terça-feira, 19 de janeiro de 2010

haiti: a guerra da reconstrução já começou...




No Haiti a guerra dos média já começou. Os Estados Unidos controlam o aeroporto, têm 12 000 militares no terreno e querem que todas as câmaras de televisão estejam focadas nas suas estructuras.

Os atrasos nas ajudas, provocados pela incompreensível não autorização de vários aviões no aeroporto controlado pelos americanos, quando outras aeronaves não prioritárias o poderam fazer, tornam-se imcompreensíveis.

Vendo para além da tragédia, estão em jogo questões políticas, diplomáticas e o apetessível negócio da reconstrução de Haiti...



USA, para além da ajuda.



Um avião francês com ajuda médica foi impedido de aterrar, a França protestou, depois voltou atrás dizendo que tinha havido um mal-entendido. Esta guerra diplomática têm como pano de fundo o protagonismo que a França e os Estados Unidos com vista a assumir os comandos na posterior reconsttrução do Haiti. E não é para menos, ontem o Presidente da República Diminicana, Leonel Fernandez, revelou que a reconstrução de país deve ser de 7 mil milhões de Euros ao longo de 5 anos.



Rony Brauman, antigo presidente de Médicos sem Fronteiras, esclarece que "a ajuda após uma catástrofe, significa adoptar uma postura de potância, os que ajudam dizem que têm os meios e manifestam a sua presença na cena internacional". "É sempre uma aposta política e diplomática importante, sem excepção. A dimensão política de uma catástrofe é geralmente pouco conhecida mas essencial para quem examina os factos".


Os Estados Unidos e Obama mostram assim que são indespensáveis e uma potência nos quais os povos do mundo podem contar. Também têm a vantagem de "dorar" a imagem desgastada de Obama.


Claro que toda a ajuda é bem vinda, mas se elas podessem ser instaladas mais rapidamente, em vez de aguarda em aeroportos circundante, teriam sido salvas muito mais vidas. Quando ao fim de uma semana nos dizem que 120 pessoas foram salvas, claro que qualquer vida é importante mesmo que tivesse sido uma única, mas não teria sido possível fazer mais? O aeroporto não sofreu danos importantes, e apesar de muitas estradas intransitáveis, os helicópteros poderiam ter feito um pouco mais.

Guerra mediática...


Nas televisões, a maioria das imagens são da chegada das forças armadas americanas, das suas instalações, dos seus barcos. O resto das reportagens são imagens dos mortos e feridos pinceladas de um certo voyeurismo. Para finalizar todas referem a violência, os motins e a insegurança quando muitos relatos de habitantes do Haiti elogiam a solidadriedade entre os sobreviventes.



Os média, controlados pelos que vão reconstruir o Haiti, vão pouco a pouco nos programando para o que aí vem: Haiti é um povo ingovernável, apenas os Estados Unidos têm capacidade para manter a ordem em contrapartida vão ficar donos do rico subsolo do país, de uma posição geoestratégica fundamental e com grande parte dos 7 mil milhões de Euros da reconstrução.



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