terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Quando a China compra a Europa...

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Os dirigentes chineses estiveram na Grécia em outubro de 2010, depois em dezembro em Portugal e no início deste ano em Espanha, sempre com um objectivo: compra uma parte das dívidas destes países.

Para a China, isto representa uma gota de água dos seus 2648 mil milhares de dólares de reserva monetária de que dispõe, mas estas operações servem muito mais os seus interesses do que os dos Europeus.





No caso de Portugal, a China comprou 4 a 5 mil milhões de euros da nossa dívida. Apesar de esta operação representar apenas uma fracção da divida total portuguesa que está nos 130 mil milhares de euros, ou seja 80% do seu PIB. isto é bom para Portugal que necessita urgentemente de 15 mil milhares de euros para financiar a sua dívida até abril de 2011. O que não impediu a agência de notação Moody's de ameaçar com uma baixa da cotação de Portugal. Mas quem fica a ganhar é a própria China.



A China já detém 630 mil milhões de divida pública na zona euro. Para quê serve esta aposta?
A Europa já é o principal parceiro comercial da China, com 361 mil milhares de trocas comerciais, e estando a ajudar o euro está a ajudar as suas exportações. De facto para proteger as suas exportações, a China tem todo o interesse em que o Euro não esteja muito fraco e tem de impedir que a zona euro caia no caos. Sendo os principais clientes da China, um fornecedor nunca quer que o seu cliente vá à falência.



A China está muito preocupada em que a Europa mantenha a sua moeda única (assim com os Estados Unidos mantenham o seu dólar). Mantendo um euro forte e sobrevalorizado (como também o fazem com o dólar americano), a China beneficia deste modo as suas exportações. A China está a fazer o que faz com a Europa o que fez com os Estados Unidos: financia os défices desses países para ter a certeza que os consumidores americanos e europeus continuem a comprar os produtos chineses, duplamente favorecidos pelas condições salariais chinesas e um yuan muito desvalorizado.



A China aproveita a garantia financeira dada pela União Europeia aos estados que apoia para investir na Europa sem qualquer risco. Os mercados financeiros europeus fornecem desta maneira à China os meios para que os seus produtos sejam comprados na Europa pelos próprios subsídios europeus. As dividas compradas à Espanha, Portugal, Grécia ou Irlanda, têm uma remuneração dupla ou tripla dos da divida alemã, o que representa um excelente investimento para um risco quase nulo.



Ao apostar na Europa, a China também está a dividir as suas apostas diversificando os mercados de investimento. Pequim já tem mais de 900 mil milhões de dólares em obrigações públicas americanas.



Este problema do euro face à China, faz lembrar os primeiros tempos da moeda europeia, em que perante uma subvalorização do dólare, os responsáveis do Banco Central Europeu deixaram-se anestesiar pela ilusão de um euro forte. Com uma paridade de 0,84 euros por dólar, os problemas de competitividade na zona euro face aos produtos das zonas dólar ou yuan eram praticamente inexistentes. Progressivamente, o dólar passou de 0,84 para 1,30 e atingir mais tarde 1,45 e os países europeus começaram a ter imensa dificuldade em tornar os seu produtos competitivos.


Com a China, estamos perante um facto absurdo e inédito em que um país em via de desenvolvimento financia o consumo de países qualificados de desenvolvidos.





http://gaulliste-villepiniste.hautetfort.com/archive/2011/01/21/l-europe-les-nouveaux-etats-unis-de-la-chine.html

http://www.rtbf.be/classic21/article_pourquoi-la-chine-a-sauve-l-euro-la-semaine-derniere?id=153381

http://bruxelles.blogs.liberation.fr/coulisses/2010/10/la-chine-investit-la-zone-euro.html


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