quinta-feira, 17 de julho de 2014

Concursos televisivos rendem milhões

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A alienante programação televisível é prenchida à noite por telenovelas e durante o dias por enfadonhos concursos televisivos que no entanto são altamente rentáveis.




A Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC) apresentou uma queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e à Provedoria da Justiça contra o "assédio" e "abusos" de concursos televisivos da RTP, SIC e TVI.


Os telespetadores são "sucessivamente massacrados, ao longo do dia, com mensagens a apelar à participação em concursos" televisivos, através de chamadas de valor acrescentado, fazendo-os acreditar que se estão a candidatar "a um prémio monetário elevado", criticou Mário Frota, presidente da APDC.


Para Mário Frota, esta prática constitui "assédio", sendo entendido como "uma prática comercial agressiva", considerando-a "absolutamente ilegal". 


As chamadas de valor acrescentado são um grande negócio para os canais de televisão, para a PT, Finanças e para os bancos. Todos ganham. Os canais de televisão e a PT ganham uma percentagem das chamadas, as Finanças ganham o IVA e os bancos ganham uma taxa por cada transação que o vencedor efectua com o cartão de crédito que ganha.


Por lei, não há dinheiro nenhum em jogo, o que há é um cartão de crédito de um banco para o vencedor com o valor anunciado que só lhe permite pagar despesas durante um determinado período de tempo, pagando uma taxa elevada por cada despesa paga. Se o prazo expirar perde o saldo que lhe restar. 



Há programas cuja existência se deve apenas ao concurso, onde os apresentadores conseguem estar quarenta e cinco minutos a falar de nada, a aliciarem constantemente quem os está a ver.



Em 2013, só a SIC e a TVI ganharam mais de 70 milhões de euros com estes concursos.




Woody Allen, disse a propósito da Califórnia, que não se deita fora o lixo: "Eles reciclam-no sob a forma de programas de televisão". Este conceito infelizmente aplica-se também na Europa e particularmente em Portugal.




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