quarta-feira, 6 de agosto de 2014

BES: "A Grande Farra"

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Houve sempre pessoas do BES a ocupar cargos em diferentes governos, que depois voltavam para o banco. Neste contexto, compreende-se melhor o silêncio sobre as suas actuações duvidosas e a falta de investigação quando este não recorreu à linha da ajuda à banca.



10 perguntas por esclarecer:




- Como é que foi possível, nos três anos de escrutínio às contas dos portuguesas, a Troika não ter feito uma única referência a problemas no BES?


- Como é que o Banco de Portugal, responsável pela supervisão dos bancos não viu nada?


- Porque é que quando Ricardo Salgado, antes de depor na Operação Monte Branco em janeiro de 2013, e após feito três rectificações fiscais por se ter esquecido de declarar 8,5 milhões de euros, havendo fortes suspeitas de vários crimes, o Banco de Portugal nada fez?


- Como é que, quando o Banco de Portugal dizia que estava tudo sob controle, alguns dias antes da suspensão da negociação das acções do BES, a Golman Sachs vendeu 4,5 milhões de acções e horas antes as acções chegaram a cair 50%, fazendo suspeitar de insider trading (informação privilegiada)?


- Como é que a PT (Portugal Telecom) conseguiu "salvar" os 128 milhões que tinha depositado no Bes, antes das decisões anunciadas pelo Banco de Portugal?


- Porque é que o Banco de Portugal tranquilizou os novos pequenos accionistas durante o aumento de capital de mil milhões de euros, quando já se sabia que o banco estava sob investigação e com fortes suspeitas de corrupção?


- Será realista acreditar que os bancos que se responsabilizam pelo empréstimo da Troika ao Fundo de Resolução não exigem uma garantia do Estado, quando estão a arriscar os seus próprios bancos se algo correr mal?


- Os accionistas e empresas estrangeiras, como o Crédit Agricole que perdeu 708 milhões de euros, não irão levar o Estado ou o Novo Banco a tribunal?


- O Estado ao emprestar o dinheiro a um fundo que é controlado pelos banco não terá qualquer controle directo sob futuras operações financeiras do Novo Banco, isso não permitirá que os bancos tirem vantagens dessa posição?


10º - Será realista pensar vender o BES pelos 4,9 mil milhões de euros nele investidos pelo Estado, quando o seu valor em bolsa no seu último dia de cotação valia apenas 600 milhões de euros?







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12 comentários:

  1. caro Octopus,

    Quanto à primeira questão, a Troika fez sim referência a estes problemas. Não especificando o BES, como é claro. Caso não se lembre, existiu um certo economista/comentador que veio pedir desculpas publicamente por não ter feito o "trabalho de casa" quando a Troika já tinha referido estes problemas, isto é, houve falta de investigação pelas autoridades competentes.

    Se quiser pode até acrecentar a 11ª questão:
    http://perguntasinofensivas.blogspot.pt/2014/08/e-caixa-quem-ira-preso-no-caso-cgd-quem.html

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    1. Cara Marisa Moura,

      Não conhecia o seu blogue, que subscrevi.

      Li muitos dos seus artigos e são, para a visão que tenho das "coisas", muito concordantes com as minhas opiniões.

      Gostaria de ter a sua autorização para publicar o último que escreveu

      Um abraço

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    2. Desculpe, mas não sou a autora do blogue, apenas foi um link que me pareceu interessante partilhar.

      Cpts

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  2. Vou ver o "perguntas inofensivas", para já deixo-lhe algo que, não sendo novidade, sabe bem ouvir, vindo de quem vem

    http://youtu.be/BiRwTb3BZF4

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    1. Obrigado amigo,

      Vi o vídeo e de facto o BES estáva metido em tudo o que eram negócios duvidosos, claro, após ter recuperado poder depois do 25 de abril, sempre fez parte do sistema.

      De lembrar que o PCP sempre alertou para esses factos.

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  3. O Banco de Portugal é gerido pela banca privada, no seu conselho executivo. E tem, ou teve, até uma pessoa ligada ao BES, especificamente, no seu conselho consultivo. (http://ppmbraga.blogspot.pt/2012/07/o-parlamento-e-o-grande-centro-da.html)

    Ou seja, é a própria banca privada, em Portugal, que se vigia e controla a ela própria.

    E, obviamente que o BES, sabendo melhor que ninguém que o seu banco estava à beira do colapso (como, aliás, já sabia toda a gente que se preocupa com questões políticas e económicas, que estão todos os bancos ocidentais*) tratou de, antecipadamente, reaver (pelo menos, uma boa parte de) o dinheiro que iria perder, através destas vendas de acções a preços acima do seu valor real e, certamente, também através de outros esquemas económicos.

    A mim, até me dá por vezes vontade de rir, de cada vez que vejo este "zé povinho" e pequenos capitalistas - amorais, que não querem saber dos outros para nada, com a mania de que também são capitalistas e que querem viver à custa da sacanagem económica - a ser enganado por quem já anda a sacanear os outros há muito mais tempo do que eles...

    Oh "zé povinho" e pequenos capitalistas, que querem viver à custa dos outros: E que tal investirem esse dinheiro em partidos políticos que lutem contra a destruição propositada da Economia? Não sabem disto, pois não? Porque conversa de activistas políticos e de pessoas com princípios é coisa que não vos interessa. Pois, fiquem a arder com a vossa mania de que são espertos. Continuem a engolir a propaganda dos média que, tal como vocês, nenhuns verdadeiros valores defendem e que também não querem realmente saber dos outros para nada e depois admirem-se que destruíram o vosso próprio futuro e o dos vossos filhos.

    ---
    * (tirem o vosso dinheiro dos outros, enquanto podem, pois não há dinheiro que chegue para "salvar" todos os bancos)

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  4. (A pessoa ligada ao BES, de quem eu falava - que pertenceu, ou pertence, ao conselho consultivo do BdP - é o personagem "Almerindo Marques", repetidamente mencionado na mais recente colocação neste blogue.)

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  5. E eu que julgava que os paises eram governados por pobres e sem poder, mas não, sao governados por pessoas que detem poder e / ou dinheiro, e as coisas andam interligadas


    O problema é que julgamos que as coisas mudam na essencia, e nao mudam, as pessoas não mudam e repetem esquemas e comportamentos, é possivel a ocultação de dinheiros fora do pais com sedes de empresas fora do pais e tributação dos lucros, luxemburgo, suiça, angola ou outras paragens sujeitas a outras legislaçoes e soberanias e portanto um pouco e a margem do poder dos reguladores em territorio nacional. Isso acontece com muitas mais empresas do chamado psi 20.



    Mas então se o capitalismo como dizia um, que ja se foi, se o capital não tem fronteiras e se me chateiam aqui ou cobram mais de impostos, (caso do gerard depardieu o tal actor francés que foi para a russia que lhe ofereceu logo a cidadania, imaginem se ha uns anos atras seria possivel e neste pais), ponho ali ou acola o que fazer. O que fazer? Va viver para la e torne-se nacional desse pais, perde aqui a nacionalidade. pensar-se ai duas vezes? Ah sim claro, perder a nacionalidade nativa juntamente com a europeia não era para brincar. O objectivo dessas pessoas não é viver ai, é arranjar um esquema para não contribuir para o pais que lhe forneceu as oportunidades de ser o que é quando é chamado a contribuir.



    E montar um banco novo também não custa assim tanto, é da noite para o dia e em fins de semana, com os activos de um antigo também não custa nada no fundo e so meter la o capital, como o capital social numa empresa as instalaçoes e funcionarios não é preciso contratar, ja existiam as redes nacionais de balcoes também, os pobres diabos dos investidores que foram na cantiga do governador quando do aumento de capital que não adiantava nenhum destes cenarios e mesmo os televisivos jornalistas economicos , estou-me lembrar de um, afiançavam que não havia problema com o banco, mas digo eu, os pobres desses pequenos investidores nao grandes capitalistas, pois pt com informaçao priveligiada safou-se ficaram assim sem nenhum activo do antigo banco para recuperar algum do seu investimento, nem uma secretaria um banquinho um computador um prediozinho de uma filial, disseram-lhe, tudo que é bom vai connosco voces amanhem-se com o que fica.

    Ha quem pense que este mundo é uma selva e que nada se deve regular no sistema financeiro, e no qual assenta o sistema capitalista, depois de 1929 e com todos os elementos a vista o presidente hoover recusou-se a regular o mercado e a intervir, argumentando que o mercado autoregularia-se por si, foi preciso mais 4 anos de descalabro total ate 1933 quando o presidente roosevelt decidiu fazer alguma coisa para lançar a economia e criar bases que atenuassem possiveis crises futuras, o new deal. As unicas diferenças actuais quanto a mim e que se ganhou uma consciencia e foi nessa altura que começaram a surgir medidas de defesa dos depositantes que se exigiram capitais minimos para assegurar uma falencia e acautelar os depositos, que ate ai estavam completamente a descoberto, a falencia significava perder tudo titulos e dinheiro desaparecia tudo. É isto que tem que acontecer e proteger os pequenos aforradoes que não querem arriscar o seu dinheiro, o restante jogo sempre existira, não muda é da natureza, quem não se lembra do nosso banco angola metropole, mais conhecido por engole a metropole e fundado por um alves dos reis, que diga-se de passagem é preciso ser inteligente e ter lata, um estupido não vai la, o resto vem por si.

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  6. Pois é, a chamada autoregulação do sistema capitalista baseado no poder do dinheiro não funciona.

    O sistema monetário está baseado na especulação para fomentar lucro.

    Não é baseado em nada de concreto, e muito menos na produção de bens concretos.

    A economia mundial está assente no bluff como um "jogo" viciado à partida em que quem saí perdedor são os escravo: todos nós.

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  7. O bom, O mau, quem sera o vilao. Ja nao da para perguntar ao segio leone

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    1. Tem piáda porque cheguei a pensar nesse filme para título.
      Em que o Mau éra Ricardo Salgado, o Bom o Banco de Portugal e a CMVM e o Vilão seria o Estado português porque como na Idade Média em que os vilões era servos (do sistema financeiro) mas tinham privilégio em relação ao outros: eram próximos dos senhores feudais (banqueiros) mas tinham previlégios pessoais e económicos (transição para lugares em grandes empresas).

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  8. Só digo isto:
    Culpas para um lado, culpas para outro.....
    "FOGO AMIGO"
    Vou começar a poupar para comprar o Besinho!?!LOL

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