Existe em Portugal um certo sentimento de inveja para com quem consegue ter sucesso e dinheiro na vida, atitude própria dos países predominantemente católicos, o mesmo não acontece nos de expressão protestantes, em que o bem-estar e sucesso é admitido e encorajado.
Não está em questão pagarem milhões de euros a um Cristiano Ronaldo ou a um José Mourinho, quem aposta neles pelo seu mérito são entidades privadas que acham pagar pelo seu justo preço o que estes vão render às empresas que os contratam.
Até aqui tudo bem, apesar da obscenidade dos ordenados auferidos. O mesmo não se coloca quando se trata de empresas estatais, e como tal, pagas a preço de ouro por todos nós.
Quando vem a público que nas 20 empresas cotadas no PSI 20 os ordenados dos trabalhadores teveram uma baixa salarial de 11% enquanto os seus gestores tiveram um aumento de 5,3%, representando 17,6 milhões de euros, as coisas mudam.
Mudam, porque não é lícito que quem produz e assim proporciona os lucros, são os trabalhadores, aqueles que todos dias contribuem com o seu trabalho para que se possa aumentar, imagem curiosa em tempo de crise, os que não produzindo directamente, no sentido mais lato da sua concepção, e vejam assim os seus ordenados aumentados.
Muitos vão dizer que um trabalhador indiferenciado pode ser substituído por outro com as mesmas qualificações e que um bom gestor não o poderá ser, é verdade, mas justifica-se que estes ganhem 44 vezes mais do que o trabalhador que dirige?
A diferenciação técnica não pode justificar tudo. Se é verdade que um piloto de avião tem a responsabilidade de 100 ou 200 passageiros, não deixa de ser verdade que um condutor de metro tem muito mais.
Bem sei que é mais fácil conduzir uma composição de metro do que um avião, que o investimento nas sua formações é diferente, mas se um acidente acontece a suas responsabilidades são semelhantes.
Nada disto justifica uma tal diferença de salários, como nada justifica uma diferença salarial entre os gestores públicos, portanto pagos por nós, e os seu trabalhadores.
Esta diferença não é tipicamente portuguesa, nos EUA, segundo um estudo publicado este mês pelo Economic Policy Institute, os CEO das 350 maiores empresas ganham 231 vezes mais do que a média dos seus trabalhadores!
.
.
Olá Octopus... Imagine a estupidez que seria criar o "Salário Máximo Nacional" e "Tecto Máximo de Rendimento Global"... isto é que deixava muitos "democratas" com dores de cabeças gigantes... Imagino já os discursos que não seriam gritados nas televisões!
ResponderEliminarAbr
É parecido ao "dumping". Existe preço mínimo para vender produtos mas nada de limites máximos. Comprar garrafas num hospital com o preço inflacionado 10 vezes o preço da mesma numa grande superfície é difícil de entender.
ResponderEliminarIP
Os velhacos,os pulhas,os trafulhas,os cínicos,os hipócritas,os espertalhões,os tarmpolineiros, tanto civis como militares,da Alta,da Média,da pequena Burguesia e até mesmo gente da Plebe que sabiam como tirar o melhor partido da Ditadura clerical-fascista do estado Novo,agora ÊLES,seus apaniguados e «filhos da mesma escola»,em liberdade e democracia e com o Liberalismo económico em que cada qual se safa como pode, muito melhor sabem como tirar o melhor partido desta Situação.Só os bem intencionados ou palermas como eu,é que foram,são e serão sempre as eternas vítimas.E não esquecer que ÊLES estão a vingar-se do 25 d'Abrl.
ResponderEliminar