sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Outro Senhor do Mal Cai

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Até que enfim morreu.

 
Tinha que ser: Khadafi era mau.
Fez coisas horríveis, é verdade.

 
Não piores de quanto já fizeram um Obama ou um Cameron qualquer, mas sempre horríveis.

 
E, sobretudo, Khadafi era estúpido: não teve a capacidade de escolher o campo dos Bons.

 
Sobretudo era velho, desactualizado: Khadafi era um dinossauro analógico num mundo digital em contínua evolução.

 
Khadafi pensava que se o petróleo nascia na Líbia, então tinha que pertencer aos Líbios: pode-se dialogar com um individuo destes?
Khadafi pensava que um banco central tivesse de que ser controlado pelo governo: ridículo, fora de moda.

 
Khadafi acreditava ainda na resistência, na luta física, quando hoje os grandes conflitos são perpetrados com teclas. Por isso foi morto por tropas especiais camufladas de rebeldes, por alqaedistas armados pelos Americanos.
Dizem que lutou até o fim: honra para ele, no meio de burocratas que matam com cortes nas pensões ou banqueiros que arruínam vidas com assets.

 
Nos telejornais podemos ver as imagens do corpo dele, pisado, empurrado por Árabes. É importante que sejam Árabes a fazer isso, todos têm que ver como Khadafi era odiado no seu próprio País.

 
Ao mesmo tempo outras duas mensagens chegam com aquelas imagens.

 
A primeira, a mais evidente, é que foram os Árabes que mataram o homem, não nós ocidentais, que estamos inocentes.
Se Khadafi tivesse caído nas nossas mãos, teria sido morto, com certeza, mas só após um processo farsa, não assim no meio da rua.

 
A segunda mensagem, menos palpável mas nem por isso não presente, é que os Árabes são animais: mesmo os que lutam para "libertar" o País deles, são como bestas ferozes que não resistem perante a vista do sangue e do inimigo ferido.
Nós, os ocidentais, não somos assim, somos bem educados.

 
Mas que interessa isso num dia como o de hoje?
Um outro Senhor do Mal morreu, derrotado pela Justiça: é isso que interessa.
Após o bom Bin Laden, após o Número Dois de Al-Qaeda, agora é a vez de Khadafi.

 
Quem sobra?
A Coreia por enquanto está debaixo do chapéu chinês, pelo que não conta.
Cuba já não é o que era.
Chavez? Cão que ladra não morde.

 
Por isso temos Bashar al-Asad, na Síria, e toda a banda de Teheran, no Irão.
Um pior do que os outros, todos Senhores do Mal.

 
Não sei porquê, mas se eu fosse al-Asad não faria planos de longo prazo.

 
 
Ipse dixit.
 
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3 comentários:

  1. Há aqui um grande equívoco e que resulta de uma estranha aliança, contra natura mesmo, entre Alá e a Nato. Aguardemos.
    JCM

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  2. O que realmente se torna interessante com esta conjuntura:
    Estamos perante uma desinformação completa, uma forma de aturdir as massas, enquanto o que se está a passar nos bastidores não é mais do que a forma malévola para escravizar as pessoas que entretanto são aturdidas pela TV e seus actores, enquanto estes senhores à sucapa vão dando ordens ao poder político. As pessoas estão dentro de uma conspiração na qual ou não acreditam... ou pior... não sabem, não deixando espaço para pensar "fora da caixa" como diz e bem o Ogam.. Será este o nosso futuro, ou pior, o das gerações futuras que não nos irão perdoar! O nazismo, um dia mais tarde e comparado com o neoliberalismo, será um mal menor. Que falta faz a URSS, para equilíbrio de poder. O Mundo tem de ser bipolar e sssim chego também à conclusão, que o neoliberalismo superará o comunismo em atentados contra a Humanidade e contra a Natureza que tanto criticamos nos regimes totalitários do séc XX. Afinal o "imperador" do séc. XXI já tem licença para matar. À semelhança dos EUA, iremos sofrer um golpe de Estado em massa... em 17 Países da Europa.
    Acho um dever cívico e de cidadania divulgar o que está a acontecer e que ficará concretizado ainda este ano:

    "MEE, um golpe de estado em 17 países"
    Como mencionado no artigo anterior sobre este assunto, "MEE, o novo ditador europeu" , os ministros das Finanças dos 17 países do euro assinaram um tratado para o estabelecimento do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). O seu objectivo é fazer com que os cidadãos europeus paguem as centenas de milhares de milhões de euros dispendidos com "acções de socorro" para salvar o euro e estrangular qualquer possibilidade de intervenção dos parlamentos.

    Bruxelas, aparentemente, não quer que os cidadãos tomem conhecimento do conteúdo deste tratado. Até o dia da redacção deste artigo, não pude encontrar senão uma única versão em inglês na Internet (mas 96,5% da população da zona euro fala outras línguas!)(...)

    (...)Se por golpe de estado entendermos a tomada do poder real e a limitação do poder do Parlamento nacional democraticamente eleito, então o tratado do MEE é um golpe de estado nos 17 países simultaneamente.
    Isto está inteiramente de acordo com a filosofia da Comissão Europeia. Segundo o seu presidente Barroso, deve ser o governo económico da União Europeia, que deve definir as acções que os governos nacionais devem executar . (28/Set/11) [1]
    O tratado do MEE diz, no seu artigo 8, que este órgão disporá de um capital social de 700 mil milhões de euros. A seguir, no seu artigo 19, precisa-se que o Conselho dos Governadores pode decidir mudar este montante e, em consequência, adaptar o artigo 8. No artigo 9 é dito que o Conselho dos Governadores pode exigir a qualquer momento a entrega do capital social ainda não pago (e isto em menos de 7 dias). De facto, diz-se que o MEE pode exigir dinheiro dos países membros de modo ilimitado. O tratado não prevê direito de veto para os Parlamentos nacionais.(...)

    Unânime

    Segundo o artigo 5.6 o Conselho dos Governadores deve tomar as decisões acima por unanimidade. Todo o Conselho deve portanto votar "a favor"(...).

    Artigo completo para quem se interessar aqui, com vídeo em alemão, mas legendado em português. Os que pensam que nada têm a perder que se desenganem... excepto os do poder económico, perderemos todos como acontece também com o criminoso Tratado de Lisboa.

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  3. Nós ocidentais somos mesmo diferentes?

    Os ocidentais da "Norte" América não só invadiram um país oriental, quebrando sua soberania, como mataram familiares de um terrorista e segundo fontes também mataram Bin Laden(não acredito). Essa notícia foi anunciada no grandioso discurso de Obama e festejada por todos os americanos, e provavelmente ocidentais.

    Se Osama estivesse em solo americano, seria espancado e humilhado pelos tão educados cidadãos ocidentais, assim como foi feito pelos distantes e mal educados árabes.

    Assim como foi feita a Revolução Francesa, assim como em movimentos ludistas foram quebradas maquinas, os simbolos do desemprego estrutural e da alienação humana, rebeldes árabes estão fazendo suas revoluções contra o sistema que também os alienava.

    Não são mal educados, não são animais. São sofredores de uma Conferência feita em Berlim pelas potências educadas. Esta sim, é a responsável por paradigmas arcaicos impregnados na sociedade africana. Esta sim, reforçou os conflitos fisicos no "continente esquecido".

    Magno Peluso, do Brasil, o país colonizado e que hoje é grande credor do FMI, que por sua vez sustenta o descontrole fiscal-político e as moratórias dos colonizadores de ontem.

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