terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A pecuária doente de tantos antibióticos

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Mais de metade (60%) dos antibióticos produzidos no mundo são consumidos pelos animais, o que leva a emergência massiva de bactérias resistentes. Estas bactérias estão presentes na carne de porco, de bovinos, ovinos ou de aviário, depois de mortos. Um perigo que se torna mortal.





Dos primeiros a beneficiar com a pecuária industrial encontra-se a empresa Bayer, sediada em Leverkusen. Unicamente com o antibiótico Baytril (enrofloxacina) a Bayer realizou em 2010 um volume de vendas de 166 milhões de euros, mais 11% do que o ano anterior. Bayer é o quarto produtor mundial de produtos veterinários.


Philipp Mimkes, da "Coordenação contra os danos da Bayer" refere que "sem os produtos Bayer & Co, a criação de milhares de animais em espaços excessivamente exíguos não seria possível. Bayer aproveita-se para lucrar das condições de vida catastróficas dos animais nas pecuárias industriais, que desencadeiam constantemente novas doenças e contribuem para o aparecimento de germes resistentes aos antibióticos.


Em numerosas pecuárias, o Baytril é utilizado diariamente. Este medicamento é utilizado em larga escala desde 1995 para combater as infecções nas galinhas, vitelos, perus ou porcos. A molécula activa do Baytril, a enrofloxacina, é da mesma família química que antibióticos utilizados no homem como a ciprofloxacina ou a moxifloxacina. O uso massivo de Baytril leva a tornarem inoperantes os antibióticos usado no ser humano.






A "coordenação contra os danos da Bayer" reinvidica:

- que a pecuária industrial onde as más condições de vida dos animais impõe o uso de antibióticos seja proibida,
- que o uso de antibióticos na pecuária seja documentada exaustivamente,
- que acrescentar antibióticos na alimentação animal seja proibida e que controlos sejam efectuados e as infracções puníveis,
- que a administração de antibióticos seja reservada aos veterinários com a finalidade de acabar com a administração de antibióticos aos animais de criação,
- que o tratamento sistemático na pecuária seja proibido.


Estudos recentes provam que a carne de galinha vendida nos supermercados contém frequentemente germes resistentes aos antibióticos. Os consumidores não poderão ser tratados por muitos dos antibióticos usados habitualmente em caso de infecção.


A União Europeia há vários anos que proibiu o uso preventivo de antibióticos, mas as quantidades utilizadas não baixaram. Um estudo realizado pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, concluiu no fim do ano passado que o uso de antibióticos na alimentação do gado aumenta o risco de os tornar ineficazes no ser humano. A OMS pede desde há vários anos que o uso massivo de antibióticos seja proibido.



Tradução Octopus de um comunicado de 25 de janeiro de 2012, do grupo de "Coordenação contra os danos da Bayer"

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Prostituição: lágrimas silenciosas




O tráfico humano movimenta, anualmente, mais de 18 mil milhões de dólares em todo o mundo, sendo a terceira actividade ilícita mais lucrativa a seguir ao tráfico de droga e de armas.

O tráfico de mulheres representa, anualmente, cerca de 4 milhões de mulheres,só para a Europa Ocidental esse número é de meio milhão. O número mundial total de prostitutas será de 40 milhões, 75% das mulheres têm menos de 25 anos, e muitas são menores de idade.





A legalização não resolve o problema.


A pobreza, mas também, o aumento do número de países que legalizaram a prostituição são algumas da causas do rápido aumento deste tráfico. A Holanda, onde a prostituição é legal desde 2000, passou de 2 500 prostitutas em 1981, para 10 000 em 1985, 20 000 em 1989 e 30 000 em 2004. Nesse país, existem 2 000 bordéis e mais de 7 000 locais dedicados à prostituição. 80% são estrangeiras e a grande maioria vítimas de redes mafiosas, não tendo a legalização diminuído o impacto dessas redes.


Este assunto da legalização da prostituição permanece controverso, sendo verdade que a não legalização permite lucros avultados, não só para as máfias, mas também para algumas elites e permite entre outras coisas a lavagem de dinheiro.




A frieza dos números da prostituição em Portugal.


Calcula-se que nos países da União Europeia 87% da prostituição é composta por mulheres, 8% por homens e 6% por transgéneros. 70% da prostituição é praticada por imigrantes, sendo que Portugal é um dos poucos países em que esse número é de apenas 56%. 


No nosso país as prostitutas imigrantes são oriundas sobretudo da América Latina (65%) na sua maioria do Brasil, 8% vêm da Europa de Leste (sobretudo ucranianas e russas), 7% da Europa Central (moldavas e romenas, mais recentemente búlgaras) 6% de África (sobretudo nigerianas, senegalesas, ganesas e cabo verdianas), e 5% de Ásia.


Estamos a falar aqui apenas da prostituição de rua, dado que o número e características da prostituição de jornal e da Internet é de difícil avaliação. As prostitutas de rua portuguesas são na sua grande maioria toxicodependentes ou então mulheres mais velhas, muitas com mais de 60 anos.







Europa de Leste: principal exportadora de prostitutas para U.E.


São principalmente as máfias búlgaras, sérvias e albanesas as responsáveis pela introdução na União Europeia das prostitutas dos países de leste. Essas mulheres são compradas por cerca de 20 euros nos seus países de origem e depois passam por uma dezenas de vendas até chegar aos países de destino, podendo então o preço final ser de 20 000 euros.


A Bulgária está-se a tornar no país da Europa de Leste que mais prostitutas exporta. Calculas-se que sejam mais de 20 000 e representam quase 10% do PIB nacional.


Em certas cidades, como Sliven, o fenómeno está a tomar proporções alarmantes, uma em cada quinze mulheres entre os 15 e os 30 anos prostitui-se. Muitas vezes são as próprias famílias que as enviam prostituírem-se no estrangeiro para ganhar dinheiro, outras vezes são pura simplesmente raptadas, muitas delas são de origem cigana. 


Outro fenómeno preocupante são os chamados "lover boys". Este atraem raparigas, muitas das vezes ainda menores, tornam-se amantes delas, prometam emigrar com elas para terem uma vida melhor no estrangeiro e uma vez chegadas ao destino, ficam sem documentos e obrigadas a prostituírem-se.


A dimensão desta técnica tornou-se num verdadeiro quebra-cabeças para o governo búlgaro que difunde spots publicitários na televisão a chamar a atenção para este tipo de prática.


O método é frequentemente o mesmo, às mulheres traficadas para escravatura sexual, são-lhes retirados os documentos e praticamente tudo o que ganham é supostamente para pagar os documentos de volta. Num país estrangeiro, sem falar a língua local, são uma presa fácil dos traficantes. As poucas que ousam negar-se, são ameaçadas, violentadas ou mesmo mortas. Outra técnica é a ameaça contra os filhos ou família que ficou no país de origem.







Nigéria: prostituição e feitiçaria.


A Nigéria é o país africano que mais prostitutas exporta. Neste caso, o recrutamento das mulheres é bastante particular, geralmente é feito por uma "máma" que contrata um feiticeiro que vai, através do vudu, enfeitiçar a vítima que necessitará de somas colossais para anular a dívida para com a sua "máma". 


Estamos a falar de 35 000 a 50 000 euros, que para serem pagos, necessita da exportação da mulher para a Europa para se prostituir. Nestes casos, as mulheres aceitam a prostituição, porque esta representa a única maneira de arranjar esses dinheiro, caso contrário, acreditam que se não pagarem, o feitiço poderá torná-las loucas ou até morrerem.
 


Outras formas de prostituição.


As poucas mulheres que praticam a prostituição sem proxenetas, fazem-no para terem uma vida melhor. No caso da prostituição de rua, a mais mal paga, podem num só dia atingir os 400 ou 500 euros, o que representa num só dia um mês de salário mínimo, daí ser difícil a sua reintegração social fora da prostituição.


As prostitutas de luxo, frequentemente chamadas de "escort girl" podem ganhar 10 000 euros ou mais numa só noite.


A prostituição de estudantes universitárias representa uma pequena minoria e é feita sobretudo através de jornais ou Internet. São jovens que por dificuldades económicas e frequentemente para poder pagar os estudos, recorrem à prostituição, pelo menos durante uma fase das suas vidas.


Por fim, existe um caso muito particular de prostituição é a que é realizada no local de trabalho, em que o sexo é uma forma de obter regalias profissionais.







Acabar com a escravidão.


Esta nova forma de escravidão poucas vezes é debatida, no entanto a prostituição representa uma negação da pessoa humana, reduzida a objecto de prazer. Este silêncio é uma forma de negação do problema. A prostituição incomoda. Muitos pensam que não vale a pena o assunto ser abordado, dizem que sempre existiu e sempre existirá. 


A legalização, não resolve o problema, seria como uma espécie de legalização da escravatura, que só vai legitimar o proxeneta. O corpo das mulheres não pode ser negociado ou vendido. 


Por muito que alguns defendam que a prostituição funciona como um escape social, diminuído assim os casos de violação ou maus tratos, por parte do homem consumidor de sexo fácil, essa teoria mais não faz que transferir o sofrimento de algumas mulheres para outras.


Numa sociedade aberta e permissiva como a nossa, em que uma relação sexual consentida deveria ser a regra, nada justifica o recurso à prostituição.Sendo os homens os principais consumidores de "carne" humana para satisfazer os seus apetites concupiscentes, cabe-lhes a responsabilidade de dizer "não", pelo menos a um certo tipo de prostituição.




quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Equador: um novo caminho?

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Na América do Sul, num cantinho, há um País esquisito: chama-se Equador.

Aqui na Europa o Equador é um lugar misterioso, no sentido que bem pouco é conhecido.


Aliás, a única coisa conhecida é que aí passa o equador, pelo que é possível imaginar os habitantes todo o tempo que perscrutam o céu para ver se a linha ainda esteja aí ou se já foi democraticizada pelos Estados Unidos.


O facto de ter sido origem de apenas 4 visitas em quase dois anos de blog, parece ser sintoma também dum certo atraso intelectual. E não venham com a desculpa do idioma, ora essa.


Na verdade o Equador é um pouco mais do que isso. E se calhar até o factor "atraso" terá que ser reconsiderado.


O Equador, neste momento, deve ser considerado um dos lugares mais interessantes do planeta, no sentido de que indica um novo paradigma de desenvolvimento. Mostra o que pode ser alcançado com vontade política, mesmo em tempos de incerteza económica.


Apenas 10 anos atrás, o Equador era mais ou menos um caso perdido, a quinta-essência duma república das bananas (por acaso, é o maior exportador mundial de bananas), caracterizado pela instabilidade política, a desigualdade, fraco desempenho da economia, e pelo impacto cada vez mais importante dos Estados Unidos na sua política interna.


Em 2000, como resposta perante a hiperinflação e os problemas da balança dos pagamentos, o governo teve a ideia de "dolarizar" a economia, substituindo o Sucre (a antiga moeda) com a moeda dos EUA: o que reduziu a inflação, mas não fez nada para resolver os problemas económicos fundamentais e limitou ainda mais o espaço para a política interna. 
Rafael Correia, presidente do Equador


A viragem veio com a eleição do presidente Rafael Correa, o economista. Após ter tomado posse em Janeiro de 2007, o seu governo inaugurou uma série de mudanças com base numa nova Constituição (a número 20 do País) aprovada em 2008 por um referendo. Uma característica distintiva das mudanças que têm ocorrido desde então é que as políticas mais importantes têm sido submetidas a referendos. Isso deu ao governo a habilidade de "mexer" nos interesses políticos das poderosas lobbies. 


O governo está agora mais estável e em breve se tornará o governo mais duradouro na tumultuosa história do Equador. Os índices de popularidade do presidente ultrapassam 70%. Tudo isso é devido a uma mudança na abordagem do governo, tornada possível por uma constituição notável para o seu reconhecimento dos direitos humanos e dos direitos da natureza, e a aceitação do pluralismo e da diversidade cultural. 
 

Consideremos apenas algumas das mudanças económicas surgidas durante os últimos quatro anos, começando com a renegociação dos contratos do petróleo com as multinacionais.
O Equador é um exportador de petróleo, mas tinha recebido relativamente pouco deste papel por causa da alta percentagem do preço que acabava nos cofres das companhias petrolíferas estrangeiras. Uma nova lei em Julho de 2010 mudou radicalmente as condições, aumentando a participação do governo de 13% para 87% na receita bruta. 


Sete das 16 empresas de petróleo estrangeiras decidiram sair, e as explorações foram ocupadas por empresas estatais: as receitas aumentaram de 870 milhões de Dólares em 2011. 


Em segundo lugar, e talvez ainda mais impressionante, o governo tem conseguido um dramático aumento dos impostos directos. Na verdade, este foi ainda mais importante do que a "revolução do petróleo". Os impostos directos (impostos principalmente corporativos) aumentaram desde cerca de 35% no total dos impostos em 2006 para mais de 40% em 2011, melhoramento obtido graças a uma melhor politica fiscal por parte da administração pública. 


Terceiro: essas receitas aumentadas têm sido utilizadas também para o investimento em infra-estruturas e gastos sociais. O Equador tem agora a maior percentagem de investimento público em relação ao PIB da América Latina e Caribe: 10% do PIB é investido em obras em favor dos cidadãos. Além disso, os gastos no sector social dobraram desde 2006. 


Isto permitiu um progresso real em direcção aos objectivos constitucionais de educação gratuita em todos os níveis e acesso a cuidados de saúde gratuitos para todos os cidadãos. Aumentos significativos na construção residencial são a consequência do direito constitucional de todos os cidadãos a uma moradia digna, com conforto adequado. 
Quito, capital do Equador


Existem muitas outras medidas: a expansão do emprego público, os salários mínimos mais altos e as medidas de segurança social para todos os trabalhadores, a diversificação da economia para reduzir a dependência das exportações de petróleo, a diversificação dos parceiros comerciais para reduzir a dependência dos EUA, o aumento das operações bancárias públicas para atender às necessidades dos empresários de pequenas e médias empresas, a revisão da dívida externa para reduzir os pagamentos dos juros, a anulação dos injustos acordos bilaterais de investimento, a reforma do sistema judicial. 


Uma iniciativa interessante é a recente Reserva da Biosfera Yasuní-ITT, talvez a primeira tentativa no mundo para evitar as emissões de gases de efeito estufa deixando o petróleo no lugar dele: debaixo da terra. Isto não só protege a extraordinária biodiversidade da área, mas também o habitat das povoações indígenas. O sistema propõe-se usar o eco-turismo para tornar as actividades humanas compatíveis com a natureza. 


Tudo isso pode parecer bom demais para ser verdade, e certamente o processo de transformação está apenas no começo. Existem grandes conflitos e os obstáculos não são poucos (como no caso da crise de 2010). Mas é sempre bom saber que há alguém, no Mundo, que não aceita ficar condenado no status quo escuro e sombrio, e que as empresas podem fazer as coisas duma forma diferente.




Artigo publicado no blogue "Informação incorrecta"


http://informacaoincorrecta.blogspot.com/2012/01/equador-um-novo-caminho.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+InformaoIncorrecta+%28Informa%C3%A7%C3%A3o+Incorrecta%29

Fonte:

http://vocidallestero.blogspot.com/2012/01/lecuador-e-forse-il-posto-piu-radicale.html#more

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Quando o impensável é escrito: Aleitamento materno prejudica a eficácia das vacinas !

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Um conjunto de pediatras lembrou-se de estudar o facto de algumas vacinas serem menos eficazes nas crianças dos países sub-desenvolvidos em relação às dos países industrializados. Até aqui tudo bem.

Chegaram à conclusão que a presença de grandes quantidades de IgA no leite materno inibe a eficácia das vacinas administradas. Até aqui, continua tudo bem.

O inacreditável está na conclusão do estudo: para eliminar esse problema, o aleitamento materno deveria ser atrasado de maneira a que as vacinas possam produzir o seu efeito.




Este estudo, publicado pelo "The Pediatric infectious disease journal", pode ser lido aqui: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20442687?dopt=Abstract


Desde há muito tempo, que sabemos que o leite materno é o meio mais seguro e eficaz para reforçar o sistema imunitário do recém-nascido. Também está provado que as crianças amamentadas são mais resistentes às infecções, nomeadamente otites e gastroenterites.



Vários mecanismos imunológicos e não-imunológicos contidos no leite materno opõem-se à proliferação bacteriana. Um desses mecanismos são os anticorpos.




Nota:
Anticorpos: são moléculas produzidas pelo nosso organismo pelo desencadear do mecanismo de defesa imunitária específica, em resposta à presença de um dado antigénio.

Antigénios: são moléculas estranhas ao organismo que, quando surgem no interior deste, levam ao desencadear de mecanismos de defesa, nomeadamente, de anticorpos. 



Sem querer entrar muito em pormenores, é de salientar que apesar do recém-nascido ter uma quantidade reduzida de anticorpos, ele não necessita deles em grandes quantidades, em condições fisiológicas normais, dado estar sujeito a estímulos antigénicos fracos. 

No entanto, além dos anticorpo fornecidos pela mãe durante a gravidez por via trans-placentária, o leite materno contém uma grande quantidade de anticorpos específicos que vem assim preencher a fraca produção do recém-nascido. 

Sob a influência dos estímulos antigénicos externos, quando a criança chega a um ano de idade, já possui cerca de 80% da quantidade que terá na idade adulta. E isto tudo de uma forma perfeitamente natural.

Portanto preconizar a suspensão do aleitamento materno para aumentar a suposta eficácia de vacinas de que a criança não necessita, não passa de um grande disparate.



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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O mito das vacinas

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Ao terminar os seus cursos de medicina, os médicos ficam com a ideia de que as vacinas são, não só necessárias, como eficazes e seguras. Nenhum médico põe este dogma em questão, até por que se o fizesse seria ostracizado e tido por herege.





Antes das vacinas


O decréscimo verificado nas várias doenças para as quais actualmente as crianças são vacinadas, verificou-se antes da segunda guerra mundial, isto é, antes do aparecimento das vacinas. Isso deve-se à implementação de uma estratégia de saúde pública, de que se destacam: o alargamento da rede de água potável, a melhoria das condições de vida e a melhoria do estado nutricional.



Estudos distorcidos


Não existe um único estudo clínico em que a vacina testada seja comparada ao placebo (substância neutra), todos eles são realizados comparando a vacina testada com uma outra vacina. Nestas condições é impossível concluir que os efeitos secundários são superiores, inferiores ou iguais ao dito placebo. Na realidade, como seria de esperar, os efeitos secundários verificados nos dois grupos, são semelhantes. Os estudos concluem então que a vacina testada não tem mais efeitos secundários de que o grupo de controle. 



Mais alergias


Todos os estudos independentes concluem que as crianças vacinadas apresentam durante a sua vida um maior número de doenças alérgicas e auto-imunes do que as não vacinadas. Nos Estados Unidos, onde a comunidade Amish não vacina os seus filhos, não existe praticamente autismo, doença que poderá ser despoletada pela vacinação.



 Corpo estranho


A vacinação contém um vírus, e apesar dos genes patogénicos terem sido eliminados, este permanece um vírus. Este organismo não é, nada mais nada menos, do que ADN ou ARN envolvido por uma membrana. Este ADN e ARN representará sempre um corpo estranho para o organismo. A reacção desencadeada na criança, com a fabricação de anticorpos, não é feita de maneira "natural". A resposta imunológica na criança não vacinada faz-se de uma forma progressiva e não na forma bombástica com a administração de cerca de 30 vacinas no primeiro ano e meio de vida.



 Imunização natural


O contacto natural com milhões e milhões de vírus e bactérias, nas crianças, é feito através do contacto com a pele, com o intestino através dos alimentos ou com o ar respirado. A pele, por exemplo, guarda em memória esses organismos e vai ser no futuro uma barreira activa de defesa. Com a vacinação, o material injectado vai eliminar essa etapa primária de defesa. Por essa razão, é que muitas das vacinas não actuam a longo prazo e têm de ser repetidas.



Adjuvantes nocivos


Os adjuvantes adicionados às vacinas têm por objectivo aumentar a resposta imunitária, mas ao mesmo tempo, e paradoxalmente, danificam o próprio sistema imunitário, particularmente nas crianças. Essas substâncias como o alumínio, o mercúrio ou o esqualeno poderão estar na origem ou no desencadear de doenças neurológicas graves.




O programa nacional de vacinação contempla uma série interminável de vacinas, apesar da vacinação em Portugal não ser obrigatória, são fortemente incentivada em nome da saúde pública. Isto é, quem não quer ser vacinado é visto como uma pessoa egoísta que põe em causa a vida dos outros pelas sua atitude. Mas neste contexto, como explicar por exemplo a vacina antitetânica, dado que o tétano não é transmissível entre seres humanos.




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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O isco do aumento da meia hora de trabalho diária

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O Conselho de Ministros tinha aprovado o aumento de meia hora diária do horário de trabalho no sector privado, sem uma data para a entrada em vigor dessa medida. 


Essa medida foi, claro, legitimamente combatida pelos sindicatos, e até vários sectores do patronato que não viam grande vantagem nela. Por causa, era uma medida descabida, não aumentava a competitividade, reduzia os salários, e nem sequer era preconizada pela troika. 



Na realidade essa medida era um isco. 



Ao chamar a si todas as críticas, o governo permitiu que, uma vez eliminada, o vasto conjunto das outras medidas alternativas parecessem menos más.
Assim o dirigente sindical da UGT acabou por assinar um acordo em que as condições de trabalho pioraram, mas que toda gente considera aceitáveis: menos más.




Caiu a famosa meia hora de trabalho, mas temos:



- A criação de uma “bolsa individual” de 150 horas que será arbitrariamente gerida pelo patronato, o que constitui um autêntico "lay off" ao horário laboral, permitindo que o patronato obrigue os trabalhadores a realizar menos horas num dia, que poderão “compensar”, depois, noutro dia que melhor aprouver ao patronato, sejam elas prestadas num horário fora dos turnos habituais, seja a um sábado, domingo ou dia feriado, não sendo pagas como “horas extraordinárias".

- Roubo de três dias de férias, passando dos 25 dias úteis anuais, para os vinte e dois.

- Eliminação de 3 ou 4 dias de férias.

- Possibilidade de despedimento por extensão de posto de trabalho.

- Despedir por inadaptação passa a ser possível sem  introdução de novas tecnologias ou mudanças no posto, basta haver quebra continuada de produtividade ou qualidade, avarias repetidas ou riscos para a segurança e saúde, por culpa do trabalhador.
- O valor de horas extra cairá para metade. 




Todas estas medidas são mais gravosas do que a supostamente meia hora que o governo tentava impor. O método continua a ser o mesmo ludibriar o povo com uma medida inaceitável, que à partida serve de isco, para depois aprovar um conjunto de medidas lesivas que passam como aceitáveis.





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A guerra mundial contra a democracia

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Mais longa e mais sangrenta que qualquer guerra desde 1945, feita com armas demoníacas e um gangsterismo disfarçado de política económica, por vezes conhecido com o nome de mundialismo, a guerra contra a democracia não é referida nos círculos da elite.


Em julho do ano passado, William Blum publicou as estatística da política estrangeira americana. Desde a segunda guerra mundial, os Estados Unidos:

1- Tentaram depor mais de 50 governos, a maioria eleitos democraticamente,

2- Tentaram suprimir um movimento popular ou nacionalista em 20 países,

3- Interferiram nas eleições democráticas em pelo menos 30 países,

4- Bombardearam as populações de mais de 30 países,

5- Tentaram assassinar mais de 50 lideres políticos estrangeiros.



Ao todo, os Estados Unidos cometeram uma ou mais destas acções em 69 países. Na maioria dos casos com a cumplicidade e a colaboração do Reino Unido. O "inimigo" muda de  nome, de comunista passa a islamista, mas na maioria dos casos trata-se da subida de movimentos democráticos independentes do poder ocidental ou uma população que ocupa um território estrategicamente útil, como no caso das Ilhas Chagos.


A verdadeira escala do sofrimento, sem falar da da criminalidade implícita, é desconhecida no ocidente, apesar da presença dos sistemas de comunicação os mais avançados do mundo, nomeadamente do mais livre jornalismo e da mais admirada academia.
 

O facto da maior parte das vítimas, do terrorismo ocidental, serem muçulmanos, é uma coisa que não pode ser dita. A morte de um milhão de crianças iraquianas nos anos 90 devido ao embargo imposto pelo Reino Unido e os Estados Unidos não tem qualquer significado.


Enquanto a cultura popular inglesa e americana emergem, depois da segunda guerra mundial, de um banho de ética para os vencedores, os holocaustos que emergem da dominação anglo-americana nas regiões ricas em recursos naturais são relegados para as gavetas do esquecimento.


Durante a governação do tirano indonésio Suharto, apelidado por Thatcher de "nosso homem", mais de um milhão de pessoas foram massacradas. Descrito pela CIA como "o pior massacre da segunda metade do século XX", essas estimativas nem têm em conta o terço da população de Timor oriental que morreu à fome ou foi massacrada com a cumplicidade do ocidente, com os aviões e as metralhadoras britânicas.


Todas as vidas destruídas por Barack Obama são transformadas em pó, este que era a esperança de mudança e de luta contra contra a violência. Isto acontece, quando um dos drones de Obama elimina uma família inteira numa longínqua região tribal do Paquistão, da Somália, ou do Iémen, quando os controladores do jogo americano em frente aos seus ecrãs escrevem nos seus teclados "insecto esborrachado".


Obama gosta de drones, e até gosta de brincar sobre esse assunto quando está com jornalistas. Uma das suas primeiras medidas, foi ordenar uma vaga de ataque de drones Predator sobre o Paquistão, que matou 74 pessoas. Desde então, matou milhares de pessoas, na sua maioria civis. Os drones Predator lançam mísseis Hellfire "fogo do inferno" que esvaziam o ar dos pulmões das crianças e deixam no terreno farrapos de carne humana.


Após ter seduzido o movimento anti-guerra, Obama deu aos corruptos oficiais militares americanos poderes sem precedente. Isto inclui a possibilidade de guerras em África e oportunidades para provocar a China, o maior credor dos Estados unidos e novo "inimigo" asiático. Com Obama no poder, a velha fonte de paranóia oficial, a Rússia, foi cercada por uma cortina de mísseis balísticos e a oposição russa foi infiltrada.


Equipas de assassinos da CIA e das forças armadas foram colocados em 120 países, e ataques planeados de longa data contra a Síria e o Irão deixam no ar uma possível guerra mundial. Israel, o clone americano da violência e da desigualdade, acaba de receber o seu dinheiro de bolso anual, 3 mil milhões de dólares, com a bênção de Obama, para poder continuar a roubar mais territórios palestinianos.


O sucesso mais "histórico" de Obama, foi ter levado a guerra contra a democracia para o solo americano. No dia de Ano Novo assinou a lei National Defense Authorization Act (NDAA), uma lei que autoriza o Pentágono a raptar estrangeiros ou cidadãos americanos, detê-los sem limite de prazo, interrogá-los, torturá-los, e até matá-los. As vítimas apenas necessitam de serem "associados" aos que estão em guerra contra os Estados Unidos. Não haverá qualquer protecção legal, qualquer processo, qualquer representante legal. Esta é a primeira lei que suprime o Habeas Corpus (o direito a um processo jurídico legal) e rejeitas assim os direitos cívicos de 1789.


Em relação ás próximas eleições presidenciais americans, o Washington Post dizia "que esta campanha vai por em cena o choque das filosofias enraizadas nos pontos de vista da economia". Mentira. A tarefa dos jornalistas dos dois lados do Atlântico é de criar a ilusão de uma escolha política onde ela não existe.

 
A mesma sombra plana sobre o Reino Unido e a maioria dos países europeus, onde a social-democracia capitulou perante a ditadura dos bancos centrais.





Tradução de Octopus de excertos de um artigo de John Pilger
http://www.johnpilger.com/

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Como esconder os efeitos secundários das vacinas

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Nos ensaios clínicos, um grupo toma o medicamento testado e o outro um placebo (isto é, uma substância neutra), no caso das vacinas nada disso acontece, o grupo que deveria tomar um placebo toma na realidade uma outra vacina.


Isto deve-se ao facto de que se a vacina testada fosse comparada a um placebo, os efeitos secundários graves provocados pela vacina seriam tão frequentes e graves, que o laboratório farmacêutico em questão não conseguiria qualquer autorização de colocação no mercado.
 

 

Vejamos um exemplo prático:


A vacina Cervarix, do laboratório GlaxoSmithKline (utilizada contra o papilomavírus humano), terá sido avaliada em ensaios clínicos e continua a ser avaliada após a sua comercialização.


O principal desses ensaios, chamado de "Estudo Patricia", foi financiado pelo próprio laboratório farmacêutico, o que em termos de independência deixa muito a desejar.


Mas o que o público não sabe, é que das 10 000 mulheres, entre os 15 e 25 anos, que foram divididas em dois grupos, metade tomava a vacina Cervarix e a outra metade, que deveria tomar um placebo, tomava realidade uma outra vacina do mesmo laboratório, a Havrix utilizada contra a hepatite A.


Tanto uma como a outra vacina continham alumínio, não é portanto surpreendente terem sido observados em cada um dos dois grupos, nada mais nada menos do que 10% de efeitos secundários graves.


A conclusão lógica a que o laboratórios chegou é que o Cervarix não apresenta mais efeitos secundários do que o grupo testemunho. Esta conclusão dá muito jeito, por que se o Cervarix tivesse sido comparado com uma substância neutra, em vez de uma outra vacina, teríamos 10% de efeitos secundários graves contra zero.


Mas o mais espantoso é o estudo concluir que apenas 0,1% desses efeitos secundários eram devidos ás vacinas, ou seja apenas um em cada 1 000. A pergunta legítima é: a que se deveu que uma em cada dez pessoas tenham sofrido desses efeitos, qualificados de graves, após a vacinação?




Mesmo processo na Finlândia, um estudo com 70 000 indivíduos, entre os 12 e 15 anos de idade, a comparação entre os dois grupos, para avaliação dos efeitos secundários, desta vez foi feita com Engerix B, vacina contra a hepatite B responsável pelo maior numero de efeitos secundário pós-vacinação registado até hoje. 




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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Islândia: a revolução silenciosa

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A Islândia acabou o ano 2011 com um crescimento económico de 2,1% e em 2012 vai ter o triplo da taxa de crescimento esperada para a União Europeia. Após o colapso financeiro encontrou medidas inéditas para sair da crise e vai julgar os seus responsáveis.





O colapso.


Em 2008, a dívida da Islândia era nove vez o seu PIB, a sua moeda colapsa e a bolsa é suspensa depois de ter caído 76%. O país vai à falência e tem de recorrer a dois empréstimos, um do FMI de 2,1 mil milhões de dólares e outro dos países nórdicos e da Rússia de 2,5 mil milhões de dólares.


O FMI, como sempre, exigiu em troca medidas de "ajustamento" traduzidas em cortes nas despesas sociais. A população revolta-se, o que provoca a queda do governo e eleições antecipadas. O Partido da Independência, conservador, é substituído por uma coligação de partidos de esquerda, ecologistas e sociais democráticos. Um referendo rejeita o salvamento dos bancos privados e os principais bancos, Glitnir, Landsbankinn e Kaupthing, são nacionalizados.



Responsável ou bode expiatório?


Actualmente, vários responsáveis do sector bancários deverão ir a julgamentos por fraude e abuso de poder. O parlamento islandês nomeou uma comissão de inquérito, composta por dois filósofos e um historiador, para analisar o aspecto ético da crise, um atitude única e inovadora. 


O antigo primeiro ministro islandês, Geir Haarde, está actualmente a ser julgado por ter mal gerido a crise que provocou o colapso do sistema bancário do seu país. Arrisca-se a 2 anos de prisão se for declarado culpado. Uma comissão tinha proposto inicialmente culpar quatro pessoas.


Esta acusação de "negligência" e "violação das leis sobre a responsabilidade ministerial", do antigo primeiro ministro, é vista para a maioria dos observadores como a tentativa de encontrar um bode expiatório, outros vêm nela um acerto de contas político por parte dos seus velhos inimigos no poder, agora que o poder virou à esquerda.


O que parece estar em causa na responsabilidade da crise islandesa não é uma pessoas, mas sim de um conjunto de actuações de vários actores políticos, assim como de vários responsáveis do sector financeiro do país. 



Islândia: um "mau" exemplo.


A "revolução" islandesa é muito pouco badalada nos media oficiais, pois esta poderia servir de "mau" exemplo para outros países nas mesmas circunstâncias: recusa em pagar as dívidas de bancos privados, nacionalização e colocação sob controlo democráticos de três bancos, e nacionalização, para breve, dos recursos naturais. Esta revolução anti-capitalista poderia dar más ideias a outros povos europeus.
 

E tudo isto sem violência, sem um único disparo da polícia. Uma espécie de revolução silenciosa. É verdade que, a maioria das vezes a democracia directa só vive enquanto está na rua e desaparece quando se institucionaliza. Mas seja como for, a Primeira-Ministra islandesa, Johanna Sigurdsdottir, e o seu governo elaboraram um plano de rápido relançamento económico que parece estar a dar frutos. 


A Islândia continua assim, a ser um país inovador em vários aspectos: foi o segundo país do mundo a reconhecer o direito de voto às mulheres (depois da Nova Zelândia), o primeiro país a ter um chefe de governo homosexual, a ser um dos países mais seguros do mundo em termos de violência e a ter 100% de alfabetização.







http://www.pressegauche.org/spip.php?article9031

http://www.acp-eucourier.info/fr/content/ethique-et-finances

http://www.arretsurimages.net/vite.php?id=11942

http://www.lemonde.fr/europe/article/2011/09/05/islande-l-ex-premier-ministre-unique-coupable-de-la-crise_1568015_3214.html

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Uruguai: Oitavo ano de governo progressista




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Estamos entrar no oitavo ano de governo de Frente Ampla (coligação de socialista, comunistas, tupamaros e sociais democratas) e no terceiro ano de do segundo período de um governo que mudou o nosso país e continua firmemente o caminho das transformações sociais, algumas das quais estão-se no bom caminho e outras estão-se a concretizar.




Para facilitar a integração escolar das crianças mais pobres, foi distribuído gratuitamente a cada aluno do primário um portátil



Continuam a ser surpreendentes os avanços em matéria de economia de um governo que teve início em março de 2005 e que se deparou com um país que vinha de uma das maiores crise da sua história.


Os uruguaios deparavam-se com uma situação que não prognosticava qualquer futuro: o Uruguai estava com um endividamento nunca visto, a dívida era superior a 110% do PIB, o endividamento ao FMI era de 2 mil milhões de dólares, com toda a pressão que isso acarreta; apenas um terço dos gasto do Estado destinavam-se ás políticas sociais. 


Num país com 3 milhões de habitantes, havia 1 milhão de pobres (35%), o desemprego era de 14% e a inflação rondava os 40% ao ano, metade das crianças eram pobres, algumas chegaram ao extremo de ter de comer relva...


Podíamos citar mais números e dados, e encher páginas inteiras deste semanário (Acción Informativa) lembrando como se vivia nessa altura no Uruguai. Mas para além das de algumas coisas que ainda podem ser melhoradas no que diz respeito à gestão, o país continua a diminuir o fosso entre os mais ricos e os mais pobres, melhorando a distribuição da riqueza. 


É interessante recordar alguns avanços concretos. 
No ano passado, pela primeira vez nas últimas décadas, começaram a regressar mais uruguaios de que a emigrar; a dívida com  o FMI foi suspensa desde há três anos e foi renegociada, melhorando os prazos de pagamento, oxigenando assim habilmente a nossa economia; estamos em pleno processo de desdólarização da nossa dívida, passando a mesma para a nossa moeda, o que permite avançar no sentido de ter uma dívida soberana.


Quase 45% dos gastos do Estado destinam-se ás políticas sociais; houve uma grande redução da pobreza (14%), estamos agora com meio milhão de pobres; o desemprego continua a diminuir, estamos hoje com 5,5% de desempregados; todos os sectores da economia recuperaram a perda salarial ocorrido nos últimos 7 anos; a inflação média nos últimos 7 anos passou para 7,1%; o salário mínimo quase triplicou (passou de 2 000 pesos para 7 500 pesos) e pensa-se que poderá atingir no fim da legislatura 10 000 pesos, ou seja cinco vezes mais desde que a Frente Ampla chegou ao poder.


Seguiremos esta linha, aprofundando cada vez mais as transformações da nossa sociedade. O Uruguai fez uma muito boa escolha na eleição de outubro de 2009.






Tradução de Octopus de um texto do Prof. Gustavo Guerreiro, Presidente da Junta do Movimento de Participação Popular de Tacuarambó (Uruguai).

Publicado no semanário "Acción Informativa" (13 a 19 de janeiro de 2012)



Actualmente o Uruguai é um dos países com maior PIB per capita da América do Sul, o primeiro em qualidade de vida/desenvolvimento humano, o segundo menos corrupto, o primeiro a legalizar a união entre pessoas do mesmo sexo, o primeiro a permitir a adopção gay, foi o primeiro país do mundo a oferecer um portátil a cada criança do ensino primário, o ensino é gratuito até ao superior, a taxa de analfabetismo é praticamente nula.