segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Cabinda: Uma aberração geográfica e política.




Qual é o primeiro e único país no mundo em que uma equipa de futebol tenha sido atacado por metralhadora? Angola.

Só se pode varrer o lixo por debaixo do tapete por algum tempo.

Vamos uma vez por todas esquecer a hipocrisia e dizer algumas verdades sobre este país, considerado por tantos como uma espécie de paraíso. Nada poderia estar mais longe da verdade.




Estas palavras são de Timothy Bancroft-Hinchey, Director e Chefe de Redacção do jornal russo Pravda.






Angola, um país dominado pela corrupção.



Timothy Bancroft-Hinchey diz ainda: "Em 2008, Bob Geldof causou um tumulto durante um discurso proferido em Lisboa, no qual ele afirmou que Angola é um país "gerido por criminosos". Ele, justamente, sublinhou as enormes disparidades nos padrões de vida, num país onde a elite formada pelos dirigentes do partido do governo (MPLA) vivem no luxo, enquanto a grande maioria da população luta para sobreviver.
Muitos dos altos funcionários de Angola são corruptos.


No entanto, Angola é anunciada como uma espécie de paraíso, especialmente em Portugal, onde funcionários do governo fecham os olhos para a flagrante falta de democracia no país. Segundo a Constituição de Angola, o presidente é eleito para um mandato de 5 anos (art. 59 º) por voto universal, directo, igual, secreto e periódico. José Eduardo dos Santos está no poder há 27 anos.


Apesar da flagrante falta de democracia em Angola, apesar das terríveis condições de vida de vastas faixas da população, enquanto a elite corrupta perpetua a sua existência através de um sistema de subornos e comissões (em conluio com os europeus), os países e as empresas estão fazendo fila para assinar contratos lucrativos com uma das economias de mais rápido crescimento do mundo.


Enquanto Angola é tratada com um grau de servilismo repugnante como uma espécie de Nirvana dos dias actuais e enquanto aqueles que são covardes demais para enfrentar e dizer a verdade fecham os olhos, a verdade é que o World Democracy Audit premeia Angola com um miserável ranking de 116 em 150 pontos (1 sendo o valor óptimo). O mesmo relatório atribui a Angola 132 (de uma escala de 1 a 149) por corrupção, 94 numa escala de 1 a 150 para a liberdade de imprensa, 6 numa escala de 1 a 7, para direitos políticos e 5 para liberdades civis.


Toda a verdade é que Angola, em termos gerais, é um país corrupto, a verdade é que Angola é um país horrivelmente mal governado e a verdade é que Angola é um país antidemocrático. E aqueles que se associam com os criminosos são tão culpados quanto eles, em perpetuar uma sociedade injusta que providencia tudo para alguns e dá absolutamente nada ao cidadão comum.







Breve história de Cabinda.



Cabinda é um território de África Central, situado entre a Républica do Congo ao norte e a Républica Democrática do Congo ao sul e este, tem 200 km de costa a oeste. Com 10 000 km2 e 600 000 habitantes, não possui qualquer fronteira com Angola. Tem uma lingua própria descinhecida em Angola.


O actual território de Cabinda foram os antigos reinos de Kakongo, Loango e Ngoyo. Em 1885, o tratado de Simulambuco transforma este território num protectorado português. Por razões financeiras, em 1956, Portugal, que já não podia dar-se ao luxo de ter dois governadores, um em Cabinda e outro em Angola, coloca um único governador em Luanda, capital de Angola.


A Constituição Portuguesa de 1933 em vigor até 1975, estabelecia uma disteincção nitida entre Cabinda e Angola. Com o 25 de Abril e a independência de Angola, os habitantes de Cabinda julgavam poder tornar-se independentes, dado o fim do protectorado português. Mas POrtugal permitiu que o MPLA se instala-se em Luanda e sobretudo controlar Cabinda.





O problema de Cabinda é ... ter petróleo.



Qual o interesse deste pequeno território? Cabinda é rico em petóleo. A sua exploração começou em 1954, e em 1957, um Decreto-Lei português autorizava à Cabinda Gulf Oil Co. o mono´pólio de pesquisas de petróleo e derivados.


Actualmente as multinacionais petrolíferas são: a Sonangol com 41%, Chevron com 39%, Elftotalfina com 10% e Agip com 10%.


Como sempre, a população de Cabinda vive na miséria e a situação de grande contestação apenas é mantida pela força, exercida pelas forças armadas de Angola.



Quem está por trás do atentado?


A autoria do atentado contra a equipe do Togo foi revendicada pelo FLEC (Frente de Libertação do Enclave de Cabinda), inicialmente pelo FLEC-PM e agora também pelo Flec-FAC.


Questões por responder:


- Por que razão, sabendo o governo angolano da situação em Cabinda, este permitiu que a selecção do Togo viajasse de autocarro, quando as outras selecções viajarram de avião?


- Porque é que durante o tiroteio, que durou cerca de 20 minutos, não houve intervenção dos militares angolanos estacionados em Cabinda? (Cerca de 40 000 soldados)


O presidente da FLEC, N'Zita Henriques, diz que o atentado foi premeditado pelo governo de Angola, "o objectivo é desacreditar totalmente a FLEC, para esta ser endexada como movimento terrorista".


O facto é que, António Bento Bembe, ministro angolano (que já pertenceu à FLEC), disse querer "reiterar o seu apelo à comunidade internacional para que possamos combater estes elementos, persegui-los, e emitir um mandato de captura internacional da mesma forma que se faz para operacionais da al-qaeda"


A representante da Human Right Watch, Lisa Rimli, refere que "os média estatais têm vindo sistematicamente a omitir informações sobre estes ataques, sobre asituação precária de segurança e os jornalistas locais independentes têm vindo a ser intimidados para que parem de noticiar ataques armados".







2 comentários:

  1. Cabinda é e sempre foi independente. N' Zita Tiago Henriques é considerado o Chefe supremo dos Cabindas. Mas Angola quer manter o stato quo da anexação. Até que a ONU decida pela Autodeterminação... e Liberte Cabinda. Quanto tempo demora ? Uma ou duas Gerações não contam. A vitória será Cabinda.

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