domingo, 12 de abril de 2015

Felicidade: saúde, educação e ateísmo.

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Um estudo divulgado pelo Eurostat concentra-se no indicador de satisfação com a vida porque ele é "um indicador-chave de bem-estar subjectivo". "A satisfação com a vida é um conceito multi-dimensional que é muito moldado por vários factores sócio-demográficos, que conduzem a situações de vida distintas, bem como a diferentes expectativas e preferências".





Felicidade a norte da Europa?


No top 5 dos países mais felizes do mundo está a Suécia/5, a Holanda/4, Suiça/3, Noruega/2, Dinamarca/1. Nos últimos lugares do top da UE, estão Portugal no honroso penúltimo lugar e a Bulgária, no último.


Surpreendentemente, ou não, não é o salário que mais contribui para os europeus estarem satisfeitos com a sua vida. "As condições de saúde são um dos factores determinantes na satisfação com a vida, à frente de outros factores como a posição financeira, a situação do mercado laboral ou as relações sociais"



Saúde e educação fonte de felicidade?


Com elevados índices de educação e saúde, a Dinamarca ficou no melhor lugar. Mas o que, realmente torna os dinamarqueses felizes é “o extremo grau de confiança que as pessoas têm umas nas outras e nas instituições”.


Não é só no ranking de felicidade que a Dinamarca aparece entre as primeiras posições.O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), um dos principais medidores de qualidade de vida, do país é de 0.901. O IDH avalia critérios da educação, economia e saúde para classificar de 0 a 10 os países. Quanto mais perto do 1, melhor.


No país, gasta-se mais de 5.600 dólares anualmente com saúde por pessoa, o que dá um total de 11,2% do PIB.


Segurança: É considerado um dos países mais seguros do mundo e o 7º melhor país do mundo para se viver e trabalhar, de acordo com o ranking 2013 OCDE.


A Dinamarca, como país membro da UE, possibilita a todos os cidadãos europeus o acesso às suas universidades de forma completamente gratuita.




Ateísmo fonte de felicidade?


A afirmação parece contraditória, sendo que a maioria das religiões prega a paz e o amor, mas, segundo o Índice Global da Paz (IGP) de 2012, apesar do mundo em geral ter ficado um pouco mais pacífico nos últimos anos, são os países menos religiosos que continuam sendo menos violentos.


Na Nova Zelândia, Dinamarca e Noruega, países que estão no top 10 de mais pacíficos, o conflito religioso na sociedade é praticamente inexistente. Também, um ranking feito pelo sociólogo Phil Zuckerman mostrou que todos os países desse top 10, menos a Irlanda, estão entre os 50 menos crentes do mundo.





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14 comentários:

  1. Olá Octopus. :)

    Creio que o pacifismo é maior, em países onde se respeita mais o papel da Mulher na sociedade e os homens em vez de as quererem derrotar a toda a força para mostrar a sua "fálica supremacia" e manter o status quo, as apoiam em seus objetivos e sonhos.
    Espero não levar com a "etiqueta" de feminista.
    Quanto ao ateísmo, mais um desprezível dogma do sistema, bastante alavancado pelos académicos do mesmo sistema.

    Um beijo.

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  2. Besteira isso:

    http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/e-nos-lugares-mais-felizes-que-acontecem-mais-suicidios/

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    1. Superinteressante é a medida??
      Besteira é ler superinteressante!!!

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  3. Octopus, independentemente de, por si só, trazer ou não mais felicidade (não sei, isso é discutível), quando falamos de ateísmo, nós temos vários tipos, mas eu parto do princípio de que esse ateísmo seja aquele mais popular dentro da nossa cultura actual, e já com raízes históricas bem conhecidas: ateísmo materialista (que tem exercido uma certa influencia na nossa cultura e sociedades modernas). Mas não nos podemos esquecer que essa visão da realidade traz-nos também alguns problemas de natureza filosófica e não só. Aliás, muitas questões e dúvidas podem e devem ser colocadas em relação a isso, muitas dessas questões têm sido colocadas por alguns filósofos e cientistas do nosso tempo.

    Para além disso, se encaramos determinada crença religiosa (ou outra) como uma mera crença, também podemos estabelecer que o materialismo é mais uma crença, e apesar de muitas vezes ser confundido com a ciência, ele nada tem a ver com a ciência enquanto método (embora esse método não seja uma receita de culinária…) e não existe nenhuma “verdade” científica que exclua outras visões ou interpretações da realidade! (principalmente dentro do âmbito da mecânica quântica, mas não só…). Outro facto curioso é que alguns dos principais pais fundadores da ciência foram fortemente influenciados por ideias religiosas, aliás nós podemos encontrar essas influências na linguagem da ciência, as leis, o próprio modelo mecanicista, o criador e a máquina, o artefacto. Claro que depois arranjaram maneira de eliminar o criador, estava a ocupar demasiado espaço, e ficámos apenas com um artefacto…

    Dito isto, e porque o verdadeiro cepticismo não deve ser selectivo, mas totalmente abrangente, não podendo ser confundido com a negação dogmática de algo, ou seja, não afirmamos nem negamos, trata-se da dúvida, não podemos tirar nenhuma conclusão, por isso não acreditamos nem deixamos de acreditar. Passo então a colocar algumas dessas questões.

    E então já que devemos questionar tudo, começámos pela sociedade, economia e está muito bem. Mas porque não também questionar outras coisas? Porque não questionar outras “certezas”, por exemplo: a matéria é a única substância (mas o que parece sólido se calhar não é assim tão sólido…); O universo, a natureza, a vida não tem nenhum propósito; Para alguns (não todos), antes do universo não existia nada (esse nada teria que ser alguma coisa, penso eu…) O universo é constituído por matéria inconsciente, mas, paradoxalmente, dá origem a seres conscientes; a consciência é produto do cérebro, um mero produto do cérebro (um acidente); a consciência está dentro do cérebro, de maneira que o cérebro não recebe a consciência, mas sim produz consciência, assim como um órgão segrega uma hormona qualquer; a vida depois da morte não existe; fantasmas não existem; o chamado paranormal não passa sempre de fantasias, até porque não existem evidências para nada e aquelas que existem não têm qualidade; tudo o que a religião disser é mentira; qualquer experiência invulgar não passa de meras alucinações ou ilusões de óptica; as experiências de quase morte (NDE) são todas alucinações, mesmo quando certas afirmações são corroboradas e confirmadas mais tarde, e são alucinações mesmo quando não existe actividade eléctrica no cérebro durante vários minutos; memórias são armazenadas todas exclusivamente no nosso cérebro, no coração não há nada! (não toquei nisto por acaso, isto está relacionado com os transplantes),etc…

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    1. Holos,

      Coloca aqui um vasto debate filosófico.

      Entendo aqui o ateísmo como não crença e num sentido mais lato de não criacionismo.

      É um facto que as sociedades não sujeitas a crenças num ser superior são mais estáveis e menos sujeitas a guerras, logo mais pacíficas.

      Serão mais "felizes" isso é outra questão, porque ao mesmo tempo perderam valores fundamentais.

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    2. Sei que coincidimos numas coisas e divergimos noutras, tudo bem quanto a isso. Peço desculpa, se estiver a ser chato e demasiado insistente porque sei que já não é a primeira nem a segunda vez que toco neste tipo de assunto. Sei que cada um tem as suas ideias, existem diversas perspectivas, e provavelmente já reflectiu bastante sobre isso. Por isso, não pretendo alongar muito mais o assunto e talvez nem volte a tocar mais nele. Mas apenas queria dar a minha opinião sobre o que acabou de comentar.

      Quanto à teoria da evolução das espécies, na minha óptica, a teoria não exclui a possibilidade da existência de um criador.

      Se aceitarmos que não faz sentido conceber um criador, isso continua a deixar espaço para conceber qualquer tipo de “criador”, mas não um criador no sentido de ser um fabricante de coisas, um artesão. Podemos então pensar seriamente numa essência profunda de todas as coisas, uma derradeira realidade, que permeia tudo, transformando-se em tudo e, ao mesmo tempo, sendo a raiz de tudo quanto existe. É uma criatividade que se manifesta (pensada por alguns, e intuída e experienciada por outros). Mas definir essa essência pode ser uma tarefa bastante difícil porque é algo que não consegue ficar restringido aos nossos conceitos, não pode ser adequadamente explicado através da nossa linguagem. Está fora do tempo e espaço, mas é também o próprio universo que vivenciamos aqui e agora.

      Podemos olhar de várias maneiras, mas existem três maneiras, ou tradições principais, formas de ver a realidade: a primeira encara o universo como um mecanismo, uma máquina; a segunda encara tudo como sendo um organismo; a terceira encara tudo como se fosse uma peça de teatro. De todas estas visões, digamos assim, a primeira não satisfaz completamente.

      Em relação aos factores que levam uma sociedade a ser mais pacifica, isto tem muito que se lhe diga, existem factores que realmente favorecem conflitos e outros problemas, ainda no outro dia vi uma palestra que falava sobre isso sob o ponto de vista de alguns estudos da antropologia.

      Eu encontro bastantes excepções, mas se realmente é assim, a correlação não significa causalidade, não é a crença num ser superior ou numa realidade última transcendente que, por si só, provoca violência, mas acredito que são os contextos e as dinâmicas que envolvem algumas dessas crenças. De qualquer forma já falei sobre isso anteriormente.

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    3. Holos,

      É sempre um prazer debater este assunto com uma pessoa que muito considero, culta e que fundamenta as suas teorias.

      Dito isto, bem sei que para um crente, seja num ser superior ou na própria natureza ser superior ao ser humano, existem conceitos que para mim não passam de pressupostos e que aceitando esses pressupostos tudo se torna claro e lógico.

      Tenho muita dificuldade em acreditar que uma "suposta força superior" (vamos chama-la assim) conduza e manipule os nossos destinos.

      A sê-lo, seria a negação do próprio Homem e do seu livre arbitro.

      Acreditar (sem qualquer evidência) conduz-nos à "fatalidade", à não acção.

      Também não acredito que a religião em sim conduza à violência, aliás todas as religiões na sua essência preconizam justamente o contrário: a não violência.

      A deturpação desses textos é que poderá conduzir à violência, mas são aproveitamentos políticos.

      Constato no entanto, que as religiões provocaram mais mortes ao longo da história do que qualquer cataclismo.

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    4. Octopus, agradeço as suas palavras, o respeito é mútuo.

      Voltando ao tema, o que não são suposições, pressupostos? Neste momento, nada me garante que eu não esteja a sonhar. A realidade da própria vida também pode ser vista como apenas uma mera hipótese porque, contrariamente ao que pensamos, tudo pode se resumir a um sonho. Quando estamos a sonhar, acreditamos que tudo é real, geralmente não duvidamos, mas depois despertamos para outra realidade, aquela que acreditamos ser a nossa e inteiramente real. Talvez seja um sonho dentro de outro sonho maior chamado vida.

      Essa parte, por exemplo, onde fala da fatalidade e não-acção, não concordo muito com isso, embora algumas pessoas possam enveredar por esse caminho, tudo depende. Para além disso, eu não vejo o ser humano como um completo fantoche… Quanto ao resto, estamos de acordo.

      Certamente, não tenho respostas para tudo, tenho minhas dúvidas também, e com toda a sinceridade, pessoalmente, não posso dizer que tenha conseguido até agora experienciar directamente outras realidades, isso é um ponto importante.

      Apenas lhe posso dizer que as minhas suspeitas, digamos assim, não são motivadas por nenhum fervor religioso, mas antes por uma procura genuína, que tento que seja neutra (embora isso não seja inteiramente possível, admito), pesquisa de vários assuntos, reflexão, e sobretudo ouço aquilo que os outros têm para me dizer, escuto atentamente os testemunhos daqueles que passaram por certas experiências, embora eu sempre diga que não sou nem serei especialista de nada. Se todas estas coisas podem ser consideradas como as tais evidências, é coisa discutível. Mas, cada vez mais me convenço de que a única e derradeira evidência é a experiência directa das coisas, muito mais do que argumentos, teorias ou raciocínios. Essa é a única coisa que nos pode convencer realmente, apenas a nós próprios, claro.

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  4. A grande questão é esta: o que é a consciência? Qual é a sua natureza? Não há nenhum neurocientista que possa explicar a consciência, até hoje nenhum! A consciência e o cérebro continuam sendo em grande parte um mistério, ao contrário do que muitos afirmam por aí. E de uma coisa podemos ter a certeza, se determinada premissa estiver errada, a conclusão também estará errada. Não será que esse atraso no entendimento se deve à abordagem e suposições que se fazem? Fica a questão!

    Podia continuar, mas fico por aqui. Devemos duvidar de tudo ou há excepções? Para além disso, podemos ver as coisas de duas maneiras: a ciência realmente não nos dá verdades perfeitas, as teorias, dizem alguns, são aproximações à verdade, ou então, humanos como somos, simplesmente descartamos as anomalias que não encaixam no nosso paradigma, até que um dia não conseguimos mais fazê-lo e somos obrigados a mudar radicalmente de paradigma. Outra pergunta é a seguinte: Será que realmente é possível a alguém ser neutro, isento? Será que eu próprio consigo ser completamente neutro? E quanto ao suposto cepticismo de alguns militantes, não será que assistimos a posições ideológicas dogmáticas bem definidas, mas que aparecem disfarçadas de cepticismo (que certamente não é o cepticismo que nasceu na Grécia)?

    Abraço.

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    1. Claro que podemos e DEVEMOS duvidar de tudo.

      Claro, também que a ciência SÓ nos dá verdades temporais que serão substituídas por outras verdades mais tarde.

      Mas como dizia o outro "no entanto funciona".

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    2. Apenas queria corrigir um pormenor: na parte da premissa, altero dizendo que a conclusão poderá estar errada, assim está melhor.

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