A indústria farmacêutica é dos poucos sectores industriais e económicos em que a avaliação dos seus produtos é exercida pelos próprios.
Como acreditar na independência quanto á utilidade e segurança de um medicamento quando os avaliadores são os que esperam fazer enormes benefícios com a sua venda?
Manipulação das estatísticas
Todos nós sabemos, que as estatísticas são facilmente manipuladas e deturpadas. Os gráficos apresentados nos ensaios clínicos pela indústria farmacêutica valorizam os benefícios de um determinado medicamento e minimizam o seu insucesso e efeitos secundários. Dizer que um medicamento duplicou o bem estar dos doentes que o tomaram, passando de 0,5% para 1%, não é mais do que referir, na realidade, esse medicamento, melhorou apenas a vida de 2 em 200 pessoas em vez de 1 em 200 pessoas.
O problema do placebo
Hoje em dia a regra de ouro são os ensaios clínicos duplamente cego contra placebo. O problema é que a composição do placebo utilizado nunca é referida e muitas empresas farmacêuticas não hesitam em introduzir no placebo substâncias que criam alguns dos efeitos secundários esperados no medicamento testado, assim poderão dizer que os efeitos secundário desse medicamento é sobreponível ao do placebo.
Empresas contratadas para realizar os ensaios clínicos
Raros são os laboratórios farmacêuticos que realizam os teste aos seus medicamentos, eles contratam empresas cuja a sua única função é a realização esses testes. Dado que não quererão perder o negócio da atribuição de um futuro teste com um determinado laboratório, essas empresas vão fazer todo o possível para o satisfazer o laboratório que lhes encomendou o ensaio, maximizando os resultados positivos e omitindo os negativos.
Deslocalização dos ensaios clínicos
A quase totalidade dos ensaios clínicos são actualmente realizados nos países do terceiro mundo e em países da Europa de Leste. Nesses países o custo dos ensaios é menor, e a legislação local praticamente inexistente neste domínio. Resultado, além da falta de ética demonstrada, a população em questão tem muito pouco a ver com a dos países europeus e da América do Norte, onde vão ser comercializados os medicamentos. Existem diferenças nas condições de higiene, alimentação, genética, ...
Esconder os resultados negativos
A industria farmacêutica não é obrigada a revelar os resultados negativos dos seus ensaios clínicos ou os efeitos secundários produzidos produzidos durante os testes. Resultado: 95% dos dados inconvenientes acabem no lixo, os 5% publicados são todos os que se revelaram favoráveis.
Revista médicas pagas pelos laboratórios
Os artigos publicados nas revista médicas são os da conveniência dos laboratórios, dado que são eles que pagam as revistas. Por esta razão torna-se muito difícil encontrar artigos críticos em relação a determinadas substâncias, por serem sistematicamente postos de parte e por consequência não publicados.
Corrupção dos sistema pela indústria farmacêutica
Mesmo quando a indústria não compra directamente os resultados que deseja ver publicados, como acabamos de ver, fá-lo indirectamente através do suborno da classe médica e financiamento dos especialistas médicos lideres de opinião e professores de renome na promoção do seu produto.
Ainda mais grave, é o facto da indústria farmacêutica controlar os organismos que deveriam vigiá-la. Os ordenados pagos aos supervisores desses organismos e a sua sustentabilidade vem directa ou indirectamente do dinheiro dos laboratórios farmacêuticos, o que põe em causa a sua independência.
Isto é validos para praticamente todos organismo de supervisão, quer se trate do CDC e FDA americanos, Infarmed portuguesa, AFSSAPS francesa ou a Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos (EMEA). Por exemplo, o financiamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) provem, na sua quase totalidade, de empresas privadas quase todas ligadas ao sector da indústria farmacêutica.
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