quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Infarmed: que independência?




Em Portugal, o Infarmed é a entidade que regula o mercado do medicamento, mais exactamente, é a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde. É um instituto público integrado na administração indirecta do Estado, dotado de autonomia administrativa, financeira e património próprio, este prossegue as atribuições do Ministério da Saúde, sob superintendência e tutela do respectivo ministro.

Aliás, foi a ministra da Saúde, Ana Jorge, que convidou recentemente Jorge Torgal, amigo de longa data e colega do curso de medicina, para novo presidente do Infarmed.
Até aqui tudo bem, é uma escolha política, legitima dentro do quadro de dependência tutelar do Infarmed.




Promiscuidade entre a Infarmed e a indústria farmacêutica.



O problema é que Jorge Torgal, além de ter sido presidente do Instituto de Medicina Tropical de Lisboa e vice-presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, foi durante longos anos vogal do Conselho de Curadores da Fundação GlaxoSmithKline das Ciências de Saúde. A Fundação da GSK é uma instituição sem fins lucrativos que promove e patrocina “projectos e actividades de investigação e divulgação científica e tecnológica”.


Independentemente de sabermos para que servem as fundações, fuga aos impostos entre outras "actividades", a questão pertinente é compreender como é que pode ser nomeado para presidente do Infarmed um médico profundamente embebido longos anos na segunda maior farmacêutica do mundo, a seguir à Pfizer, a GlaxoSmithKline?


Foi o ano passado, quando ainda era director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, que Jorge Torgal, afirmava que uma epidemia da gripe A em Portugal poderia causar dois a três milhões de infectados e 75 mil mortos. Claro que foi um acaso, a vacina encomendada por Portugal ter sido a Pandemrix, produzida pelo laboratório...GlaxoSmithKline.


Como se isso não chegasse, Jorge Torgal, convidou para vice-presidente um médico que até há pouco tempo foi director-geral de uma multinacional farmacêutica em Portugal, Miguel Vigeant Gomes, ex-director da Janssen Cilag Farmacêutica.




Quando a indústria farmacêutica faz lei.



Esta falta de transparência e independência não é um caso exclusivamente português. Basta lembrar, que no ano passado, em plena "pandemia" de gripe A, a própria OMS (Organização Mundial de Saúde) preconizava o uso de Tamiflu para todos os portadores da doença, quando já então o BMJ (British Medical Journal) publicava um estudo mostrando a sua ineficácia. Mais do que isso, os estudos anteriores que tinham demonstrado a eficácia do Tamiflu tinham sido financiados pelo laboratório que o fabricava.


É difícil provar a implicação dos laboratório farmacêuticos nas decisões de organismos que deveriam zelar pela independência e o bem da saúde pública e dos doentes, mas a dúvida é legitima. Grande parte do financiamento da OMS é feito pela industria farmacêutica. O mesmo se passa com a FDA (Food and Drug Administration) nos Estados Unidos ou a Afssaps (Agence française de sécurité sanitaire des produits de santé) em França, ou ainda a EMA (Agência Europeia dos Medicamentos.

Poderia pensar-se que só na sua autorização de colocação no mercado é que a influência da indústria farmacêutica é preponderante, mas esta passa-se a todos o níveis. Os estudos clínicos são muitas das vezes manipulados, ou para aumentar artificialmente a eficácia de um medicamento ou para minimizar os seus efeitos secundários.

As declarações, feitas de livre vontade, da inexistência de conflitos de interesses dos redactores de artigos médicos em relação aos laboratórios farmacêuticos não chegam para dissipar a opacidade das relações existentes entre os dois. A publicação dos resultados que conduzem os especialistas dos organismos como o Infarmed, designados para avaliar os medicamentos, por exemplo quanto à sua toxicidade ou benefício/risco, seria bem vinda.


A farmacovigilância, está cada vez mais confiada à indústria farmacêutica o que não deixa de ser preocupante. O exemplo mais flagrante, é uma directiva da Comissão Europeia, de dezembro de 2008, que preconiza o fim do financiamento público da farmacovigilência, tanto do ponto de vista da colheita de dados como da sua interpretação, quanto aos efeitos secundários dos medicamentos. Esta passara a ser realizada unicamente pela indústria farmacêutica. No entanto, é a própria Comissão que admite que 5% das hospitalizações são devidas a reacções secundárias provocadas pelos medicamentos e que estas representam um quinto das mortes hospitalares.

No século passado, um medicamento era tido como suspeito até provar a sua inocuidade e eficácia. Após a segunda guerra mundial, o método adoptado passou a ser os ensaios duplamente cegos, com vista a minimizar as interpretações subjectivas. Este último método é o que prevalece ainda hoje mas o sua realização passou a ser controlado pelos laboratórios. Resultado: caso único nas actividades económicas, é a própria indústria farmacêutica que se auto-avalia.




http://www.publico.pt/Sociedade/jorge-torgal-e-o-novo-presidente-do-infarmed_1434450

http://www.publico.pt/Sociedade/novo-vice-do-infarmed-vem-da-industria-farmaceutica_1436943

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Paracetamol: atenção às sobredosagens



O paracetamol é um dos medicamentos mais utilizados para a febre e a dor.

Permanece um referência inultrapassada e como tal deve ser usado como primeira escolha, mas cuidado com as sobredosagens.




Risco a partir de 3 g por dia.


O paracetamol é o medicamento de eleição no tratamento da dor e da febre. Não sendo um anti-inflamatório, não provoca lesões gástricas.

A dose habitual no adulto é de 0,5 a 1 g se necessário três vezes por dia.

Largamente utilizado, quando ingerido voluntariamente ou acidentalmente em dose elevadas pode provocar intoxicações graves, por vezes mortais. Uma necrose do fígado pode surgir com uma insuficiência hepática ao fim do quinto ou sexto dia.

Numerosos são os casos relatados nas revistas médicas de intoxicação do fígado pelo paracetamol. A revista BMJ (British Medical Journal) relata, este mês, mais dois casos de insuficiência hepática aguda provocada por este medicamento.

Mais uma vez uma chamada de atenção importante para não tomar mais do que 4 g diárias de paracetamol. Essa dose deve ser reduzida para 3 g diárias no caso de pessoas com alguma doença do fígado, alcoolismo crónico ou desidratação. Nos casos em que o peso de um adulto seja inferior a 50 kg, não deverá ultrapassar 2 g por dia.


O antídoto para as intoxicações com paracetamol é a acetilcisteína, usado como expectorante com o nome comercial de Fluimucil, existe sob a forma de comprimidos efervescente ou solução, mas também sob a forma injectável no tratamento das intoxicações com o paracetamol nas primeiras oito horas.



Nas crianças: para a febre, primeiro o paracetamol.


Para baixar a febre nas crianças, o paracetamol permanece o tratamento de referência. A revista "Prescrire" elaborou um estudo com 156 crianças, com idades entre os 6 meses e os 6 anos, com febre e tratadas, umas com o paracetamol (Ben-u-ron) unicamente, outras com o ibuprofeno (Brufen) unicamente e um terceiro grupo com a associação dos dois (paracetamol e ibuprofeno.

Durante as 4 primeiras horas, as crianças taratada com a associação permaneceram mais tempo sem febre, 171 minutos, contra 156 minutos com o ibuprofeno e 116 minutos com o paracetamol. Mas ao fim de 48 horas, não foi observada nenhuma diferença nos sintomas ligados à febre entre os vários grupos.



Nas artroses: primeira escolha, o paracetamol.


Nas dores articulares provocadas pelas artroses, o paracetamol deve ser o medicamento de primeira linha. Quando este não é suficiente, devemos recorrer aos anti-inflamatórios. Aqui o que apresenta menor risco, sobretudo gastro-intestinal, é o ibuprofeno.

A glucosamina (Viartril) ou a condroitina (Ossin) não mostraram qualquer utilidade na artrose. Não se revelaram serem mais eficazes do que um placebo, tendo efeitos secundários: reacções alergicas para a glucosamina e alterações digestivas para a condroitina.



http://www.bmj.com/content/341/bmj.c6764.full

http://www.prescrire.org/docu/archive/aLaUne/dossierDouleursArticulairesParacetamol.php

http://www.pharmacorama.com/Rubriques/Output/Eicosanoidesa5_1_7.php

http://www.prescrire.org/fr/3/31/20098/0/NewsDetails.aspx

Ómega 3 e vitamina B não previnem os acidentes cardiovasculares




A ingestão suplementar de ómega 3 está na moda. Muitos são os alimentos que mencionam serem ricos nesses ácidos gordos. Apesar da publicidade, a inutilidade da ingestão suplementar de ómega 3 já foi aqui abordada. Um novo estudo clínico vai no mesmo sentido.




Um estudo clínico realizado em França e publicado no dia 29 de novembro deste ano na revista BMJ (British Medical Journal) procurou avaliar se os doentes com antecedentes de doenças cardiovasculares beneficiam com a ingestão de vitamana B ou ómega 3 na prevenção de um segundo episódio desses mesmas doenças.


Foram estudados 2501 doentes, durante 4,7 anos, que tinham tido um enfarte do miocardio, um acidente vascular cerebral ou angina de peito. Foi administrado a esses doentes vitamina B e ómega 3, num estudo duplamente cego versus placebo. Um grupo de doentes teve um suplemento de vitamina B, outro um suplemento de ómega 3 e outro ambos os suplementos.


Verificou-se um aumento da homocisteína em 19% dos doentes que tomavam vitamina B em relação aos que tomavam placebo. Houve um aumento plasmático de ómega 3 em 37% nos que tomavam esse ácido gordo em relação ao grupo placebo.


Tanto nos doentes que tomavam um suplemento de vitamina B como nos que tomavam um suplemento de ómega 3 não houve uma qualquer redução da mortalidade ou na incidência de um novo episódio de eventos cardiovasculares.








quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A hipocrisia das campanhas de natal !



Antes de mais, acho que cabe ao estado, através das suas receitas fiscais, promover a equidade na sua redistribuição das riquezas, prioritariamente aos mais necessitados. Como infelizmente isto nem sempre é feito, a sociedade civil e algumas empresas podem contribuir para uma maior igualdade social.


Cronicamente, na época natalícia surgem campanhas, sobretudo na televisão, com vista à angariação de donativos para ajudar esta ou aquela organização necessitada. Como veremos, quem ganha com essas campanhas não são só os seus destinatários.



Doar o dinheiro dos outros.


As campanhas de donativos em dinheiro nos hipermercados, por exemplo com o famoso arredondamento no preço final das compras, beneficia sobretudo os próprios hipermercados. Estes fazem publicidade gratuita à sua marca, aumentam as vendas, fazem a doação de dinheiro que não é deles, ficando com a fama, e por fim ainda deduzem esse dinheiro nos impostos. Só benefícios!


Assim, é fácil fazer caridade com o dinheiro dos outros.
Se esses grandes supermercados, Continente, Worten e outros, querem dar dinheiro a organizações carenciadas, porque é que não o fazem directamente dos seus cofres?
A Jerónimo Martins, quando das inundações da Madeira, não precisou deste tipo de subterfúgio para doar um milhão de euros à região, e isto parafraseando a sua publicidade: "sem talões, cartões e outras complicações".


A propósito da Madeira, sabem porque é que os madeirenses só receberam 2 milhões e não 2 milhões e 880 mil euros doados na campanha de chamadas telefónicas a favor do temporal?
Porque essa diferença foi para os cofres da PT e do estado.
Quando de boas fé as pessoas ligavam para doar os 60 centimos por chamada + IVA, esse total era então de 72 centimos, mas o donativo real que chegou à Madeira era de 50 centimos.
Os 22 centimos de diferença, ou seja 33% do total, foram para a PT (10 centimos) e para o estado (12 centimos representando o IVA cobrado).



quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Quando os medicamentos matam



Após mais de cinquenta artigos sobre medicamentos e o lobby farmacêutico, e 100 000 visitantes, aqui fica a tradução de um artigo de opinião de Bruno Toussaint, médico, director de redacção da revista "Prescrire".




Este corrobora a minha opinião, como médico, há 25 anos, sobre as medidas que deveriam urgentemente serem tomadas para evitar novos casos mortais como os de Vioxx, Liopbay, Avandia e Mediator.






Para evitar um novo caso Mediator.




Qual é o ponto comum entre Lipobay (cerivastatina), Vioxx (rofecoxib), Reductil (sibutramina), Acomplia (rimonabant), Avandia (rsiglitazona), Mediator (benffluorex), entre outros medicamentos?




Todos foram retirados do mercado no decorrer destes últimos anos, por causa dos seus efeitos secundários de uma gravidade desproporcionada em relação aos benefícios que traziam para os doentes. Em todos estes casos, esses efeitos secundários eram conhecidos de longa data ou previsíveis. Conhecidos muitas das vezes assim que foram colocados no mercado, porque esses foram observados durante os ensaios clínicos. Previssíveis por raciocínio farmacológico ou pela proximidade quimica desse medicamento com outros medicamentos que tinham esfeitos secundários graves.




Estudos clínicos ulteriores e notificações dos efeitos secundários por médicos e a sua posterior analise nos centros de farmacovigilância, em França ou em outros países, vieram confirmar o que à partida era conhecido ou previsível.




Para todos estes medicamentos, a revista "Prescrire" tinha alertado os seus assinantes durante anos, muito antes que as autoridades acabassem por decidir as suas retiradas do mercado. assim, provavelmente, milhares de doentes poderiam ter escapado aos seus efeitos secundários graves e estes desastres de saúde pública poderiam ter sido evitados.




Para isso são necessárias três condições.




Antes mais, a condição de pensar sempre em termos de benefício/risco para os doentes: porquê correr um risco, mesmo que minimo, quando não existe nenhum benefício real demonstrado?




Depois, a condição de dar a maior atençaõ aos efeitos secundários descitos nos ensaios clínicos, de aplicar raciciocínios de farmacologia básica, e d e analisar as publicações especializadas de farmacovigilância do mundo inteiro.




Por fim, a condição de em caso de dúvida fazer sempre beneficiar o doente e não o laboratório farmacêutico: não voltaremos a dar vida às vítimas mortais do Mediator, apesar dos processos que irão ser movidos contra o laboratório Servier.




O caso Mediator revela disfuncionamentos graves das autoridades sanitárias francesas, que foram bem descritas por Irène Frachon no seu livro "Mediator 150 mg, sous-titre censuré". disfuncionamentos que também são observados na Europa e no resto do mundo.




Este caso confirma a necessidade urgente de reforçar a avaliação dos medicamentos antes de serem colocados no mercado, de uma maneira independente dos laboratórios farmacêuticos; de reforçar as leis europeias para que os novos medicamentos sejam obrigados a demonstrar um interesse terapêutico real em relação aos medicamentos de refrência; de tornar as agências sanitárias independentes dos laboratórios farmacêuticos, seja financeiramente ou em termos de avaliação, demasiadas vezes influenciadas por conflitos de interesse com esses laboratórios.




Temos de reforçar consideravelmente a farmacovigilância para que sejam investigados e analisados mais activamente os efeitos secundários; tornar as decisões de retirada do mercados mais rápidas, fundadas numa avaliação médica de benefício/risco e não sobre um compromisso económico/benefício económico e industrial versus saúde dos doentes.




Nada disto é irrealista. Trata-se de uma simple aplicação, pelos médicos, as agências sanitárias, a indústria farmacêutica, sem esquecer os responsáveis políticos, de um princípio ético básico da medicina desde de Hipócrates: antes de tudo não prejudicar.






segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Wikileaks: o angolano, o amigo português, o ex-general russo e o bloco de urânio...

(Pastilha de urânio, neste caso pastilhas de óxido cerâmico que são carregadas no núcleo de um reator nuclear)



É sabido que após o desmembramento da ex-URSS o tráfico de urânio tornou-se uma realidade muitas vezes associado às máfias locais.

Mas a última revelação da Wikileaks, de hoje, mais parece um filme policial de um péssimo realizador ou um filme cómico.


As revelações:


O jornal Público revela documentos secretos divulgados pela Wikileaks de Julho de 2008, provenientes da embaixada americana em Lisboa, relatava que um informador que se tinha deslocado ao local tinha contado uma história sobre um general russo reformado que teria um bloco de urânio para vender, mostrando uma fotografia da mercadoria. No telegrama comentava-se que "o visitante declarou que não estava a tomar medicação nem consultou nenhum especialista em saúde mental".

O visitante, de nacionalidade angolana, descreve desta vez a agência Lusa citando o telegrama, “declarou que tinha sido abordado há dois meses atrás por um sócio a tempo parcial chamado Orlando para ajudar a vender ‘placas de urânio’ de um ex-general russo a viver em Portugal. Orlando estava a trabalhar através de um ‘velho’ juiz a viver perto do Porto.”



http://www.publico.pt/Mundo/wikileaks-denuncia-de-tentativa-de-venda-de-uranio-em-portugal_1471807



Por seu lado, o Diário de Notícias escrevia: "a única prova que apresentou foi uma fotocópia a cores de uma fotografia, do que parecia ser um tijolo cinzento metálico colocado sobre a primeira página do jornal português Jornal de Notícias".
Na fotocópia estavam também escritas, à mão, as medidas de um rectângulo (21 centímetros de altura do lado esquerdo, 25 centímetros de altura do lado direito, 48 centímetros de largura na parte de cima, 51 centímetros de largura na parte de baixo e 31 centímetros de largura). O peso total era de 25,35 quilogramas.



http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1739227




O filme:

Enredo:

Este filme é de morrer a rir: um visitante angolano, que tem um sócio ("a tempo parcial"!) português chamado Orlando, que trabalha para um juiz do Porto, teria de ajudar um ex-general russo a vender um bloco de urânio. E como se isso não bastasse, o angolano não contactou a seu embaixada ou as autoridades portuguesas, não, a primeira coisa que se lembrou foi de contactar a embaixada americana em Lisboa. Lógico não?

Personagens:

Portanto, temos: o angolano, o seu amigo português, o juiz, o ex-general russo. Temos que reconhecer que era difícil encontrar um elenco mais atípico. No meio disto tudo encontra-se um bloco de urânio, que acreditam ser proveniente de nada mais nada menos do que de Chernobyl, a passear por Lisboa.

Fotografia:

Para completar este filme absurdo, temo a fotografia de uma espécie de tijolo cinzento em cima ... de um jornal, com as medidas escritas à mão e o prático e facilmente transportável peso de 25,35 kg.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O estranho Caso de Bob Boyce




Esta é a história de um investigador, Bob Boyce, no qual foram colocados, sem que o soubesse, dois chips no ombro.
Ficção científica? Não, realidade cada vez menos distante.



Era uma vez, um investigador e um chip...


Bob Boyce estava a trabalhar no seu laboratório de pesquisa electrónica, na Florida, quando reparou que tinha um pequeno alto por baixo da pele no ombro direito. Não ligou e continuou a trabalhar.

Passado algum tempo, a pele à volta desse alto tornou-se vermelha e dolorosa. Alguns meses depois quando utilizava um aparelho para medir frequências electromagnéticas, deu-se conta que esse aparelho registava a recepção de um sinal fraco, apesar de todos os outros aparelhos na sala estarem desligados. Intrigado conseguiu localizar a fonte da emissão desse sinal, tratava-se do seu ombro direito.

Pouco tempo depois, foi consultar o seu médico, por causa do seu ombro que tinha piorado, tendo a lesão aumentado de volume. Este disse-lhe tratar-se provavelmente de um cancro da pele. Foi decidida a cirurgia.

Ao retirar o tumor, reparou que no meio do tecido fibroso encontrava-se um corpo estranho um pouco maior de que um bago de arroz. Rob Boyce reconheceu tratar-se de um chip. No entanto, o médico convenceu-o a mandar os tecidos extraídos assim como o objecto para análise.

(Lesão tumoral e o chip extraido e fotografado pelo próprio Rob Boyce)


Uns dias mais tarde, o relatório de anatomia patológica confirmava que a lesão era cancerígena, mas não se referia a qualquer corpo estranho. Quanto ao cancro tratava-se daqueles que se verificam quando existe uma exposição prolongada aos Rx, como acontecia frequentemente com os técnicos de radiologia.

Passado uns meses, mesmo cenário. No seu laboratório, repara que o seu ombro direito emite novamente um sinal electromagnético. Contacta um amigo que possui um leitor de microchips RFID e constata que este envia um sinal com um número de identificação válido, fabricado pela empresa VeriChip, mas que este número não pode ser identificado nos registos existentes por ser tido como secreto. Este facto revela que a sua instalação seria ou governamental ou militar.

(A empresa VeriChip tem um registo da produção e aplicação de todos os seu chips, os registos das aplicações militares não podem ser consultados por serem secretos)

Voltou ao médico, que após uma simples radiografia pode constatar a presença de um corpo estranho da mesma dimensão que o primeiro, agora implantado numa região mais profunda do ombro direito.

(Na radiografia fornecida pelo médico e colocada online por Rob Boyce, podemos ver o chip na região superior do ombro direito)

Este chip foi extraído e, como já foi dito, impossível de identificar a proveniência da sua aplicação. Entretanto o cancro de Rob Boyce tinha metastizado e este encontra-se em estadio terminal.



Investigações incómodas...


Rob Boyce trabalha num projecto de "células hidróxido" que permitiria poupar cerca de 25% do consumo de carburante nos automóveis. O seu projecto foi em parte copiado por Potchen, CEO da empresa The Cell Inc., mas este com um rendimento muito inferior ao do Bob Boyce.

Um dos primeiros desnvolvimentos deste investigador foram circuitos electrolíticos que ele próprio testou no carro eléctrico de brincar da sua filha. Esta usa o carro durante o dia, graças à sua bateria que se auto carrega durante a noite. Este sistema permitiu que este processo se repetisse durante 35 dias. Muitos dos seus trabalhos foram baseados em aplicações das teorias de Tesla.



Epílogo...


Esta história tem todos os condimentos de espionagem industrial. Mas várias questões se levantam.

Como e quando foram colocados os chips no ombro de Rob Boyce?

Este diz ter-se sentido muito cansado e terá dormido alguns minutos após ter ingerido uma bebida numa reunião em que estavam presentes várias pessoas, algumas representantes da The Cell Inc. . A colocação de um chip demora pouco minutos.

Quem colocou os chips no ombro de Rob Boyce?

Potchem com quem Boyce tem um processo em tribunal por plágio, parece ser uma hipótese.

Qual o objectivo da colocação destes chips?

As investigações de Rob Boyce não eram consensuais. O lobby da indústria petrolífera viam nessas descobertas perdas potenciais na venda de petróleo.

Quem vigiava Rob Boyce?

Tudo indica que ele era vigiado ao mais alto nível, dado que a identificação do VeriChip encontra-se numa lista secreta militar ou governamental.


Qualquer que seja os motivos, este episódio não deixa de ser assustador. Até agora, muita gente só conhecia estas práticas nos filmes de ficção científica. Mas trata-se de um facto bem real.

De salientar que vários estudos já apontavam para que as ondas electromagnéticas dos chips pudessem produzir cancro, o que mais uma vez se demonstrou.

As populações mundiais andam a ser preparadas, desde há vários anos, para a aceitação de serem chipadas.

Primeiro foram os animais para uma possível localização futura em caso de desaparecimento, depois foram os carros, recentemente os recém nascidos em certas maternidades dos Estados Unidos para evitar os raptos, e algumas empresas já propõem chips para serem colocados nas crianças para estas poderem ser localizadas em caso de desaparecimento.

Não tarda, muito seremos todos nós a pedir a colocação de um chip no nosso corpo. Tudo isto para nos proteger. Tudo isto, claro, em nome da nossa segurança, mas com a perda progressiva da nossa liberdade. Onde é que eu já vi este filme?




sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Wikileaks: um projecto secreto da CIA?



Os reais objectivos de Wikileaks não são claros, o seu site é nebuloso, o seu fundador opaco.

Este tipo de divulgação de documentos ditos secretos não é transparente.


O fluxo de informação parece demasiado coordenado e orquestrado. Mais parece que estamos perante um projecto secreto, de manipulação mediática, fabricado ao mais alto nível.



Wikileaks: muitas dúvidas.



Quando visitamos o site da Wikileaks, o que mais espanta é a enorme quantidade de documentos. Ao longo da história algumas dezenas de documentos secretos foram divulgados ao público, mas nunca uma quantidade desta dimensão. Parece que subitamente resmas de ficheiros secretos da CIA foram postas à disposição de uma única organização.

Outro facto estranho, é que no site da Wikileaks apesar de centenas de milhares de documentos, estes estão classificados por categorias e permitem a consulta precisa de qualquer documento por tema. Os próprios fundadores revelam que não conhecem o conteúdo de muitos dos documentos, dado o enorme volume de dados. Não deixa de ser curioso este trabalho gigantesco de classificação que deve ter sido obra de uma grande coordenação, não sendo o resultado de qualquer grupo amador.

Tanta informação de tantos centros diplomáticos em simultâneo faz pensar que, ou todos os seus sistemas são permeáveis, o que não deixa de ser estranho, ou que estas informações foram disponibilizadas ao mais alto nível.

Como é que de repente, aparecem tantos documentos secretos?

Porque é que estes documentos são publicados em simultâneo e não ao longo do tempo?

Porque é que não existe uma única referência a Israel, país com uma grande cumplicidade com os Estados Unidos?

Porque é que os jornais escolhidos pela Wikileaks são os controlados pelos grupos financeiros americanos?

Wikileaks é um site nebuloso e o seu fundador, Julian Assange, uma personagem ainda mais nebulosa que não gosta de falar do seu passado. E justamente o passado de Julian Assange tem factos curiosos. Um deles prende-se com o episódio em que apenas saído da adolescência, já ter sido acusado de ter penetrado nos ficheiros secretos do Pentágono. Será credível que um hacker deste calibre não fosse vigiado de perto pela CIA e tenha conseguido criar um site e recolher documentos secretos sem o conhecimento e a intervenção desses serviços secretos.

O princípio do fim da liberdade na internet?

Os Estados Unidos garantem que os documentos revelados põem em perigo a segurança mundial, como se eles fossem os garantes dessa segurança, quando são os próprios através das suas guerras que destabilizam o xadrez politico mundial.

A mensagem que querem fazer passar para a opinião pública é que a livre informação, que a internet ainda representa é perigosa, logo tem de ser controlada. Não tardará muito que a liberdade de opinião na internet seja enquadrada legalmente em nome da segurança, tal como as liberdades individuais estão a ser limitadas em nome do terrorismo.




quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Wikileaks: informação ou intoxicação?





O site Wikileaks reúne e divulga informações confidenciais vindas de pessoas que trabalham para o governo americano.

Este site, fundado em 2006, goza actualmente de uma enorme campanha de divulgação após a revelação, a vários jornais, de informações sensíveis sobre o conflito no Afeganistão.



O que nos revela “Wikileaks”?



A fuga de 91.000 páginas vindas directamente do governo e do estado maior americano, que nos ensina que a guerra é mau, que civis inocentes foram mortos e que os Estados Unidos realizam operações militares secretas para matar líderes inimigos.

O arquivo mais famosos é um vídeo onde jornalistas da Reuters e crianças, entre outros, foram abatidos por soldados americanos de um helicóptero.

Mais interessante, os documentos revelam informações sobre a guerra no Afeganistão e sobre os serviços secretos paquistaneses, a ISI, que secretamente apoiam os Talibãs. De acordo com o Times: “Os documentos sugerem que o Paquistão, aliado de os E.U.A permitem que seus oficiais de espionagem organizem reuniões com os talibãs para estabelecer uma estratégia afim de organizar redes de activistas para lutar contra os soldados americanos no Afeganistão, e até mesmo executar planos para assassinar dirigentes afegãos.”

Há alguns meses atrás, líamos que os E.U.A financiam os Talibãs, Wikileaks diz o oposto. Perturbador.


Denúncia ?


Para quê divulgar “fugas” que apenas servem os interesses americanos, fornecendo argumentos que podem ser usados pelo governo dos E.U.A para estender suas guerras actuais, fugas que não contem qualquer revelação constrangedora. Nenhum alto escalão dentro do estabelecimento americano está seriamente comprometido por essas “fugas”.

Por que não há revelações sobre o sentimento de traição sentida por muitos soldados e oficiais que sabem que a guerra no Afeganistão não tem nada a ver com proteger os E.U.A ou a Inglaterra?

Wikileaks ficou conhecido com este vídeo onde vemos pessoas inocentes mortas por tropas da coalizão. Muito mau … constrangedor … Mas isto não nos diz nada de novo…


O que pensa o fundador de Wikileaks sobre os eventos do 11 de Setembro de 2001?


O fundador da Wikileaks, Julian Assange, está incomodado com a verdade sobre o 11 de Setembro, como ele diz no jornal Belfast Telegraph:

Acerca do 11 de Setembro ? “Sinto-me constantemente irritado por essas pessoas que se distraem com falsas conspirações como os eventos de 11 de Setembro, enquanto que nos fornecemos provas de reiais conspirações, sobre a guerra ou a fraude financeira maciça.”

E sobre as conferências Bilderberg ? “É mais ou menos conspiratório. Nós publicamos as respectivas notas de reunião. “

Ele fala como Chomsky sobre Israel: “A América é o problema, não os banksters internacionais que a possuem ou o lobby sionista que a controla …”

Esta técnica é chamada de “contra-fogo” (fogo posto na frente de um incêndio para impedir a propagação) é uma estratégia para antecipar e assumir a contestação para desactivar o protesto real. É usar a verdade para servir a mentira. Esta é a dialéctica hegeliana da acção-reacção-solução. Muitas boas pessoas são levadas por caminhos errados quando elas acreditam e seguem essas pessoas.

Se Julian Dessange embaraçasse o governo E.U.A, ao tempo que ele seria acusado de “alta traição” por divulgar informações que comprometem a segurança do Estado e militar. Ou apenas estaria a seis metros debaixo da terra, o governo E.U.A não sendo conhecido por sua delicadeza para com aqueles que tentam realmente colocar-lhes paus nas rodas.


Suspeito:


Como é que as informações de Wikileaks foram divulgadas pelas manchetes da imprensa internacional ? No passado, eles nunca divulgaram elementos que contestasse a versão oficial sobre os acontecimentos do 11 de Setembro, no entanto, muitos documentos, testemunhas e peritos existem, basta consulta-los. Nenhum título denunciou a falsidade das acusações americanas sobre as armas de destruição maciça, pretexto para uma intervenção militar no Iraque.

Nenhum título deu voz aos economistas que previram o crash da bolsa e a entrada na crise em 2008. E nós deveríamos nos alegrar por eles anunciarem em uníssono que têm em sua posse documentos que permitirão ao público entender o lado negro do conflito no Afeganistão?


Com base nestas revelações, o que podemos pensar de Wikileaks?


É um contra-fogo, ele entrou na estratégia de desinformação do governo E.U.A.

Não denuncia nada que já não se saiba ou que tenha real importância.

Prepara o terreno para uma possível invasão americana no Paquistão ou outras operações em curso.

Veja no site da BBC, Wikileaks “revela” que Bin Laden foi localizado no Paquistão:

“Em agosto de 2006, um relatório de inteligência E.U.A localizou bin Laden numa conferência em Quetta, na fronteira com o Paquistão. É relatado que ele e outros, como o bem conhecido Mullah Omar, estão a organizar ataques suicidas no Afeganistão.”

Então, afinal o diabólico Osama bin Laden não está morto, como pensa a maioria das pessoas que seguem a actualidade,… ele está vivo, de boa saúde e lidera a Al Qaeda e/ou talvez os talibãs para cometer ataques suicidas contras os americanos e seus aliados.

Ok, bem, agora com o Wikileaks, estamos muito bem informados …

Nikopol para AuLapinBlanc.Blogspot.com
Tradução ProvaFinal
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