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O direito de voto, símbolo das democracias, garante da expressão da soberania universal, essencial para a pretensa ideologia democrata, não serve para nada.
O debate ideológico está actualmente limitado a promessas eleitorais que, uma vez um determinado partido eleito pode (e frequentemente) quebrar as sua promessas sem que seja possível (ou muito dificilmente) alterar o seu rumo.
As verdadeiras decisões são tomadas fora dos parlamentos nacionais, em Bruxelas ou em Nova Iorque, cozinhadas em reuniões secretas ou semi-secretas como as dos Bilderberg.
As decisões fundamentais são ditadas por grupos financeiros e lobbies, como as agências de rating ou grupos de influência ligados ao petróleo, industria farmacêutica ou agro-alimentar.
Vivemos numa ilusão democrática, ensinada nas escolas, manipulada pelos media, amplificada pelos partidos políticos do centro que alternadamente nos fazem crer na alternância do poder (quando no fundo são a mesma coisa) e subjugados a organismos não eleitos (como a União Europeia).
Bem vimos no recente caso da crise grega a inutilidade do voto e da suposta vontade popular:
- Os gregos elegeram um partido que iria romper com o "establishment".
- Passado uns meses, esses eleitos, afinal muitos deles, já estavam coniventes com o sistema capitalista que diziam combater.
- Realizarem um referendo "fictício" em que a escolha era 100% de medidas drásticas ou "apenas" 95% dessas medidas.
- Julgando votar com um voto rebelde, contra mais austeridade, votaram em "apenas" 95% de medidas impostas de austeridade, julgando que estavam a votar "contra".
- Os mercados financeiros fizeram o resto, criando o medo, com limitações nos levantamentos de dinheiro e o sufoco da economia grega.
- Uma semana depois desse voto, o partido "rebelde", que elegeram, aprova 120% de medidas de austeridade.
Junker declarou recentemente: "Não é possível existirem escolhas democráticas opostas aos tratados europeus"...
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