Os ideólogos europeus da austeridade a qualquer preço têm razões para sorrir, o seu bom aluno português, rendido à ditadura economicista da União Europeia, conseguiu após quatro anos de austeridade que o partido no poder tivesse a maioria dos votos nas eleições legislativas.
Portugal perante o síndrome de Estocolmo.
Este Portugal, anti-Grécia, parece querer mais cortes nas pensões, nos salários (sobretudo na função pública), cortes na saúde, na educação e venda ao desbarato das suas empresas estatais.
Como explicar, a não ser por uma atitude masoquista, que muitos portugueses estejam dispostos a continuar no mesmo caminho? Estamos perante uma inhabitual votação, uma espécie de síndrome de Estocolmo.
Aproveitando-se da docilidade e apatia do povo português, o primeiro ministro conseguiu inculcar na sociedade que, apesar dos sacrifícios, seria pena não aproveitar as magras decida do desemprego e da diminuição do deficit publico.
Uma esquerda dividida.
Se é verdade que a esquerda portuguesa tem no conjunto a maioria de votos, uma grande distância política e de propostas separa o Partido Socialista do Bloco de Esquerda e sobretudo do Partido Comunista.
A abstenção foi a maior de sempre desde o 25 de abril com 43%.
Um Presidente da República inadmissível !
Perante este impasse, o Presidente da Republica, em vez de defender a constituição e valores de compromisso, revela uma atitude arrogante e rancorosa instigando ainda mais a conflitualidade entre os partidos em presença.
É inadmíssivel que um Presidente da Republica faça um discurso impensável numa democracia, com consideração sobre deputados de primeira e deputados de segunda e instigando a divisões fracturantes entre os portugueses.
Infelizmente, em Portugal, o Presidente da Republica não responde perante nenhum órgão de soberania. O Presidente da República só pode deixar de exercer as suas funções ou
por morte, ou por ele próprio abdicar ou por uma razão que tenha a ver
com a sua saúde.
Como refere Pacheco Pereira, o discurso do Presidente da Republica está "no limite do legal".
"Está no limite do Constitucional e, portanto, no limite do legal. O que
o PR fez foi dizer que uma parte importante dos portugueses não pode
ter acesso ao poder político. Exclui partidos do livre jogo democrático.
Ao fazer isso, só havia um passo seguinte a dar: ilegalizá-los, que no
fundo é o conteúdo latente da intervenção do PR. Ou seja: esses partidos
são menores, esses partidos não têm os mesmos direitos que os outros".
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Olá Octopus!
ResponderEliminarFelizmente 43% dos tugas já deixaram de ser irresponsáveis!
Claro que isto não chega para alterar o sistema salafrário vigente!
Sistemas destes só se mudam de forma forçada, não vai lá via voto!
Abraço
voza0db
Sobre as divisões da esquerda
ResponderEliminarNas questões centrais elas permanecem. O que diz nem sequer é uma análise, é um facto. Apenas (e é um grande apenas) a decisão do PCP rejeitar um governo altera profundamente a correlação de forças no jogo do poder.
Isto também não chega a ser uma análise. Dê-lhe a importância que entender...