segunda-feira, 5 de abril de 2010

A União Europeia é semelhante à ex-URSS.



Pode parecer excessivo comparar o regime político da ex-URSS com o da União Europeia. Mas dada a falta de controle democrático desta super-estructura supra nacional, dá que pensar. O antigo dissidente Vladimir Bukovsky fala do tratado de Lisboa, dá para meditar...





EU JÁ VIVI O VOSSO FUTURO
Abaixo declarações do escritor, dissidente soviético, Vladimir Bukovsky sobre o

Tratado de Lisboa

"É surpreendente que após ter enterrado um monstro, a antiga URSS, se tenha construído

outro semelhante: a União Europeia (UE).

O que é, exactamente a União Europeia?

Talvez fiquemos a sabê-lo examinando a sua versão soviética.
A URSS era governada por quinze pessoas não eleitas que se cooptavam mutuamente

e não tinham que responder perante ninguém. A UE é governada por duas dúzias de

pessoas que se reúnem à porta fechada e, também não têm que responder perante ninguém, sendo politicamente impunes.
Poderá dizer-se que a UE tem um Parlamento. A URSS também tinha uma espécie de

Parlamento, o Soviete Supremo. Nós, (na URSS) aprovámos, sem discussão, as decisões

do Politburo, como na prática acontece no Parlamento Europeu, em que o uso da palavra

concedido a cada grupo está limitado, frequentemente, a um minuto por cada

interveniente.
Na UE há centenas de milhares de eurocratas com vencimentos muito elevados, com

prémios e privilégios enormes e, com imunidade judicial vitalícia, sendo apenas

transferidos de um posto para outro, façam bem ou façam mal. Não é a URSS escarrada?

A URSS foi criada sob coacção, muitas vezes pela via da ocupação militar. No caso da

Europa está a criar-se uma UE, não sob a força das armas, mas pelo constrangimento

e pelo terror económicos.
Para poder continuar a existir, a URSS expandiu-se de forma crescente.

Desde que deixou de crescer, começou a desabar.

Suspeito que venha a acontecer o mesmo com a UE.

Proclamou-se que o objectivo da URSS era criar uma nova entidade histórica: o Povo Soviético.

Era necessário esquecer as nacionalidades, as tradições e os costumes.

O mesmo acontece com a UE parece. A UE não quer que sejais Ingleses ou Franceses,

pretende dar-vos uma nova identidade: ser «Europeus», reprimindo os vosso sentimentos

nacionais e, forçar-vos a viver numa comunidade multinacional. Setenta e três anos deste sistema na URSS acabaram em mais conflitos étnicos, como não aconteceu em nenhuma

outra parte do mundo.
Um dos objectivos «grandiosos» da URSS era destruir os estados-nação. É exactamente

isso que vemos na Europa, hoje. Bruxelas tem a intenção de fagocitar os estados-nação

para que deixem de existir.
O sistema soviético era corrupto de alto a baixo. Acontece a mesma coisa na UE. Os

procedimentos antidemocráticos que víamos na URSS florescem na UE. Os que se lhe

opõem ou os denunciam são amordaçados ou punidos. Nada mudou. Na URSS tínhamos

o «goulag». Creio que ele também existe na UE. Um goulag intelectual, designado por

«politicamente correcto». Experimentai dizer o que pensais sobre questões como a raça

e a sexualidade. Se as vossas opiniões não forem «boas», «politicamente correctas», sereis

ostracizados. É o começo do «goulag». É o princípio da perda da vossa liberdade.

Na URSS pensava-se que só um estado federal evitaria a guerra. Dizem-nos exactamente

a mesma coisa na UE. Em resumo, é a mesma ideologia em ambos os sistemas. A UE é

o velho modelo soviético vestido à moda ocidental. Mas, como a URSS, a UE traz

consigo os germes da sua própria destruição. Desgraçadamente, quando ela desabar,

porque irá desabar, deixará atrás de si um imenso descalabro e enormes problemas

económicos e étnicos. O antigo sistema soviético era irreformável.

Do mesmo modo, a UE também o é. (…)
Eu já vivi o vosso «futuro»…"

1 comentário:

  1. O URSS é até melhor que a UE poois pelo menos pelo o que eu estudei apenas 0,03% ou menos dos sovietes eram analfabetos

    cypher

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