sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O que quer Putin?

.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Rússia com 17 milhões de quilómetros quadrados, 150 milhões de habitantes, 11 fusos horários e 150 etnias, não é um país qualquer e fácil de governar. A Rússia de Putin não é uma autocracia, dado que o seu presidente é eleito, é uma espécie de democracia autoritária.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Da infância ao poder... 
 
 
Adulto, Putin vai apostar tudo no judo, por não se achar suficientemente forte e musculado. Apesar de ser um pequeno chefão das ruas do seu bairro, vai aprender a lutar não revelando as suas fraquezas ao seu adversário e aniquila-lo através das fraquezas desses adversários. É o mesmo método que utiliza hoje em dia para fazer frente aos Estados Unidos e à fraca Europa.
 
 
 
 
 
 
 
 
Um grande mestre de xadrez.


Putin é inteligente e um grande mestre de xadrez na actual política internacional.

 
Putin quer instaurar a ordem interna no país e restaurar a grandeza do povo russo, por isso é tão popular. Quando a Ucrânia lhe escapava, sobe salvaguardar os interesses russos: invadiu a Crimeia, que sempre foi território russo. 
 
 
Na Ucrânia, como na Geórgia, aproveita os conflitos para que essas regiões não se tornem membros da NATO que está a tentar cercar a Rússia.
 
 
Na Síria, a Rússia não só quer manter o seu porto no mediterrâneo, como também quer manter as suas exportações de armamento, que representam cerca de 10 % das exportações militares. 

 
Intervindo na Síria, também promove a sua identidade ortodoxa perante a tentativa muçulmana presente na Rússia com 15% da sua população.
 

A Rússia também reforça o seu papel no Médio Oriente: apoia o Irão (xiita) contra o poder dominante na região (sunita).
 
 
 
 
 
 
 
 
Putin o "moderador". 
 

O Ocidente ao isolar a Rússia com as suas sanções fazem que esta se aproxime dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que utilizam os suas próprias divisas e banco de desenvolvimento, perante um dólar falido.


Perante a incapacidade do Ocidente, Putin é o único que consegue reunir numa mesma mesa de negociações o regime Sírio, os Árabes, os iranianos, os sunitas e os xiitas.
 
 
 
 

O que quer Putin?
 
 
Simplesmente o poder e recuperar a antiga potência da Rússia. Isolada nas sanções e enfraquecida pela baixa do preço do petróleo, Putin quer tornar a Rússia num pião incontornável no Médio Oriente e por extensão no mundo, e está a consegui-lo.







.
 

 

 

 
 
   
 
 
 
 

5 comentários:

  1. Creio que essa visão sobre a Russia é um tanto simplista. Não me leve a mal. Essa minha afirmativa não tem como objetivo diminui-lo ou expressar que não sabe do que fala. Abraços cordiais de um leitor satisfeito como esse site.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caro Renato,

      Concordo consigo que tracei uma visão "simplista" que não reflete o que penso sobre vário aspecto da Rússia do ponte de vista económico, geoestratégica ou social; como muitas vezes tenho relatado (ainda recentemente).

      Já me fizeram as mesmas críticas, que aceito, até porque nunca tentei menesprezar a Rússia e a sua importância a nível mundial.

      Infelizmente acontece sempre a mesma coisa, sempre que tento escrever sobre um tema do ponto de vista puramente social de certos actores políticos haverá sempre críticas.

      Acho essas posições interessantes e dignas de registo, mas penso que pecam por não situar o contexto.

      Quando escrevi que do ponto de vista social o Partido Comunista Português (que sempre defendi como indespensável) tinha um resultado eleitoral muito acima da média europeia e que servia de "tampão" à extrema direita (residual em Portugal), fui acusado de anti-comunista. Essa não era a intenção.

      Da mesma forma, quando, independentemente da potência russa, tento analizar a personagem Putin (que em outros recentes artigos descrevo como um estraego de alto gabarito) mas tem um tique de autocráta, sou acusado de "destruir" a Rússia.

      Compreendo pois a sua posição e aceito.

      Um abraço.



      Eliminar
  2. Era bom criticar o artigo do José Goulão, que lhe enviei.

    Diogo Ferreira

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caro amigo,

      Acabei de ler o artigo pertinente que me enviou.

      Por acaso já tinha abordado em parte esse tema:

      http://octopedia.blogspot.pt/2015/09/quando-os-estados-unidos-fabricam.html

      Em que referia inclusivé:
      "Primeira potência económica mundial e militar, os Estados Unidos poderiam acabar rapidamente com estes movimentos extremistas, mas não querem."

      Um abraço

      Eliminar
  3. Compreendo que em certos momentos em que nos propomos a escrever, não queremos tocar em certos aspectos, pois o, ou os objetivos que se quer alcançar são outros. Peço desculpas por não lembrar-me desse detalhe tão importante. Quero salientar que, seus textos são esclarecedores e objetivos de modos que torna a leitura prazerosa.

    ResponderEliminar