quinta-feira, 28 de abril de 2011

Dois anos de Octopedia

.



Há 2 anos, a ideia era fazer um blogue em língua portuguesa que fosse uma fonte de informação alternativa aos media oficiais.

O objectivo permanece inalterado, e o saldo, tendo em conta os limites logísticos, bastante positivo: 150 000 visitas e 270 artigos. 

O critério, esse, será sempre o da isenção, mas nunca será sinónimo de ausência de opinião. As críticas recebidas, quando construtivas, foram sempre bastante enriquecedoras.


Sempre tentei analisar os temas abordados, tendo em conta o seu contexto histórico, geográfico, económico e político, escrevendo artigos originais e evitando o mais possível a reprodução de textos. Por esse motivo, dadas as necessárias horas semanais de pesquisa, este blogue nunca poderá ser de informação diária, muitos  fazem isso melhor do que eu.


Os temas desenvolvidos, são os que eu considero pertinentes, seja pela polémica que envolvem, seja pela desinformação que conduz a uma percepção errada na opinião pública ou porque simplesmente uma parte da noticia é omitida ou falsificada e merece reflexão.



A informação sobre medicamentos e saúde, destinou-se a chamar a atenção para o facto que muitos dos medicamentos prescritos não têm qualquer utilidade e apenas se destinam a engrossar os lucros da indústria farmacêutica; que muitos outros têm efeitos secundários superiores aos benefícios e como tal deveriam ser retirados do mercado; que os médicos, o Infarmed e similares, os ministérios da Saúde e os governos são dominados e manipulados pelos poderosos lobbies farmacêuticos e a própria OMS.



A informação sobre a economia, teve por finalidade tentar compreender como é fácil manipular os dados estatísticos; como as grandes empresas multinacionais controlam o poder político; como o sistema financeiro domina os mercados; como a banca foge aos impostos; como é que grande parte da massa monetária não tem sustentabilidade física; como é que a especulação formata os mercados; como é que os offshores servem apenas para a fuga aos impostos e para a lavagem de dinheiro



A informação internacional, tentou desvendar os reais objectivos das grandes movimentações geopolíticas mundiais; revelar que as guerras são todas económicas; que são os países da NATO e sobretudo os Estados Unidos que movimentam os seus piões nos sectores chave na grande maioria dos países; como um pequeno grupo de pessoas controlam os media e falsificam as notícias para permitir que a opinião pública aceite as guerras como "justas".



A informação sobre a União Europeia, tentou consciencializar para o facto das orientações económicas e políticas serem tomadas por um pequeno grupo de dirigentes não-eleitos democraticamente; para o facto dos cargos políticos serem ocupados por membros nomeados por organizações secretas como os Bilderberg; e porque é que a permanência na zona euro não é uma fatalidade.



Os temas puramente políticos, raramente são aqui abordado, por dois motivos: primeiro, porque decorrente dos assuntos expostos, torna-se evidente que todos estes temas são intrinssecamente políticos, e segundo, porque não acredito neste tipo de sistema democrático, em que de tempos a tempos, os eleitores são chaamados a exercer o seu direito de voto, manipulados por pelos media, e tendo de fazer as suas escolhas numa lista de um "menu" de actores previamente escolidos por instituições não-democráticas.



Se esta humilde contribuição serviu alguns destes objectivos, fico satisfeito. O contraditório de uma informação é sempre uma mais-valia, e as noticias devem sempre ser vistas sob vários ângulos, depois cada um poderá formular a sua opinião.


Octopus

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Todos Vigiados !

.




Os serviços secretos americanos vigiam o mundo.


O Information Awareness Office (IAO) foi criado por um antigo conselheiro para a segurança nacional do presidente Ronald Reagan, John Poindexter (implicado no caso "Irangate") pelo Defense Advanced Research Project Agency (DARPA).


Quando o DARPA do Pentágono criou o Information Awareness Office in 2002, a missão declarada deste gabinete era colectar tanta informação quanto possível sobre cidadãos americanos e armazená-la numa meta base de dados centralizada para exame atento das agências secretas do Estado. 


O programa principal dessa agência era o chamado Total Information Awareness (Conhecimento Total da Informação), um nome assustador de controle das populações e que, por pressão da opinião pública foi renomeado em 2003 de Terrorism Information Awareness, dado que a luta contra o terrorismo estava na moda e assim seria aceite pela população como sende necessário.


O seu financiamento deixou de ser público para ter uma origem privada, nele encontramos nomes como a Booz Allen Hamilton, Lockheed Martin, Raytheon, The Analysis Group e SAIC, o 21st Century Technologies, Inc., Evolving Logic, Global InfoTech, Inc. e ainda o Fund For Peace.



Quando o Congresso matou o programa DARPA em 2004, a maior parte dos críticos acreditou que era o fim do assalto do Pentágono à inteligência interna. Contudo, como aprendemos, a porção de data-mining do programa foi entregue a um conjunto de agências do estado, incluindo a National Security Agency, a Defense Intelligence Agency e o FBI. 


Actualmente ninguém sabe exactamente qual o actual desenvolvimento destes programas sob a administração de Obama, dado que a anunciada morte do Total Information Awareness  o tornou ainda mais oculto.



Tudo vigiado.


A informação incluída pelo IAO no conjunto de dados incluía actividade na Internet, histórias de compras com cartões de crédito, compras de bilhetes aéreos e itinerários de viagens, registos de aluguer de carros, histórias clínicas, transcrições educacionais, licenças de condutor, números de segurança social, contas de empresas de serviços públicos, devoluções de impostos, na verdade qualquer registo imaginável. 




O jornalista de investigação Ryan Singel escreve: "O sistema em crescimento rápido de data-mining do FBI, apregoado como uma ferramenta para caçar terroristas, está a ser utilizado em investigações de hackers e criminalidade interna. Actualmente contém dezenas de milhares de registos de bases de dados corporativas privadas, incluindo companhias de aluguer de carros, grandes cadeias de hotel e pelo menos uma loja nacional de departamentos". 
(Ryan Singel, "FBI's Data-Mining System Sifts Airline, Hotel, Car-Rental Records, Wired, September 23, 2009)


Refere ainda: "Dentre os ítens da sua lista de desejos, está a base de dados da Airlines Reporting Corporation (ARC) – uma companhia que efectua um sistema de backend para agências de viagem e companhias de aviação. Ao meter o nariz nos dados do ARC, o FBI tem acesso ilimitado a milhares de milhões de itinerários americanos, bem como à informação que dão a agências de viagem tais como data de nascimento, números de cartão de crédito, nomes de amigos e família, endereços email, preferências alimentares e informação de saúde". 


Como escreveu um comentador anónimo deste blogue, a propósito de um outro artigo: " é mais do que certo, que toda a informação recolhida pelos Censos 2011, irá parar a essa gigantesca base de dados criada por aquele programa americano". 




O que é  a IAO:


Para quem está habituado ao simbolismo, o logotipo da agência é bem esclarecedor:





O IAO é constituido por 8 unidades:


Genysis: encarregue de tornar compatíveis as informações recolhidas nos dados públicos mundiais,

Genoa II: esplaração clandestina de bases de dados informatizados,

TIDES ("marés"): encarregue de traduzir automaticamente para o inglês as línguas de todo mundo, segundo o esquema seguinte:




EELD (Evidence Extraction and Links Discovery): interpretação das informações recolhidas segundo o método de data-mining,

EARS ("orelhas"): transforma em texto escrito as comunicações orais interceptadas,

Bio-vigilância: recolhe informações sobre uma possível contaminação por agentes biológicos,

Human Identification at Distance (HID): desenvolve processos biométricos de identificação à distância no meio de uma multidão por meio de câmaras:




War Gaming the Asymetric Environment (WAE): simulação de ambientes assimétricos.



Redes sociais: vigiadas.


Os milhões de utilizadores do Facebook, como de outras redes sociais, não sabem quem criou e financiou essas redes destinadas a recolher dados pessoais fornecidos ingénuamente pelos seus assinantes.


Vejamos o exemplo do Facebook.

Oficialmente, o Facebook foi concebido pelo jovem Mark Zuckerberg, mas o capital inicial de 500 000 dólares provem do Pay Pal fundado por Peter Thiel. 
Peter Thiel tem ligações com o "think tank" neoconservador americano  Vanguard PAC, o seu CEO, Rod Martin, amigo da administração Bush, preside o potente lobby de armas: National Rifle Association.


12 700 milhões de dólares vieram de James Breyer, CEO da InQtel, empresa de tecnologia da informação criada pela CIA


Mais tarde vários milhões de dólares surgiram de fontes muito próximas do DARPA, da CIA e do departamento da defesa americano.



No organigrama seguinte, podemos podemos visualizar as ligações de Facebook com as várias instituições de defesa americanas:




A empresa Facebook está avaliada em 15 mil milhões de dólares.

Hoje em dia, Facebook é a maior base de dados qualitativos pessoais. A finalidade real do Facebook é o de construir um gráfico social, uma espécie de cartografia gigante das redes humanas.




Utilização dos dados do Facebook...


Nem se pode dizer que quem adere ao Facebook não saiba que os seus dados podem ser utilizados por terceiros, claro que a maioria das pessoas não repara nas entrelinhas do contrato.
 
Nele está escrito que o Facebook reservas-se o direito de comunicar os dados a terceiro: "may share your information with third parties, including responsible companies with which we have a relationship".    
 
 
Também está escrito de forma clara, a possibilidade da transferência dos dados às agências governamentais: "this may include sharing information with other companies, lawyers, agents or government agencies".


Por fim, quem adere ao Facebook consente que esses mesmos dados sejam transferidos para os Estados Unidos:"By using Facebook, you are consenting to have your personal data transferred to, and processed in, the United States".



Internet: vigiada.


Hoje em dia parece impossível viver sem a Internet, mas aqui também, a construção e o desenvolvimento desta rede planetária fui bem pensado.

Numa primeira fase, era necessário controlar os fluxos de informação, por isso todos os servidores de base estão localizados nos Estados Unidos ou nos país "amigos" e deles dependentes. 

Numa fase seguinte, foram criados motores de busca (Google, Yahoo) que indexam, copiam e controlam todas as paginas existentes na Internet.

Finalmente apareceram "simpáticos" investidores que ofereceram serviços gratuitos aos internautas: "chat", "grupos", "comunidades", "msn",...




O último "achado" dos serviços secretos americanos para controlar os seres humanos foi o aparecimento das redes sociais, onde as pessoas fornecem ingénuamente uma enorme quantidade de dados pessoais: o núcleo de amigos, os gostos, os hobies, as simpatia política, quando não são directamente fornecidos os nomes e moradas reais.

A esse propósito, foi o Google que investiu na criação de um API (interface de programação) comum a todas as redes sociais para facilitar a troca de informações, o que também permite a recolha uniformizada dessas mesmo informações.



.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ao ler este texto está a ser vigiado!

.





O seu computador está permanentemente a ser vigiado, muitas vezes, e paradoxalmente, graças à introdução de ficheiros contidos nos próprios antivírus.

Todos os seus dados pessoais, todos os documento produzido e transmitidos pelo seu computador são espiados. Todas as suas navegações na Internet são controlada.

Em nome da segurança e da luta contra o terrorismo, a NSA (National Security Agency) americana controla todas as comunicações a nível planetário.



Alguns exemplos:


- Várias "falhas" existentes no Windows foram assinaladas à Microsoft, estas permitem o controle à distância de qualquer computador equipado com o sistema Windows, com os mesmos direitos do administrador do computador.


- Muitos dos ficheiros com "log" ou "dat" permitem registar toda a actividade da utilização do software instalado e até do próprio computador. Neles são registadas as horas de conexão, os destinatários e os conteúdos, por exemplo dos email recebidos e emitidos.


- Muitos dos antivírus que instala, percorrem todo o conteúdo de um determinado ficheiro ou do computador e guardam essas informações (sem que o saiba claro), para as transmitir mais tarde quando se ligar à Internet para uma morada específica. O mesmo se passa quando faz a desfragmentação do seu computador: algumas informações-alvo são guardadas à parte e transmitidas mais tarde para um site pré-estabelecido.


- Muitos softwares que todos nós utilizamos, como o Real Player, contêm spywares que quando são descarregado para o seu computador recolhem informações pessoais que mais tarde serão enviadas quando estiver ligado à Internet.


- As informações recolhidas no seu computador são enviadas para as empresas que comercializam esses softwares com a identificação do seu computador. Cada computador possui um numero único encriptado.


- Cada documento que faz no Microsoft Office (Word, Excel, Access, PowerPoint,...) contem múltiplas informações tais como o seu nome, coordenadas, tipo de impressora utilizada, etc. Um ficheiro mesmo vazio do Microsoft Office já contem vários milhares de caracteres! Pode ser tentado a desactivação dessa identificação com o comando: regsvr32.exe -u c:\windows\system32\regwizc.dll


- Quando um email contem uma palavra considerada chave, ele é examinado pela NSA americana através do sistema Echelon. Um dos programas utilizado é o Cipav (Computer and Internet Protocol Address Verifier). Este permite vigiar cada conexão e cada email a nível mundial. A finalidade é obter o endereço IP e o endereço MAC. O endereço IP é como se fosse um numero de telefone que permite identificar uma conexão à Internet. O endereço MAC identifica cada material utilizado, por exemplo um Modem.


- A legislação americana (mas também canadiana ou britânica) obriga a que os softwares produzidos e distribuídos no Estados Unidos tenham instalados uma "trapdoor". Isto é, cada software tem um dispositivo que permite aos serviços secretos americanos (Echelon) ter um acesso claro e fácil a todos os documentos realizados com esse software. Esta "trapdoor NSA" esta assim presente em todas as versões do Windows, Microsoft Office, Outlook, Internet Explorer,...mas também nos softwares anti-pirata como os Firewall e  Antivírus.


- Nos Estados Unidos, o sistema Carnivore (antigo DCS1000) é um imenso sistema de tratamento de informação, que permite, como os cães que procuram droga nos aeroportos, "cheirar" todo o tráfico numérico da Internet, e assim detectar e seguir certas pistas tidas como suspeitas.


Portanto, tendo acabado de ler este texto, e sendo este blogue considerado "subversivo" pelos temas abordados, acabou de ser catalogado como "suspeito".


.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Os perigos das redes sociais

.





As redes sociais são partilhadas diariamente por milhões de pessoas em todo o mundo. Quais são os perigos de perda de privacidade? Qual a sua segurança? Como proteger os nossos filhos?



O número de internautas portugueses que faz uma utilização regular de serviços como o Facebook, Hi5 ou MySpace é agora de 2.057.000, o que corresponde a 24,8 por cento do total da população nacional com 15 anos ou mais, refere a Marktest.
 
A rede social mais usada em Portugal é o Facebook (22,5 % dos internautas nacionais), seguido do Hi5 (13,6%).

O Facebook já atingiu o impressionante numero de 400 milhões de utilizadores em todo o mundo, sendo que a Internet é utilizada por 2 mil milhões de pessoas.


 
Crianças. um alvo fácil.


Um quarto das crianças registadas em redes sociais como o Facebook ou o Hi5 definiram o seu perfil como público: ou seja, os seus dados de perfil podem ser vistos por qualquer pessoa que clique no seu nome na rede. Um quinto dessas crianças cujo perfil está publicamente disponível indica mesmo dados tão privados como a sua morada e o seu número de telefone. 


As crianças e adolescentes estão particularmente vulneráveis aos perigos das redes sociais. Apesar de estas constituírem uma ferramenta interessante para fazer amigos, existem quatro grandes perigos para os nossos filhos:

1º perigo: ser vítima de um predador sexual.
2º perigo: assédio por parte de outras crianças.
3º perigo: roubo de identidade.
4º perigo: passar demasiado tempo nas redes.

Ser vítima de um predador sexual.

Esse perigo existe, mas não deve ser exagerado. O risco de encontrar um pedófilo na Internet não é maior do que à saída da escola. Aliás 95% dos abusos sexuais em crianças têm origem no seu circulo familiar. Mas esse perigo existe.

Assédio por parte de outras crianças.

As mensagens e imagens partilhadas nas redes sociais permitem que estas sejam muitas vezes utilizadas para insultar um determinado participante ou enviar fotos obscenas.  

Roubo de identidade.

Aqui existem vários graus. O primeiro é o roubo de uma fotografia que uma vez recuperada numa rede social pode ser modificada e utilizada para outro fim. O segundo é o roubo da identidade de uma pessoa e a ulterior criação de uma falsa identidade com a pessoa roubada.

Passar demasiado tempo nas redes.

Como qualquer jogo de vídeo, as redes sociais também absorvem muito tempo. Estas podem fazer com que as crianças passem demasiado tempo nelas e assim reduzirem o tempo despendido para os trabalhos de casa e sobretudo reduzir a sua capacidade imaginativa.



Como se proteger?


Pedofilia:


Ter um cuidado o máximo em manter a confidencialidade, por exemplo impedindo que quem não faça parte de rede de amigos não tenha acesso aos seus dados.

Assédio:

Não hesitar em fazer compreender ao seu interlocutor que ultrapassou os limites, e se este não parar, retira-lo da sua lista de amigos.

Roubo de identidade:

Não hesitar, de tempos a tempos, pesquisar nos vários motores de busca o seu próprio nome para ver qual o tipo de informação que circula na Internet sobre si.


Compete aos país vigiar discretamente o que os seus filhos andam a fazer na Internet. Mas o mais importante é ter um dialogo permanente com os seus filhos e preveni-los dos perigos que podem encontrar. Explicar às crianças que não devem revelar informações que permitam identifica-los ou localizar-los Não fornecer moradas ou telefones, claro, mas também não revelar por exemplo o clube de desporto em que treina.

Pedir aos seus filhos a password de acesso à rede social na qual ele participa. Se este recusar, os país devem ir de vez em quando a essa rede social, colocar o nome do filho e tentar ver as informações que aí se trocam, algumas são acessíveis a qualquer pessoa.

Muitos país têm medo que a Internet seja para os seus filhos como uma droga e uma fuga à realidade, mas não é bem assim. A maioria dos pedopsiquiatras confirmam que a grande maioria das crianças não confunde a realidade com o virtual.



Privacidade e segurança nas redes sociais.


No caso das redes sociais, aqui ficam algumas recomendações sobre privacidade/segurança em redes sociais. Nem todas se aplicam em todos os casos, mas aqui ficam alguns desses mesmos conselhos:
  • Se usar um sistema operativo Windows, deve usar um antivírus, que consiga detectar ameaças na Web e que funcione igualmente como firewall e anti-spyware;
  • Cuidado com a informação que partilha e com quem assim como com os conteúdos que coloca nas redes sociais
  • Reveja as politicas de partilhas e âmbito das mesmas no Facebook;
  • Nunca revelar informação pessoal (detalhes de morada, etc.) ou de negócio através de redes sociais;
  • Cuidado com fotos e outros conteúdos que se colocam nas redes sociais – o que é giro hoje pode ser comprometedor no futuro;
  • Desconfiar sempre dos links e outras mensagens que sejam partilhados por “amigos” conhecidos e desconhecidos;
  • Isto é particularmente difícil, pois os serviços de redução das URL escondem os detalhes da URL original.
  • Não instalar indiscriminadamente aplicações no Facebook, sem saber do que se trata primeiro. Nunca, mas mesmo nunca instalar aplicações desconhecidas!


Ameaça à privacidade.


Uma das principais ameaças à segurança e privacidade dos utilizadores, é proveniente do tipo de conteúdos e de informação que os utilizadores partilham nas redes sociais. Um pequeno exemplo: uma foto divertida hoje partilhada no Facebook, pode tornar-se numa foto comprometedora no futuro. Existe alguma falta de percepção por parte dos utilizadores sobre o impacto que a partilha destes conteúdos e outros pode provocar. Os conteúdos partilhados hoje numa rede social, vão ser distribuídos e partilhados por inúmeros utilizadores e vão persistir na rede social, mesmo que a conta do utilizador seja removida da rede. Não há retorno.

Igualmente, numa perspectiva empresarial e profissional, estas redes sociais podem ser uma ameaça. Hoje em dia, as empresas recorrem frequentemente às redes sociais como uma forma complementar de verificar o perfil dos candidatos a postos de trabalho.



Ingenuidade na divulgação de informações.



Muitos dos utilizadores das redes sociais (extrapolando para a própria utilização da Internet e da WWW) têm muito pouca consciência das implicações da divulgação da sua informação pessoal e privada em redes pessoais. As conclusões sobre o comportamento dos utilizadores no Facebook são assustadoras em relação aos dados que revelam. Assim, conclui-se que:
  • 46% dos utilizadores do Facebook aceitam pedidos de amizade de estranhos;
  • 89% dos utilizadores da faixa etária dos 20 divulgam a sua data de aniversário;
  • quase 100% dos utilizadores divulgam o seu endereço de email;
  • entre 30-40% dos utilizadores listam dados sobre a sua família e amigos.

Recomenda-se a utilização das redes sociais de uma forma racional, e acima de tudo perceber quais os dados a partilhar e que tipos de conteúdos disponibilizar e para quem. Um conjunto simples de indicações pode melhorar em muito a privacidade dos utilizadores e reduzir o risco de exposição ao algumas das possíveis ameaças. Estas indicações podem ser resumidas no seguinte:
  • Usar correctamente as listas de amigos;
  • Remover-se dos resultados de pesquisa do Facebook;
  • Evitar o tagging em fotos e vídeos (o que pode ser embaraçoso);
  • Proteger os seus álbuns de fotografias;
  • Evitar que as histórias apareçam no feed de news dos seus amigos;
  • Proteger-se contra histórias publicadas por outras aplicações;
  • Tornar a sua informação de contacto privada;
  • Evitar Wall posts que possam ser embaraçosos;
  • Tornar as suas relações privadas;


Google: principal ameaça à privacidade.


O próprio gigante Google está hoje a tornar-se uma séria ameaça à privacidade dos utilizadores. A quantidade de serviços que o Google oferece aos utilizadores (motor de busca, Youtube, Adesense, Adwords, Blogger, DNS, URL shortner, e muitos outros) viram tornar a Google numa empresa com características muito especiais.

Nunca antes na história, tanta informação (muita dela pessoal) esteve nas mãos de uma única entidade privada. Quais os perigos que isto pode representar em termos de privacidade para os muitos milhões de utilizadores que usam os serviços/produtos da Google? Fala-se muito do monopólio da Microsoft, mas o verdadeiro monopolista da informação é o Google.




http://www.ionline.pt/conteudo/118134-um-quarto-das-criancas-esta-nas-redes-sociais-sem-proteccao


http://webappsec.netmust.eu/2010/02/06/a-privacidade-e-a-seguranca-nas-redes-sociais/

http://www.lemonde.fr/technologies/chat/2009/02/09/reseaux-sociaux-de-nouveaux-dangers-pour-nos-enfants_1151995_651865.html

http://www.abc-tecnologia.com.pt/index.php?article=2448&visual=1

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A pilhagem planeada do património arqueológico do Iraque

.



O Iraque, ocupado pelos americanos, tem sido alvo de uma pilhagem sistemática do seu património arqueológico. Não são só os seus museus, recheados de peças de um valor incalculável, que foram roubados, como também os seus numerosos sítios arqueológicos foram saqueados.


As tropas americanas são as principais responsáveis por parte dessa destruição, mas é sobretudo a sua passividade perante os roubos que levanta muitas suspeitas. Existirá uma conivência com os ladrões ou será que os roubos foram  planeados pelos próprios americanos?




Tráfico de objectos de arte.

Desde a invasão do Iraque, que se tem assistido a uma pilhagem contínua e em grande escala do património arqueológico desse país. Grupos constituídos por uma centena de pessoas cavam dia e noite, às vezes com escavadoras, os locais arqueológicos milenários, protegidos por homens seus armados.


Estes bandos organizados trabalham para redes internacionais e são financiados por potenciais compradores. Do Iraque, as peças de arte vão para Israel passando pela Jordânia , para depois seguirem para Londres e Tóquio. Uma segunda via de tráfico passa pela Arábia Saudita e outra pelo Curdistão.


Estes objectos de arte desempenham um papel fundamental na lavagem de dinheiro. Muitos desses objectos vão parar à Suíça onde aí são guardados. Ao fim de cinco anos, a lei permite uma prescrição que faz com que os traficantes consigam vendê-los como sendo provenientes de colecções particulares. O mercado da arte representa o quinto mercado mundial em volume de negócios.



Saqueadores ou conhecedores?


Estas máfias, após roubarem um museu, destroem os computadores e queimam os documentos que identificam as peças. Isto tornar assim impossível a  identificação das peças roubadas quando são mais tarde colocadas no mercado, evitando assim os riscos jurídicos que os vendedores poderiam sofrer.


Mas esses ladrões não são vulgares saqueadores, sabem muito bem o que vêm procurar e só levam o mais valioso, tendo o cuidado de deixar, por exemplo, as réplicas. Foi assim que na Grande Biblioteca, nos Arquivos de Bagdade e na Biblioteca do Corão foram apenas roubados os documentos mais valiosos, tendo o reste sido queimado.Tal procedimento denúncia tratar-se de redes bem informadas e que actuam com impunidade perante o olhar das tropas americanas presentes nos locais. 



Destruição criminosa


O importante sítio arqueológico de Ur foi em parte destruído pelas tropas americanas com a criação no local de túneis e fortificações para proteger as instalações militares, apesar de ser ilegal a presença militar em locais arqueológicos. Desse facto, o governo iraquiano já protestou oficialmente junto dos Estados Unidos, mas sem ter obtido qualquer resposta.


A construção da base aérea de Talil, perto de Nassiria, por exemplo, utilizou máquinas de terraplanagem que destruíram um quarto da zona arqueológica.
  

As autoridades iraquianas tentam proteger as zonas arqueológicas, mas no sul do país, a zona mais rica, apenas dispõem de 575 guardas para 1721 sítios, ou seja um guarda para três locais, e apenas 25 veículos.






Um roubo planeado.



Seis meses antes da invasão do Iraque, os altos comandos militares dos Estados Unidos tinham-se reunido com o presidente Bush, com alguns milionários americanos e os com mais destacados coleccionadores de arte. Objectivo da reunião: planear o roubo da riqueza arqueológica do Iraque. Um dos problemas a resolver, era roubar apenas os originais, no meu de muitas cópias espalhadas pelos museus, por isso essa reunião contou com a presença dos melhores especialistas em arte antiga. O que se seguiu foram as pilhagens organizadas dos museus de Bagdade perante a passividade das tropas americanas.


Segundo um especialistas, mais de 10 mil achados arqueológicos foram roubados do museu nacional iraquiano desde o início da invasão americana. Há grupos operantes, especializados em roubo de antiguidades, nos mais de 20 mil sítios arqueológicos do Iraque.


 

http://www.cultureindevelopment.nl/index.php?id=102&sub_id=803


http://www.internationalnews.fr/article-les-bulldozers-americains-detruisent-le-site-archeologique-de-ur---37379999.html


http://www.internationalnews.fr/article-vandalisme-et-pillage-en-irak-berceau-de-la-civilisation-par-joelle-penochet-49644181.html


http://www.danielestulin.com/2011/04/13/habla-memoria-una-vez-mas-esta-vez-por-irak/#more-3814     


 

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Costa do Marfim: a guerra do cacao continua...

.





A Costa do Marfim está em plena guerra civil.

No meio da polémica estão: Laurent Gbagbo, o presidente que não quer sair, e Alassane Ouattara, o presidente que a ONU e os seus representantes dizem ter ganho as eleições.






Várias considerações e "coincidências":




- Antes de mais, lembrar que a ONU não é só por si garante de imparcialidade. Dada ser uma organização dominada pelos interesses dos Estados Unidos e das suas grandes multinacionais, vai sempre defender estes lobbies. 




- O presidente cessante, Laurent Gbagbo, já tinha mostrado a sua intenção em nacionalizar a produção e comercialização do cacau, sendo a Costa do Marfim principal produtor mundial.




- A empresa Armajo, que controla a produção de cacao na Costa do Marfim é a principal fornecedora de ADM. 

 - Anthony Ward é o CEO de Armajo.

- Anthony Ward é bem conhecido no mundo dos negócios por ter sido o autor de várias especulações no mercado do cacao. Anthony Ward tem uma vida recheada de peripécias: já pertenceu aos serviços secretos britânicos MI 5 e já foi autor de várias tentativas de desestabilizações politicas e militares na Costa do Marfim e até na Venezuela contra Chavez. 

- O padrasto de Anthony Ward é...Alassane Ouattara.


- A actual mulher de Alassane Ouattara é judia, o casamento civil realizou-se em Neuilly-sur-Seine pelo então presidente da junta, Nicolas Sarkozy, actual presidente francês.


- A França tem sido um dos principais interveniente na guerra civil da Costa do Marfim, tendo as tropas francesas contribuido para a captura de Laurent Gbagbo.



- Alassane Ouattara, diz-se muçulmano, mas estudou nos Estados Unidos e foi director  de, nem mais nem menos, do FMI para os assuntos aficanos.




- Uma das condições do FMI para mais uma fatia de "ajuda" financeira à Costa do Marfim é o mercado do cacao permanecer privado, para as multinacionais americanas continuarem a explorar o país, estando fora de questão qualquer nacionalização.




- Alassane Ouattara foi o responsável por duas guerras anteriores, sem as quais os preço do cacao não teriam subido, garantindo assim lucros invejáveis a Armajo.



- Loïc Folloroux é o responsável de direcção de Afrique Armajo, este é filho de Dominique Nouvian segunda mulher de...Alassane Ouattara.


Como o mundo é pequeno...




Ver também: http://octopedia.blogspot.com/2011/01/guerra-do-cacau.html





.

A manipulação dos mercados pelas agências de rating





No nosso sistema capitalista ultrafinanceiro, nunca se falou tanto das agências de "rating" como agora.

AA-, CCC, B+, perdidos no meio das notações, aceitamos como normal que um pequeno grupo de empresas privadas regule a economia mundial.

Como se formaram? Qual a sua credibilidade? Como se financiam? Qual o seu real poder? Quem as manipula? Quem beneficia da sua existência?




O que são as agências de rating?


O papel principal de uma agência de notação financeira (agência de rating) é de fazer a avaliação do risco daquele que faz a emissão de uma dívida financeira em não cumprir os seus compromissos, seja ele um estado ou uma empresa.
Essas agências atribuem notas, sendo que o sistema de notação varia de agência para agência, mas em todas vão de AAA (a melhor nota) até D (a pior nota). 


Tabela de notação das três grandes agências de notação:




 
Um pouco de história...


Muita gente acha que as agências de rating são um fenómeno recente, quando na realidade as primeiras agências de notação apareceram ainda no século XIX. Nos Estados Unidos, as grandes companhias de caminho-de-ferro necessitavam urgentemente de financiamento e em 1860, Henry Varnum Poor teve a ideia de classificar essas empresas para informar e facilitar a escolha aos credores.
No século seguinte, em 1941, nasceu a agência Standard & Poor e em 1909 já tinha nascido a Moody's, e só nos anos 2000 a Fitch.





Falta de concorrência.


Apesar de existirem 64 agências de notação financeira em todo o mundo, as três agências anteriormente citadas concentram 90% do mercado. Esta concentração resulta principalmente da necessidade de adquirirem uma boa reputação, o que só pode ser feito ao longo do tempo graças a uma forte experiência.
A avaliação financeira das obrigações mundiais está assim dependente da Moody's, da Fitch e da Standard & Poor's, e portanto dos mercados americanos.



Falta de independência.


Inicialmente, as agências de notação eram financiadas pelos jornalistas financeiros, mas actualmente, são financiadas directamente pelos estados ou empresas que recorrem aos seus serviços. Esse valor pode ir de 50 000 a 150 000 euros para um serviço de algumas semanas ou meses.


Estas agências são portanto empresas privadas e todas sediadas nos Estados Unidos.

Nestas condições, como garantir a independência quando a remuneração dessas agência provem dos honorários dos clientes que são notados?



Falta de transparência.


Estas agências não detalham os mecanismos e critérios com os quais atribuem as suas notas.
Esta falta de transparência impede o seu controle por qualquer entidade exterior, seja ela pública ou privada.



Como romper com uma agência de notação?


Apesar dos contratos com estas agências ser um acto voluntário, ele é no entanto fundamental hoje em dia para ter credibilidade no mercado. Não é fácil, para um estado ou empresa, romper esse contrato e eventualmente mudar de agência, dado que uma das sanções poderá ser a diminuição da nota por parte dessa agência.



Soluções?



Entretanto, as três agências financeiras americanas continuam a afundar o euro
Para resolver todos os problemas anteriormente referidos, poderiam ser criadas agências de notação estatais, pagas pelos impostos e não pelos clientes privados. Todavia, criar por exemplo uma agência de notação europeia, também coloca alguns problemas.


O primeiro, é saber como seriam nomeados os responsáveis por essa agência? Pela comissão Europeia? Pelos Estados membro da União Europeia? Será que essas nomeações seriam garantes de independência?

Além disso, as notas de uma agência europeia poderiam não ser credíveis, dadas as pressões exercidas pelos estados para verem as suas notas serem notadas arterialmente altas.

 


 
http://politique-blog.over-blog.fr/article-le-scandale-des-agences-de-notation-49450484-comments.html
http://www.creg.ac-versailles.fr/spip.php?article389
http://lexpansion.lexpress.fr/economie/l-agence-de-notation-europeenne-une-fausse-bonne-idee_231483.html

 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Geração à Rasca - A Nossa Culpa

.



Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa
abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes
as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar
com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também
estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância
e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus
jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a
minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos)
vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós
1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram
nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles
a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes
deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de
diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível
cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as
expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou
presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o
melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas
vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não
havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado
com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A
vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem
Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde
não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar
a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de
aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a
pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e
da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que
os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade,
nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter
de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e
que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm
direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas,
porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem,
querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo
menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por
escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na
proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que
o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois
correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade
operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em
sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso
signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas
competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por
não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração
que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que
queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a
diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que
este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo
como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as
foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não
lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.

Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de
montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o
desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e
inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no
retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e
nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como
todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados
pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham
bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados
académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos
que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e,
oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a
subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos
nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares
a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no
que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida
e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme
convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem
fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e
a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?



Texto de Mia Couto, escritor moçambicano.

As regras da propaganda mediática das guerras

.





Como é que os media constroem a propaganda de guerra? Quatro regras fundamentais: esconder os interesses económicos das guerras, diabolizar os adversários através de uma mentira mediática, esconder a história e a geografia da região de conflito e por fim organizar a amnésia colectiva.



1 - Esconder os interesse económicos das guerras.


A regra fundamental da propaganda de guerra é esconder que essas guerras são organizadas para satisfazer interesse económicos específicos, os das multinacionais.

Seja para controlar matérias-primas, controlar as rotas de petróleo ou de gás, abrir mercados económicos ou quebrar países demasiado independentes, as guerras são sempre económicas. Nunca humanitárias. No entanto cada vez que surge uma guerra, é o contrário que os media querem fazer passar na opinião pública.



Guerra do Iraque:

Apresentada como uma guerra essencial para fazer respeitar o direito internacional.

Objectivos reais:

- destruir um regime que queria que os países árabes se unissem para resistir a Israel e aos Estados Unidos,
- manter o controle do petróleo no Médio-Oriente,
- instalar mais uma base militar na região.


Guerra da Jugoslávia:

Apresentada como uma guerra por razões humanitárias.

Objectivos reais:

- destruir uma economia demasiado independente em relação ás multinacionais,
- controlar a rota estratégica dos Balcãs e o projecto da instalação de oleodutos,
- instalar uma base militar na região,



Guerra do Afeganistão:

Apresentada como uma guerra de luta contra o terrorismo.

Objectivos reais:

- construir um oleoduto estrategicamente colocado para controlar o aprovisionamento do sudeste asiático,
- instalar uma base militar americana no centro da Ásia,
- enfraquecer os rivais dessa região: Rússia, Irão e sobretudo a China.



2 - Diabolizar os adversários através da mentira mediática.


Uma grande guerra começa por uma grande mentira mediática, do tipo: imagens atrozes provando que o adversário é um monstro e que a intervenção é necessária e portanto uma causa justa.


Para isso é necessário:

- imagens atrozes, mesmo que sejam falsificadas,
- repetição dessas imagens até à exaustão,
- monopolização dos media, excluindo a versão da outra parte,
- excluir as críticas e os críticos, pelo menos numa fase inicial, até que já seja demasiado tarde,
- qualificar os críticos de cúmplices por duvidarem da versão oficial.


Alguns exemplos:

- 1965, guerra do Vietname, com base na mentira mediática de um ataque contra dois navios americanos,
- 1991, guerra contra o Iraque, mentira mediática do roubo de incubadoras numa maternidade do Kuwait,
- 1995, intervenção da NATO na Bósnia com base na encenação de campos de exterminação e bombardeamentos contra civis de Sarajevo atribuídos aos sérvios, quando na realidade foram organizados pelos próprios aliados da NATO ,
- 1999, ataque contra a Jugoslávia, justificado pela encenação de um massacre de civis no Kosovo,
- guerra contra o Afeganistão após os atentados do 11 de setembro, quando os planos de agressão ao Afeganistão e ao Iraque já tinham sido preparados desde há muito tempo.



3 - Esconder a história e a geografia da região de conflito.


Os media ocidentais escondem da opinião pública os dados históricos e geográficos essenciais dos locais de guerra para impedir o conhecimento da situação real dessas regiões. 


Alguns exemplos:

- 1990, os media apresentam a ocupação do Kuwait pelo Iraque como uma invasão estrangeira.

Esqueceram-se de dizer que o Kuwait sem fez parte do Iraque só foi dele separado em 1916 pela colonização britânica para enfraquecer esse país e controlar o petróleo.


- 1991, apresentam a população sérvia como invasora na Bósnia.

Na realidade, os sérvios sempre viveram desde há séculos nessa região.


- 1993, intervenção humanitária na Somália por causa da instabilidade governativa.

Esqueceram-se de referir que as multinacionais americanas tinham acabado de comprar uma grande quantidade terrenos petrolíferos na Somália e que além disso, esta região é fundamental para o controle do transporte marítimo.


- 1994, genocídio no Ruanda.

A história de ódio entre os Hutus e os Tútsis foi deliberadamente promovida quando da colonização belga e francesa para dividir a região e assim, a poder controlar melhor.


- 1999, o Kosovo é apresentado como invadidos pelos sérvios.

O que os media não contam é que durante a segunda guerra mundial e a administração albanesa da região, muitos sérvios foram ali massacrados, e que ainda hoje, com a ajuda da UCK, essa limpeza étnica continua com a bênção da NATO. 


- 2001, os talibãs são os maus da fita.

Sendo verdade que têm um regime com praticas indefensáveis, foram colocados no poder foram os Estados Unidos.








4 - Organizar a amnésia colectiva.


Quando uma potência ocidental prepara o desencadeia uma guerra, não seria esse o momento para recordar as mentiras mediáticas das guerras anteriores?
Não, cada vez que surge uma nova guerra esta é apresentada como justa.

Os debates serão para mais tarde, ou nunca.



Artigo de Michel Collon, traduzido e adaptado por Octopus

http://www.mondialisation.ca/index.php?context=va&aid=23995


.

domingo, 10 de abril de 2011

Portugal positivo

.


Numa altura em que só se fala em crise, nunca é demais referir as coisas e as empresas que funcionam bem em Portugal, para muitas das quais somos lideres na Europa e até no mundo.

Um dos problemas é que os portugueses têm uma visão pessimista de tudo o que é português. 



Aqui ficam alguns exemplos:


- temos a maior fabrica de auto-rádios da Europa, está sediada em Braga,
- somos lideres europeus no segmento têxtil-lar,
- temos o maior lago artificial da Europa, no Alqueva, com 250 quilómetros quadrados,
- somos os maiores produtores de iogurtes líquidos da Europa, a fábrica Danone em Castelo Branco,
- somos o país com mais caixas multibanco per capita da Europa e as que têm maior numero de funcionalidades,
- temos o maior oceanário da Europa e o segundo do mundo, o Oceanário de Lisboa,
- somos um dos maiores produtores de sapatos do mundo,
- somos lideres mundiais na produção de cortiça, a Corticeira Amorim exporta 95% da sua produção,
- temos a quinta maior fábrica de bicicletas da Europa, Decanor em Vila Nova de Gaia,
- vamos ter a maior unidade de produção e transformação de cogumelos da Europa, a Sousacamp,
- somos lideres mundiais na produção de papel de escritório, Navigator da Portucel,
- vamos ter a maior área de olival do mundo, Oliveira da Serra com 10 mil hectares e 6 milhões de oliveiras,
- somos o quinto maior produtor de lítio com a maior mina da Europa,
- temos os dois maiores casinos da Europa, o casino de Lisboa e o do Estoril-Sol,
- somos o maior produtor de pregado de aquacultura do mundo, com a Pescanova em Mira.


sábado, 9 de abril de 2011

O míssil é o melhor amigo do homem

.



Guerra? Que guerra?

Ahhh, a Líbia, pois...é que este conflicto está a tornar-se uma espécie de habito. Nos telejornais aparece entre as noticias económicas e o desporto, a altura certa para ir até a cozinha a buscar o queijo.

Porque novidades não há. Que dizer, por haver há: mas são novidades esquisitas.

Não sei se repararam, mas este parece ser o primeiro conflito da história sem vítimas. Os únicos mortos dignos de aparecer nos canais das televisões foram alguns rebeldes atingidos, por engano, pelas forças da Nato.
Outras vitimas? Não há.

Pelo que, surge uma dúvida: mas onde acabam todos os misseis disparados? Provavelmente no deserto. Deve ser isso. Talvez erros de pontaria, se calhar defeitos de fabrico, sem esquecer o calor.
Eis explicada a razão pela qual as forças do Bem não conseguem derrotar Khadafi (que, lembramos, é o Mal).

Na realidade, quem mais está a sofrer nesta guerra são os camelos, que já não sabem abaixo de qual duna ir a esconder-se.

Mas será mesmo assim?


Sabia que...?

Sabia o leitor que com o Mau, Khadafi (cujas culpas estão fora de discussão), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Líbia, é o maior da África? E que a taxa de alfabetização é superior à da população dos Estados Unidos?
Que os Líbios não morrem de fome, como em Marrocos, Tunísia e Bahrein, e que os salários foram multiplicados por 2 ou 3 enquanto os serviços sociais e médicos foram reforçados?

Sabia o leitor que o Mal (sempre Khadafi) fez uma proposta para instituir uma comissão independente das Nações Unidas para indagar acerca das alegadas violações dos direitos humanos no País?
E que tal proposta, embora apoiada pelos embaixadores de Italia, Hungria, Roménia, Bulgária, Grécia, Holanda, Malta e Chipre, ficou sem respostas? Curioso, não é?
E que por isso Alemanha, Rússia, China, Polónia, Turquia e alguns Países da América Latina (mas não o Brasil) votaram contra a intervenção?

 Sabia o leitor que a resolução do Conselho de Segurança a ONU foi aprovado tendo como objectivo a criação duma No Fly Zone mas sem autorizar o bombardeamento de tropas ou cidades líbias?
Não faz mal, pois vimos que afinal os misseis não provocam mortos: mas fica a notícia como simples curiosidade.

Sabia o leitor que só no dia 22 de Março forma lançados 151 mísseis modelo Tomahawk, cada um dos quais custa 1.160 mil Dólares?
E que o preço para estabelecer a dita No Fly Zone estará entre 400 e 800 milhões de Dólares?
E que o preço da manutenção da dita zona será de 100 milhões de Dólares por semana?
E que todo este dinheiro não foi ganho numa lotaria?

Sabia o leitor que os heroicos revoltosos, com sede na Cirenaica, têm objectivos religiosos? E que a mesma região é um dos melhores reservatório árabes de militantes de Al-Qaeda, os quais já combateram (e ainda combatem) a invasão do Iraque por parte do Estados Unidos?

Sabia o leitor que Khadafi (o Mal!) foi acusado de massacres de civis (tal como Milosevic no passado), mas, apesar dos refinados meios tecnológicos, não existe um só imagem de tais acontecimentos, nem um indício, nem uma fotografia satelitar, nada de nada?
A tal propósito, a explicação mais lógica é de Khadafi ter utilizado para o fim as armas de destruição maciça antes na posse de Saddam Hussein.

Sabia o leitor que, após a saída das forças americanas, as forças da Nato não têm aviões suficientes?
Actualmente resultam empenhados 30 caças franceses (que, todavia, operam por conta própria, sem uma real coordenação com as restantes forças), 17 aviões ingleses (mas nem todos de ataque) mais alguns aparelhos da Bélgica, da Dinamarca, do Canada, e da Noruega, que conduzem operações contra objectivos em terra e não simplesmente para manter uma No Fly Zone?

Sabia o leitor que a Nato justifica o insucesso com o facto das forças de Khadafi (o Mal absoluto) utilizar escudos humanos (que todavia ninguém consegue fotografar ou filmar), esconder os tanques nas cidades (uma superfina táctica revolucionária) e transportar os meio antiaéreos com simples tractores agrículas (!!!)?
Contra forças assim, nunca poderão existir exércitos suficientes.

Só como curiosidade, e para que o leitor não tente ver nisso uma possível razão da guerra, os planos do Mal (sempre ele, Khadafi) previam a nacionalização das companhias petrolíferas que operam no País, tal como Shell, BP, ExxonMobil, Hess Corp., Marathon Oil, Occidental Petroleum, ConocoPhillips, Repsol, Wintershall, OMV, Statoil, ENI e Petro-Canada.
Um operação, esta, que teria fornecido uma entrada de 5.400 mil milhões de Dólares.

Tudo isso seria muito triste se o resultado tivesse sido uma guerra convencional, com mortos e feridos até entre os civis.
Mas tal não acontece e por uma razão muito simples: nós somos o Bem.
Sempre.



Fonte: http://informacaoincorrecta.blogspot.com/