sexta-feira, 4 de abril de 2014

A escola é castradora

.












Longe vão os tempos em que os "ginásios" era as escolas gregas onde se ensinava a prática dos exercícios físico em conjunto com outras matérias cerebrais como a filosofia e ciências que no seu conjunto deveriam desenvolver as habilidades física, intelectuais e da alma.



 
A escola deveria fabricar cidadãos esclarecidos, era esse o objectivo que mais tarde foi deturpado pela educação em massa. Os princípios socialistas, no pós-revolução industrial, sempre tiveram como objectivo a massificação do ensino com a "desculpa" de que todos deveriam ter acesso a uma educação mínima para serem intervenientes.


Este conceito básico não está errado, o problema é que as classes dirigentes viram nessa reenvindicação uma oportunidade de, não só nivelar por baixo, como também de instrumentalizar as mentes das tenras crianças com o objectivo de lhes fornecer apenas o que queriam que fosse fornecido: manter uma certa ignorância disfarçada de "educação".


Foi assim que as escolas públicas se tornaram no cavalo de batalha no século XX. Intocáveis, mas também estáticas em relação ao desenvolvimento intelectual das crianças. Existiam programas judiciosamente elaborados para serem cumpridos e os que por ventura saiam desse esquema são rapidamente integrados no rebanho geral.



A escola tornou-se assim num meio elaborado pelas elites que não querem que a plebe aceda ao conhecimento. Tudo o que não é feito por formulas decoradas, todos os dogmas ensinados e inquestionáveis, todos os pressupostos que devem ser encarados como verdadeiros, são proscritos. 


Estes pressupostos castram a realização pessoal e a curiosidade, deixa de haver desenvolvimento pessoal. As teoria aprendida e tantas vezes tidas como verdade não deixam lugar para qualquer evolução. O ensino está estagnado. No meio de tanta tecnologia o aluno é um robô dócil.



A escola é castrante em relação ao desenvolvimento humano, "castigando" os que pensam de forma diferente, impedindo que um qualquer aluno se destaque pelo seu pensamento e fazendo que depressa se rebaixe à mediania e integre o lote amorfo e uniformizado do poder vigente.


 
Nos anos 60 houve uma certa rebeldia. O filme "Jonas qui aura 25 ans en l'an 2000" é exemplo disse, nele uma comunidade composta por membros fora do "esquema" decidiram não enviar os seu filhos para a escola, mas sim ensinar-lhes pessoalmente além das matérias científicas e culturais, uma liberdade de verem as coisas de uma maneira diferente e de florescer.


Hoje em dia, a educação e a escola estão presas numa rede de interesses mais ou menos controlada, onde o aluno desmotivado se confronta com professores formatados para debitar matéria pre-estabelecida.


Os professores já não são os que ensinam e aprendem com os seus alunos, como no tempo de Sócrates em que o dialogo e a aprentissagem eram fonte de conhecimento: "Enganas-te, se pensas que te refuto por outra qualquer razão que não seja a de me examinar a mim próprio , por temer deixar escapar qualquer coisa que julgue saber, sem o saber".








.

4 comentários:

  1. (Este é um assunto que sempre me interessou muito e sobre o qual posso dizer mais. Mas, por agora, aqui vai apenas isto...)

    O actual sistema de ensino não visa desenvolver o intelecto - mas, sim, moldá-lo de modo a que não se desenvolva este mais do que o necessário à formação da ferramenta humana em causa que interessa ao sistema político vigente criar. Constituindo este modelo escolar, em grande parte, uma gigantesca operação de (sucessivas) lavagens ao cérebro, em grande escala, com vista à criação de indivíduos com uma cultura e inteligência que os tornem fáceis de enganar e de controlar.

    http://perguntasinofensivas.blogspot.pt/2013/07/quem-esta-fazer-propaganda-anti.html?showComment=1374279670834#c673757889804980522

    A implementação do actual sistema de ensino que temos (de origem prussiana e que foi criado com propósitos militaristas - de modo a formar pessoas obedientes, que não questionassem a autoridade) é obra do Império Britânico/"Nova Ordem Mundial".

    http://en.wikipedia.org/wiki/Prussian_education_system#The_political_motivations_of_the_King_of_Prussia
    http://forum.prisonplanet.com/index.php?topic=98774.0

    E, em países onde era hábito as pessoas serem educadas pela própria família, os resultados eram muito melhores, há dois séculos atrás, do que são hoje em dia.

    (Para verem os resultados que tem o actual sistema de ensino, em Portugal, podem começar por aqui: http://www.sabado.pt/Multimedia/Videos/Vox-Pop/VoxPop--A-ignorancia-dos-nossos-universitarios.aspx)

    http://blackfernando.blogspot.pt/search/label/estupidificação

    ResponderEliminar
  2. Mas, acrescentando algo que tem muito a ver com a colocação que foi feita...

    Umas das maiores tragédias, deste modelo educativo, é a destruição da *imaginação* e da *criatividade*, nos indivíduos - por, não só nunca dar espaço a um verdadeiro desenvolvimento destas, como reprimir as mesmas, quando ocorrem manifestações delas.

    (Sendo, até, uma das - muito benéficas, para o sistema - consequências visíveis disso, o facto das pessoas, ainda que discordem com a actual situação das coisas e com os diferentes modelos existentes, sejam incapazes de criar novos e de avançar com e lutar pelos mesmos.)

    ResponderEliminar
  3. Fernando,

    Tens toda a razão, a "criatividade" está abafada pelo sistema o que é pena dado que o aprender passa por tentativas e erros e nesta forma de ensino o erro é priobido porque não faz parte do sistema ser questionado.

    ResponderEliminar
  4. Vai -me desculpar mas não me parecem ser esses os problemas da educação na sua globalidade. o que me surpreendeu nas suas analises e vou colocar uma citação sua

    "nele uma comunidade composta por membros fora do "esquema" decidiram não enviar os seu filhos para a escola, mas sim ensinar-lhes pessoalmente além das matérias científicas e culturais, uma liberdade de verem as coisas de uma maneira diferente e de florescer."

    Será que estou enganado ou pressupõe uma escola a la carte?

    Tem que haver um minimo de coerencia, um minimo de programas e ensinamentos comuns, de modo a nos podermos entender profissionalmente e de uma maneira geral comungarmos dos mesmos ensinamentos, não pode ser cada um ensinar aos filhos o que quer. Quem analisa depois a validade desses conhecimentos?

    ResponderEliminar