segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Egito não é a Tunísia!

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Os media ocidentais estão apaixonados pelas manifestações do Egito e pela possível instalação de uma democracia do tipo ocidental no Médio Oriente.

Vêm nesta revolta um paralelismo com o que se passou na Tunísia. Nada de mais errado.






Dois países bem diferentes.


As manifestações no Egito não são recentes, já têm alguns meses. Os media ocidentais não faziam eco delas porque pensavam que elas não iriam ter qualquer impacto. Na realidade não foram os egípcios que foram contaminados pelos tunisinos, mas sim o contrário. Os tunisinos o que fizeram foi abrirem os olhos dos ocidentais sobre o que se estava a passar na região.


Também existe uma grande diferença quanto às razões das revoltas. Os tunisinos manifestaram-se contra um governo e uma administração corruptos que empobreceram as classes mais desprotegidas. No Egito essa revolta é contra um governo que tem servido os interesses estrangeiros durante anos e que se esqueceu das necessidades básicas da população.


A Tunísia estava administrada por um regime policial, enquanto o Egito é administrado por um regime militar.
Essa diferença fez com que fosse possível na Tunísia os militares colocarem-se ao lado do povo. Além disso, o Tunísia tem uma tradição laica e uma elite culta e com formação universitária. e é um país que soube explorar os seus sectores produtivos, a começar pelo turismo.




O mito do radicalismo islâmico.


Destas revoltas nos países árabes podemos desde já tirar uma lição, o perigo do extremismo islamita que servia de espantalho para que esses países fossem dominados por ditadores colocados no poder pelos Estados Unidos e Israel, não existe. Por enquanto, ainda não ouvimos dizer que as manifestações ocorridas tivessem sido manipuladas por facções extremistas religiosas, todas foram mais ou menos espontâneas. Os povos do Médio Oriente não querem substituir as ditaduras policiais ou militares por ditaduras religiosas.


Existem no Egito duas organizações de massa que se opõem: a Irmandade Muçulmana e a igreja copta. Os media ocidentais fizerem crer na opinião pública que os acontecimentos recentes de mortes de cristãos coptas foram perpetrados pelos muçulmanos, quando na realidade foram orquestrados pela ditadura de Moubarak.



Os países árabes sempre foram apresentados como sendo incapazes de assumir uma democracia popular e participativa. Este discurso foi criado pelos países ocidentais para justificar a instalação no poder um regime forte comandado por um ditador. Os Estados Unidos e a Europa sempre estiveram preocupados em controlar a emigração desses países e os seus recursos petrolíferos através das suas multinacionais.



Substituição de marionetes?


O presidente egípcio, Hosni Moubarak, no poder 30 anos, foi colocado e armado pelos Estados Unidos, e tem um importante acordo de paz bilateral com Israel. De facto, o Egito ocupa uma posição estratégica regional, tendo uma importância fundamental na região. Na realidade, no Egito não é o ditador que controla as forças militares, mas sim os militares que controlam o ditador. Este, no fundo, é apenas uma marionete que pode a qualquer momento ser substituído para os militares continuarem a usufruir dos seus exorbitantes privilégios.


Totalmente controlada pelos Estados Unidos e pela CIA, as forças armadas egípcias, numa primeira fase, deixaram instalar-se o caos à espera de saber se Moubarak era capaz de restabelecer a sua autoridade. Se tal não for possível, será substituído por uma outra marionete dos Estados Unidos.


O substituto, tudo leva a crer, poderá ser Mohamed El Baradai, antigo director da AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica)
. Ele teve um papel de relevo na diabolização do Iraque e do Irão, apesar de mostrar posições moderada nos seus discursos.



Um facto relevante, foi o de ter feito o seu primeiro discurso, na chegada ao seu país, numa mesquita, o que terá sido um piscar de olho ao eleitorado religioso.

Será El Baradai, que fez todos os seus estudos e carreira nos Estados Unidos, a próxima marionete que irá substituir Moubarak?

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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A guerra do Cacau

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O cacau é um bom exemplo da opacidade e desregulamentação dos mercados alimentares. A recente subida do seu preço em mais de 160%, em grande parte devido aos conflitos na Costa do Marfim (o principal produtor), esconde uma rede restrita de multinacionais que o comercializa e transforma, e onde a especulação é lei.




Produzido nos países pobres para os países ricos.



O cacau é uma das principais mercadorias transaccionadas ao nível mundial, logo a seguir ao café e ao açúcar. O seu preço está dependente sobretudo da oferta e da procura, e a longo prazo está estreitamente ligado ao ciclo do cacau ou seja ciclos de 20 anos.


Como podemos ver no gráfico seguinte, apesar da produção ter duplicado entre 1970 e 2005, o preço manteve-se estável, em termos absolutos, durante todo este período, o que significa um menor rendimento para os produtores.


Prix mondiaux et production de cacao de 1971/72 à 2005/06 (estimations)



O mercado mundial de cacau representa 3 mil milhares de dólares anuais. Este apetecível negócio está nas mãos de 6 multinacionais para parte comercial (Cargill, Olam, Touton, ADM, Confinaf e Noble) e de 5 multinacionais para a parte da transformação (Cargill, ADM, Barry Callebout, Petra Foods e Bloomer).



80% do consumo de cacau situa-se nos países industrializados, do hemisfério norte, quanto à sua produção, ela concentra-se sobretudo em África (Costa do Marfim 35%, Gana 18% e Nigéria 12%), e também na Indonésia (14%) en o Brasil (5%).




Um especulador profissional.




Nos dois últimos anos, o preço do cacau nos mercados duplicou devido a uma baixa de produção em África (por causas climáticas) e pelo aumento da procura de países como a China e a índia. A instabilidade política na Costa do Marfim só aparece como causa nas últimas semanas mas, como iremos ver, já ouve períodos anteriores de instabilidade criados por especuladores para fazer subir artificialmente os preços.



Anthony Ward, CEO de Armajaro Holding com escritórios em Londres mas com sede numa off-shore nas ilhas Virgens, é o principal fornecedor de ADM. Em julho do ano passado comprou 7% da produção mundial (240 000 toneladas), 15 % dos estoques mundiais e 25% dos estoques europeus. Para ter uma ideia do tamanho da compra, imagine 5 barcos com as dimensões do Titanic cheios de cacau e terá essas 240 000 toneladas.Objectivo: diminuir a oferta para fazer subir os preços. Resultado: o maior aumento do preço do cacau em 33 anos.





Esta não é a primeira vez que Anthony Ward pratica uma especulação deste género, em 2002 tinha feito a mesma coisa, nessa altura teve um benefício de 40 milhões de dólares após a revenda de 202 000 toneladas de cacau. As principais vitimas destas especulações são os pequenos agricultores.



A desregulamentação mundial é de tal ordem, que o volume de cacau negociado nos mercados de matérias-primas de Londres e Nova Iorque é várias vezes superior à quantidade realmente produzida.


Anthony Ward não é um homem de negócios qualquer, negoceia entre 400 000 e 500 000 toneladas de cacau anualmente, o que representa um sétimo da produção mundial. Apelidado de "Chocolate Finger" este homem vive das suas especulações financiando ao longo destes anos várias revoltas na Costa do Marfim, através da AIG Fund, para dificultar a produção de cacau e assim fazer subir os preços. Ainda recentemente transferiu ilegalmente grandes quantidades de cacau do Gana para a Costa do Marfim com o mesmo objectivo: manipular os mercados.




Corrupção e ligações secretas.



Armajaro foi fundada por antigos membro de Phibro (Philip Brothers), os mesmos que tiveram implicados na construção do relatório financeiro que esteve na origem do golpe de estado contra Salvador Allende no Chile. O mundo é pequeno! Esta participação permitiu ao Grupo Phibro ganhar mais valias no mercado do cobre de cerca de 14 mil milhões de dólares.


Antes de trabalhar para Phibro, Anthony Ward pertencia aos serviços secretos britânicos MI 5.
Alguns membros de Phibro estiveram na origem da desestabilização do ex-Zaire para o controlo da produção de coltan, uma liga metálica estratégica para o fabrico de microprocessadores.
Mais recentemente, alguns membros de Phibro juntamente, com a AIG Fund, participaram em duas tentativas de desestabilização de Hugo Chavez, desta vez por causa do petroleo.


Anthony Ward mantém, como se deve, boas relações com os principais chefes de estado africanos, principalmente os "colocados" pelos países ocidentais, como no caso do antigo presidente Gbagbo. Até a recente crise política na Costa do Marfim, após as eleições, e a decisão do presidente recentemente eleito, Alassane Ouattara, de suspender durante um mês a exportações de cacau, contribuiu para a sua felicidade: os preços disparam em 160%.


Os pequenos agricultores são os que ficam mais fortemente penalizados por estas situações., quando já de si, um agricultor ganha apenas 5% do valor total do produto final.
No meio de tudo isto existe uma esperança de mudança, assim, o presidente do Gana decidiu aumentar o preço do cacau no produtor em 33% para melhorar as condições de vida, dos agricultores, motivar a produção e lutar contra os efeitos do contrabando.




http://afrique_univ-lyon.ruwenzori.net/msg00581.html

http://www.unctad.org/infocomm/francais/cacao/prix.htm

http://www.slate.fr/lien/25189/speculation-cacao-prix-bourse

http://www.evb.ch/fr/p15379.html

http://www.legrandsoir.info/Cote-d-Ivoire-Passions-et-realites-de-la-crise-ivoirienne.html


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Afinal o Clube Bilderberg existe ( e quem o diz é "The Economist")

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Ainda há uns anos atrás, quem referia a existência do exclusivista Clube de Bilderbergerera acusado de fomentar teorias da conspiração. A semana passada, foi o muito respeitável "The Economist" que confirma que esse clube existe.


Um estranho artigo do "The Economist" fala abertamente e confirma que o Clube Bilderberg é uma estrutura de poder composta por uma "elite cosmopolita" que reúne à porta fechada para construir um mundo no qual uma "superclasse" deseja viver.



Apesar do tom por vezes satírico, o artigo descreve Bilderberg como "uma conspiraçãomaquiavélica que tem por objectivo o domínio do mundo", logo depois confirma que efectivamente este grupo controla grande parte dos acontecimentos económicos e políticos mundiais. O próprio chefe de redacção participa regularmente nas suas conferências anuais.



Neste artigo ficamos a saber entre outras coisas que o Clube Bilderberg foi responsável pela construção da moeda única europeia. Fala também dos clubes mais influentes influentes ao nível mundial, aquelas em que as verdadeiras decisões são tomadas: Bilderberg, Council on Foreign Relations, Comissão Trilateral, Carnegie Endowment for Internacional Peace e o Grupo dos Trinta.


Quanto à crise financeira mundial, diz que esta "superclasse" foi apanhada desprevenida. Depois criticando alguns banqueiros, tenta-nos convencer que foram eles que salvaram o mundo do colapso financeiro. Sabemos que já em 2006, na reunião de Bilderberg no Canadá e em 2007 na Turquia, tinha sido previsto um crash global e uma crise financeira prolongada. Nas reuniões seguintes foram debatidos os meios para controlar a situação económica e financeira, e aumentar a influência mundial desta "superclasse".



Enquanto algumas destas instituições, como o CFR ou a Trilateral, estão progressivamente a abrir-se, as reuniões de Bilderberg permanecem secretas.
Por outro lado, as reuniões de Davos comparativamente com estas mais parecem meras reuniões de Tupperware.


http://infoguerilla.fr/?p=7803

http://www.economist.com/node/17928993/

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Quando a China compra a Europa...

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Os dirigentes chineses estiveram na Grécia em outubro de 2010, depois em dezembro em Portugal e no início deste ano em Espanha, sempre com um objectivo: compra uma parte das dívidas destes países.

Para a China, isto representa uma gota de água dos seus 2648 mil milhares de dólares de reserva monetária de que dispõe, mas estas operações servem muito mais os seus interesses do que os dos Europeus.





No caso de Portugal, a China comprou 4 a 5 mil milhões de euros da nossa dívida. Apesar de esta operação representar apenas uma fracção da divida total portuguesa que está nos 130 mil milhares de euros, ou seja 80% do seu PIB. isto é bom para Portugal que necessita urgentemente de 15 mil milhares de euros para financiar a sua dívida até abril de 2011. O que não impediu a agência de notação Moody's de ameaçar com uma baixa da cotação de Portugal. Mas quem fica a ganhar é a própria China.



A China já detém 630 mil milhões de divida pública na zona euro. Para quê serve esta aposta?
A Europa já é o principal parceiro comercial da China, com 361 mil milhares de trocas comerciais, e estando a ajudar o euro está a ajudar as suas exportações. De facto para proteger as suas exportações, a China tem todo o interesse em que o Euro não esteja muito fraco e tem de impedir que a zona euro caia no caos. Sendo os principais clientes da China, um fornecedor nunca quer que o seu cliente vá à falência.



A China está muito preocupada em que a Europa mantenha a sua moeda única (assim com os Estados Unidos mantenham o seu dólar). Mantendo um euro forte e sobrevalorizado (como também o fazem com o dólar americano), a China beneficia deste modo as suas exportações. A China está a fazer o que faz com a Europa o que fez com os Estados Unidos: financia os défices desses países para ter a certeza que os consumidores americanos e europeus continuem a comprar os produtos chineses, duplamente favorecidos pelas condições salariais chinesas e um yuan muito desvalorizado.



A China aproveita a garantia financeira dada pela União Europeia aos estados que apoia para investir na Europa sem qualquer risco. Os mercados financeiros europeus fornecem desta maneira à China os meios para que os seus produtos sejam comprados na Europa pelos próprios subsídios europeus. As dividas compradas à Espanha, Portugal, Grécia ou Irlanda, têm uma remuneração dupla ou tripla dos da divida alemã, o que representa um excelente investimento para um risco quase nulo.



Ao apostar na Europa, a China também está a dividir as suas apostas diversificando os mercados de investimento. Pequim já tem mais de 900 mil milhões de dólares em obrigações públicas americanas.



Este problema do euro face à China, faz lembrar os primeiros tempos da moeda europeia, em que perante uma subvalorização do dólare, os responsáveis do Banco Central Europeu deixaram-se anestesiar pela ilusão de um euro forte. Com uma paridade de 0,84 euros por dólar, os problemas de competitividade na zona euro face aos produtos das zonas dólar ou yuan eram praticamente inexistentes. Progressivamente, o dólar passou de 0,84 para 1,30 e atingir mais tarde 1,45 e os países europeus começaram a ter imensa dificuldade em tornar os seu produtos competitivos.


Com a China, estamos perante um facto absurdo e inédito em que um país em via de desenvolvimento financia o consumo de países qualificados de desenvolvidos.





http://gaulliste-villepiniste.hautetfort.com/archive/2011/01/21/l-europe-les-nouveaux-etats-unis-de-la-chine.html

http://www.rtbf.be/classic21/article_pourquoi-la-chine-a-sauve-l-euro-la-semaine-derniere?id=153381

http://bruxelles.blogs.liberation.fr/coulisses/2010/10/la-chine-investit-la-zone-euro.html


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Wikileaks e Assange (3ª Parte)

Terceira e última parte do artigo de Daniel Estulin, que nos ajuda a compreender quem é Julian Assange, que considera o 11 de setembro como um acontecimento livre de qualquer conspiração, e qual é o papel de Wikileaks nos interesses do Pentágono.


Tradução: Octopus)


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Wikileaks define-se a si próprio como sendo "uma organização multi-jurisdicional para proteger os dissidentes internos, reveladores de informação, jornalistas e blogers, que enfrentam ameaças legais ou de outro tipo por publicar informações cujo interesse principal é o de expor regimes opressivos na Ásia, o antigo bloco soviético, em África subsaariana, e no médio oriente; contudo prestamos assistência a qualquer pessoa de outro país que queira revelar comportamentos não-éticos de governos ou corporações. E procuramos obter o máximo impacto político".


No entanto, um exame mais pormenorizado da postura pública de Assange sobre um dos temas mais controverso do nosso tempo, as forças por trás dos atentados do 11 de setembro contra o Pentágono e o World Trade Center, mostra que Assange parece ter uma postura demasiado próxima do poder.


Quando o Belfast Telegraph o entrevistou no dia 19 de julho de 2010, Assange afirmou: "Cada vez que as pessoas poderosas se reúnem em segredo estão a realizar uma conspiração. Se assim fosse, existiriam conspirações por todo lado. Também existem falsa conspirações, é importante não confundir as duas coisas..."


E o 11 de setembro?: "Irrita-me estar constantemente a ser incomodado com pessoas que se deixam distrair por falsas conspirações como a do 11 de setembro, quando todos os dias existem provas de conspirações verdadeiras nas guerras e na fraude financeira".

Essa declaração de uma pessoa que construiu uma reputação de ser anti-sistema é não deixa de ser notável.

Depois das fugas reveladas nos últimos documentos, o New York Times declarou que "às vezes não distinguimos se uma informação em particular é baseada em observações em primeira mão, proveniente de uma fonte secreta e fidedigna, ou se são fontes menos fiáveis baseadas em especulações do autor. Contudo, as revelações apresentadas são claramente incompletas".


Do meu ponto de vista, como ex-agente de contra espionagem, esta é a metodologia que consiste em usar documentos autênticos amplificados com o objectivo de enganar.


O Independent de Londres publicou uma entrevista com Assange no dia 18 de julho de 2010 quando Assange dizia ser procurado pela CIA. Se os Estados Unidos o queriam interrogar desde marco de 2010, que diabo fazia Assange no Reino Unido, sabendo nós que os organismos de segurança trabalham em estreita colaboração com Washington? O facto de Assange estar vivo e circular livremente no Reino Unido mostra o desinteresse da CIA em matá-lo ou prendê-lo para ser interrogado.


O papel do Pentágono.

Agora, com o aparecimento de Wikileaks, temos uma repetição na era cibernética semelhante ao caso dos "Papeis do Pentágono". Qual foi o objectivo dos Papeis do Pentágono? Foi uma operação de engenheiria psicológica que mudou, para consumo público, a responsabilidade do enorme fracasso dos serviços secretos no Vietnam, desde a CIA até aos militares. Afinal, só a CIA e os seus amigos, próximos da indústria militar, beneficiaram com a guerra. Devido aos Papeis do Pentágono, nunca foram apuradas as responsabilidades dos acontecimentos.


Revendo os factos, um autêntico tesouro de documentos "altamente secretos" tinham sido entregues ao New York Times em meados de junho de 1971, por um então desconhecido "Hippie" de um movimento aparentemente contracultura. Chamava-se Daniel Ellsberg. No entanto, o que muitas pessoas não sabiam é que Daniel Ellsberg tinha trabalhado para a secretaria dos Assuntos Internacionais de Segurança, dirigido por Henry Kissinger. Foi assim que Daniel Ellsberg, supostamente um dissidente americano, iniciou uma carreira meteórica como oficial dos serviços secretos americanos.

Para terminar, apesar de estes rumores poderem fazer parte de uma burla estratégica para deslegitimar Wikileaks, o certo é que os segredos revelados pela organização estão a ser seleccionados de acordo com uma complexa agenda de longo prazo por pessoas que ainda estão por desmascarar.


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Wikileaks e Assange (2ª parte)

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Segunda parte do excelente artigo de Daniel Estulin, sobre o fundador de Wikileaks, Julian Assange, que parece ser uma personagem saída de um filme de espionagem com revelações que ajudam os futuros planos estratégicos dos Estados Unidos.



Tradução: Octopus)



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Tudo o que foi deixado para trás.


Foi então que Assange, hacker confessado, decidiu criar a sua criatura mais endiabrada: Wikileaks. Após a divulgação do vídeo dramático, em que as forças armadas dos Estados Unidos disparam a partir de um helicóptero sobre jornalistas desarmados no Iraque, Wikileaks adquiriu uma notoriedade e uma credibilidade mundial sendo considerado um site que fornece ao público material super sensível.


As revelações mais recentes foram as alegadas fugas de centenas de milhares de páginas de material supostamente sensível, proveniente de fontes americanas, dos Talibãs no Afeganistão e as suas ligações com os membros dos serviços secretos paquistaneses. Isto para já não falar de uma grande quantidade de telegramas diplomáticos de funcionários americanos nos quais são reveladas "fofoquices geopolíticas", algumas das quais relevantes, mais outras meramente divertidas.


Estas provas, no entanto, mostram que longe de ter uma informação privilegiada, Wikileaks faz parte de um programa dos Estados Unidos e actua simultaneamente como uma cobertura para esconder o papel do governo americano no negócio da droga no Afeganistão.


Quem é Julian Assange?

Com centenas de milhares de páginas escritas sobre ele, Julian Assange tornou-se de repente na luz da verdade à custa do seu espectacular golpe mediático. As fugas de Wikileaks colocaram em xeque quase todos os países do mundo.
Desde de que foram tornados públicos os documentos provenientes do Afeganistão, que a Casa Branca deu ainda maior credibilidade aos documentos legitimando a Wikileaks e dizendo que novas fugas poderiam por em causa a segurança interna dos Estados Unidos. Hillary Clinton, a partir do seu mundo paralelo de fumes e espelhos, chegou até a afirmar que estas fugas eram um atentado contra a comunidade internacional.


No entanto, os documentos revelam pouco de verdadeiramente sensível. Uma das pessoas que mais se destacam destas fugas de informação do Wikileaks é Hamid Gul. General reformado e ex-director dos Serviços da Inteligência do Paquistão (o ISI), foi o homem que durante a década de 1980 coordenou a guerra dos mujaidin, financiada pela CIA no Afeganistão, contra o regime soviético. de acordo com os documentos tornados públicos, Gul este é acusado de colaborar com a Al-Qaida e os Talibãs, organizando e levando a cabo atentados contra as tropas da NATO no Afeganistão.

Poderia ter sido revelado muito mais nesta informação, ela esconde mais do que revela. Wikileaks diz alguma coisa sobre Bin Laden? Nem uma palavra. O que não deixa de ser curioso, dado que o governo americano possui milhões de paginas de material a este respeito. Estará vivo? Todos os serviços de espionagem do mundo sabem que morreu em dezembro de 2001.


A acusação de Gul, como o elo de ligação chave com os Talibãs, faz parte de um projecto mais amplo por parte dos Estados Unidos e do Reino Unido. Os seus recentes esforços para satanizar o actual regime do Paquistão faz parte da chave para resolver os problemas do Afeganistão. Esta demonização reforça consideravelmente a posição do último aliado militar dos Estados Unidos na Ásia: a Índia. Por outro lado, o Paquistão é o único país muçulmano que possui armas nucleares e as forças de defesa israelitas e a Mossad gostariam muito de poder eliminar essas armas nucleares paquistanesas. Uma campanha de desinformação contra o polémico ex-general Gul através do Wikileaks poderá fazer parte dessa estratégia geopolítica.

Estranhamente, Israel sai ilesa dos danos colaterais de Wikileaks. Não se fica a saber nada sobre os assassinatos selectivos realizados pelo governo israelita, nem do uso de míni bombas nucleares para criar um inimigo invisível, como o atentado de Bali em 2002 perpetrado pela Mossad e que matou mais de 5000 pessoas, segundo dados dos serviços secretos militares da Tailândia, nem tão pouco existe qualquer palavra sobre a infiltração de agentes da Mossad nas agências de espionagem americanas.

O nome de Gul aparece em 10 de 180 arquivos classificados americanos que alegam que este, sendo agente secreto do Paquistão apoio militantes afegãs para lutar contra as forças da NATO. Gul disse ao Financial Times que os Estados Unidos tinham perdido a guerra no Afeganistão e que a fuga de certos documentos ajudaria a administração Obama a desvia as culpas sugerindo que o Paquistão era o responsável dessa derrota.


O pior, é que do ponto de vista do "Império", foi Gul ter tido a ousadia de trazer à luz do dia a roupa sujos do exército americano e revelar o papel desse exército na venda de heroína afegã através da base secreta de Manas no Quirguistão. Quase um milhão de páginas de Wihileaks e nem uma sobre a droga. O exército americano está no centro da ajuda aos senhores da guerra afegãos transportando o ópio e a heroína. Além disso, a CIA e o Pentágono estão envolvidos numa guerra em que cada um acusa o outro de se apropriar do dinheiro do tráfico de droga no Afeganistão. E nem uma palavra sobre o assunto no Wikileaks.

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Wikileaks e Assange (1ª Parte)

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Mais um artigo sobre Wikileaks. Mas desta vez trata-se de um texto que por ser da autoria de Daniel Estulin, merece ser lido até ao fim, para compreender melhor o enigmático Assange.

Dada a extensão do texto, este foi dividido
em 3 partes.

O original pode ser consultado em: http://www.danielestulin.com/2010/12/07/wikileaks-y-assange/

Tradução: Octopus.




Supostamente tem 39 anos, porque supostamente nasceu em Townsville (Austrália) em 1971. E supostamente nunca trabalhou para nenhum serviço de espionagem. Eu sim, como agente de contra-espionagem militar para Moscovo. E por isso sei melhor do que ninguém que existem personagens na sombra cuja biografia é apenas constituída de aproximações.


Quem é Julian Assange, o homem que dizem ter iluminado com a sua luz a verdade das relações internacionais e desmascarado as vergonhas dos todos poderosos Estados Unidos? Quem é o chefe de Wikileaks? De onde veio? Com certeza, deve-se ter materializado de repente do nada. Sem passado verificável além do testemunho da sua infância contada desde os antípodes pela sua mãe, que lhe deu o nome, e que agora teme por ele (Christine Assange disse:"Gente poderosa quer a pele do meu filho").



No KGB existem informações antigas (1986 e 1988) onde o seu nome aparece. Mas não chega. O governo russo, segundo fontes próximas do presidente, designou mais de 2000 agentes para descobrir a verdadeira história de Assange. E este não é o único serviço secreto de espionagem que segue os seus passos. O MI16 britânico está a usar uma verba de emergência para encontrar respostas ás fugas de informação e saber quais são as suas fontes.


As fontes contactadas no interior da CIA, no entanto, estão convencidas que Assange foi recrutado por várias agências de espionagem, entre elas, a Mossad israelita, através de um científico em informática judeu da Universidade de Melbourne, que estaria envolvido com uma comunidade de hackers e que simultaneamente trabalhava para a Mossad israelita.



Poucas vezes na história recente mundial, tantos governos e agências de espionagem afectaram tantos recursos e esforços para desenterrar a verdade de uma pessoa. As fugas de Wikileaks colocaram em xeque todos os países do mundo. Ninguém é poupado, nem os governos, nem as agências de espionagem, nem os gestores das grandes multinacionais. Desde os traficantes de droga, armas, diamantes, até terroristas, passando por empresários, clérigos ou membros do governo de Obama, temem pelas revelações de um homem desconhecido de todos até há muito pouco tempo. Quem é?



O pouco que se sabe é que Assange é um super hacker sócio do Chaos Cumputer Club em Hamburgo (Alemanha). O mesmo clube que em 1988 fabricou um vírus informático que destruiu grande parte dos computadores militares do governo dos Estados Unidos. Por trás desse ataque estavam entre outros Karl Koch e um jovem chamado Assange, na altura com 17 anos de idade. Foram presos por terem invadido os computadores do governo americano, segundo fontes dos serviços de espionagem russos. Naquela altura, já estavam na mira dos serviços secretos alemães por terem vendido o código do sistema operativo do KGB soviético.


Fontes da NSA, a maior agência de espionagem dos Estados Unidos, situam-no em Hamburgo durante a primeira guerra do golfo (1991), e anos depois nos serviços de espionagem russos. Foi para Alemanha com 15 anos de idade, em 1986, para assistir a uma festa com os mais virulentos piratas cibernéticos em Berlim Ocidental (Os cinco hackers principais eram Markus Hess, Karl Koch, Hens " " Huebner, Dirk Brezinski, Peter Carl).


Este encontro terá delineado o plano que mais tarde se tornaria num escândalo de espionagem na Alemanha e que passou para a história: cinco hackers informáticos da Alemanha Ocidental venderam informações secretas militares e económicas à União Soviética depois de terem infiltrado as redes de dados secretos, como o laboratório de armas nucleares dos USA em Los Alamos, a sede da NASA, bases de dados dos USA, assim como o banco de dados OPTIMIS do chefe de Estado Maior dos Estados Unidos. Na Europa, também foram atacados: o fabricante de armas franco-italiano Thompson, a Agência Esapcial Europeia ESA, o instituto Max Planck de Física Nuclear em Heidelberg, o CERN em Genebra e o acelerador de electrões DESY em Hamburgo.



Isto tudo foi feito em nome do KGB soviético, que durante um período de três anos, em troca de uma quantia entre 50 000 e 100 000 dólares e drogas, recebeu cinco CD com informações secretas entre maio e dezembro de 1986, num lugar secreto de Berlim Este. Estes CD continham milhares de password e códigos de computadores, mecanismos de acesso e programas que permitiram que a União Soviética tivesse acesso aos centros informáticos do mundo ocidental.



Nessa altura, o porta-voz do governo alemão revelou que este tinha sido o caso mais grave de espionagem ocorrido na Alemanha Ocidental desde 1974, altura em que foi desmascarado Guenter Guillaume, um espião da Alemanha Oriental e que tinha sido conselheiro do chanceler Willy Brandt.


A história tem início em novembro de 1985, quando Koch, líder autoproclamado do Chaos Computer Club, foi abordado por uma mulher oficial do KGB que lhe ofereceu a oportunidade de poder ter um estilo de vida luxuoso em troca dos seus "conhecimentos de hacker". O KGB sabia que Koch era viciado em drogas caras e que a proposta iria contribuir grandemente para resolver os seus permanentes problemas financeiros.



Segundo fontes do KGB, em meados de 1986, Karl Koch disse, a vários amigos durante uma festa de piratas cibernéticos alcoolizados e drogados, que tinha recebido a proposta de um acordo difícil de recusar e que lhe iria resolver os seus problemas financeiros. Um dos presentes na reunião, segundo os arquivos do KGB, era o fundador de Wikileaks, Julian Assange. Outro dos indivíduos que aparece nos arquivos do KGB é o programador Dirk Brezinski, de Berlim Ocidental. Os relatos do KGB falam de Brezinski como sendo um génio informático que trabalhava a tempo parcial para o sistema operativo da Siemens BS-2000.

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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Grupo Inter-Alfa: um dos tentáculos do polvo.

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Nunca ouviu falar do Grupo Inter-Alfa? No entanto, é o maior grupo bancário mundial.

O Grupo Inter-Alfa foi criado em 1971 por um grupo de seis bancos originários da Comunidade Europeia, actualmente agrupa 11 bancos dos quais faz parte o Banco Espirito Santo.

Este grupo impôs um sistema que veio substituir o sistema de Bretton Woods e assim reestabelecer a soberania financeira de Londres. O Grupo Inter-Alfa não tem uma estrutura hierárquica definida, está ligado por um acordo secreto mal definido onde cada banco mantém a sua autonomia.

O Grupo Inter-Alfa controla, hoje em dia, 70% do sistema financeiro mundial.











A violação actual do estado da Irlanda, é mais um passo para o chamado "colapso" financeiro mundial. Para além da estupidez e da ganância dos políticos-lacaios irlandeses, poucos entendem "quem" e "o que" está realmente por trás da destruição da Irlanda e porquê. Os verdadeiros culpados não são David Rockefeller ou Herman van Rompuy (Presidente do Conselho Europeu), nem tão pouco o mega especulador e defensor número um da legalização das drogas, George Soros. Estes são lacaios da elite financeira mundial centrada no poderoso e desconhecido Grupo Inter-Alfa.




O Grupo Inter-Alfa desde a sua fundação em 1971, é um cartel bancário europeu a cargo dos círculos de Lord Jacob Rothschild, e tem estado no epicentro desde operações da monarquia britânica, todas elas dirigidas a partir de Londres. Quando falamos da monarquia, não se trata do rei do país com a sua coroa prateada e o seu trono de palha, mas sim do sistema de controlo financeiro. O Grupo Inter-Alfa inclui o Royal Bank of Scotland, o banco português Banco Espirito Santo, o espanhol Banco Santander, o holandês ING, o francês Société Genéral e o alemão Commerzbank, entre outras entidades de peso.




A operação que lanço o grupo iniciou-se, na realidade, no fim da Segunda Guerra Mundial. Foi dirigida por Jacob Rothschild a partir de Londres. A rede bancária dos Rothschild desde a sua criação em Frankfurt nos finais de 1700, foi uma operação da Nobreza Negra de Veneza. De facto, Veneza, através da sua própria nobreza negra, está no centro desta conspiração financeira mundial que remonta á quarta Cruzada. Um dos seus primeiros patrocinadores foi a família Thurn e Taxis, da Baviera, os controladores da "inteligência" de Veneza e uma das famílias do império Habsburgo da Austria. Esta ligação de Veneza é a verdadeira origem do poder financeiro da familia Rothschild.




Voltando ao Grupo Inter-Alfa. Para alcançar o seu objectivo, primeiro construíram o seu aparelho bancário na Europa do pós Segunda Guerra Mundial como a base do que parecia ser uma nova estrutura financeira universal. No entanto, era na realidade um regresso ao modelo imperial que existia ante da Revolução Americana. A planificação desta nova Europa começou antes de cessarem os combates e conduziu á criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço em 1951, e da formação da Comunidade Económica Europeia em 1957, primeiros passos para a criação da União Europeia de hoje e da sua moeda supranacional, o Euro.




Com estas medidas que conduziram á eliminação da soberania nacional, o Império começou a construção de um sistema financeiro europeu sem fronteiras. Rapidamente, veio a criação dos mercados de eurobonus, os eurodólares e os bancos de consórcio. Estes bancos foram os sindicatos ou as empresas conjuntas (Joint Ventures), na sua maioria com sede em Londres, uniram os bancos britânicos aos bancos com sede na Europa, na Ásia e nas Américas. Foram concebidos para flanquear os regulamentos bancários nacionais, e assim, representam o inicio da "globalização" (ou seja, imperialização) das finanças.




O verdadeiro poder do Grupo Inter-Alfa, no entanto, não se encontra nos bancos por si só, mas nas mudanças que as operações Inter-Alfa produziram na economia mundial. O projecto Inter-Alfa tornou o sitema mundial num casino gigante. Um parque temático para os bancos de investimento, os "braços especulativos" dos bancos comerciais e dos fundos de alto risco para que possam brincar com o dinheiro, tanto o seu como o do resto do mundo.




Vejam: num sistema bancário saudável e bem regulamentado, os bancos comerciais são os mecanismos que ajudam no crescimento das economias locais e regionais. O banco local cresce á medida que cresce a economia local, mostrando assim um grande interesse em apoiar e fomentar esse crescimento.




O modelo oligárquico do Grupo Inter-Alfa, que detém o Banco Santander, funciona ao contrário. Ele usa a sua rede de bancos para para transferir o capital da economia local para os mercados mundiais, onde o dinheiro é usado para especulação, manipulação e subjugação dos povos do planeta.




Para terminar, não devemos esquecer que o sistema financeiro mundial centrado no Grupo Inter-Alfa alimenta-se do dinheiro proveniente do tráfico de drogas. No seu ponto mais alto, recentemente, Inter-Alfa controlava 70% dos activos bancários mundiais. O mil milhões de dólares anuais de dinheiro proveniente do tráfico de droga e outros fundos de origem criminosa, que alimenta a actual guerra das drogas, constituem uma parte vital deste mercado financeiro. E sem o sistema Inter-Alfa os mil milhões de dólares do narcotráfico não tinham para onde ir!





Texto de Daniel Estulin http://www.danielestulin.com/2010/12/10/grupo-inter-alfa-sacerdotes-de-la-maldad-financiera-mundial/#more-2988



Tradução: Octopus



Banco que fazxem parte do Grupo Inter-Alfa:



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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Wikileaks: o mártir, as velhices e a CIA




O mártir




Não param as notícias nos média: Assange preso, a Suécia quer a extradição, há uma acusação de estupro.Nos blogues e sites independentes é ainda pior: Wikileaks é a última esperança de quem luta contra o Império do Mal, Assange um mártir.

Poucos são os que param e reflectem.Reflectem acerca de quê?


Acerca dum simples pormenor: Julian Assange está vivo.


Talvez para a maioria dos leitores isso possa parecer como um facto normal, mas não é: se Assange fosse verdadeiramente um perigo para os Estados Unidos e, sobretudo, para Israel, estaria debaixo de dois metros de terra. E não desde agora.

Pelo contrário, Assange é vivo e saudável.Por enquanto no Reino Unido, onde Scotland Yard teve a cortesia de esperar antes de prende-lo, depois veremos.

Se os militares ingleses tivessem o mesmo respeito quando foi a altura de capturar os alegados terroristas inimigos do Ocidente, Guantanamo estaria meia vazia.

Mas como é possível duvidar de Wikileaks?

Ao ver Wikileaks e os média em geral que juntam as forças para expor a verdade nua e crua acerca da invasão dos EUA no Iraque, no Afeganistão e, mais recentemente, o que o Departamento de Estado dos EUA pensa acerca dos líderes mundiais? Podemos ter ainda reservas?Quer dizer, isso é o que está a acontecer, certo?Uma série de revelações históricas, não é?

Pois não é.



Velhices



O que acontece é que os média estão a difundir notícias já velhas e incompletas. Só que agora têm uma camada de credibilidade graças ao bom Julian Assange, alto, louro, olhos azuis, um perfeito proto-mártir.

O que verdadeiramente consegue surpreender-me é o facto de sites de notícias alegadamente alternativas estarem a funcionar como um poderos eco para estas mentiras.Difundem a história de Wikileaks sem algum espírito crítico.

Não vamos dizer nomes, não é simpático: mas falamos de sites que a cada dia podem contar com dezenas de milhares de visitantes. Um movimento impressionante para defender o mártir australiano. Tudo sem parar, sem pensar, sem duvidar, sem perguntar.

Toc toc: está ainda alguém por ai?

O leitor tem dúvidas acerca de quanto afirmado?Então o leitor faça um favor: abra YouTube e procure alguma coisa acerca das atrocidades dos Estados Unidos no Iraque ou no Afeganistão.E, uma vez encontrado, olhem para a data de publicação do vídeo. Velhinho, não é?

Pois é.

Os Estados Unidos utilizam esquadras de killer? Olha só a novidade: a notícia tem 7 anos e pode ser encontrada neste link do diário britânico Guardian.Aliás, na notícia original é presente a informação segundo a qual estes killer são treinados pelos Israelitas.

Washington paga os média do Iraque e do Afeganistão para obter notícias mais favoráveis?Wow! Quem poderia ter imaginado uma coisa destas?Talvez o Lincoln Group, que em 2005 ganhou em exclusivo a possibilidade de controlar todos os média do Iraque. Esta revelação é tão perturbadora que está no Wikipedia desde 2005.

Quantos civis foram mortos no Iraque? Milhares? Ohhhhhh...esta sim que é uma revelação aterradora.Querem uma ainda pior? Visitem Just Foreing Policy, que ainda faz as contas: já ultrapassou 1 milhão e 400 mil vítimas. Na verdade, Wikileaks apoia uma estimativa muito baixa que fica mais próxima das avaliações oficiais.

Mas se Assange ficasse por aqui até não seria mal.Afinal é bom lembrar o mal da guerra, os sofrimentos envolvidos, o papel longe de estar limpo das "Forças do Bem", Estados Unidos in primis.

O problema nasce quando Wikileaks avança com outro tipo de "revelações".



A CIA agradece. Israel também.




Wikileaks, por exemplo, fornece as "provas"de que o Paquistão está ajudar os Talibãs.O Paquistão e não a CIA, como muitos suspeitam.

Resultado? O seguinte: o New York Times publica um artigo cujo título é "O serviço de inteligência paquistanês ajuda os revoltosos". E a CIA agradece.

Avança o Guardian: "Wikileaks revela que Irão e Paquistão vendem mísseis aos Talibãs".E a CIA agradece, outra vez. Menos o Irão que vê confirmado o seu papel de mau da fita no Médio Oriente. Tal como Israel predica.

Doutro lado, que Teheran seja um dos principais objectivos destas "revelações" parece evidente. Telegraph: "Wikileaks, como o Irão concebeu um novo colete-suicida para Al-Qaeda no Iraque". O quê? Mas nem nas fantasias mais selvagens de Tel Avive haveria espaço para notícias como estas.

Ainda o Telegraph: "WikiLeaks, o Irão obtém da Coreia do Norte mísseis com os quais atingir Europa". Com certeza. Também Saddam Hussein tinha mísseis assim, lembram?

Guardian: "O especialista da Defesa Adam Holloway afirma que o MI6 [o serviço de intelligence britânico, NDT] obteve a informação directamente dum taxista que tinha ouvido falar dois comandantes militares do Iraque acerca das armas".E não é o caso de sorrir, o nível é o mesmo. Mesmo na altura em que os Estado Unidos estão empenhados na demonização do Irão e têm um porta-aviões no Mar da China, eis que surge Wikileaks com estas estrondosas "revelações". Maravilhoso.

E Israel? Ah, pois, Israel...

Eis o pensamento da terra de Rei David: Em Israel, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que reivindicava as revelações de [Wikileaks, NDT] sobre a extensão das preocupações internacionais e árabes sobre o Irão e o seu programa nuclear.

"Israel não foi danificado de alguma forma pelas publicações de Wikileaks", disse Netanyahu."Os documentos mostram muitas fontes que apoiam as avaliações de Israel, particularmente acerca do Irão. A nossa região tem sido refém duma narrativa que é o resultado de 60 anos de propaganda que pinta Israel como a maior ameaça. Na verdade, os líderes entendem que esta visão é falsa. Pela primeira vez na história, há um consenso de que o Irão é uma ameaça.

"Netanyahu só não disse "Obrigado Julian".Talvez tinha pressa, esqueceu do pormenor. Mas o sentido é o mesmo.Pergunto: mas é preciso dizer mais?

E percebem agora porque Julian Assange está vivo e em boa saúde?



Parabéns



Conclusão: Wikileaks foi uma operação bem pouco sofisticada, mas resultou. E afinal é isso que conta.Por isso é preciso dar os parabéns aos autores. Cujos nomes podem ser intuídos sem grandes esforços cerebrais.

Em breve a poeira irá assentar-se. Os dados acerca dos civis mortos no Iraque serão esquecidos ("é normal, é uma guerra"). E quando alguém afirmar que o Irão é o Reino do Terror, poderá sempre acrescentar "Também Wikileaks disse isso!".E o circulo será fechado.

Sinceramente, pensava que fosse preciso algo mais. Esperava que o 11 de Setembro tivesse ensinado alguma coisa, tivesse difundido o habito de não parar perante as aparências mas de ir um pouco além. No mundo de internet há pessoas que põe em causa tudo ou quase, chegando a imaginar conspirações que envolvem alienígenas, mundos perdidos, Jesús Cristo, os Kennedys e a gripe das aves.

Depois é suficiente um australiano com recortes de jornais para que todos fiquem aniquilados.Tal como disse: esperava que fosse preciso algo mais. Culpa minha, peço desculpa.


Este excelente artigo, escrito com humor sarcástico, foi publicado pelo não menos excelente blogue em língua portuguesa:
http://informacaoincorrecta.blogspot.com/2010/12/wikileaks-toc-toc-esta-alguem.html

Recomendo vivamente que passem por lá, uma parte dos temas abordados são os mesmos aqui desenvolvidos.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Técnicas de manipulação de venda nos supermercados



Quando vamos ás compras ao supermercado temos a sensação de comprar o que queremos, só quando chegamos a casa é que por vezes constatamos que compramos mais coisas e algumas que não tencionávamos comprar.


A verdade é que o consumidor é condicionado, em todo o seu percurso e em todas as zonas e prateleiras dum supermercado, a comprar o que nos querem fazer comprar.





Geralmente os artigos mais caros ou que os nos querem fazer comprar encontram-se do lado direito. Isto porque a maioria das pessoas são dextras e tem tendência inconscientemente a deslocar-se para a direita.


A velocidade média de deslocação de um cliente é de 1 metro por segundo, o que é relativamente rápido. Este olha para a direita e para esquerda com um intervalo regular, em média a cada dois passos. A essa velocidade tem pouco tempo de assimilar informações pormenorizadas. Os homens olham mais à direita e as mulheres à esquerda. Por isso as roupas, produtos de beleza ou para animais, estão frequentemente colocados nas prateleiras da esquerda, enquanto que os whiskies, aperitivos ou chocolates estão nas prateleiras da direita.


As promoções, isto é os produtos que nos querem vender prioritariamente, encontram-se colocadas logo à entrada, quando ainda temos o carro de compras vazio e ainda não estamos saturados com as compras. Durante a primeira metade das compras, o cliente ainda no contabiliza conscientemente o dinheiro gasto, é também nesse momento que lhe são apresentados os produtos mais caros.


Os produtos indispensáveis, leite ou pão, estão situados bem no fundo dos supermercados para nos obrigar a percorrer grande parte da superfície e assim sermos tentados pela compra de outros produtos que não tencionava-mos adquirir. De qualquer maneira, seja qual for a distância a percorrer iremos sempre compra-los.


Uns metros antes das caixas, o chão está ligeiramente inclinado. Claro que esta inclinação é mínima e não é visível a olho nu. Esta "rampa" tem por objectivo de nos obrigar a abrandar no fim das compras, antes de pagar as compras na caixa e assim ter a oportunidade de ver e comprar um último produto.


A luminosidade também, é muito importante. Assim, por exemplo, a carne de vaca que nós compramos nos supermercados é maioritariamente a de velhas vacas leiteiras que ao fim de oito anos já não dão leite. Dado que a sua carne já tem a gordura muito amarela, a luz azulada com ultravioletas torna-a branca, semelhante á de uma vaca mais nova. As luzes avermelhadas tornam as carnes mais vermelhas e apetitosas. A luz amarelada na secção do bolos, torna-os mais apetitosos, parecem ter mais ovos na sua composição.


Nas zonas frias, para não apressar os clientes nas suas escolhas, dadas as baixas temperaturas, a cor predominante alem do branco, é o amarelo. Esta cor não aquecendo, inconscientemente lembra ao consumidor o sol o que ao estimular o seu estado moral o fará permanecer mais tempo nessa zona, e assim escolher entre vários produtos e não só retirar o que habitualmente compra.


A musica de fundo tem um papel fundamental nos supermercados. Se é verdade que os consumidores não gostam de multidão, também não gostam da ressonância das vozes num hipermercado vazio. Esta sensação fará com que abandone o local mais depressa. A musica de ambiente, sem palavras cantadas, resolvem este problema. As musicas não devem ter cantores porque as letras iriam atrair a atenção dos clientes. Elas são usadas para que o consumidor se sinta bem, perca a noção do tempo e permaneça mais tempo no supermercado.


Como nos casinos, não existe qualquer janela nos supermercados. Além de ser por medida de segurança, tem por principal finalidade desligar o cliente do mundo exterior, e evitar que ele seja distraído pelo que se passa lá fora e assim perca a noção do tempo.


Os supermercados pulverizam regularmente com odores os locais onde são vendidos as frutas e os legumes frescos. Cheiros a morango, pêssego, laranja, faz-nos acreditar na qualidade e frescura dos produtos, mesmo que depois de chegar a casa isso não seja verdade. A zona de produtos de limpeza tem perfume a roupa lavada, a dos bolos a pão fresco, a do peixe a limão, a da carne a fiambre.


Quando em grupo, o ser humano tem tendência a reproduzir os mesmos gestos que os seus semelhantes. Assim, em todos os hipermercados existem locais de difícil circulação, onde as pessoas se aglutinam o que atrai a atenção de outros clientes. Curiosos, eles têm tendência a mimetizar os outros clientes que aí se juntaram para comprar. Isso acontece frequentemente nos locais de promoções.


As grandes quantidade de um mesmo produto é um factor que ajuda a vender. Ao ver uma pirâmide de um produto qualquer, o cliente tem tendência a pensar que este é mais barato e que também ele tem "direito" a ter um desses produtos.


Os produtos ao alcance da nossa mão e à altura dos nossos olhos são os que se vendem melhor. A essa altura encontram-se, não necessariamente os produtos que mais se vendem, mas sim os que possibilitam uma maior margem de lucro para o supermercado. Esses estão entre 1,40 e 1,80 m do chão. Os mais baratos ou os que têm uma margem de lucro menos interessante estão nas prateleiras de baixo.


Os pontos de paragem, como os distribuidores de água gratuitos ou os bancos para descansar, fazem parte da estratégia que consiste em abrandar a circulação dos clientes para que estes vejam um determinado produto dessa zona ou para que o consumidor permaneça mais tempo dentro do supermercado.


Uma pequena fila de espera na charcutaria, fruta ou queijo, é benéfico. Dá a sensação que os produtos vendidos devem ser bons porque têm cliente interessados neles. Um cliente que vê estes locais vazio tem tendência a não comprar. Por isso é que os funcionários são apenas os necessários para que se possa criar uma pequena fila.


O percurso dos consumidores já há muito tempo que é estudado através de chips (RFID) colocados nos carrinhos de compras ou através das câmaras de vigilância. Estes métodos permitem estudar e melhorar as técnicas que acabamos de descrever.


Num hipermercado:
10% são produtos caros, destinados a serem vendidos com prioridade (grande margem de lucro)
80% são produtos de consumo corrente que serão sempre comprados (margem de lucro média)
10% são produtos de massa para dar a impressão de escolha (fraca margem de lucro)


Há dez anos, 70% do carrinho de supermercado era preenchido com produtos de primeira necessidade, hoje representam apenas 30%.



(Zonas de localização dos produtos nos supermercados. Modelo válido para a grande maioria dos hipermercados.)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cuidado com a toma de Loftyl



O Loftyl, medicamento ainda muito utilizado em Portugal, é acusado de provocar efeitos secundários por vezes graves e poderá ser brevemente retirado do mercado.




O que é?


O Loftyl (buflomedil) é comercializado em comprimidos em Portugal com as doses de 300 e 600 mg pelo laboratório Abbott. É um vasodilatador para o tratamento sintomático da doença arterial dos membros inferiores, chamada de claudicação intermitente, este mediacmento permite aos doentes aumentar o seu trajecto ao andar sem dores nas pernas. Já foi prescrito para alterações visuais e auditivas, e ainda continua muitas vezes a ser utilizado no síndrome de Raynaud que é uma alteração crónica da circulação sanguínea das extremidades.



Efeitos secundários por vezes graves.


O Loftyl pode provocar efeitos secundário por vezes graves, sobretudo quando administrado em doses elevadas ou quando o doente tem a sua função renal deteriorada. Os efeitos neurológicos são sobretudo convulsões e os cardíacos vão desde as alterações do ritmo cardíaco até à paragem cardíaca.


O ultimo relatório da Afssaps (o equivalente francês ao Infarmed) faz o ponto da situação da farmacovigilância do Loftyl. Entre 2007 e 2009, foram registados 25 casos de efeitos secundário desse medicamento, com 4 efeitos secundário neurológicos graves e 5 efeitos cardíacos graves, dos quais 2 mortais. Também houve no mesmo período 27 casos de tentativa de suicídio por ingestão dessa substância e 26 casos de sobredosagem por erro de toma.



Doses muito elevadas comercializadas em Portugal


O Loftyl apresenta assim um benefício modesto comparado com os riscos. Para tentar remediar este problema, a dose mais elevada de Loftyl, de 300 mg, foi retirada do mercado em França, sendo apenas ainda comercializada a de 150 mg.
Não esquecer que em Portugal existe alem da dose de 300 mg, uma ainda mais elevada de 600 mg. Pensa-se que a dose diária tóxica será de 2 g.



Um medicamento a banir do mercado


A atitude correcta será de substituir o Loftyl por outro medicamento equivalente mais seguro, até à sua nova avaliação com a sua eventual retirada do mercado. De qualquer maneira não existe razão para pânico, se estiver a tomar o Loftyl, tem de ter cuidado na dose diária que toma e saber se não é portador de uma eventual diminuição da função renal.




http://www.prescrire.org/fr/3/31/46708/0/NewsDetails.aspx

http://www.lepoint.fr/societe/quels-risques-pour-les-consommateurs-de-buflomedil-05-01-2011-127060_23.php

http://www.afssaps.fr/Infos-de-securite/Retraits-de-lots-et-de-produits/Retrait-des-specialites-comprimes-dosees-a-300-mg-en-buflomedil/%28language%29/fre-FR

http://www.destinationsante.com/IMG/pdf/861de3e440a1f962b4c212250e062e74.pdf



terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Islândia: como sair da crise sem ajudar os bancos



A Islândia é um país do tamanho de Portugal com uma população de apenas 400 000 pessoas.

Como os restantes países europeus também conheceu uma grave crise financeira em 2008, mas está a sair dessa crise devido a dois importantes factores: deixou os seus bancos irem à falência e não estão na zona euro.





O Estado não tem de salvar bancos privados



O presidente da Islândia, Olafur Grimsson, revela que "a diferença do seu país em relação à Irlanda é que na Islândia deixámos os bancos ir à falência. Eram bancos privados e não temos de injectar dinheiro neles para os salvar; o estado não tem de assumir essa responsabilidade. Como podemos nós pedir a gente comum, agricultores, pescadores, professores, médicos ou enfermeiras, assumir a responsabilidade de bancos privados? Esta questão foi debatida no caso do banco islandês Icesave e vai ser uma questão premente em numerosos países europeus."


Perante a falência do banco Icesave, que trabalhava sobretudo com a Inglaterra, e sob a pressão da Comissão Europeia, o governo submeteu um projecto-lei ao parlamento islandês que previa o pagamento de 3,8 mil milhões de euros até 2024, ou seja o equivalente a 40% do PIB da Islândia.
Mas uma petição assinado por um quarto dos islandeses circulou no país a pedir a revogação desse projecto. O presidente Olafur Grimsson recusou então promulgar o diploma e decidiu que essa escolha deveria ser submetida a um referendo. Resultado: 93% dos islandeses recusaram o texto.



Saída da crise



Pela primeira vez, desde a crise do sistema financeiro mundial em 2008, a Islândia começa a sair da recessão com aumento do seu PIB de 1,2%, entre julho e outubro de 2010, o que deverá dar um aumento de 4% no ano, quando tinha perdido 11% do seu PIB nos dois anos anteriores. A inflação que tinha atingido os 18%, estabilizou nos 3%. A sua moeda, a coroa islandesa, que tinha perdido perto de metade do seu valor voltou a subir.


Apesar da redução das despesas com os investimentos de 5,6% e uma ligeira diminuição das despesas públicas de 0,6%, o crescimento deve-se sobretudo ao aumento do consumo interno que cresceu 3,8%. E isto apesar da intervenção do FMI.




Vantagens de não estar na zona euro



Mas esta história de deixar falir os seus bancos não chega só por si para explicar como é que a Islândia conseguiu sair da crise. Paul Krugman, prémio Nobel da economia explica que o facto da Islândia não ter aderido ao euro, permitiu a desvalorização da sua moeda e impor o controlo dos capitais. Assim apesar de ter sofrido a maior crise financeira da sua história, a Islândia conseguiu ser bem menos atingida que os países da zona euro.


No dia 27 de novembro de 2010 foi eleita, na Islândia, uma Assembleia Constituinte que se reuniu em fevereiro de 2011. Propostas: reafirmação da separação entre a igreja e o estado, nacionalização de todos os recursos naturais e separação clara dos poderes executivo e legislativo. Trata-se no fundo da constituição de um novo contrato social.




http://www.courrierinternational.com/article/2010/12/16/islande-qui-rit-irlande-qui-pleure

http://www.lexpansion.com/economie/l-islande-sort-de-la-recession_244719.html

http://www.alterinfo.net/La-reussite-Islandaise-reprise-economique-anticipee-autonomie-politique-derange-l-imperialisme-financier_a53569.html?preaction=nl&id=9310505&idnl=81441&

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Porque é que pássaros mortos caem do céu ?

Na noite da passagem de ano no Arkansas, Estados Unidos, milhares de pássaros caem mortos no chão, alguns dias mais tarde mesmo fenómeno na Luisiana. Desde então, são relatados vários episódios semelhantes em todo o mundo.

Muitas teorias estão em cima da mesa, vamos passar algumas em revista.



Bíblia e E.T.

Pondo de parte as habituais teorias de extraterrestres e afins, e afastando as tradicionais visões apocalípticas bíblicas, uma coisa é certa, teremos de esperar pela autópsia dos animais para possivelmente saber mais alguma coisa.


Fogo de artifício

A hipótese inicial era que teria sido o ruído das detonações dos fogos de artifício de fim de ano, que teriam provocado estas mortes. Parece pouco provável, dado que nesta região os agricultores utilizam detonações para afugentar os pássaros e portanto estes estão habituados ao ruído. Por outro lado não explica por que é que todos os pássaros mortos são de uma única espécie (tordo).


Trovoada

Foi adiantado por algumas pessoas ter sido a trovoada a causa de morte. Mas os pássaros não apresentavam qualquer queimadura aparente, portanto podemos por de parte tal hipótese.


Nuvem tóxica

Como estes episódios iniciais tiveram todos lugar numa mesma área, inclusive uma centena de peixes de uma mesma espécie foram encontrados mortos nesta região, a poluição é portanto uma hipótese a considerar. Possivelmente uma nuvem de gás tóxico de origem industrial pode ter estado na sua origem ou até poderá ter sido um teste de algum gás militar letal. Mas, mais uma vez, faz pouco sentido só serem atingidas algumas espécies.


Sismo
Tendo aparecido, esta semana, um episódio de um milhar de pássaros mortos no Chile, perto da fronteira com a Argentina, uma teoria interessante é a de que foram os gases tóxicos libertados durante o sismo, de intensidade 7, ocorrido no dia 1 de janeiro, nessa região que seria a causa de morte. Pena é que não explique os outros fenómenos onde não houve qualquer sismo.


Alterações magnéticas

Sabemos que está em curso uma inversão magnética dos pólos terrestres. Sendo o campo magnético fundamental para a orientação de numerosas espécies de animais, sobretudo os pássaros, estas alterações do campo magnético poderão estar na origem da desorientação e queda das aves.


Projecto HAARP

A propósito de campo magnético, estes fenómenos poderão ser mais uma experiência realizada pelo sistema HAARP. Para melhor compreender o que é este projecto, tendo já sido abordado, poderá ser consulta-lo neste blogue no tema "armas climáticas". Esta arma permite criar alterações electromagnéticas da ionosfera e transferir esta energia a longas distâncias. Estas armas podem causar desorientação e lesões letais no organismo dos seres vivos. O facto de cada animal ser sensível a uma determinada onda, explicaria por que é só determinadas espécies foram atingidas.


Arrefecimento

A morte que ocorreu em grandes quantidade de peixes pode ter sido provocada por uma dexida da temperatura da água local. Talvez. É verdade que alguns os peixes são muito sensíveis a ás variações da temperatura. A este propósito: mas então não nos tinham dito que a temperatura global da Terra estava a aumentar? Vão ver, que não tarda nada, ainda nos vão dizer que mais uma vez a culpa disto tudo é do aquecimento global.


Coincidência

Enfim, falta a explicação mais lógica: as coincidências. E se estes fenómenos fossem naturais? Duvida? Pois, o "U.S. Geological Service" relata no seu site que todos os anos, só nos Estados Unidos, acontecem cerca de 200 casos de morte massiva de pássaros ou outras espécies de animais, das quais 10 com mais de 1000 pássaros.
E isto, como já foi sublinhado, só nos Estados Unidos. Portanto nada de muito incomum.
O facto de terem acontecido numa passagem de ano e de se falar da teoria maia do fim do mundo para 2012, é o suficiente para empolar estes fenómenos quase banais. Ainda esta semana, a noticia de terem morrido 50 pássaros na Suécia não teria lugar nos media, se não fosse a mediatização do fenómeno. Chama-se a isto amplificação mediática.

 

http://www.lesoir.be/actualite/sciences/2011-01-05/des-milliers-d-oiseaux-morts-le-mystere-reste-entier-812547.php

http://www.francesoir.fr/etranger-insolites/pluie-doiseaux-morts-dans-larkansas-les-hypotheses-avancees.81736