quinta-feira, 31 de março de 2011

A economia não é uma ciência

.


A maioria dos economista, que vimos desfilar nos debates televisivos, têm tendência em considerar que a sua desciplina é uma ciência exacta, tal como a física. Consideram que, lá por que a economia utiliza formulas matemáticas na colocação dos problemas, e que a matemática não pode sofrer qualquer contestação, então o que dizem tem o valor de um evangelho.


É então que os economistas começam a escrever livros para o comum dos mortais, explicando de forma doctrinal como funciona o Estado, os impostos, a oferta e a procura, e porque é que é impossível continuar a sustentar todos os serviços públicos que, dizem, só podem ser fonte de deficit.


Isto tudo é dito num tom que não aceita qualquer contradição. Terá vocês a ousadia de contradizer um físico que lhe fornece a composição do átomo?




Pois é, mas voltemos à Terra: a economia não é uma ciência.


Para fazer parecer que a economia é uma espécie de "física do mundo económico", procuram as "leis da economia", leis gerais, invariáveis e transhistóricas, uma espécie de "gravitação universal" própria. Como dizia Frédéric Lordon, o decorrer da história, com as suas crises, provou que a economia pura não chega, temos de ter em consideração a história, a antropologia, a sociologia...


Observando com atenção, a comunidade de físicos, por exemplo, vimos que partilha um consenso comum, sendo uma ciência exacta, trabalham todos com as mesmas bases, obtendo os mesmos resultados. Um dia, algum deles poderá por em causa um dos modelos e acabarão por rever os paradigmas, chama-se a isso o progresso, mas nunca irão coexistir duravelmente dois paradigmas diferentes.


O caso dos economistas é bem diferente, não existe qualquer paradigma geral e consensual, mas sim vários paradigmas que se defrontam ferozmente. Os dois principais são o liberal (a oferta condicional a procura) e o Keynesiano (a procura condiciona a oferta).


Desta forma, tudo o que diz um economista, pode ser contradito por outro economista que se apoiará em referências intelectuais sólidas, em verificações teóricas e empíricas válidas, mas dizendo exactamente o contrário do primeiro.


Friedrich Hayek, prémio Nobel em 1974, dizia: "A economia é a única disciplina onde duas pessoas podem partilhar o mesmo prémio Nobel escrevendo coisas completamente opostas".


Na realidade, na economia não existe um verdade única, mas sim verdades orientadas politicamente.


Marty Allen referia, que um economista é uma pessoa que pode perfeitamente explicar hoje que se tinha enganado ontem. E também, que um estudo económico muitas vezes serve apenas para revelar qual teria sido o melhor momento para comprar um determinado produto o ano passado.


A economia não é uma ciência no sentido em que os seus resultados não são universais, transgeográficos e transhistóricos, contrariamente às ciências exactas. O que torna a economia uma disciplina apaixonante é justamente o facto de ela não ser uma ciência. Se é verdade que ela necessita na sua concepção do rigor matemático, ela encontra as suas respostas em hipóteses sociais e políticas, e portanto filosóficas.


Para acabar, o economista Stephen Goldfied referia: "Um economista é uma pessoa que vez como as coisas funcionam na prática e que se interroga se elas poderiam funcionar na teoria.




Este artigo foi escrito e traduzido com base no texto de opinião de Vianney

http://deshautsetdebats.wordpress.com/2010/10/06/leconomie-nest-pas-une-science/

Portugal afunda-se em silêncio

.


Por vezes, temos necessidade de saber a opinião de jornalistas estrangeiros sobre o que se passa em Portugal, porque estes têm o distanciamento que falta a quem vive diariamente os problemas. A jornalista de "France 24", Hélène Frade, esteve em Portugal, e o que mais a surpreendeu foi o silêncio dos portugueses no meio das dificuldades. 






 "Enquanto a Europa e o FMI se apressam à cabeceira da Irlanda, Portugal afunda-se na crise. Perante as dificuldades, o governo anuncia um plano de rigor sem precedentes: aumento do IVA, congelamento ou até diminuição dos salários dos funcionários, redução das ajudas sociais... Medidads de austeridade encaradas angustia pelos portugueses já confrontados com um dia a dia difícil.


A crise tem aquela particularidade de ter um impacto diferente em cada país, de afectar cada economia de maneira diferente... Algumas são atingidas em pleno. Esses países, foram apelidados pelos anglo-saxônicos de "PIGS", acrónimo de "porcos", designam Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha...São as ovelhas negras da Europa....


Isto é no que diz respeito à parte animalesca da economia.
Mas qual será a realidade?


Para Portugal, um dos países mais pobres da Europa, as dificuldades não são recentes. Uma competitividade demasiado fraca ligada a uma qualificação insuficiente da sua população, deficit público em subida exponencial, e sobretudo, uma corrupção endémica limitadora da esperança, de inovação; estas são as fragilidades que a crise mais não faz do que acentuar.


O primeiro ministro, José Socrates, bem pode declarar que Portugal não precisa de ninguém, o espectro de uma intervenção europeia e do FMI perfila-se cada vez mais no horizonte.


O espectro? Para a maior parte dos interlocutores que encontro, esta perspectiva não é sentida como uma ameaça. "O FMI já cá está", nas mediadas de austeridade propostas pelo governo, dizem-me alguns. "Pelo menos o FMI virá por ordem neste sistema corrompido", dizem-me os outros.


Este desfasamento entre o discurso oficial e o sentimento de rua, é para mim a primeira surpresa. Mas mais surpreendente ainda, é o silêncio dos portugueses no meio das dificuldades.


Apesar de terem aderido à greve geral organizada pela CGTP e a UGT, no dia 24 de novembro, os seus protestos permaneceram silenciosos. No entanto a angustia está lá e a amargura também.


Para alguns a saída é partir. No ano passado, como este ano, cerca de 100 000 portugueses deixaram o país. Destes, muitos jovens diplomados que não encontram no seu país perspectivas de futuro."





http://www.france24.com/fr/20101210-portugal-crise-economique-jose-socrates-pigs-fmi-helene-frade

terça-feira, 29 de março de 2011

Após as intervenções da NATO, essas populações árabes vivem pior

.


Com esta nova guerra da NATO na Líbia, voltamos a ouvir os mesmos eufemismos: "guerra cirúrgica", "efeitos colaterais", "coligação internacional" ou "intervenção humanitária". Na realidade não vão existir alvos cirúrgicos, uma guerra nunca é asséptica, o que vai existir é a mesma carnificina de sempre e esta coligação não é internacional, os intervenientes são os belicistas do costume.



Eufemismo e propaganda

A linguagem e a propaganda são as primeiras armas dos agressores, depois vêm as bombas e os mísseis. Por muito "humanitária" que seja uma guerra, ela vai trazer sofrimento, fome ou deslocação de populações. O que espera a Líbia é o que aconteceu com outras intervenções "humanitária", como no Afeganistão ou no Iraque: as condições de vida das suas populações pioraram.




A desculpa é sempre a mesma: libertar as populações de um "simpático" tirano amigo do ocidente que se tornou subitamente num monstro, proteger as crianças, libertar as mulheres, ou acabar com integristas que de aliados do ocidente se tornaram indesejáveis.


Já passaram 10 anos sobre a intervenção da NATO no Afeganistão e 8 anos sobre a intervenção no Iraque, e como é que estão as suas populações? Será que os direitos das mulheres melhoraram? Será que condições de vida das suas populações melhoraram?



Populações pior do que antes.

Joe Stork, director adjunto da divisão do Médio-Oriente e de África da Human Rights Watch (HRW) constata: "Oito anos após a invasão americana, as condições de vida no Iraque pioraram para as mulheres e as minorias, e os jornalistas e presos continuam a sofrer graves violações dos seus direitos".


"A deterioração das condições de segurança encorajou o regresso a certas práticas de justiça tradicional e ao extremismo religioso que atingiu principalmente as mulheres".


"As mulheres no Iraque beneficiavam antes de 1991 de um dos mais elevados grau, da região, na protecção dos seus direitos e na sua participação social, o que não acontece agora".


O URW refere ainda que "Milhares de pessoas foram deslocadas internamente e vivem actualmente em bairros da lata sem acesso a bens essenciais como água potável, electricidade ou instalações sanitárias".


Nas prisões, os presos estão sujeitos a todo o tipo de tortura que não são muito diferentes das praticadas durante o regime de Saddam Hussein.


"Os bombardeamentos "cirúrgicos" foram um falhanço total. A maior parte das vezes, as bombas eram largadas às cegas baseadas em provas da sugestão de um possível alvo a abater em determinada casa. Não admira que este comportamento tenha causado inúmeras baixas civis".



Para um ocidental sentado no quentinho do seu sofá a ver o espectáculo do fogo de artifício "cirúrgico", pode parecer não poder ser muito pior do que viver debaixo da tirania de Saddam Hussein, mas a realidade é bem diferente. Durante uma entrevista em 2010, Sabah Al Mukhtar dizia: "Aparentemente está tudo bem: temos 350 partidos políticos, 26 canais de televisão por satélite, 60 jornais. Mas na realidade, o país está de rasto, não temos qualquer  infraestrutura, nem educação, nem saúde, nem segurança. Temos sim, 4 milhões de refugiados, 2 milhões de mortos, milhares de violações,..."


"Na capital, só temos uma hora de electricidade por dia, antes da invasão tínhamos 16 a 24 horas de electricidade, isto apesar do embargo, e sem electricidade não conseguimos bombear a água para as habitações". "A malnutrição infantil passou de 19% antes de 2003 para 28%".


O balanço no Afeganistão não é muito melhor. O Alto-Comissário das Nações Unidas para os direitos do Homem, Navi Pillay, constata: "Os talibãs já não estão no poder, mas a situação dos direitos do Homem pioraram, em particular o das mulheres. Estas estão sujeitas a uma lei que as proíbe de trabalhar ou estudar. Os chefes de guerra substituíram os talibãs, mas adoptaram as mesmas políticas em relação às mulheres".






Iraque: um país desenvolvido.


Sem desculpar a ditadura de Saddam Hussein, convém não esquecer que antes da invasão americana, sobretudo nos anos 70, o Iraque era um país desenvolvido, sem equivalência no mundo árabe. Tinha uma indústria desenvolvida, boas infraestruturas e uma classe média com um nível de vida elevado. A educação era gratuita e o analfabetismo tinha sido praticamente erradicado.


O estatuto da mulher era próximo da dos homens e 95% das raparigas estavam escolarizadas. 70% dos farmacêuticos e 46% dos dentistas eram do sexo feminino. Os transportes escolares eram gratuitos. O sistema de saúde era dos mais desenvolvidos a nível mundial e existia um sistema de segurança social muito semelhante ao nosso. O recrutamento na função pública era feito por mérito. A electrificação dos lares estendia-se a praticamente todo o país e até chegaram a ser distribuídos gratuitamente televisores e frigoríficos.


Em 1980 o Iraque era o único país árabe auto-suficiente do ponto de vista alimentar. Nessa altura chegou mesmo a ser criado um fundo nacional para o desenvolvimento exterior, através de um aumento do preço do petróleo para ajudar ao desenvolvimento dos países árabes mais pobres. Essa iniciativa foi rejeitada pelos Emires dos países do Golfo.


Entre 1991 e 2003 um embargo internacional é imposto por decisão da ONU. Resultado: em 12 anos, 500 000 a 1 milhão de crianças mortas, números referidos pela própria ONU. A Unicef anunciava 200 000 mortos por ano. 



.

Os professores devem ser avaliados, mas os alunos também

.


Agora que a oposição parlamentar aprovou a revogação do actual sistema de avaliação dos professores, uma questão continua no ar: devem os professor serem avaliados, como qualquer outra profissão? A resposta só pode ser: sim. 


Claro que os moldes em que esta deve ser feita tem de ser revista, mas estarão os professores prontos para aceitar uma avaliação semelhante aquela que se realiza em França, através de inspectores da educação que fazem a avaliação nas escolas da aplicação das directrizes do ministério e a avaliação dos professores?


Antes de pensar numa tal avaliação, temos que retirar aos professores a incumbência de educar os seus alunos, essa pertence aos país, além disso, ao exigir mais rigor aos professores, temos que aceitar o fim do facilitismo em relação aos alunos.



O professor Alfredo Barbosa publicou hoje no "jornal i" um artigo a esse proposito que vale a pena ler:


Avaliação e ignorância


PARA QUEM NASCEU poucos anos depois da II Guerra Mundial, interveio na Guerra do Ultramar, viveu o 25 de Abril e procura compreender o mundo da internet, das redes sociais, da blogosfera, da instantaneidade, do conhecimento superficial, a ausência de uma cultura de avaliação emerge como um dos traços mais negativos do povo português. Em democracia, criou-se uma cultura clientelar, partidocrática, sobre uma outra, amiguista, que destruíram a confiança nos concursos de admissão e criaram uma fauna de padrinhos de "jobs for the boys" e géneros semelhantes.


Estamos longe, em Portugal, da ideia de um antigo presidente da Ford, Lido Anthony "Lee" Iacocca (n. 1924), para quem a competitividade de um país começa não na fábrica ou no laboratório de engenharia, mas na sala de aula.

O professor foi retirado do centro da escola, em detrimento do aluno, e para piorar a situação puseram-se os pais em segundo lugar. Postos nas bordas do ensino, obriga-se os professores a cumprir uma missão que devia pertencer aos pais: educar. Ao mesmo tempo que se lhes exige que "dêem aulas" de acordo com aquilo que os alunos desejam. E estes, um dia, hão-de achar (pensar é exigente) que um "15" é pouco, mesmo que não saibam calcular uma percentagem ou persistam em usar a vírgula a separar o sujeito do predicado.

A ignorância sobre como usar o conhecimento aumenta exponencialmente. Cumpre-se o axioma de McLuhan. E realiza-se o silogismo de Arthur Schlesinger Jr. (1888-1965): ignoramos o presente, ignoramos o futuro e acabamos a ignorar o quanto somos ignorantes; o que é imperdoável.

 

domingo, 27 de março de 2011

Indignai-vos!

.


Um livro de sucesso. Devo dizer que me decepcionou um pouco pelo a banalidade das ideias, mas não deixa de ser um livro que todos devem ler. Vale a pene pela personagem , Stephan Hessel  é  uma pessoa acima de qualquer suspeita, pela a sua história pessoal e pela a sua vida. 



Com 93 anos, tem a lucidez de questionar: "Quem comanda? Quem decide? Nem sempre é fácil distinguir todas as correntes que nos governam. Já não estamos perante elites cujas motivações são fáceis de compreender."


Diz ainda :"estou convicto de que o futuro pertence à não-violência, à conciliação das culturas diferentes."


Por fim refere "apelar a uma verdadeira insurreição pacífica contra os meios de comunicação de massas que só apresentam como horizonte à nossas juventude uma sociedade de consumo, o desprezo pelos mais fracos e pela cultura, a amnésia generalizada e a competição renhida de todos contra todos."

.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Bilderberg: reunião de 2011 será na Suiça

.


Jim Tucker, jornalista americano que segue o clube de Bilderberg desde há anos revelou que a próxima reunião terá lugar na Suiça, em Saint-Moritz, no Kempinski Grand Hotel des Bains, entre os dias 9 e 12 de junho deste ano.







http://www.agoravox.fr/tribune-libre/article/le-bilderberg-2011-se-tiendra-a-91157

quinta-feira, 24 de março de 2011

Figo Maduro

.


Como devem ter reparado, não é habitual comentar a politica interna portuguesa. Porque não é o objectivo que me fixei neste blogue e porque para dizer a verdade, não é um assunto que me desperta particular atenção.


Porque acredito que Portugal já perdeu, como outros países europeus, a sua independência como Estado Nação com a adesão à União Europeia e porque a política mundial está subjugada às grandes multinacionais,  achei oportuno publicar o excelente artigo de Pedro Lains, publicado no "jornal i," e que reflete bem o que se passa do ponto de vista político em Portugal.





Gosto, confesso, do que se está a passar. O governo não tem maioria absoluta e não pediu apoio. O principal partido da oposição não gostou. Disse-o. Ponto.

Se o Presidente nada fizer, porque o "normal funcionamento das instituições democráticas" não está, de facto, em questão, e se deixar que os partidos decidam e que haja eleições, então estamos no bom caminho.

A crise é grave mas tudo é relativo e, perante a democracia, tudo perde valor. Por outras palavras, no Portugal europeu não fazem sentido governos de iniciativa presidencial.

E a crise? No curto prazo, poderá haver dificuldades. Mas o curto prazo é o ritmo dos mercados, não o da política. Um governo português de gestão, em Bruxelas ou em Berlim, é mais um governo europeu de gestão. Eles por lá não se importam: estão habituados, são políticos.

Depois das eleições haverá outro governo, de preferência de maioria absoluta, com ou sem coligação (embora seja preocupante o facto de o actual CDS ainda não ter conseguido mostrar que sabe ser governo).

A receita depois será a mesma, sob a égide do desígnio nacional. A diferença será que haverá novos bodes expiatórios e Sócrates juntar-se-á a Brown, Cowen e Karamanlis. Tudo regular.

Restará depois avaliar as culpas. A quente, até parece que a culpa é dos políticos. Mais tarde, daqui a umas décadas, a frio, veremos se as coisas afinal não eram bem mais complicadas do que isso.


http://pedrolains.typepad.com/

.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Medicamentos sob vigilância reforçada

.


Após os escândalos da comercialização de certos medicamentos que posteriormente  foram retirados do mercado, por serem causadores de efeitos secundários graves, a AFSSAPS (equivalente do nosso Infarmed) decidiu publicar uma lista das 77 substâncias medicamentosas que irão beneficiar de uma vigilância reforçada.




Muitos dos medicamentos citados serão objecto de um controle mais apertado por uma simples razão de precaução, o que é bom, outros estão já referenciados como tendo efeitos secundários graves e poderão brevemente ser retirados do mercado.


NOTA IMPORTANTE: esta lista não tem por finalidade criar qualquer medo injustificado nos doentes que actualmente porventura estão a fazer esta medicação, apenas é publicada para efeito informativo.



Segue a lista das substâncias em causa, adaptada ao mercado português. Nela figura o nome comercial, a substância química e os potenciais riscos:


ACTOS (pioglitazona)
Antidiabético oral. Risco de doenças cardiovasculares e cancro da bexiga.

ALLI (orlistato)
Usado para a perda de peso. Apresenta um risco de toxicidade hepática com risco de hepatites e pancreatites.

ARCOXIA (etoricoxib)
Pertence à família dos Coxibs, antiinflamatório, vigilância reforçada após o VIOXX ter sido retirado do mercado por aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

ARIXTRA (fondaparinux sódico)
Risco de hemorragia sobretudo nos idosos e nos portadores de insuficiência renal.

BLEU PATENTE (produto de contraste)
Risco de reacção anafilática.

BYETTA (exenatide)
Risco de pancreatite e alterações gastrointestinais.

CELANCE (pergolide)
Não utilizado em Portugal. Risco de valvulopatia. Retirada do mercado em curso.

CERVARIX (Vacina anti-HPV)
Reforço da vigilância.

CHAMPIX (vareniclina)
Usado para deixar de fumar. Assinalados vários casos de perturbações psiquiátricas e risco de suicídio.

CIMZIA (certolizumab pegol)
Numerosas infecções fúngicas oportunistas e risco de reacção de hipersensibilidade.

COLOKIT (fosfato de sódio)
Utilizado na preparação para exames do cólon. Risco de alterações hidroelectroliticas, renais e gástricas.

CYMBALTA (duloxetina)
Usado na depressão. Registo de alterações hepáticas e aumento do risco de suicídio.

Dextropropoxifeno (ALGIFEN)
Opióide usado na dor. Risco de dependência e de morte por sobredosagem.

EFIENT (prasugrel)
Utilizado na prevenção de tromboembolismo. Risco de hemorragias.

ELLAONE (ulipristal)
Contraceptivo de emergência. Apresenta o risco de não funcionar e por consequência de gravidez.

EQUANIL (meprobamato)
Não comercializado em Portugal. Usado na dependência alcoólica. Risco de morte por sobredosagem.

EXJADE (deferasirox)
Usado na sobrecarga em ferro secundária as transfusões frequentes. Risco de complicações renais.

EFFENTORA (fentanil)
Usado no tratamento das dores crónicas intensas. Apenas está em curso o problema do risco de dependência.

FASTUM creme (cetoprofeno)
Risco de alergia cutânea por vezes grave.

FERRISAT
Não comercializado em Portugal. Usado na carência de ferro. Problemas de hipersensibilidade.

GALVUS e EUCREAS (vildagliptina)
Antidiabético oral. Risco de toxicidade hepática.

GARDASIL (vacina anti-HPV)
Vigilância reforçada.

GLIVEC (imatinib)
Usado em certas leucemias quando não é possível o transplante de medula. Risco de cancro secundário.

HEXAQUINA (quinina)
Não comercializado em Portugal. Risco de reacções alérgicas na pele e hepatites graves.

INTRINSA (testosterona)
Usado nas mulheres sujeitas a remoção cirúrgica dos ovários e útero, usado para aumentar o desejo sexual. Estudos de vigilância reforçados.

ISENTRESS (raltegravir)
Usado no HIV. Risco hepático, aumento do risco de suicídio, rabdomiólise e baixa de plaquetas.

Isotretinoína (ROACUTAN)
Usado nos casos graves de acne. Risco elevado de malformação fetal e problemas de perturbações psiquiátricas.

JANUVIA e JANUMET (sitagliptina)
Antidiabético oral. Pode provocar perturbações musculares e sobretudo risco de pancreatite aguda.

LANTUS (insulina glargine)
Risco de cancro sugerido por vários estudos.

LETTER e THYRAX (levotiroxina)
Apenas alguns genéricos estão a ser postos em causa por falta de eficácia em relação aos originais.

LIPIOCIS (ácidos gordos)
Usado no diagnóstico por via arterial hepática de lesões no fígado. Possibilidade de lesões pulmonares.

LOFTYL (buflomedil)
Toxicidade neurológica e cardíaca.

LYRICA (pregabalina)
Risco de lesões da pele e óculares graves, perturbações hematológicas (sangue).

MEPRONIZINE (acepromazina)
Não comercializado em Portugal. Para o tratamento das insónias. Vigilância por risco de sobredosagem.

MEOPA (protoxido de azoto)
Analgésico e sedativo. Vigilância reforçada.

METADONA
Vigilância reforçada.

MINOCIN e MINOTREX (minociclina)
Hipersensibilidade ao produto das quais resultam hepatites e doenças auto-imunes.

MULTAQ (dronedarona)
Usado na fibrilhação auricular. Pode provocar problemas hepáticos.

Nimesulide (NIMED)
Risco hepático referido por vários estudos.

Nitrofurantoína (FURADANTINA)
Pode provocar toxicidade pulmonar e hepática quando utilizada durante longos períodos.

NOCTRAN
Associação de 3 moléculas para o tratamento das insónias. Não comercializado em Portugal. Sem interesse terapêutico, é preferível utilizar um só principio activo..

ONGLYZA (saxagliptina)
Antidiabético oral. Vigilância reforçada.

ORENCIA (abatacept)
Para o tratamento da artrite reumatóide. Risco de hipersensibilidade.

PEDEA (Ibuprofeno injectável)
Não comercializado em Portugal. Toxicidade renal.

Pholcodina
Antitússico semelhante à codeína. Não comercializado em Portugal. Reacções anafiláticas.

PRADAXA (dabigatran)
Anticoagulante oral. Risco hemorrágico e hepático.

PRAXINOR (Teonedralina e cafeína)
Utilizado na hipotensão ortostática. Não comercializado em Portugal. Risco de dependência.

PREVENAR (Vacina)
Reforço da vigilância.

PRIMALAN (mequitazina)
Foram assinaladas alterações do ritmo cardíaco.

PROCORALAN (ivabradina)
Usado na angina de peito. Recente colocação no mercado. Vigilância reforçada.

PROTELOS (ranelato de estrôncio)
Toxicidade renal e hepática, reacções cutâneas e aumento dos gânglios e glóbulos brancos.

PROTOPIC (tacrolímus)
Usado no eczema atópico. Foram referidos alguns casos de linfomas cutâneos.

REVLIMID (lenalidomida)
Utilizado no mieloma múltiplo. Avaliação de alguns casos de hipersensibilidade.

RITALINA (metilfenidato)
Vigilância nas condições e indicações de utilização.

RIVOTRIL (clonazepam)
Possibilidade de dependência.

ROACTEMRA (tocilizumab)
Utilizado na poliartrite reumatóide. Risco de infecção e de hipersensibilidade.

ROHYPNOL (flunitrazepam)
Risco elevado de dependência.

NEOTIGASON (acitretina)
Usado nos casos de psoríase graves. Risco de malformação fetal se for utilizado durante a gravidez.

STABLON (tianeptina)
Utilizado nos episódios de depressão grave. Causa elevada dependência.

STELARA (ustecinumab)
Medicamento usado na psoríase grave. vigilância reforçada.

STILNOX (zolpidem)
Risco elevado de dependência.

SUBUTEX (buprenorfina)
Tratamento de substituição da dependência aos opiáceos. Elevado risco de dependência.

Talidomida (THALOMID)
Usado no mieloma múltiplo. Provoca malformação fetal. Actualmente sob vigilância apertada.

TOCTINO e ZEFLRERA (alitretinoide)
Utilizado no eczema grave. Provoca malformação fetal.

TRAMAL (tramadol)
Pode produzir elevada dependência.

TRIVASTAL (piribedil)
Vigiado pelos casos de sonolência e ataques paroxísticos de sono.

TYSABRI (natalizumab)
Usado na esclerose em placas. Risco de alterações cerebrais.

VALDOXAN (agomelatina)
Utilizado nas depressões graves. Risco de toxicidade hepática.

VASTAREL (trimetazidina)
Vários casos de síndrome de Parkinson, baixa de plaquetas e purpura.

VFEND (voriconazol)
Usado no tratamento antifungo. Suspeito de aumentar o risco de cancro da pele.

VICTOZA (liraglutide)
Antidiabético. Risco aumentado de pancreatite e suspeita de poder desencadear cancro na tiroide.

XARELTO (rivaroxaban)
Usado na prevenção do tromboembolismo venoso. Risco de hemorragias e de toxicidade hepática.

XYREM (oxibato de sódio)
Usado no tratamento da narcolepsia. Risco de dependência.

ZYPREXA (olanzapina)
Antipsicótico com vigilância reforçada.

ZYBAN (cloridrato de bupropiona)
Usado para deixar de fumar. Risco elevado de perturbações psiquiátricas, depressão e suicídio.

ZYVOXID (linezolina)
Antibiótico suspeito de poder provocar anemia.



.

terça-feira, 22 de março de 2011

Medicamentos perigosos utilizados quotidianamente

.

Em França, a Afssaps (o equivalente ao Infarmed) decidiu publicar uma lista de 77 medicamentos que se encontram sob vigilância por terem efeitos secundários graves e para os quais uma possível retirada do mercado está a ser encarada. Muitos desses medicamentos são utilizados diariamente em Portugal.

 

Este artigo não se destina a criar qualquer medo injustificado nos seus utilizadores, mas simplesmente informar. 


 
Convém lembrar, que qualquer medicamento tem efeitos secundários indesejáveis, o objectivo é avaliar se os benefícios compensam os riscos. Muitos destes medicamentos têm alternativas terapêuticas menos perigosas e outros não se justifica a sua toma por tratarem doenças benignas.






XENICAL e ALLI

Vendido na sua versão de 120 mg desde há 10 anos com o nome de Xenical, a mesma substancia (orlistato) é comercializada em venda livre com o nome de Alli doseada a 60 mg.
Esta substancia é usada na obesidade por diminuir a absorção digestiva das gorduras.
Os efeitos secundários mais frequente são as fezes oleosas e a diarreia por vezes com sangue. Existe a suspeita de poder aumentar o numero de fracturas ósseas e de ser responsável por raros casos de pancreatites e hepatites. Estes últimos casos estão na origem da sua vigilância a nível europeu.



CHAMPIX e ZYBAN

Comercializado desde 2007, é um medicamento utilizado nas pessoas que querem deixar de fumar.
É acusado de poder provocar perturbações psiquiátricas e conduzir a tentativas de suicídio. Logo após um ano de comercialização, foram referidos 174 efeitos secundários graves, dos quais 92 psiquiátricos.
Pouco utilizado, o Zyban tem os mesmos efeitos secundários. Na escolha de um medicamento para a cessação tabágica, é preferível usar um substituto da nicotina.



PROTELOS e OSSEOR


A substância activa destes medicamentos é o ranelato de estrôncio, foram colocados no mercado em 2006 para tratamento preventivo da osteoporose pós-menopausica.
O reforço da farmacovigilância actual deve-se ao facto de terem surgido várias reacções alérgicas ao medicamento, algumas das quais graves. Alterações do fígado e dos rins provocaram duas mortes. Nos casos referidos, o início dos sintomas apareceram entre 3 a 6 semanas após a toma do medicamento com erupção cutânea, febre, aumento do volume dos gânglios e aumento dos glóbulos branco que conduziram a alterações pulmonares, hepática e renais. Na maioria destes casos a situação voltou ao normal com a paragem do medicamento e corticoterapia.



ACTOS

 Este antidiabético oral, a pioglitazona, é uma molécula da mesma família que a rosiglitazona do AVANDIA que foi retirado do mercado em novembro do ano passado, por aumentar o risco de doenças cardiovasculars. O Actos é suspeito de aumentar o risco de cancro da bexiga. 



MINOCIN e MINOTREX

Este antibiótico, a minociclina, pertence à família das tetraciclinas e é usado no tratamento da acne e algumas infecções pulmonares e genitais. Foram detectados alguns efeitos secundários raros, mas graves, tais como hepatites, síndrome de Dress e algumas doenças auto-imunes.



PRIMALAN


Este medicamento destina-se ao tratamento sintomático das manifestações alérgicas como a rinite, conjuntivite ou urticária. Esta molécula, um anti-histamínico, a mequitazina, é utilizada desde há 30 anos, sobretudo nas crianças. Os efeitos secundários vão desde obstipação e sonolência até a possível ocorrência de convulsões. Após terem ocorrido alguns casos de alterações do ritmo cardíaco, este medicamente está sob farmacovigilância reforçada.



TRAMAL (Tramadol)

O tramadol é um opiáceo com propriedades analgésicas. Um dos problemas é a possível dependência, sobretudo por utilização abusiva ou doses elevadas. Também foram assinaladas convulsões e hipoglicémias..


RITALINA

Esta molécula, o metilfenidato, é utilizada, sobretudo nos Estados Unidos, para tratar as crianças com alterações da atenção ou hiperactividade. A molécula sendo uma anfetamina, cria frequentemente dependência. A sobredosagem pode provocar alterações cardiovasculares.



FOSAMAX (Ácido alendrónico), FOSAVANCE

Durante anos, o tratamento da menopausa, como os afrontamento e prevenção da osteoporose, passou pela medicação com hormonas, mas depois de se ter descoberto que estas aumentavam o risco de cancro da mama e de doenças cardíacas, estas foram praticamente abandonadas.
Apareceram então os bifosfonatos, dos quais o Fosamax, entre outros, faz parte. Casos de osteonecrose do maxilar explicam porque é que estes medicamentos estão a ser particularmente vigiados.



ROHYPNOL e STILNOX

Estes dois sedativos são dos mais populares do mercado e o Rohypnol foi durante muito tempo um sedativos mais consumidos pelos toxicodependentes.
Dada a elevada dependência que podem provocar, necessitando um desmame bastante complexo, estas moléculas estão a ser alvo de vigilância apertada.


 
PARLODEL

É usado para inibir a lactação nas mulheres que após o parto não desejam amamentar e na doença de Parkinson. Este medicamento aumenta o risco de acidentes vasculares cerebrais e de enfarte nas jovens mulheres que acabaram de dar à luz.




http://www.lefigaro.fr/sante/2011/02/13/01004-20110213ARTFIG00243-medicaments-surveilles-quels-risques.php

quarta-feira, 16 de março de 2011

A Islândia refém dos mercados financeiros

.




Num artigo anterior, (Islândia: como sair da crise sem ajudar os bancos), vimos como é que este pequeno país de 400 000 habitantes recusou injectar dinheiro para salvar o banco privado Icesave. Pela segunda vez, o presidente islandês Òlafur Grímsson recusou promulgar a lei que permitiria o Estado reembolsar os investidores privados da Holanda e do Reino Unido, ligados à falência dessa banca, num montante de 3,9 mil milhões de euros.


Mas a pressão financeira internacional está a fazer tudo para que a Islândia pague. Retrato de um país refém dos mercados internacionais...






A coragem do "não".


Antes de perseguir, temos de nos lembrar o que está em causa. Após a falência do banco Icesave, e após uma petição assinada por 25% do eleitorado, o presidente da República tinha recusado no ano passado promulgar a lei para que a Islândia pagasse 3,9 mil milhares de euros aos particulares holandeses e britânicos que tinha investido nesse banco. Foi realizado um referendo em março de 2009 que obteve 93% de "não", a Islândia não pagará.


Pouco depois, as negociações recomeçaram, e em vez do pagamento em 8 anos, a Holanda e o Reino Unido propõem o pagamento dessa soma em 30 anos e o abaixamento da taxa de juro inicial de 5,5% para 3%.



O governo estava de acordo, mas novamente aparece uma petição assinada por 20% dos eleitores  e o presidente recusa novamente promulgar a lei. Em virtude do artigo 26 da constituição, isso obriga à convocação de um novo referendo, marcado para 9 de abril deste ano. o "não" está à frente nas sondagens.






As ameaças
 Mas desta vez, várias ameaças pesam sobre o povo islandês: bloqueio das exportações islandesas (sobretudo as pescas) ou o bloqueio das negociações para a sua entrada na União Europeia (o que poderá não ser mau, visto o que estão a sofrer a Grécia e a Irlanda).


O Fundo Monetário Internacional (FMI) também ameaça cortar a ajuda financeira. O FMI formalizou  financiar a Islândia, em novembro de 2008, com um empréstimo de 2,1 mil milhões de euros dividido em várias prestações, a terceira das quais vai ser brevemente submetida ao conselho de administração do FMI dos quais fazem parte um holandês e um britânico que poderão votar contra.


As agências de rating também ameaçam com um abaixamento das suas notas caso o "não" ganhe outra vez e estão dispostas a aumentar a nota caso o "sim" ganhe. Onde é que já vimos este filme?

O Reino Unido e a Holanda dizem que se o "não" ganhar, irão pedir justiça perante os tribunais europeus e que se ganharem a Islândia vai ter de pagar muito mais. Resta saber como é que vão conseguir transformar uma dívida privada numa dívida pública do Estado irlandês. De qualquer maneira mesmo que o consigam este pagamento seria moralmente inaceitável.

O "não" irlandês poderá ser um forte sinal para os outros países europeus estrangulados pelas suas dívidas, é disse que têm medo o sistema financeiro e bancário, daí forçarem a Islândia ao pagamento desses 3,9 mil milhões de euros que são uma gota de água comparados com o que o governo britânico já gastou para salvar as suas bancas. 


Em 3 anos os islandeses perderam 30% do seu poder de compra e este referendo vai ser mais uma vez uma oportunidade para exprimirem o seu descontentamento em relação aos bancos e à classe política. Este caso também irá contribuir para o sentimento anti-europeu na Islândia, em pleno início das negociações para a sua entrada na União Europeia (UE). Hoje mais de metade dos islandeses está contra a entrada do seu país na UE, o dobro de 2008.

.

.

http://www.alterinfo.net/Islande-l-odieux-chantage_a56129.html?preaction=nl&id=9310505&idnl=85485&

http://www.lexpress.fr/actualites/2/victoire-du-non-attendue-au-referendum-icesave-en-islande_853352.html

http://www.news-banques.com/islande-strauss-kahn-fmi-espere-une-solution-rapidement-sur-icesave/012113195/


segunda-feira, 14 de março de 2011

Geração à rasca e sem ideologia

.


Por muito legítimos e bem-vindos que sejam os movimentos civis, estes devem conter na sua essência as propostas e soluções aos seus protestos. Deste ponto de vista, os objectivos da manifestação da "geração à rasca" é de uma pobreza confrangedora.


Basta ler o seu manifesto para constatarmos que é composto por uma amálgama de constatações que todos conhecemos, vinda de uma geração que diz querer uma solução para os seus problemas e fazer parte dessa solução, mas que nada propõe.


Sempre desconfiei de movimentos sem conteúdo ideológico, que constatam que as coisas não estão bem, o que é verdade, mas que não incluem uma orientação social e política para os problemas.


Temos assistido nos últimos anos a uma perde de valores e interesses colectivos, que se tem traduzido por um vazio das perspectivas de vida, sobretudo na gerações mais jovens. Para isso tem contribuído a crise em que o país está mergulhado, mas também a perda progressiva dos ideais políticos e sociais.


Não podemos, comparar este tipo de movimentos, como alguns o querem comparar, aos de Maio 68. Nessa altura o que existia era uma profunda vontade de mudança política, apesar dos ideias de uma certa esquerda se terem desmoronado com a queda do muro de Berlim, mas sobretudo uma vontade de mudança dos paradigmas sociais.


Este movimento, não prefigura nada disso. Esta geração que responsabiliza os políticos pela actual incerteza, também têm a sua quota-parte de responsabilidade consumado no seu imobilismo, consumismo, facilitismo e individualismo. Também ela contribui para alimentar uma casta de políticos parasitas. 


A falta de consciência e de reivindicação política e social conduziu-nos progressivamente à perda da soberania nacional, através de órgãos supranacionais como a União Europeia, e ao domínio tentacular das multinacionais sobre todos os nossos sectores económicos. A resolução dos problemas passa assim por propostas de medidas concretas.





Manifesto da "geração à rasca":


Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.
Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país. Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados. Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.
Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza – políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.
Caso contrário:
a) Defrauda-se o presente, por não termos a oportunidade de concretizar o nosso potencial, bloqueando a melhoria das condições económicas e sociais do país. Desperdiçam-se as aspirações de toda uma geração, que não pode prosperar.
b) Insulta-se o passado, porque as gerações anteriores trabalharam pelo nosso acesso à educação, pela nossa segurança, pelos nossos direitos laborais e pela nossa liberdade. Desperdiçam-se décadas de esforço, investimento e dedicação.
c) Hipoteca-se o futuro, que se vislumbra sem educação de qualidade para todos e sem reformas justas para aqueles que trabalham toda a vida. Desperdiçam-se os recursos e competências que poderiam levar o país ao sucesso económico.
Somos a geração com o maior nível de formação na história do país. Por isso, não nos deixamos abater pelo cansaço, nem pela frustração, nem pela falta de perspectivas. Acreditamos que temos os recursos e as ferramentas para dar um futuro melhor a nós mesmos e a Portugal.
Não protestamos contra as outras gerações. Apenas não estamos, nem queremos estar à espera que os problemas se resolvam. Protestamos por uma solução e queremos ser parte dela.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Os Estados Unidos preparam-se para intervir na Líbia

.


Os Estados Unidos e a NATO preparam-se para intervir na Líbia. 
Razões humanitárias? Não, controlo do seu petróleo.



A guerra do petróleo.


A Líbia possui 3,5% das reservas mundiais de petróleo (mais do dobre dos Estados Unidos), 80% situa-se na zona este do país.




A Eni (Ente nazionali idrocarburi) realiza na Líbia 15% do seu volume de negócios, mas o mesmo se passa com a BP, Royal Dutch Shell, Total, Basf, Statoil e Rapsol. Centenas de russo de Gazprom e 30 mil chineses que trabalhavam em empresas petrolíferas e da construção civil são obrigados a abandonar a Líbia.


Ao todo com uma população de apenas 6 milhões de habitantes, a Líbia tem um milhão e meio de trabalhadores imigrantes, sobretudo de origem norte africana.


 A China mostra-se preocupada com os acontecimentos na Líbia e "deseja que volte rapidamente à estabilidade e à normalidade". As razões são clara: o comercio entre os dois países cresceu 30% em 2010 e a Líbia representa para a China um importante fornecedor de petróleo de que tanto necessita dado rápido crescimento económico. A Rússia defende a mesma posição.


Em contrapartida,os Estados Unidos que tinham apelado a uma transição pacifica no caso do Egipto, desta vez condenam o governo líbio e dizem "dispor de uma gama completa de opções para responder à crise, incluindo acções que poderão desencadear e acções que poderão coordenar com os seus aliados através de instituições multilaterais".


 A mensagem é clara: existe a possibilidade de uma intervenção militar USA/NATO na Líbia. Motivo: por fim a um banho de sangue. Na realidade, com a queda de Kadhafi, os Estados Unidos poderiam colocar as suas multinacionais no terreno e explorar as reservas energéticas da Líbia, exploração essa de onde foram até agora excluídos. Os Estados Unidos poderiam assim controlar a torneira energética da qual depende uma grande parte da Europa e sobretudo o seu actual grande rival: a China.


 A Líbia tornou-se um importante local do braço de ferro entre a China e o Estados Unidos. Com 5 milhões de técnicos chineses em África, este país participa na construção de industrias e infraestruturas, os Estados Unidos não sendo competitivos nesse campo, apostam na vertente militar nesse continente.


 São os Estados Unidos que treinam o AfriCom, principal instrumento de penetração no continente. A NATO também está para concluir um tratado de parceria militar com a União Africana que reúne 53 países africanos. O quartel geral da parceria NATO-União Africana está a ser construído em Adis Abeba na Etiópia e será financiado com 27 milhões de euros da Alemanha e será batizado "Edifício da Paz e da Segurança".




Uma guerra anunciada.



A intervenção dos Estados Unidos e da NATO na Líbia já está a ser preparada a algum tempo, tendo sido planeada para coincidir com as manifestações nos países árabes vizinhos. Os media encarregaram-se de fazer crer na opinião pública que o movimento de protesto líbio tinha surgido espontâneamente arrastado pelos protestos na Tunísia e no Egipto.


O cenário estratégico consiste em fazer pressão para que seja criado e reconhecido um governo intermédio na região este do país o pulverizar posteriormente. 


Essa operação já está em curso. "Centenas de conselheiros americanos, britânicos e franceses chegaram à província do Cerinaica, a este da Líbia. Esses conselheiro incluem agentes dos serviços secretos e desembarcaram de navios de guerra estacionados ao largo de Benghazi e de Tobruk" (DEBK Afile,US military advisers in Cyrenaica, 25 février 2011).


Os Estados Unidos e as forças especiais aliadas já estão no terreno para fornecer apoio aos rebeles. Este facto foi confirmado quando comandos das forças especiais britânicas das SAS foram feitos prisioneiros na região de Benghazi (Top Uk commandos captured by rebel forces in Libya: Report, Indian Express, 6 mars 2011) e (U.K. diplomatic team leaves Libya - World - CBS News, 6 mars 2011).  


"O "diplomata" britânico  capturado com sete soldados das forças especiais, era um membro dos serviços secretos britânico,  um agente do M16, em missão secreta" (The Sun, 7 mars 2011)


Uma potência naval massiva dos Estados Unidos já se encontra ao longa da costa da Líbia. O porta aviões USS Enterprise e os navios anfíbios USS Ponce e USS Kearsarge já estão no mediterrâneo.


400 Marines americanos foram enviados para ilha de Creta na Grécia e depois embarcados em navios de guerra em direcção à Líbia (Operation Libya: US Marines on Crete for Libyan deployment, Times of Malta, 3 mars 2011).



A Alemanha enviou 3 navios de guerra com o pretexto de evacuar refugiados na fronteira entre a Líbia e a Tunísia. A França enviou o porta aviões Mistral pelas mesmas razões. O Canadá enviou a fregata Charlottetown.





 

http://www.alterinfo.net/Insurrection-et-intervention-militaire-Tentative-de-coup-d-Etat-des-Etats-Unis-et-de-l-OTAN-en-Libye_a56146.html?preaction=nl&id=9310505&idnl=85485&

http://www.mondialisation.ca/index.php?context=va&aid=23372





quarta-feira, 9 de março de 2011

Afinal os políticos vão ser aumentados em 20% !

.

Após terem sido promulgados os diplomas que reduzem em 5% os vencimentos dos gabinetes dos políticos e de uma maneira geral entre 3,5% e 10% os salários da função pública, eis que surge no Orçamento de Estado para 2011 um aumento das despesas de representação dos governantes e chefias de 20%. 


Desta forma,os governantes e chefias poderão ser compensados pelos cortes dos vencimentos, o que não acontecerá com os restantes trabalhadores.



O economista Eugénio Rosa analisou algumas dotações inscritas nos orçamentos dos Serviços Integrados da Administração Central em 2010 e em 2011.


As despesas de representação passaram de 16,1 milhões de euros em 2010 para 19,3 milhões de euros em 2011, ou seja um aumento de 20%. Este facto não deixa de ser um escândalo quando os trabalhadores da Função Pública viram os seus ordenados reduzidos em 1,4 mil milhões de euros. 


A titulo de exemplo, um secretário de Estado que tem uma remuneração de 4500 euros vai receber mais 1300 euros em despesas de representação e um cargo de direcção intermédia que tem uma remuneração de 3000 euros irá receber 300 euros em despesas de remuneração. Ao todo representam 6000 funcionários.


As despesas com combustíveis e lubrificantes vão aumentar 26,6% em relação ao ano anterior, passando assim de 42,5 para 53,8 milhões de euros. Isto quando governo tinha dito que iria reduzir os gasto com a sua frota automóvel.


No que diz respeito à aquisição de serviços a privados como por exemplo pareceres, consultoria, assistência técnica ou publicidade, muitos dos quais poderiam ser realizados internamente por trabalhadores da Administração Pública, o governo prevê gastar 1,3 mil milhões de euros. A aquisição destes serviços a privados irá enriquecer muitas empresas algumas das quais com relações promíscuas com vários políticos que vão alternando com cargos nessas empresas.


Finalmente, a dotação destinada à contratação de trabalhadores tarefeiros (recibos verdes) sobe 205% em 2011! Após ter reduzido e congelado os vencimentos dos trabalhadores da Administração Pública, este facto demonstra a  intenção do governo de substituir trabalhadores com vinculo permanente por trabalhadores com vinculo precário.


http://www.eugeniorosa.com/

sexta-feira, 4 de março de 2011

A privatização da emissão do dinheiro

.

Até há cem anos atrás, a emissão do dinheiro estava reservada aos estados que assim podiam controlar as suas economia. Esse papel foi transferidos para os bancos  privados que assim controlam os Estados.






Primeiro observação:
Os Estados perderam o seu poder de decisão e de regulação da economia mundial:


O sistema liberal tinha uma fé  "cega" na autoregulação dos mercados, e assim, os mercados não podiam intervir directamente nos Estados para regular os seus desequilibrios.  Esse papél era dos Estados. Actualmente não é o caso. Porquê? 


- porque os centros de decisão sobre a economia mundial pertence actualmente a um pequeno grupo de homens potentes com grande poder monetário. Assim sendo, os estados democraticamente eleitos estão privados das suas decisões sobre a suas próprias economias nacionais.

- por exemplo, o preço da energia escapa totalmente ao controlo dos estados e estão nas mãos dos especuladores.

- um grande numero de países, em particular o russo e o americano, tiveram pessoas que não serviram o seu país, mas sim o interesse dos grandes grupos financeiros. Muitos foram os que passaram de ministro das finanças à direcção de grandes empresas e de bancos e vice versa.



Segunda observação:
o sistema financeiro foi privatizado.


Apesar dos nomes enganadores, como banco de Portugal ou Banco Central Europeu, historicamente, o poder bancário foi-se impondo aos estados, sobretudo no século 19. Antigamente era o Estado que cunhava a sua própria moeda. Actualmente é a FED nos Estados Unidos ou o BCE na Europa que cunham as moedas.


Este facto muda tudo. Agora são os Estados que têm de pedir o dinheiro de que necessitam a têm de pagar os respectivos juros. Se os Estados imprimissem a sua moeda, não haveria taxas de juro e as respectivas dívidas.


Mas nem sempre foi assim, vários Estados tentaram imprimir a sua moeda mas sem sucesso.


Para impedir os banqueiros de imprimir o dinheiro, Thomas Jefferson, fundador da constituição americana,  tentou impedir a impressão privada do dinheiro e dizia: "considero as instituições bancárias mais perigosas do que as forças armadas. Se o povo americano autoriza os bancos privados a controlar a massa monetária, os bancos vão desenvolver uma maneira de empobrecer as pessoas até que um dia vão acordar sem os bens e casas no território que os seus pais conquistaram." Apesar disso os Morgans, Rothschild, Warburg e Rockefeller vão conseguir impor  o poder bancário aos estados.



O presidente Lincoln, que tinha visto o jogo perigoso dos Rothschild, decidiu não se submeter à ditadura dos financeiros europeus e em 1852 obteve o voto do Legal Tender Act pelo Congresso que o autorizava a imprimir dinheiro sem ter de pagar a terceiros, foi o "Green Back" que era imprimidos com tinta verde. 


Explicava: "o poder financeiro tiraniza a nação em tempo de paz e conspira contra ela na adversidade. É mais despótica que uma monarquia, mais insolente de que uma ditadura, mais egoísta do que uma burocracia. Tenho dois grandes inimigos, as forças armadas no sul e os banqueiros no norte. E dos dois, são os banqueiros os meus piores inimigos".


Também dizia premonitoriamente: "vejo num futuro próximo uma crise que fará tremer a segurança do meu país, e onde o poder do dinheiro tentará prolongar o seu reino até que toda a riqueza esteja concentrada em poucas mãos".


Foi morto no dia 14 de abril de 1965 por John Wilkes Booth sem que o crime tenha sido elucidado. O presidente seguinte suspendeu a impressão dos "greenback" e os Estados Unidos voltaram aos dinheiro-dívida dos banqueiros.


Cem anos mais tarde, no dia 4 de junho de 1953, o presidente Kennedy assinava o Ordem Executiva nº 11110 na qual o governo retomava o poder inscrito na constituição: o de criar  a sua própria moeda sem passar pela Reserva Federal. O presidente Kennedy mandou imprimir 4,3 mil milhares de notas de 1,2,5,10,20 e 100 dólares. Esta nova moeda com base nas reservas de ouro e de prata fazia lembrar os "greenback" de Lincoln. 


Com uma simples assinatura, Kennedy revogava os privilégios dos bancos privados que constituam a FED, que detinam oficialmente desde 1013. Mais uma vez o assassinato de Kennedy pôs fim a um projecto que foi rapidamente revogado pelo seu sucessor.

Hoje me dia os estados da zona euro não podem não podem recorrer ao Banco Central Europeu (BCE) para contrair dívidas, têm de o fazer através dos bancos privados. Mas a banca financia-se junto do BCE pagando uma taxa de juro de apenas 1% e depois essa mesma banca empresta esse mesmo dinheiro às famílias, às empresas e ao estado cobrando taxas de juros de cerca de 5%.

"Ajuda" do FMI não funciona

.


As ultimas estatísticas da Grécia mostram que o plano de salvamento da ajuda do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) não funcionou. O que aconteceu na Grécia foi uma regressão económica e social sem precedentes.





Alguns numero: baixa das pensões de 7%, dívida de 153% do PIB (contra 128% em 2009) e dos 8% de défice público, 6,5% são para pagar as dívidas! Torna-se cada vez mais evidente, que a Grécia nunca mais vai conseguir pagar a sua dívida. Entretanto o desemprego ultrapassa os 14%, a inflação os 4,7% e o poder de compra diminuiu 10% em um ano.


Para destruir ainda mais a economia, o FMI pede mais privatizações e está "disposto" a acrescentar mais uma ajuda de 50 mil milhões de euros. Esta nova ajuda deverá provocar um novo pânico nos mercados financeiros e um aumento das taxas de juros nos países da zona euro.


As taxa de juros da dívida grega estão ao mesmo nível que tinham antes da ajuda, ou seja 11,8%.
O mesmo se passa com a Irlanda.
Em Portugal e Espanha, essas taxas são as mais altas de sempre, com 7,4% e 5,4% respectivamente.


Esta nova crise do euro mostra duas coisas: que as escolhas de recuperação económica e monetária falharam e que a intervenção do BCE/FMI não serve para reduzir as famosas taxa da dívida. Esta obsessão em querer viabilizar um euro moribundo serve apenas os bancos e as grandes fortunas com as privatizações, à custa de reduções de salários, morte dos serviços públicos, redução das pensões e aumento dos impostos, resumindo à custa dos trabalhadores.


A manutenção do euro está-se a fazer à custa da classe média, de dramas sociais e da miséria do povo que apesar de indignado pouco se revolta. As medidas aplicadas e que ainda este mês deverão ser imposta a Portugal em nada vão resolver o nosso problema do sobreendividamento.



Dia 15 Março é dia "Z" (Zeitgeist)

.


O dia 15 de Março é o dia "Z" ou dia Zeitgeist, neste dia vão ser realizados vários eventos locais em todo o mundo. Com um misto de utopia e lucidez, o que é na realidade o movimento Zeitgeist?


O movimento Zeitgeist diz ter mais de 400 mil membros em todo o mundo, em Portugal serão cerca de 1500.


O Movimento Zeitgeist é o braço activista do Projecto Vénus. Desenvolvido pelo engenheiro social e designer industrial Jacque Fresco, o projecto advoga a aplicação do método científico nas questões sociais e ambientais. Não é um movimento político. Não reconhece nações, governos, raças, religiões, credos ou classes.


O Movimento Zeitgeist tem o seu nome tirado dos documentários produzidos, escritos e narrados por Peter Joseph disponíveis na "internet". Zeitgeist, o Filme (nome original: "Zeitgeist, Official Release"), estreou em 2007 e a sequela, Zeitgeist: Addendum, estreou em 2008. Um terceiro filme Zeitgeist: Moving Forward, vai estreiar em Janeiro de 2011.



Zeitgeist (2007)

"Zeitgeist" é um polémico documentário amador ramificado em três partes distintas. O título surge de um termo alemão que significa "Espírito do Tempo", e que é atribuído segundo alguns dos maiores filósofos alemães ao avanço intelectual e cultural do mundo, numa determinada época. Realizado, produzido e escrito pelo anónimo Peter Joseph, "Zeitgeist" foi lançado pela primeira vez no serviço Google Video, em Junho de 2007, tornando-se em poucas semanas o filme mais visto de sempre alojado nos servidores da Google (8 Milhões no final de Novembro, sendo que foi retirada desde dessa altura o contador, ninguém sabe bem porquê). Tal fama levou a que Peter Joseph fosse convidado pelos responsáveis do "4th Annual Artivist Film Festival & Artivist Awards" a apresentar a sua controversa obra caseira ao circuito cinematográfico.


Temos então uma primeira parte intitulada "The Greatest Story Ever Told". Esta investiga e analisa aquela que o autor considera ser a maior encenação da história da humanidade: a existência de um Cristo e as religiões em si. Defende o realizador que Jesus é um figura híbrida astrológica, mitológica e literária, baseada numa lenda criada por uma civilização bastante anterior ao "ano 0" e que, desde essa altura, foi adaptada e remodelada consoante a época e as necessidades de controlo social dos mais diversos povos.

Depois deste embate de factos e pesquisas sociais, somos bombardeados com uma fase intermédia que defende aquela que é a conspiração rainha deste novo milénio: os atentados terroristas do 11 de Setembro, numa peça denominada "All the World is a Stage". Entre demolições controladas, aviões invisíveis e declarações de seguranças que viram as cassetes de vigilância antes de elas serem todas confiscadas pelo FBI, temos aqui um complemento interessante ao mais do que célebre "9/11: Loose Changes".


Para terminar, uma abordagem arriscada e refrescante à dominação mundial por parte dos sistemas bancários impostos nas sociedades modernas, com especial destaque para os Estados Unidos, com uma conspiração bem montada que envolve a Reserva Federal, a família Rockefeller, duas Guerras Mundiais, o Iraque, o Vietname e até a Venezuela. Este capítulo denomina-se "Don't Mind The Men Behind The Curtain" e serve de machadada final à teoria que Peter Joseph apresenta no ínicio de "Zeitgeist": somos umas marionetas neste mundo e não nos importamos com isso.



http://cinemanotebook.blogspot.com/2008/01/zeitgeist-2007.html

Vídeo Online Legendado em Português: Google Videos
Site Oficial com Links para Download:
ZeitgeistMovie.Com

quarta-feira, 2 de março de 2011

A Alemanha é que tem um problema com as dívidas !

.



E se fosse a Alemanha a ter um problema com a acumulação das dívidas que compra aos países da zona Euro e não os estados devedores? É com esta premissa, que com humor, o economista francês Charles Gave, vê este problema.




Desde há anos que a Alemanha subvenciona a sua produção, taxa os seus consumos (aumento do IVA) e recusa desregulamentar o seu sector dos serviços, onde não é competitiva.A finalidade era obter excedentes exteriores, que para os alemães significava um sinal de boa gestão.


Assim, durante os últimos 10 anos acumulou um excedente comercial de 700 mil milhões de euros à custa dos seus parceiros da zona Euro, isto é vendeu 700 mil milhões de euros a mais do que comprou. Em troca acumulou notas e mais notas de euros emitidos pela Grécia, Itália, Portugal ou a Irlanda.


Quando existe um excedente nas contas correntes, temos um défice na balança dos capitais, isto é emprestamos dinheiro aos que compram os nossos produtos. Foi o que aconteceu na Alemanha.


O pagamento das diferenças da balança comercial foi executada pela Alemanha, por exemplo aceitando a divida emitida por esses países. Temos pois esses papéis guardados nos cofres das bancas alemãs.


No caso da Irlanda, os bancos da Alemanha emprestaram 180 mil milhões de euros aos bancos irlandeses, com a compra das suas obrigações ou sob a forma de empréstimos directos, esse valor representa 3 vezes o PIB irlandês. Como é que foi possível um total de empréstimos tão grande? Pode-se pensar que houve uma falha das autoridades alemãs competentes no controle dos seus bancos.


E agora a Alemanha, credor irresponsável, vira-se para esses países e dizem que está fora de questão não serem reembolsados, nem que as populações desses países tenham que cair na miséria para salvar esses banqueiros incompetentes.


Se eu fosse ministro das finanças desses países, diria:
- se eu devo um milhão ao banco, tenho um problema,
- se eu lhe devo mil milhões, é o banco que tem um problema!


E não me venham com a história de que a boa-fé dos banqueiros foi apanhada de surpresa, emprestar 3 vezes o PIB da Irlanda a esse país, ajudado os bancos Irlandeses a especular, deve ter envolvido grandes comissões que não foram perdidas para todos.


Então eu diria simplesmente à senhora Merkel:
- Vocês estão na origem do problema, os primeiros bancos a irem à falência são os vossos, é urgente encontrarem uma solução como continuar a financiar o resto da Europa e desregulamentar os sectores onde não são competitivos para poderem vender qualquer coisa. Ser credor não vos dá qualquer direito especial, sobretudo pela má distribuição que fizeram desses créditos. Não é empobrecendo os outros europeus que as dividas que acumularam serão pagas, ao contrario.


A Europa só sairá reforçada se as economias, todas as economia, crescerem.




http://lafaillitedeletat.com/2010/12/16/berlin-on-a-un-probleme-article-a-paraitre-dans-le-jdf/

terça-feira, 1 de março de 2011

Lista de todos os presidentes e reuniões de Bilderberg

.



Lista dos presidentes e locais de reunião de todos os encontros anuais do o Clube Bilderberg




Lista dos Presidentes do Clube Bilderberg:


1999 - Now
Davignon, Vicomte Étienne
Belgium

1990 - 1998

Carrington, Peter
United Kingdom

1986 - 1989

Roll of Ipsden, Eric(† 2005)
United Kingdom

1981 - 1985

Scheel, Walter
Germany
1977 - 1980


Douglas-Home, Alexander Frederick(† 1995)
United Kingdom

1954 - 1975
1954 - 1975
van Lippe-Biesterfeld, Bernhard(† 2004)
Netherlands


De notar que
Francisco Pinto Balsemão é membro do Comité de Direcção, tendo participado em todas a reuniões desde 1981, com a excepção das de 1982 e 1986, num total de 28 vezes.

David Rockfeller foi o que participante mais assíduo, com 47 participações das 57 reuniões.





Lista das datas, país, local e número de participantes nas reuniões:


03.06.2010 - 06.06.2010
Spain
Sitges
Dolce Sitges
123
14.05.2009 - 17.05.2009
Greece
Vouliagmeni
Nafsika Astir Palace Hotel
125
05.06.2008 - 08.06.2008
USA
Chantilly, Virginia
Westfields Marriott Hotel
141
31.05.2007 - 03.06.2007
Turkey
Istanbul
Ritz Carlton Hotel
87
08.06.2006 - 11.06.2006
Canada
Ottawa
Brookstreet Hotel
133
05.05.2005 - 08.05.2005
Germany
Rottach-Egern
Dorint Sofitel Seehotel
133
03.06.2004 - 06.06.2004
Italy
Stresa
Grand Hotel des Iles Borromees
127
15.05.2003 - 18.05.2003
France
Versailles, Paris
Trianon Palace Hotel
125
30.05.2002 - 02.06.2002
USA
Chantilly, Virginia
Westfields Marriott Hotel
113
24.05.2001 - 27.05.2001
Sweden
Stenungsund
Hotel Stenungsbaden
106
01.06.2000 - 03.06.2000
Belgium
Brussels
Chateau Du Lac Hotel
94
03.06.1999 - 06.06.1999
Portugal
Sintra
Caesar Park Hotel Penha Longa
114
14.05.1998 - 17.05.1998
United Kingdom
Turnberry
Turnberry Hotel
121
12.06.1997 - 15.06.1997
USA
Atlanta, Georgia
Pine Isle Resor
115
30.05.1996 - 02.06.1996
Canada
Toronto
CIBC Leadership Centre
116
08.06.1995 - 11.06.1995
Switzerland
Bürgenstock
Palace Hotel
119
02.06.1994 - 05.06.1994
Finland
Helsinki
Kalastajatorppa Hotel
117
22.04.1993 - 25.04.1993
Greece
Vouliagmeni
Nafsika Astir Palace Hotel
119
21.05.1992 - 24.05.1992
France
Évian-les-Bains
Royal Club Evian Hotel
126
06.06.1991 - 09.06.1991
Germany
Bühl, Baden
Schlosshotel Bühlerhöhe
119
11.05.1990 - 13.05.1990
USA
Glen Cove, New York
Harrison Conference Center
124
12.05.1989 - 14.05.1989
Spain
La Toja
Gran Hotel de La Toja
115
03.06.1988 - 05.06.1988
Austria
Telfs-Buchen
Interalpen-Hotel Tyrol
120
24.04.1987 - 26.04.1987
Italy
Cernobbio
Villa d'Este
110
25.04.1986 - 27.04.1986
United Kingdom
Gleneagles
Gleneagles Hotel
113
10.05.1985 - 12.05.1985
USA
Rye Brook, New York
Doral Arrowwood Hotel
117
11.05.1984 - 13.05.1984
Sweden
Saltsjöbaden
Grand Hotel Saltsjöbaden
120
13.05.1983 - 15.05.1983
Canada
Montebello, Quebec
Château Montebello Hotel
133
14.05.1982 - 16.05.1982
Norway
Sandefjord
Rica Park Hotel
126
15.05.1981 - 17.05.1981
Switzerland
Bürgenstock, Nidwalden
Palace Hotel
108
18.04.1980 - 20.04.1980
Germany
Aachen
Dorint Sofitel Quellenhof
116
27.04.1979 - 29.04.1979
Austria
Baden
Grand Hotel Sauerhof
101
21.04.1978 - 23.04.1978
USA
Princeton, New Jersey
Chauncey Conference Center
108
22.04.1977 - 24.04.1977
United Kingdom
Torquay
Paramount Imperial Hotel
103
25.04.1975 - 27.04.1975
Turkey
Çesme
Golden Dolphin Hotel
100
19.04.1974 - 21.04.1974
France
Megève
Hotel Mont d'Arboisin
94
11.05.1973 - 13.05.1973
Sweden
Saltsjöbaden
Grand Hotel Saltsjöbaden
84
21.04.1972 - 23.04.1972
Belgium
Knokke
La Reserve di Knokke-Heist
108
23.04.1971 - 25.04.1971
USA
Woodstock, Vermont
Woodstock Inn
94
17.04.1970 - 19.04.1970
Switzerland
Bad Ragaz
Grand Hotel Quellenhof
99
09.05.1969 - 11.05.1969
Denmark
Helsingør
Hotel Marienlyst
92
26.04.1968 - 28.04.1968
Canada
Mont Tremblant, Quebec
???
95
31.03.1967 - 02.04.1967
United Kingdom
Cambridge
???
97
25.03.1966 - 27.03.1966
Germany
Wiesbaden
Nassauer Hof Hotel Wiesbaden
84
02.04.1965 - 04.04.1965
Italy
Cernobbio
Villa d'Este
93
20.04.1964 - 22.04.1964
USA
Williamsburg, Virginia
The Williamsburg Inn
100
29.05.1963 - 31.05.1963
France
Cannes
???
94
18.05.1962 - 20.05.1962
Sweden
Saltsjöbaden
Grand Hotel Saltsjöbaden
1
21.04.1961 - 23.04.1961
Canada
Lac-Beauport, Quebec
Manoir St. Castin
1
28.05.1960 - 29.05.1960
Switzerland
Bürgenstock, Nidwalden
Palace Hotel
1
18.09.1959 - 20.09.1959
Turkey
Yesilköy, Istanbul
Çinar Hotel
1
13.09.1958 - 15.09.1958
United Kingdom
Buxton
Palace Hotel
72
04.10.1957 - 06.10.1957
Italy
Fiuggi
Grand Hotel Palazzo della Fonte
1
15.02.1957 - 17.02.1957
USA
St. Simons Island, Georgia
King and Prince Hotel
77
11.05.1956 - 13.05.1956
Denmark
Fredensborg
Hotel Store Kro
1
23.09.1955 - 25.09.1955
Germany
Garmisch-Partenkirchen
Grand Hotel Sonnenbichl
1
18.03.1955 - 20.03.1955
France
Barbizon
Hotellerie Du Bas-Breau
1
29.05.1954 - 31.05.1954
Netherlands
Oosterbeek
Hotel de Bilderberg
71


Fonte: http://www.bilderbergips.org/