sábado, 4 de fevereiro de 2012

Poder & Associados

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As grandes sociedades de advogados transformaram-se em autênticos ministérios-sombra. 




As grandes sociedades de advogados adquiriram uma dimensão e um poder tal que se transformaram em autênticos ministérios-sombra.


É dos seus escritórios que saem os políticos mais influentes e é no seu seio que se produz a legislação mais importante e de maior relevância económica.
Estas sociedades têm estado sobre-representadas em todos os governos e parlamentos.


São seus símbolos o ex-ministro barrosista Nuno Morais Sarmento, do PSD, sócio do mega escritório de José Miguel Júdice, ou a centrista e actual super-ministra Assunção Cristas, da sociedade Morais Leitão e Galvão Teles.


Aos quais se poderiam juntar ministros de governos socialistas como Vera Jardim ou Rui Pena.
Alguns adversários políticos aparentes são até sócios do mesmo escritório. Quando António Vitorino do PS e Paulo Rangel do PSD se confrontam num debate, fazem-no talvez depois de se terem reunido a tratar de negócios no escritório a que ambos pertencem.


Algumas destas poderosas firmas de advogados têm a incumbência de produzir a mais importante legislação nacional. São contratadas pelos diversos governos a troco de honorários milionários. Produzem diplomas que por norma padecem de três defeitos.


São imensas as regras, para que ninguém as perceba, são muitas as excepções para beneficiar amigos; e, finalmente, a legislação confere um ilimitado poder discricionário a quem a aplica, o que constitui fonte de toda a corrupção.


Como as leis são imperceptíveis, as sociedades de jurisconsultos que as produzem obtêm aqui também um filão interminável de rendimento.


Emitem pareceres para as mais diversas entidades a explicar os erros que eles próprios introduziram nas leis. E voltam a ganhar milhões. E, finalmente, conhecedoras de todo o processo, ainda podem ir aos grupos privados mais poderosos vender os métodos de ultrapassar a Lei, através dos alçapões que elas próprias introduziram na legislação.


As maiores sociedades de advogados do país, verdadeiras irmandades, constituem hoje o símbolo maior da mega central de negócios em que se transformou a política nacional.




Paulo Morais, Professor Universitário


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3 comentários:

  1. Corramos com eles|
    TODOS À MANIF DE 11 DE FEVEREIRO! FAÇAMOS DO TERREIRO DO PAÇO O TERREIRO DO POVO! LUTEMOS NAS RUAS E NÃO APENAS NOS BLOGUES!
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    AMIGO SE AMAS AS CONQUISTAS DO 25 DE ABRIL DE 1974 ( MESMOS QUE NÃO TENHAS VIVIDO ESSES TEMPOS) E SE ESTÁS FARTO DA ASSOCIAÇÃO DE MALFEITORES QUE NOS GOVERNA, ADERE E DIVULGA:
    http://conquistasdarevolucao.blogspot.com/

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  2. Tudo isso é verdade, concordo em absoluto, mas é importante não esquecer que esses gangues de advogados não conseguem subverter a constituição nem as regras fundamentais do estado de direito, muitas das leis que verborreiam são insconstitucionais e ate simplesmente ilegais, a grande culpa é politica, pois por mais razão que se tenha para provar essa razão em tribunal carece de dinheiro, muito, ou seja , não é suficiente ter razão é necessario pagar caro e esperar muito tempo para que essa razão seja reconhecida, por outro lado é fundamental a qualquer cidadão conhecer a constituição, e as partes mais significativas dos códigos civil, penal , processual penal, processo administrativo e regime geral das contra ordenações, do mesmo modo que qualquer jogador deve conhecer as regras do jogo que escolheu jogar, parecem pesados tantos códigos? talvez...para mim é mais pesado ver "as tardes da julia" e outros "atentados cerebrais" o grande trunfo desses gangues de politicos e advogados é a ignorancia do cidadão comum, é impensavel a um cidadão enfrentar estas mafias sem conhecer as leis que regem a sociedade do mesmo modo que seria impensavel enviar um soldado para o campo de batalha desprotegido e desarmado.

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  3. Pois é Bruno, tens toda a razão. Apesar de muitas das vezes ser insuficiente o conhecimento das leis, a verdade é que as pessoas não se informam minimamente.
    Gostei da referência televisiva aos programas estupidificantes das nossas televisões!

    Um abraço

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