segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Ocupação americana do Haiti após o sismo.




A desgraça e a dor que afecta o Haiti, depois do seismo, está como seria de esperar em todos os noticiários.


Yves Engler, canadiano, membro do grupo Action Haïti Montréal, refere: "A cobertura mediática do sismo caracteriza-se pela desconecção quase total entre o desastre e a história social e política do Haiti. Repete-se que o governo não estava preparado para fazer frente a uma crise desta dimensão. É verdade. Mas não explicam porquê".





Militares americanos ocupam o Haiti.




"O sismo do Haiti, conduziu a uma das maiores operações de secorro da história dos Estados Unidos" disse Barack Obama ao lado dos seus predecessores George W. Bush e Bill Clinton. Um Fundo Clinton-Bush para o Haiti foi criado, para uma ajuda que poderá levar "meses ou anos". "Ficaremos no Haiti, o tempo que for necessário".



Os Estados Unidos enviaram 12 000 militares, para se juntarem aos 9 000 capacetes azuis, também destacaram o porta-aviões nuclear USS Carl Winson, um navio hospital, três navios amfibios. É verdade que o Haiti apenas dispõe de 2 000 polícias, além das força da ONU, e que nestas circonstâncias é muito dificil manter a ordem num país já de si caótico.


No sábado a bandeira americana foi issada no aeroporto de Port-au-Prince! Após protesto do presidente do Haiti, René Préval, esta foi retirada. Porque é que a gestão do aeroporto foi assumida pelos Estados Unidos? Não seria normal que o fosse pela ONU?


Ajudar o Haiti naõ significa ocupar o Haiti. Mas de facto parece que é o que está a acontecer.


As forças americanas não foram mandatadas para assumir o comando do Haiti. Robert Gates, o secretário americano da Defesa, bem pode afirmar que estão ali "para proteger o povo inocente do haiti" e que "não estão a realizar acções unilaterais, mas sim a trabalhar com os haitianos, que são um povo soberano".


Não parece, são eles que decidem, em função das suas prioridades, quais os aviões que devem ou não aterrar num aeroporto sobrecarregado, perante os protestos da França, do Canadá e do Brasil.

(Aeroporto de Port-au-Prince)


Críticas à ONU e ao presidente haitiano.


É à ONU, sucursal dos Estados Unidos, que competia coordenar as operações, mas esta pouco ou nada tem feito. Quanto ao actual presidente do Haiti, René Préval, este é apenas uma marionete, o verdadeiro poder é exercido pelas forças presentes da ONU manipuladas pelos Estados Unidos e algumas Organizações Não Governamentais controladas pelos americanos.


Foram os Estados Unidos, a ONU e o FMI, entre outros, que ajudaram a classe dirigente do Haiti a submeter-se aos planos económicos neoliberais que empobreceram a população, provocaram a desflorestação e arruinaram a agricultura.


Como outros presidentes americanos antes dele, Barack Obama, ajudou as classe priviligiadas do Haiti, apoiou as multinacionais que aproveitaram a mão de obra barata, reduziu o poder de regulamentação do estado e ajudou a reprimir qualquer forma de resistencia política.





Haiti: matérias primas e posição estratégica...


Há uns anos, foi descoberto no subsolo do Haiti uma grande quantidade de petróleo, mais de 20 zonas foram catalogadas. Númerosos especialista referem que as reservas petrolíferas do Haiti são superiores às da Venezuela. Os Estados Unidos não as exploram por considerá-las reservas estratégicas.

O solo do Haiti também é rico em urânio e irídio. Este último, é extremamente raro, só a África do Sul produz alguma quantidade. Sendo resistente a altas temperaturas, é utilizado nos computadores, nos caros, nos aviões e nos foguetões. Na indústria militar é utilizado para a protecção das cabeças dos mísseis balísticos intercontinentais.

O Haiti também representa, do ponto de vista estratégico, uma zona fundamental para controle do tráfego marítimo que passa pelo canal de Panamá, e uma vigilância apertada a Cuba e à Venezuela.








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