sábado, 20 de fevereiro de 2016

Violência doméstica sobre os homens

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Este é um assunto tabu. É senso comum que são os homens que praticam violência doméstica sobre as mulheres, nunca o contrário.


Em Portugal, são as mulheres as principais vítimas de violência doméstica, representam cerca de 80% das queixas, enquanto que os homens representam apenas 20% das queixas, mas esse número está sob estimado






A situação em Portugal.

O Relatório Anual de Segurança Interna refere que em 2014, os casos registado de violência doméstica em que as vítimas foram homens era de 19,2%. 


Isto representa, apesar de tudo, em Portugal, 14 queixas por dia.


Não existem mais queixas em Portugal por vergonha e por preconceito social.


A mentalidade machista quase que dá ao homem o direito de agredir a sua mulher, fruto de numerosos anos em que a mulher era "propriedade" do marido, sem qualquer direito próprio.


As coisas têm vindo a alterar-se nos últimos anos, mas fez com, perversamente, a violência doméstica é hoje em dia, em Portugal, sinónimo de violência do homem sobre a mulher.






Queixas inglórias.

Quando fazem queixa, os homens raramente são levados a sério: como é que um homem se deixa dominar pela sua mulher?


Quando um homem é vítima de violência doméstica e que o caso chega a tribunal, depara-se com um sistema jurídico demasiado "feminilizado" e tem dificuldade em fazer prevalecer a razão dos factos, sendo que a mulher raramente é condenada.


Aos olhos da sociedade e do sistema jurídico, a mulher é sempre a vítima.


Frequentemente, quando o homem faz queixa da mulher por violência doméstica, esta inverte os papeis e faz-se de vítima,  fica o homem desacreditado perante a opinião pública e perante as autoridades. 


Automaticamente o sistema jurídico coloca em dúvida os factos descritos e preveligiam a versão feminina: a mulher apenas, eventualmente, agrediu o seu companheiro como atitude de defesa.



A guarda dos filhos é sempre para a mãe.

Em caso de separação, a guarda dos filhos é entregue à mãe em cerca de 95% dos casos em Portugal, em 85% dos casos em França. Nos países nórdicos em 85% dos casos a guarda dos filhos é alternada.


Quando se questiona porque é que um homem vítima de violência por parte da companheira não se separa, a resposta é que estes reagem da mesma maneira que as mulheres vítimas de violência: tentam proteger os seus filhos.


Só que no caso dos homens, perante o septicísmo dos juízes, têm muito poucas possibilidades de obter a guarda dos filhos, dado que os sistema vigente protege sempre as mulheres.









Classe social e violência doméstica.

A perversão e a manipulação não é apanágio dos homens. Nos casos de violência doméstica, essas agressões são frequentemente físicas tanto nem caso como noutro. No caso das vítimas serem homens, têm de aguentar estoicamente as agressões, porque se algum tem como reacção ripostar, é a mulher que irá fazer queixa por violência doméstica, e nesses casos o homem fica como agressor.


Apesar de nos dizerem que a violência doméstica está presente em todas as classes sociais, esta é uma meia verdade. As mulheres vítimas pertencem geralmente a classes baixas ou média-baixas, enquanto os homens pertencem a classes média-altas e altas.








A violência sobre os homens é mais subtil.

Enquanto a violência sobre as mulheres é mais física, no caso dos homens é muito mais psicológica. Frequentemente, os homens vítimas de violência domestica são alvo de críticas diárias, humilhações perante amigos ou família e críticas em relação ao seu desempenho sexual ou à sua virilidade.


Todas estas violências são difíceis de provar, enquanto as agressões físicas são muito mais fáceis. A violência emocional, degradação e humilhação continuada é o retrato do dia a dia de muitos homens sujeitos a esse tipo de violência.



A sociedade minimiza a violência sobre os homens.

Como é que as pessoas reagem numa cena de violência doméstica? 


A organização não-governamental ManKind Iniciative realizou a seguinte experiência:


Na mesma rua, um mesmo casal: quando o homem agride a mulher, várias pessoas reagem e chamam o homem à atenção, certificam-se que a mulher está bem e chamam as autoridades.


Quando é a mulher que agride o homem, as pessoas que presenciam a cena, olham, sorriem e ninguém se certifica que o agredido está bem ou chamam as autoridades.






Na Bélgica ou na Suécia, o numero de vítimas do sexo masculino é superior ao das mulheres.


As relações de violência são sempre um fenómeno de poder. À medida que as sociedades e as pessoas se tornaram mais independentes e se emanciparam, cada vez aceitam menos este tipo de violência.


A evolução natural da sociedade fez com que, legitimamente, as mulheres se libertaram da dependência do homem, mas criou uma grande dicotomia quanto ao esperado papel do homem dividido entre protecção social e igualdade.


Uma relação sã, permite que duas pessoas possam enriquecerem-se com essa relação que mantêm com o seu parceiro sem perder a sua liberdade. Quando um dos dois encara o outro como um objecto disponível para se submeter ao seu belo prazer, a relação é uma relação perversa.


Mas uma coisa é certa, nem sempre o que aparece como vítima é realmente o culpado.






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7 comentários:

  1. Boa tarde octopus, tema pertinente,sou 200% contra a violência, no entanto neste caso especifico dá-me para rir, tipo cócegas nos pés desculpe...bem sei que revela da minha parte uma certa perversidade, mas afinal, o homem não é fisicamente mais forte que a mulher? É!
    Vai apresentar queixa de quê? Quem é que vai levar a sério um fulano que se deixa esbofetear sabendo que é um ser fisicamente dominante? Ou reage de igual modo e deixa de ser vitima, e quem sabe a coisa fica resolvida assim ambos a marcarem território, ou acaba a relação!
    Ao contrário,uma mulher ao ser agredida por um homem, octopus, não tem fisicamente hipóteses de se defender, só se lhe atirar com um prato á cabeça, um homem agarra-lhe num braço e parte-lhes os ossos todos se quiser, e foram e são tantos séculos de história a retratar isso mesmo... e digo-lhe que só há bem pouco tempo é que as mulheres são defendidas na via pública, porque é considerado crime, porque como deve saber, antes era culturalmente aceite a mulher levar porrada e andar toda partida, eu em criança cheguei a assistir e ninguém se meteu, até se usava a frase que entre marido e mulher ninguém mete a colher.
    É de lamentar quer uma, quer outra situação, mas de certeza que a violência doméstica nos homens nunca irá atingir a mesma carnificina que nas mulheres, porque a essência de ambos não se coaduna, gostei do seu artigo!:-)

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    1. "Ou reage de igual modo e deixa de ser vitima, e quem sabe a coisa fica resolvida assim ambos a marcarem território, ou acaba a relação!"
      Mesmo que o homem tivesse feito exactamente o que a mulher lhe tinha feito, adivinhe o que acontecia se a mulher fosse à policia e disse-se que ele lhe tinha batido.

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  2. http://www.dn.pt/sociedade/interior/esfaqueou-o-namorado-porque-ele-passava-demasiado-tempo-no-facebook-5043835.html

    Os problemas não se restringem apenas à parte doméstica, há mulheres que abusam da sorte, falam com os homens de qualquer maneira, nas amizades, nos empregos,etc. Tal como foi referido no artigo, são peritas na humilhação psicológica, pelo menos tentam (nem sempre conseguem, porque às vezes dão-se mal e não surte qualquer efeito), mesmo que a coisa venha mascarada num sentido humorístico, como se fossem apenas brincadeiras, já para não falar nas manipulações psicológicas de todo o género e espécie.

    Há muito homem que se torna perigoso, alguns comportam-se como autenticas bestas boçais, mas noto que cada vez mais há uma tendência para diabolizar os homens e vitimizar as mulheres, as mulheres não podem ser criticadas nem chamadas á atenção por nada porque são sempre vitimas oprimidas ou injustiçadas pela sociedade, o politicamente correto levado ao extremo. Qualquer dia chegamos ao ponto de termos de pedir desculpa simplesmente por sermos homens. Se não me engano, li há tempos que havia uma companhia aérea que proibia os homens de se sentarem ao lado de crianças no avião, porque os homens são potenciais pedófilos ou violadores, anda tudo doido!

    Há mulheres que são tudo menos anjos do nosso senhor, atacam-se umas às outras, são invejosas, competitivas, ambiciosas, como bem sabemos, basta observar. E depois é preciso ver também as estatísticas em relação a relacionamentos entre mulheres, homosexualidade feminina, seria interessante também ver o que se passa aí.

    Se uma mulher vier com certas brincadeiras para cima de um homem, coitadinha é apenas uma brincadeira, mas se for o contrário, um homem a ter brincadeiras semelhantes em relação a uma mulher, então é um porco sexual e está a assediar, malvado. Para aqueles que dizem que as mulheres são oprimidas no ocidente, convido-os a abrir a pestana e a ver a verdadeira realidade, comportam-se como querem e lhes bem apetece.

    Nunca se deve bater numa mulher, nem com uma flor? Depende, às vezes não é necessário agredir, basta imobilizar, mas idealmente deve-se imobilizar apenas. Um homem tem o direito de se defender sempre, era o que faltava! Mas sabemos que muitas vezes alguns homens não conseguem fazê-lo e existem razões para isso. Ah e aquelas meninas que têm a mania de dar palmadas com força nas costas e murros nos ombros aos namorados, porque o homem é forte e aguenta, deviam levar também com umas boas palmadas nas nádegas porque se as tiverem grandes e volumosas também podem aguentar, para ver se aprendem a parar com essa mania, mesmo que seja só na brincadeira.

    Finalizando, somos todos contra a violência e seja homem ou mulher, devemos ser conscientes do nosso comportamento e observar o que fazemos, refletir, desenvolver um pouco de autoconhecimento, não complicar o que já por si é complicado, como dizia o Octopus, e fazer tudo isso antes que seja tarde demais.

    Ah, e se o barco estiver a ir ao fundo, a minha vida não tem de ser menos importante do que a de uma mulher, no passado seria menos importante, hoje talvez não e ainda bem.

    Uma pequena nota: para aquelas ou aqueles que possam vir com ataques, as minhas opiniões não são baseadas em nenhum ódio às mulheres, também felizmente nunca tive duas "proeminências na testa", mas muitos homens tiveram e alguns passaram um mau bocado, mas que levantem a cabeça, mulheres é o que não falta por aí e há sempre esperança, mas se quiserem ficar sozinhos e aproveitar a vida de outra maneira, também não deixa de ser uma opção muito válida meus amigos.

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    1. Não concordo com nada do que escreve, apenas deixo o seu comentário por liberdade de expressão...

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    2. Ótimo! É perfeitamente aceitável que não concorde com a minha opinião, não há qualquer problema, porque eu também não concordo com muita coisa que o Octopus escreve e não deixo de ler só por causa disso. Agora só espero é que ninguém me venha acusar de incentivar violência contra as mulheres porque isso eu não admito a ninguém, seria deturpar tudo quanto eu disse. Teve o mérito de colocar este artigo totalmente contracorrente, e confesso que até me surpreendeu.

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    3. Anónimo 2, as mulheres são psicologicamente mais fortes que os homens e por isso ganham muitas batalhas, concordo que são peritas em deixar qualquer homem de rastos pela via psicológica, nalguma coisa tinham que ser boas não acha? Se calhar não acha, para si uma mulher quer-se obediente, burra e sem opinião ou reação, lamento, mas esses tempos áureos acabaram. Elas nada mais fazem que os homens já não tenham feito, é a igualdade está a ver? A diferença é que o homem usa a força e a brutalidade, e a mulher a inteligência, e você ainda não percebeu que com esse discurso não vai longe, se calhar cabe agora aos homens finalmente evoluirem nesse campo, uma vez que os carrascos estão a desaparecer, isto pelo andar da carruagem as coisas ainda se vão inverter, a mulher a dominar e o homem a fazer queixinhas...parece-me que deve ser esse o seu medo.
      Não resisto dizer, sabe lá você se teve ou não proeminências na testa,ora essa, eles não nascem!! Boas energias para si

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  3. Recomendo a leitura e visualização, de obras e vídeos de Erin Pizzey, que abordam o tema (em baixo alguns links).

    Para entender a violência doméstica e as empresas que a fomentam, basta seguir o rasto do dinheiro.

    Links:

    "Borrando a Papá" de Ginger Gentile
    https://www.youtube.com/watch?v=VLXEdcH4NIg

    Erin Pizzey
    https://www.youtube.com/watch?v=CMJcIyN2fHM

    https://www.youtube.com/watch?v=o0UzVO9brvw

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