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sábado, 18 de julho de 2015

Votar não serve para nada...

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O direito de voto, símbolo das democracias, garante da expressão da soberania universal, essencial para a pretensa ideologia democrata, não serve para nada.



O debate ideológico está actualmente limitado a promessas eleitorais que, uma vez um determinado partido eleito pode (e frequentemente) quebrar as sua promessas sem que seja possível  (ou muito dificilmente) alterar o seu rumo.


As verdadeiras decisões são tomadas fora dos parlamentos nacionais, em Bruxelas ou em Nova Iorque, cozinhadas em reuniões secretas ou semi-secretas como as dos Bilderberg.


As decisões fundamentais são ditadas por grupos financeiros e lobbies, como as agências de rating ou grupos de influência ligados ao petróleo, industria farmacêutica ou agro-alimentar.


Vivemos numa ilusão democrática, ensinada nas escolas, manipulada pelos media, amplificada pelos partidos políticos do centro que alternadamente nos fazem crer na alternância do poder (quando no fundo são a mesma coisa) e subjugados a organismos não eleitos (como a União Europeia).









Bem vimos no recente caso da crise grega a inutilidade do voto e da suposta vontade popular:

- Os gregos elegeram um partido que iria romper com o "establishment".

- Passado uns meses, esses eleitos, afinal muitos deles, já estavam coniventes com o sistema capitalista que diziam combater.

- Realizarem um referendo "fictício" em que a escolha era 100% de medidas drásticas ou "apenas" 95% dessas medidas.

- Julgando votar com um voto rebelde, contra mais austeridade, votaram em "apenas" 95% de medidas impostas de austeridade, julgando que estavam a votar "contra".

- Os mercados financeiros fizeram o resto, criando o medo, com limitações nos levantamentos de dinheiro e o sufoco da economia grega.

- Uma semana depois desse voto, o partido "rebelde", que elegeram, aprova 120% de medidas de austeridade.



Junker declarou recentemente: "Não é possível existirem escolhas democráticas opostas aos tratados europeus"...





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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Onde foi parar todo o dinheiro emprestado à Grécia?

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Afinal, o que toda a gente questiona é: onde foram parar os mais de 225 mil milhões de euros recebidos pela Grécia desde maio 2010 até hoje, mais do PIB anual grego?


A ideia alimentada pelos média é que serviu para pagar os funcionários do Estado e manter esquemas de corrupção no seio do governo. Nada disto é verdade.


A Grécia, durante esse período conseguiu reduzir as despesas do Estado, ao ponto de ter um excedente primário positivo em 2013.




Mas vejamos então onde foi gasta essa soma fabulosa:


- Os gasto com a gestão do Estado grego representara, apenas, 11% desse valor (deficit primário + outras necessidades de tesouraria do governo)

- Pagamento das dívidas ao BCE: 32%

- Pagamento das taxas de juros ao BCE: 16%

- Reembolso ao FMI: 3%

- Pagamento do PSI (participações de iniciativa do sector privado): 14%. Esta parcela refere-se ao facto de após uma relativa estabilidade da Grécia, os principais bancos da zona euro terem transferido o problema para o sector privado. 

- Recapitalização do sector bancário: 19%

- Compra de dívida: 4%




Resumindo, o Estado grego só beneficiou de todo este dinheiro para relançar a sua economia em cerca de 11%, todo o resto foi para dívida, juros de dívida e recapitalização bancária.


Em contrapartida foi obrigada a cortes na saúde e educação, e outros sectores, e a vender grande parte das suas empresas públicas a preço de saldo.







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domingo, 12 de julho de 2015

A grécia à venda...

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Por imposição dos credores, a Grécia está à venda. 



Existe um Fundo, imposto pela Troika, em que tudo está à venda na Grécia, pronto a ser privatizado a preço de saldo, e tudo é mesmo tudo.




Esse Fundo chama-se TAIPED, em que o Estado, pouco a pouco transfere tudo a que a TroiKa exigiu que fosse privatizado. É uma espécie de empresa encarregada das privatizações.



A lista é longa e vertiginosa. Alguns exemplos:


- 38 aeroportos

- 12 portos

- a companhia de electricidade

- os caminhos de ferro

- Hellenic Petroleum

- 4 estações termais

- a companhia de electricidade

- a companhia de gás

- os correios

- 700 km de autoestradas

- uma centena de portos recreio

- 110 praias


Estas eram as privatizações já negociadas, mum vasto programa de privatizações até 2016, e ainda faltam as imposições da Troika "negociadas" durante este fim de semana...







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Taxa de suicídios dispara na Grécia

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A Grécia tinha uma das mais baixas taxas de suicídios da Europa em 2009, após os resgates a que foi sujeita, tem das taxas mais elevadas.




Calcula-se que um aumento de 1% da taxa de desemprego represente um aumento de 0,79% da taxa de suicídio. 3% de desemprego significa um aumento da taxa de suicídio de 4,45%.


No caso da Grécia, só entre 2009 e 2011 houve um aumento da taxa de suicídio em cerca de 36%.


Na Grécia, cristã ortodoxa, em que o suicídio é mal aceite, esse valor poderá ser ainda mais elevado, em relação aos números oficiais.


Além do desemprego como factor desencadeante, temos de ter em conta que o orçamento atribuído aos hospitais públicos, por imposição dos credores, foi reduzido de 50% entre 2010 e 2014. Houve fecho de hospitais, redução salarial de médicos, enfermeiros e pessoal hospitalar na ordem dos 10%, o que conduziu a emigração de 14 000 médicos durante esse período e supressão de 2 000 camas hospitalares.


Entre o período de 2010 e 2014 houve um aumento das infecções por HIV, da toxicodepêndencia, de 100% da tuberculose e de 250% nas depressões.


A taxa de desemprego na Grécia é actualmente de cerca de 30%, sendo que a taxa de desemprego dos menos de 25 anos se situa nos 60%.








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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Tsipras ao serviço da Troika

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O Syrisa pertence ao antigo sistema político grego, populista e pró-europeu.


A desilusão no Syriza passa pelos seus quadros, caválos de troia, ao serviço do sistema económico mundial.





A maioria dos ministros do Syriza não fazem nada, a não ser explicar na televisão o que deveriam fazer os ministros franceses ou alemâes.


Em 2012, Tsipras passa por Londres, apesar de criticar Angela Merkel, o seu discurso de esquerda radical e do não pagamento da dívida, passa a ser o da renegociação da dívida.


No ano seguinte, em 2013, é convidado pelos membros do Congresso Americano, conclui o seu discurso com a frase: "Espero ter-vos convencido que não sou tão perigoso como alguns pensam".


Em maio deste ano dizia: "Digo-o com toda a força da minha voz, que nosso país está do lado ocidental, com a sua filiação à União Europeia e à NATO, isto não é contestável".


Apesar do referendo, em que a escolha era a proposta da Troika com "100%" de medidas de autoridade não serem muito diferentes das de Tsipras com "apenas" 95% dessas propostas, o governo grego está agora disposto a aceitar medidas muito mais drásticas.


Pálida imagem de um governo heróico que passou a ser um governo subserviente, uma cópia do governo de Papandréu.


Após a "star" Varoufakis, o motar descontraído, que estudou nos Estados Unidos, passou pelo Reino Unido e pela Austrália (onde adquiriu a nacionalidade australiana), que começou com boas intenções e acabou por apoiar o sistema de autoridade da Troika, é a vez de Tsipras aderir aos credores.


Durante o seu périplo nos Estados Unidos, Tsipras esteve constantemente a tranquilizar os dirigentes americanos que caso o Syriza vencesse a eleições, podiam contar com ele como pilar da estabilidade do sistema capitalista e limitar os impulsos revolucionários da classe operária.


Seis meses depois da sua eleição, Tsipras entregou a Grécia à Troika.









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terça-feira, 7 de julho de 2015

E se o referendo grego não passasse de um show?

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Sem tirar mérito à coragem do povo grego que, apesar das difíceis circunstâncias, votou não no referendo, coloca-se a questão de saber se tudo isto não passou de um "show" orquestrado pelas potências financeiras mundiais.




De salientar que o referendo foi organizado em apenas nove dias, um recorde mundial.


O próprio texto do referendo era algo confuso: "O plano de acordo, submetido pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional durante a reunião do Eurogrupo de 25/06/12, que inclui duas partes e constitui as suas propostas comuns, deve ser aceite? O primeiro documento intitulado "Reformas para o fim do programa actual do programa e para além" e o segundo "Análise preliminar da sustentabilidade da dívida"

Se aceite responda: sim. Se não aceita responde: não.


Enigmática, foi esta a questão colocada ao povo grego.


Portanto a questão foi interpretada como um sim ou não às medidas de austeridade preconizadas pelas instâncias credoras com mais austeridade, ou não queremos, menos austoridade. Venha o diabo e escolha.


Fácil é de pensar que a grande maioria dos gregos (de lembrar que cerca de 40% das pessoas nem sequer votaram) votaram: "não, não aceitamos mais austeridade", nos termos colocados pela pergunta, o que não significa: saímos do Euro e da União Europeia.


Mas qual é, de facto a alternativa? 


As propostas do governo grego eram, no fim de seis meses de negociações, muito pouco diferentes das impostas pelos seus credores. Foram cedendo até as diferenças se resumirem a meros 0,5%.


O referendo era, de forma velada: não aceitamos 100% das medidas impostas pelos credores ou aceitamos as propostas negociadas pelo governo grego com 95% das propostas dos credores.


Ganhou o não, portanto estamos dispostos a 95% das propostas dos credores.


Este referendo, legitimado pelos credores para dar um "ar" de decisão popular tem como finalidade legitimar os objectivo dos credores: cortar as veleidades de qualquer povo europeu de ir contra as instâncias europeias e fazer com que esses mesmos povos se submetam às suas regras estabelecidas por mecanismos financeiros e pessoas, não eleitos, que controlam os Estados.







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Porque é que os USA "metem o nariz" na crise grega?

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Os Estados Unidos mostraram-se muito "preocupados" com o referendo na Grécia e o próprio presidente Obama apelou ao vote no "sim".


A última vez que os Estados Unidos manobraram os destinos da Grécia foi em 2010, ano do início da crise grega, após anos de governos pró-americanos aconselhados e financiados pelos bancos Goldman Sachs, Meryll Linch e Morgan Stanley.



Veio-se a descobrir mais tarde que Goldman Sachs tinha ajudado o governo grego, da altura, a falsificar as contas gregas e desviar dinheiros. Isto tudo com a ajuda das agência de "rating" americanas que regularmente desencadeiam crises.


O principal credor a curto prazo da Grécia é o FMI, FMI esse que a Comissão Europeia foi buscar em 2011 para resgatar os países europeus em dificuldade.


Ora o FMI é os Estados Unidos, único país que possui direito de veto nas suas decisões. FMI esse que não tem qualquer interesse, antes pelo contrário, em "salvar" o Euro, dado que iria destruir o Dólar como moeda de reserva e de troca a nível mundial.



A "construção" de crises financeiras é benéfica para os bancos:
 
Nos últimos anos um nome surge com frequência no sistema financeiro internacional: Goldman Sachs. Entre escândalos e corrupção este banco de investimento nunca teve tantos lucros e influencia.

Bem-vindo ao submundo dos verdadeiros governantes mundiais.
 
 
O caso grego é paradigmático da actuação da Goldman Sachs (GS) ao ajudar este país a esconder a sua dívida para depois tirar benefícios do seu "investimento".
 
 
Entre 2001 e 2004, a Grécia vendia a sua dívida soberana no mercado emitindo obrigações em euros ou outra moeda aconselhada pela GS. Em 2009 perante uma dívida cada vez maior, aconselhada por Gary Cohn, o número dois da GS, a Grécia vai ser "ajudada" a sair da crise. 
 

No fim de 2009, numa operação concertada, a agência de notação Fitch baixa o rating da Grécia. Pouco depois, no dia 27 de Janeiro de 2010, a Goldman Sachs faz correr o a informação falsa de que a China tinha recusado comprar 25 mil milhões de euros de emissão de dívida à Grécia. Apesar do desmentido grego oficial, foi o suficiente para aumentar a taxa de juro do dinheiro pedido. Goldman Sachs tinha um interesse particular nesta operação: ganhar mais-valias. 
 

Pouco depois, a Grécia, pressionada pela União Europeia teve de substituir o seu responsável pela dívida pública Spyros Papanicolau por Petros Christodoulou. O que se esquecem de dizer é que, antes deste posto, Petros Christodoulou trabalhava para ... a Goldman Sachs.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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segunda-feira, 6 de julho de 2015

A nova guerra do petróleo agora é no Mediterrâneo

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A recente descoberta de jazidas de petróleo e gás na zona pouco explorada do Mediterrâneo Oriental mudou a geo-estratégia mundial com a promessa de se tornar num novo "Golfo Pérsico". 


Grécia, Turquia, Chipre, Israel, Síria e Líbano tornaram-se países sujeitos a inúmeras pressões internacionais, o que explica em parte, os conflitos nestas regiões, o centro geo-político voltou-se para esta região "vítima" da maldição do petróleo.






Tudo começou numa descoberta espectacular em 2010, numa gigantesco jazida de gás natural ao largo de Israel, que este considera fazendo parte da sua Zona Económica Exclusiva, Israel tem a cooperação com a empresa americana Noble Energy.


Para se ter uma ideia, estas reservas são suficientes para abastecer Israel em gás natural durante um século. Para comparação, a Sibéria dispõe da maior reserva de gás do mundo, com 18 200 mil milhões de metros cúbicos, no caso do Mediterrâneo oriental esta reservas estão estimadas a 9 700 mil milhões de metros cúbicos.









Síria

Enorme reservatório de gás na sua costa e ponto estratégico na passagem de oleodutos e gasodutos. Os conflitos militares recentes são, claro,  puro acaso.



Chipre

Um país aparentemente pacífico, sem grandes problemas, recentemente foram descobertas enormes reservas de petróleo e gás, pouco depois foi "degrada" pelas agência de rating e sujeita a ajuda financeira.



Turquia

Revendica uma Zona Económica Exclusiva com a Grécia rica em gás e petróleo. Está  no poder um pró-americano: Erdergan.




Líbano

País martirizado por inúmeros conflitos regionais, tenta revendicar a sua Zona Económica Exclusiva revendicada por Israel que tem todo o interesse em manter um conflito latente.



Grécia

Finalmente a Grécia. Poderia pagar a sua enorme e insustentável dívida com o petróleo descoberto nas suas costas. Sujeita a regastes após regastes que a obrigaram a vender os seus portos e empresas petrolíferas. Asprepostas de negociações são: ficar com 20 % do lucro advindo do petróleo, a Turquia com outros 20% e a Noble Energy american com 60%...








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sábado, 4 de julho de 2015

A coragem da Grécia

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A Grécia, ao fim de cinco meses de negociações, foi colocada perante os seus credores, perante as mesmas medidas de asfixia financeira.


Com um toque de humilhação, os países do norte da Europa propõem mais do mesmo: autoridade.





Os planos de ajustamento económicos levaram ao desastre: de 2010 a 2014 o PIB baixou de 25%, o desemprego passou a 26%, os salários baixarem 30%, a taxa de pobreza atingiu 36%, a dívida passou de 103% a 178%.


Sejam qual forem as opiniões, a Grécia da uma bela lição de coragem política, de defesa da soberania e da democracia. A Grécia necessita de tempo, como todos os países que precisam de reformas, mas o que a União Europeia propõe é uma redução do poder de compra. Não se pode condenar um país à autoridade perpétua.


 Parte da dívida grega pode ser renegociada e parte perdoada para relançar a sua economia. 


Fala-se muito que a dívida grega deverá ser paga por cada um dos europeus, mas esquecem de dizer que esses Estados emprestaram dinheiro com taxas de 5% quando o obtinham a 1%. Por exemplo os empréstimos franceses deram lucros de 2010 a 2014 de 729 milhões de euros.


A Grécia, berço da democracia, deu à Europa uma bela lição de democracia.






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sexta-feira, 3 de julho de 2015

Crise grega com cheiro a petróleo

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Porquê esta insistência em manter a Grécia no Euro (apenas 2,3% do PIB da zona euro)?

Porquê insistir num país "menor" que economicamente não "vale" grande coisa?

E se toda a crise grega tivesse como pano de fundo a cobiça pelo seu petróleo e gás natural?












O petróleo grego tornaria a Grécia o maior produtor europeu.


2010, a descoberta de importantes reservas de gás nas águas israelitas no Mediterrâneo incitou os países vizinhos à prospecção das suas águas. Resultado: as águas do Mediterrâneo Oriental têm imensas reservas de petróleo e gás natural não exploradas.


Este facto têm enormes consequência políticas, económicas e geo-políticas na região. Estas reservas tiveram consequências militares na Síria, mas também em Chipre, na Turquia e agora na Grécia.


No caso da Grécia essa descoberta lançou o desafio de quem iria controlar essas reservas. Segundo as estimativas, representa 22 mil milhões de barris no Mar Jónico e 4 mil milhões de barris no Mar Egeu.


A Grécia poderia reembolsar a sua dívida só com esse petróleo em 25 anos.










Então porque é que isto não funciona?


Porque foi criada uma divida cada vez maior na Grécia por parte do FMI e UE, impagável com taxas de juros altíssimas, em troca de por exemplo a venda dos seus portos e empresas públicas, nas quais lá está as suas companhias petrolíferas.


Além disto, existe um problema com a Zona Económica Exclusiva (ZEE) da Grécia que nunca foi bem definida, dado que não havia grande necessidade das definir no passado, esse problema tem sobretudo a haver com a vizinha Turquia.


2011, Hillary Clinton vai a Atenas para discutir as questões energéticas. Leva com ela Morningstar, antigo especialista no desmembramento da ex-União Soviética que tinha como o objectivo o de cercar a Rússia e a fazer cair no caos.


Washington quer unir a Grécia e a Turquia no que e diz respeito à exploração do petróleo e gás natural. A ideia é que a Grécia fique com 20% do lucro, a Turquia com 20% do lucro e a empresa americana Noble Energy com 60% do lucro da exploração das riquezas.


Já em 1974, Kissinger organizou a invasão de Chipre juntamente com ao Reino Unidos, para justificar a presença norte americana na região e fazer escutas militares nesta região durante a guerra fria e eventualmente ter "um pé" nos potencias recursos naturais desta região.









O Syrisa encurralado.


A Grécia foi prepositadamente sujeita a uma crise monetária, apoiada pelas agências de "rating" (norte americanas) e de seguida obrigada a recorrer a intervenções de resgate do FMI e UE para sobreviver, em troca, como já foi dito, teve de vender os seus portos e companhias petrolíferas. Isto não foi puro acaso.


Esta região do Mediterrâneo Oriental é actualmente um dos mais importantes locais geo-estratégico mundiais, dado que, só a Grécia, poderá a ela só, fornecer na próxima década, à Europa inteira, todo o petróleo e  gás natural que necessita, e além disso é uma importante "fronteira" estratégica entre a Europa, o Médio Oriente e a Rússia.


O Syrisa está encurralado porque teve de fazer um acordo com um partido de extrema direita para ter maioria absoluta, partido esse que controla parte das forças armadas que sempre tiveram uma importância fundamental na Grécia, basta lembrar a "era da ditadura dos coronéis".


As forças armadas absorvem o dobro do PIB que absorve a média do países europeus, a Grécia tem o dobro de soldados da média dos países europeus, tudo fruto da guerra fria em que a NATO armava esta parte da Europa no limite ocidental europeu durante a guerra fria.


O Syrisa tem de jogar com esta realidade: o poderoso militar militar está na mente de todos os gregos e pode a qualquer momento tomar o poder em caso de rotura do governo, empurrada pelos Estados Unidos e a União Europeia.








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quarta-feira, 1 de julho de 2015

Quem quer destruir a Grécia?

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Quais são as verdadeiras causas da evolução vertiginosas da Grécia para o abismo? Com a perda de identidade nacional e a sua humilhação internacional?





Fala-se de uma dívida de 360 mil milhões de dólares, mas outros países têm uma dívida muito superior, no Japão atinge os 500 mil milhões de dólares, assim como no Reino Unido. Esse facto só por si não justifica toda esta ferocidade dos "mercados" contra a Grécia. 



Toda a região à volta da Grécia "aderiu" às políticas dos Estados-Unidos, enquanto a Grécia se manteve um pouco à parte. Por outro lado, existem numerosas potencialidades de petróleo e gás natural no mar Egeu. A arrogância da Turquia nesta região sempre teve a oposição da Grécia. Este país era uma alvo a abater.



Os interesses geo-políticos na região por parte dos Estados Unidos sempre tiveram o apoio de governos pró-americanos como o da Alemanha. Uma das maneiras de destruir a Grécia foi o poder económico: transformar um povo livre num povo submetido e humilhado.



Existe uma vontade de acabar com a singularidade do povo grego e do seu panteão-ortodoxismo, e por outro lado controlar uma linha estratégica: Balcãs-Turquia-Irão que separa a Europa da Rússia.




"O povo grego é anárquico e difícil de domar. Por essa razão, devemos atacar com força as suas raízes culturais: assim poderemos, talvés, força-los a conformarem-se. Quero com isto dizer, claro, atacar a sua língua, a sua religião, as suas reservas culturais e históricas, para neutralizar a sua capacidade de se desenvolverem, de se distinguirem, ou de triunfarem; eliminá-los como obstáculo aos nossos planos estratégicos vitais nos Balcãs, no Mediterrâneo e Médio Oriente."

(Henry Kissinger, em 1974, após a queda do regime dos coronéis)








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quinta-feira, 18 de junho de 2015

O abandono da Grécia

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As promessas de solidariedade da União Europeia para a paz e mais tarde a adesão a uma moeda única caíram por terra com o caso grego.
 

Os abutres "mercados" estão a destruir um país ao seu belo prazer.
 
 
 

Por trás da crise grega.
 

Já em 2001, a Godlman Sachs ajudou a falsificar as contas do governo grego, o que lhe valeu um benefício de 600 milhões de euros. Nessa altura, o governo grego devia 2,8 mil milhões de euros à Godlman Sachs, empréstimo esse que atingiu 5,1 mil milhões de euros em 2005.
 



Mitos repetidos sem fim sobre a "preguiça" grega.
 
 
O endividamento das famílias na Grécia é de 40%. Por exemplo, no Reino Unido é de 120% e na Holanda de 240%.

O gregos trabalham em média 40 horas por semana, a média europeia é de 37 horas.

A média de reforma na Grécia é de 61 anos, na Alemanha é 62 anos.

As despesas com o sector público é de 47%, em França ou no Reino Unido é de 53%.
 
 
 

Quem possui os 320 mil milhões da dívida grega?
 

A dívida grega representa 175% do PIB do país.

- Fundo de Europeu de Estabilidade Financeira: 142 mil milhões de euros.

- Créditos directos dos países europeus: 53 mil milhões de euros.

- FMI: 32 mil milhões de euros.

- Bancos e investidores financeiros: cerca de 60 mil milhões de euros.

A maior parte da da dívida pública grega tem um prazo de reembolso em 2041.
 
 
 

Com a "ajuda" da Goldman Sachs, a dívida grega era de 6% do PIB em 2009. Com a chegada ao poder de George Papandréou, este revela que o deficit está à volta de 12,7% e que a dívida pública atinge 113% do PIB. Nada de muito escandaloso, quando nessa altura no Japão atinge os 197% e nos Estados Unidos 92%.
 
 

Os especuladores atacaram então a Grécia, mais fraca, dado que atacar uma Espanha ou Itália eram ossos mais duros de roer.

A crise grega permitiu aos especuladores financeiros muitos lucros através de situações de crise e pânico nas taxas de juros.

A Grécia encontra-se assim entregue a ela própria sem qualquer solidariedade europeia, às mãos dos mercados financeiros implacáveis.
 
 
 
 
 
 
 
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