Como devem ter reparado, não é habitual comentar a politica interna portuguesa. Porque não é o objectivo que me fixei neste blogue e porque para dizer a verdade, não é um assunto que me desperta particular atenção.
Porque acredito que Portugal já perdeu, como outros países europeus, a sua independência como Estado Nação com a adesão à União Europeia e porque a política mundial está subjugada às grandes multinacionais, achei oportuno publicar o excelente artigo de Pedro Lains, publicado no "jornal i," e que reflete bem o que se passa do ponto de vista político em Portugal.
Gosto, confesso, do que se está a passar. O governo não tem maioria absoluta e não pediu apoio. O principal partido da oposição não gostou. Disse-o. Ponto.
Se o Presidente nada fizer, porque o "normal funcionamento das instituições democráticas" não está, de facto, em questão, e se deixar que os partidos decidam e que haja eleições, então estamos no bom caminho.
A crise é grave mas tudo é relativo e, perante a democracia, tudo perde valor. Por outras palavras, no Portugal europeu não fazem sentido governos de iniciativa presidencial.
E a crise? No curto prazo, poderá haver dificuldades. Mas o curto prazo é o ritmo dos mercados, não o da política. Um governo português de gestão, em Bruxelas ou em Berlim, é mais um governo europeu de gestão. Eles por lá não se importam: estão habituados, são políticos.
Depois das eleições haverá outro governo, de preferência de maioria absoluta, com ou sem coligação (embora seja preocupante o facto de o actual CDS ainda não ter conseguido mostrar que sabe ser governo).
A receita depois será a mesma, sob a égide do desígnio nacional. A diferença será que haverá novos bodes expiatórios e Sócrates juntar-se-á a Brown, Cowen e Karamanlis. Tudo regular.
Restará depois avaliar as culpas. A quente, até parece que a culpa é dos políticos. Mais tarde, daqui a umas décadas, a frio, veremos se as coisas afinal não eram bem mais complicadas do que isso.
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