.com/


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