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A alienante programação televisível é prenchida à noite por telenovelas e durante o dias por enfadonhos concursos televisivos que no entanto são altamente rentáveis.
A Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC) apresentou uma
queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e à
Provedoria da Justiça contra o "assédio" e "abusos" de concursos
televisivos da RTP, SIC e TVI.
Os telespetadores são "sucessivamente massacrados, ao longo do dia, com
mensagens a apelar à participação em concursos" televisivos, através de
chamadas de valor acrescentado, fazendo-os acreditar que se estão a
candidatar "a um prémio monetário elevado", criticou Mário Frota,
presidente da APDC.
Para Mário Frota, esta prática constitui "assédio", sendo entendido como
"uma prática comercial agressiva", considerando-a "absolutamente
ilegal".
As chamadas de valor acrescentado são um grande negócio para os canais
de televisão, para a PT, Finanças e para os bancos. Todos ganham. Os
canais de televisão e a PT ganham uma percentagem das chamadas, as
Finanças ganham o IVA e os bancos ganham uma taxa por cada transação que
o vencedor efectua com o cartão de crédito que ganha.
Por lei, não há dinheiro nenhum em jogo, o que há é um cartão de crédito de um banco
para o vencedor com o valor anunciado que só lhe permite pagar despesas durante um
determinado período de tempo, pagando uma taxa elevada por cada despesa
paga. Se o prazo expirar perde o saldo que lhe restar.
Há programas cuja existência se deve apenas ao concurso, onde os
apresentadores conseguem estar quarenta e cinco minutos a falar de nada,
a aliciarem constantemente quem os está a ver.
Em 2013, só a SIC e a TVI ganharam mais de 70 milhões de euros com estes concursos.
Woody Allen, disse a propósito da Califórnia, que não se deita fora o lixo: "Eles reciclam-no sob a forma de programas de televisão". Este conceito infelizmente aplica-se também na Europa e particularmente em Portugal.
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