domingo, 17 de janeiro de 2016

A subalternização da mulher nas religiões

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Sejamos honestos, a mulher na pré-história pouco se diferenciava dos outros animais, era um receptáculo de fecundidade para as gerações vindouras, para perpetuar a espécie, como o fazem os outros animais.


De um lado tínhamos o homem forte caçador e do outro a mulher fraca e submissa colhedora que devia ocupar-se da sua progenituria.




As coisas pouco mudarem na História (a escrita) com raras excepções como no Egipto em que algumas mulheres chegaram ao poder, mas na maioria das civilizações foram sempre relegadas a um papel secundário.


Pior que isto, as mulheres sempre foram acusadas de todos os males nas sociedades em que estavam inseridas. Nas crenças animistas e mais tarde nas politeístas sempre foram responsáveis por tudo o que de mal acontecia e muitas delas vitimadas em nome dessas crenças.




Judaísmo

Passam os séculos, e aparece a primeira religião monoteísta: o judaismo. Essa religião tem a novidade de considerar a mulher como fazendo parte da sociedade e de não ser apenas considerada como o um objecto sem alma. Continua um "objecto" mas já tem ama. Não deixa de ser, no entanto, inferior ao homem.


"Todo o indivíduo de sexo masculino tem de fazer três orações por dia para agradecer Deus de ter feito dele um israelita, de não o ter feito nascer mulher ou de não ter feito dele um rústico" (Talmude, Men.43b)



Cristianismo

Depois, vem um Messias que se auto-domina falar em nome de deus: Jesus Cristo. Este revela muito boas intenções, sacrifica-se em nome de toda a humanidade e revela compaixão em relação às mulheres. Mas não deixa de as considerar inferiores aos homens em todas as suas actuações.


"Mulheres sejam submissas aos vossos maridos assim como ao Senhor, porque o marido é o chefe da mulher. assim como a igreja é submissa em relação ao Cristo, as mulheres devem-no ser em relação ao marido" (Bíblia, Efésios 5:21-25)



Islamismo

Por fim,chegou um última religião monoteísta que revela que mais um iluminado, Maomé, é o verdadeiro Messias. Não deixa de considerar a mulher como subalterna em relação ao homem, não tendo esta qualquer direito no sentido em que actualmente consideramos a igualdade entre homens e mulheres.


"Os homens têm autoridade sobre as mulheres, em virtude da preferência que Deus lhes atribuiu sobre elas, a por causa das despesas que eles necessitam para as manter" (Al Corão, Sourate 4:34)





Pode parecer incrível, mas só desde há escassas décadas é que as mulheres, a grande a grande custo de numerosas lutas, obtiveram, em alguns países, direitos cívicos como o de serem simplesmente consideradas como seres humanos, com direito a voto e não estarem assujeitadas aos maridos.


Actualmente, em termos religiosos, a mulher é um ser humano (o que já não é mau), tem vontade própria em relação ao homem (com limitações, claro), não pode exercer o culto e é quase igual ao homem.


Numerosos são os exemplos citados nos três livros de culto monoteísta em que a mulher não é considerada igual ao homem. Temos de compreender que todas estas religiões foram feitas por homens, para  homens, escritas ou transcritas por homens e destinadas a perpetrar o machismo dominante.



Claro que podemos citar excepções, mas não deixam de ser excepções. Portanto para os crítico que dizem que não é bem assim, e que as religiões consideram as mulheres como iguais aos homens, aqui ficam algumas:

"Aceita o meu filho, as regras do pai, e não te esqueças da Torá da tua mãe" (Torá).

"A mulher não tem qualquer autoridade sobre o seu corpo, é o marido; igualmente o marido não tem qualquer autoridade sobre o seu corpo, pertence à mulher" (Bíblia)

"O homem é uma cobertura para o marido; igualmente a mulher é uma cobertura para o homem" (Corão)







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2 comentários:

  1. Não há nada pior que uma meia frase citada da bíblia. Se só usarmos palavras x ou y desprovidas do contexto em que se insere facilmente se chega a um raciocínio incorrecto. Mas antes de lá chegar passo a citar " De um lado tínhamos o homem forte caçador e do outro a mulher fraca e submissa colhedora que devia ocupar-se da sua progenituria." [Sic] Em termos biológicos é perfeitamente natural que nesses tempos seriam os homens a fazerem uso da força física. Enquanto as mulheres ficariam nas cavernas a cuidar da sua prole. Ou está a dizer que preferia que fossem as mulheres a irem "lá para fora" e os homens estivessem a jogar xadrez nas grutas? Se assim fosse a humanidade há muito teria sido extinta. Mais, na natureza e, sim, tanto quanto eu sei, a espécie humana insere-se no mundo animal, portanto, nesses tempos o mais forte seria aquele quem mandava ou exercia poder sobre os outros. É a lei da natureza. Não estamos a ver, mesmo hoje em dia, os leões a fugirem dos coelhos... Ou de haver igualdade entre esses dois... Claro que pode dizer-me que não existem coelhos na savana... mas gazelas , mas independentemente disso, vai dar no mesmo. O resultado não muda.
    Agora quanto à parte bíblica em que cita incompletamente o sentido que daí advém:"Mulheres sejam submissas aos vossos maridos assim como ao Senhor, porque o marido é o chefe da mulher. assim como a igreja é submissa em relação ao Cristo, as mulheres devem-no ser em relação ao marido" (Bíblia, Efésios 5:21-25).
    Mais adiante também diz: "Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para a santificar, purificando-a, no banho da água pela palavra. (...) Assim, devem também os maridos amar as suas mulheres, como o seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. De facto, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, pelo contrário, alimenta-o e cuida dele, como Cristo faz à Igreja(..)." Ef.5:25-29

    Existe obviamente um compromisso quer de um lado quer do outro. Um não se sobrepõe necessariamente ao outro, visto que, se existir plenamente o sentido do respeito, complementam-se. Uma moeda tem duas faces, nunca só uma. Aqui passa-se o mesmo. Se citar como deve ser as passagens da bíblia conseguirá chegar a um resultado minimamente conciso.
    A outra pobre e triste citação, se é que eu posso chamar disso: ""A mulher não tem qualquer autoridade sobre o seu corpo, é o marido; igualmente o marido não tem qualquer autoridade sobre o seu corpo, pertence à mulher" (Bíblia)" onde foi buscar isso? À sua evidente fértil imaginação? Não diz em que passagem tirou isso. O seu texto pauta por uma subversão do seu modo de pensar já em si feminista. Pode ser um autor masculino, mas na sua mente, estão ideias perfeitamente feministas. É óbvio que as mulheres chegaram onde chegaram por diversos motivos. Mas sejamos francos e directos. COmpleta igualdade a todos os níveis nunca irá existir porque se isso acontecer deixa de haver complementaridade. A mulher, nas profissões em que era maioritariamente masculina, cujo poder e status se evidenciava pelo representante no masculino, como sejam os cargos políticos, podemos ver a anulação do feminino, para passarem a serem mais masculinas. Comportamentos mais agressivos, mais incooperativo, mais autoritário, em vez de primarem pelo modelo cooperativo, elas assumiram nesses planos, um evidente modelo comportamental mais masculino, como meio de serem aceites. Estudos feitos, evidenciavam , por exemplo, modos de usar roupa, uma voz mais grave, etc.
    Resumindo: igualdade completa significa que a outra metade se anula no seu comportamento, biologia, na sociedade e entre outras, e isso, a meu modo de ver as coisas, é simplesmente pernicioso para a sociedade, porque também essa dita completa luta pela igualdade, também irá prejudicar essa mesma complementaridade supracitada.

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  2. Caro anónimo,

    Tem toda a razão em referir que sou um autor masculino, mas que que as meus ideais são feministas.

    Não vejo a anulação femimina nos cargos que ocupam.

    Só vejo complementaridade nada mais..

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