Em contraste com o orçamento da Polícia Judiciária, que tem vindo a diminuir, foi construído no centro de Lisboa uma nova sede para PJ com 80 000 metros quadrados que vai albergar 1 500 funcionários.
É curioso verificar que todas as pessoas, bancos e empresas envolvidos nessa construção são todos conhecidos por terem tido ligações a vários escândalos e corrupções.
Inicialmente o novo edifício da Policia Judiciaria era para ter sido construído no concelho de Oeiras pela construtora Teixeira Duarte com a qual Isaltino Morais tem numerosas parcerias, incluíndo o ruinoso projecto SATU (Sistema Automático de Transporte Urbano de Oeiras).
Quatro meses depois do inicio das obras, o projecto foi embargado e depois abandonado por, entre outras coisas, violar o PDM (Plano Director Municipal) quando tal facto já deveria ter sido previsto com antecedência.
Mas ninguém fica a perder. Os amigos de Isaltino Morais da Teixeira Duarte receberam 15 milhões de euros de indemnização pela não construção do idifício.
A sua construção foi então transferida para o centro de Lisboa, mas como este edifício faraónico violava o PDM de Lisboa, este foi, neste caso, pura e simplesmente suspenso.
O novo projecto foi adjudicado à empresa Saraiva e Associados, ligada a muitos projecto da câmara de Isaltino Morais.
A construção do edifício ficou a cargo da Opway, do grupo BES, liderada por Almerindo Marques, aquele que tinha sido anteriormente nomeado pelo ministro das Obras Públicas, Mário Lino, presidente das Estradas de Portugal.
Almerindo Marques deixou as Estradas de Portugal, após renegociação de contratos, com uma dívida do Estado às SCUT de 10 mil milhões de euros em rendas fixas, quando ela era anteriormente de 178 milhões de euros.
Mais de metade dessa dívida das Estradas de Portugal irá para o consórcio Ascendi, detido pela Mota-Engil (60%) e o grupo BES (40%).
Foi então a constructora Opway, do BES de Almerindo Marques, que ganhou os 90 milhões de euros que custou o novo edifício da Polícia Judiciária, sendo que a Teixeira Duarte (que tem uma forte relação comercial com o BES, nomeadamente na Venezuela) recebeu 15 milhões de indemnização.
Como vemos, muitos ficaram a ganhar com o dinheiro dos contribuintes, até se foi ao ponto de construir no topo do edifício um heliporto que ninguém percebe muito bem para que é que vai servir. Foram só mais uns trocos.
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Porque é que havia de ser diferente, foi assim com estadios, auto-estradas, pontes, centros culturais etc etc. as hipoteses de negocios são mais que muitas
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