O telemóvel hoje em dia tornou-se indispensável. Muitos de nós, especialmente os mais novos, passam várias horas por semana ao telefone. A questão de saber se este uso prolongado pode ou não desencadear um cancro ainda não está totalmente esclarecida. Conclusões de um estudo e perspectivas de um outro...
Os telemóveis funcionam com uma frequência compreendida entre 800 e 1800 MHz. Os campos de radiofrequência entre 1 MHz e 10 GHz penetram nos tecidos humanos expostos e provocam um aquecimento devido à absorção de energia. Esta energia é evacuada pelos processos normais de termorregulação do organismo.
Os conhecimentos actuais sobre a exposição aos campos de radiofrequência de baixa intensidade e a sua acção no organismo ainda são escassos. Alguns estudos associam a utilização prolongada dos telemóveis ao aparecimento de enxaquecas, fadiga, depressão e cancro. Com o objectivo de elucidar essa relação, foi efectuado um estudo em larga escala em 13 países durante 10 anos. Esse estudo teve o nome de "Interphone".
Os resultados acabam de ser publicados no International Journal of Epidemiology e refere-se apenas a dois tipos de tumores: o glioma (foram observados neste estudo 2 708 casos) e o meningioma (com 2 409 casos). Estes casos referiam-se a pessoas que utilizavam telemóvel entre 2 a 2h30 por mês. Apesar dos especialistas dizerem que era difícil chegar a uma conclusão definitiva, registaram um aumento dos gliomas de 40% e dos meningiomas de 15% nos utilizadores intensivos de telemóveis. Perante o uso cada vez mais precoce e com uma duração diária cada vez mais elevada, sugerem que novos estudos são necessários.
Com vista a esclarecer se existe ou não uma relação entre a utilização dos telemóveis e o aumento da incidência de cancro cerebral e outros sintomas, está decorrer o estudo "Cosmos" que reúne mais de 250 000 participantes entre os 18 e 69 anos de idade, durante 20 a 30 anos. Dado não haver consenso sobre os efeitos potencialmente perigosos do uso de telemóveis, este estudo pretende ter uma visão a longo prazo.
Calcula-se que hoje em dia existem 6 mil milhões de utilizadores de telemóveis e este tornou-se praticamente indispensável. Pena é que grande parte destes estudos seja financiada por operadores de telemóveis, o que deixa muitas dúvidas quanto à isenção das suas conclusões.
Pelo sim pelo não, aqui ficam alguns conselhos quanto ao uso de telemóveis:
- afastar o mais possível o aparelho do ouvido,
- escolher um aparelho de preferência com antena,
- evitar usar óculos metálicos durante as chamadas,
- evitar usar o telemóvel em locais fechados ou subterrraneos como o metro, estaçõe de combois, aeroportos,..onde a potência necessária para a emissão do sinal é maior.
Como medir o nível de radiação do seu telemóvel:
O DAS é o debito de absorção específica (em inglês: SAR), indica a potência das ondas emitidas por um telemóvel quando este funciona em "plena potência". A medição é feita em W/kg e desde 8 de Outubro de 2003, um decreto na Europa limita o DAS dos telemóveis a valores inferiores a 2 W/kg. Se quer saber o nível de DAS do seu telemóvel, visite o site: http://www.lexpress.fr/palmares/telephones-portable/default.asp
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