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Em França, a Afssaps (o equivalente ao Infarmed) decidiu publicar uma lista de 77 medicamentos que se encontram sob vigilância por terem efeitos secundários graves e para os quais uma possível retirada do mercado está a ser encarada. Muitos desses medicamentos são utilizados diariamente em Portugal.
Este artigo não se destina a criar qualquer medo injustificado nos seus utilizadores, mas simplesmente informar.
XENICAL e ALLI
Vendido na sua versão de 120 mg desde há 10 anos com o nome de Xenical, a mesma substancia (orlistato) é comercializada em venda livre com o nome de Alli doseada a 60 mg.
Esta substancia é usada na obesidade por diminuir a absorção digestiva das gorduras.
Os efeitos secundários mais frequente são as fezes oleosas e a diarreia por vezes com sangue. Existe a suspeita de poder aumentar o numero de fracturas ósseas e de ser responsável por raros casos de pancreatites e hepatites. Estes últimos casos estão na origem da sua vigilância a nível europeu.
CHAMPIX e ZYBAN
Comercializado desde 2007, é um medicamento utilizado nas pessoas que querem deixar de fumar.
É acusado de poder provocar perturbações psiquiátricas e conduzir a tentativas de suicídio. Logo após um ano de comercialização, foram referidos 174 efeitos secundários graves, dos quais 92 psiquiátricos.
Pouco utilizado, o Zyban tem os mesmos efeitos secundários. Na escolha de um medicamento para a cessação tabágica, é preferível usar um substituto da nicotina.
PROTELOS e OSSEOR
A substância activa destes medicamentos é o ranelato de estrôncio, foram colocados no mercado em 2006 para tratamento preventivo da osteoporose pós-menopausica.
O reforço da farmacovigilância actual deve-se ao facto de terem surgido várias reacções alérgicas ao medicamento, algumas das quais graves. Alterações do fígado e dos rins provocaram duas mortes. Nos casos referidos, o início dos sintomas apareceram entre 3 a 6 semanas após a toma do medicamento com erupção cutânea, febre, aumento do volume dos gânglios e aumento dos glóbulos branco que conduziram a alterações pulmonares, hepática e renais. Na maioria destes casos a situação voltou ao normal com a paragem do medicamento e corticoterapia.
ACTOS
Este antidiabético oral, a pioglitazona, é uma molécula da mesma família que a rosiglitazona do AVANDIA que foi retirado do mercado em novembro do ano passado, por aumentar o risco de doenças cardiovasculars. O Actos é suspeito de aumentar o risco de cancro da bexiga.
MINOCIN e MINOTREX
Este antibiótico, a minociclina, pertence à família das tetraciclinas e é usado no tratamento da acne e algumas infecções pulmonares e genitais. Foram detectados alguns efeitos secundários raros, mas graves, tais como hepatites, síndrome de Dress e algumas doenças auto-imunes.
PRIMALAN
Este medicamento destina-se ao tratamento sintomático das manifestações alérgicas como a rinite, conjuntivite ou urticária. Esta molécula, um anti-histamínico, a mequitazina, é utilizada desde há 30 anos, sobretudo nas crianças. Os efeitos secundários vão desde obstipação e sonolência até a possível ocorrência de convulsões. Após terem ocorrido alguns casos de alterações do ritmo cardíaco, este medicamente está sob farmacovigilância reforçada.
TRAMAL (Tramadol)
O tramadol é um opiáceo com propriedades analgésicas. Um dos problemas é a possível dependência, sobretudo por utilização abusiva ou doses elevadas. Também foram assinaladas convulsões e hipoglicémias..
RITALINA
Esta molécula, o metilfenidato, é utilizada, sobretudo nos Estados Unidos, para tratar as crianças com alterações da atenção ou hiperactividade. A molécula sendo uma anfetamina, cria frequentemente dependência. A sobredosagem pode provocar alterações cardiovasculares.
FOSAMAX (Ácido alendrónico), FOSAVANCE
Durante anos, o tratamento da menopausa, como os afrontamento e prevenção da osteoporose, passou pela medicação com hormonas, mas depois de se ter descoberto que estas aumentavam o risco de cancro da mama e de doenças cardíacas, estas foram praticamente abandonadas.
Apareceram então os bifosfonatos, dos quais o Fosamax, entre outros, faz parte. Casos de osteonecrose do maxilar explicam porque é que estes medicamentos estão a ser particularmente vigiados.
ROHYPNOL e STILNOX
Estes dois sedativos são dos mais populares do mercado e o Rohypnol foi durante muito tempo um sedativos mais consumidos pelos toxicodependentes.
Dada a elevada dependência que podem provocar, necessitando um desmame bastante complexo, estas moléculas estão a ser alvo de vigilância apertada.
PARLODEL
É usado para inibir a lactação nas mulheres que após o parto não desejam amamentar e na doença de Parkinson. Este medicamento aumenta o risco de acidentes vasculares cerebrais e de enfarte nas jovens mulheres que acabaram de dar à luz.
http://www.lefigaro.fr/sante/2011/02/13/01004-20110213ARTFIG00243-medicaments-surveilles-quels-risques.php
O ROHYPNOL já não se comercializa em Portugal há muito tempo.
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