terça-feira, 11 de junho de 2013

Turquia: "Verão Árabe"?

.










Teoricamente, pelos relatos da impressa ocidental, a revolta turca deve-se a um projecto imobiliário no centro de Istambul e da proibição de venda de álcool, entre outros, mas tudo isto, apesar de ser verdade, não faz uma revolução, as verdadeiras causas estão muito para além disto.




A Turquia como tampão entre o Ocidente e o Oriente.


Por trás da "revolução turca", existe um primeiro ministro, Erdogan, que apesar de negar, sempre foi próximo ou até membro da Irmandade Muçulmana, e esta organização radical sempre foi apoiada pelos Estados Unidos para semear a confusão nos países árabes.


Todos os governos no Médio Oriente e na África do norte foram colocados no poder pelos Estados Unidos. Quando os fantoches no poder já não serviam os interesses americanos, os seus representantes foram simplesmente mortos, como foi o caso da Saddam Hussein no Iraque ou Muammar al-Gaddafi na Líbia.


Outros dirigentes foram destronados pelas "Primaveras Árabes" (patrocinadas pelos Estados Unidos), como foi o caso de Ben Ali, na Tunísia e Mubarak no Egipto. As revoltas populares, na sua essência, visavam unicamente uma melhoria socio-económica e não a substituição dos seus lideres.




Radicalização tolerada a troco de subserviência.


Em toda a África do Norte a Irmandade Muçulmana foi colocados no poder pelos Estados Unidos, com a excepção da Argélia. A chamada "democracia" muçulmana na realidade permitiu à ortodoxia islâmica impor as suas regras em troca do "apoio" americano e, claro, dos recursos energético existentes.


A radicalização desses países árabes, supremacia do homem sobre a mulher, por exemplo, (que o Corão condena, mas que os seus textos posteriormente redigidos, com fins políticos e sociais, promovem) é a moeda de troca em relação a apoio americano desses governos.


A Irmandade Muçulmana forneceu a ideologia a um grupo terrorista chamado "Al-Qaeda", cujo os seus lideres, como Ben Laden, foram formado pela CIA, na altura para lutar no Afeganistão contra o Império Soviético, tal como Al-Zawahir.



Uma ditadura progressista.


A Turquia é actualmente uma ditadura progressista, com controlo total da impressa. A tomada do poder por Mustafa Kemal Atatürk, instalado no poder pelos Estados Unidos no fim do Império Otomano, país que integra a NATO pouco depois, é apenas um exemplo.


As forças armadas são o pilar da "democracia" turca que há mais de dez anos pretende aderir à União Europeia. Em 2010 o crescimento da Turquia era de 9,2%, em 2012 é de 2,2%. Um dos seus parceiros económicos era a Líbia, após a sua queda, perdeu mercado, e os turcos vivem pior.


Pressionada pelo Estados Unidos, lançou-se numa guerra que não lhes interessa contra a Síria. Com todas estas atitudes, o governo turco afastou-se da sua população. Se é verdade que 50% da sua população é sunita, no entanto, 20% é aloita, 20% curdos e 10% pertencem a minorias. O radicalismo muçulmano é o menos desejado pela população turca esclarecida.


A queda do governo turco significa também o fim do apoio aos "rebeldes" sírios e dadas as condicionantes, é muito pouco provável que os Estados Unidos consigam colocar no poder outra marionete como Erdogan.




.

11 comentários:

  1. Tal como no Bahrein, já estão a perseguir médicos que prestam assistência a quem foi ferido nos protestos.

    https://twitter.com/DirenGezi/status/346287358330679297/photo/1

    (Como se prestar cuidados médicos a alguém - seja em que circunstância for - possa ser considerado um crime...)

    Seis polícias já cometeram suicídio.

    http://www.hurriyetdailynews.com/six-turkish-policemen-commit-suicide-during-gezi-protests-union-head-says.aspx?pageID=238&nID=48471&NewsCatID=341

    A "fundamentalização" dos países maioritariamente muçulmanos (através da Irmandade Muçulmana, criada pelo Império Britânico) é um dos métodos que a NOM tem de manter esses mesmos países em situação de atraso civilizacional - e, consequentemente, económico. Pois, torna-se então mais difícil o surgimento de qualquer movimento libertador e, não se permitindo que a economia local se desenvolva, está-se a garantir que a população local não consume muitos recursos naturais - muitas vezes, os que tem no seu próprio subsolo.

    Sendo esta uma revolta contra essa mesma "fundamentalização", todos os indícios são de que se trata de uma revolta genuína e contra os interesses do Império Britânico / Nova Ordem Mundial.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Os Estados muçulmanos têm uma característica muito própria: a fundição entre a religião e o Estado. Muito cedo as potências ocidentais se aproveitaram desse facto para estimular as divisões religiosas para apoiarem um determinado grupo em seu próprio benefício.

      No caso da Turquia penso que se trata de um mau-estar que já tem alguns anos, a vontade laica das populações dos grandes centros urbanos, com particular destaque de Istanbul que vive "à maneira ocidental" e que não aceita um estado baseado no absurdo: a religião.

      Havia, sem dúvida, um descontentamento, mas esse está a ser aproveitado e organizado por forças exterior. Não podemos esquecer o facto do que se está a passar na Síria e também o facto da Turquia ter funcionado como um tampão entre o ocidente e o oriente. Turquia essa membro antigo da NATO.

      Eliminar
    2. (Se é uma revolta instigada por forças exteriores...)

      Só se trata, então, da mesma situação que no Egipto e noutros estados do Médio Oriente, que não eram suficientemente controlados. E, nesse caso, tratar-se-á, então, de uma continuação da "Primavera Árabe". (http://www.youtube.com/watch?v=1USdMUWbIdo)

      Ainda não sei muito sobre este caso particular... Mas, continua-me a parecer uma revolta genuína, de origem interior.

      Eliminar
    3. http://www.youtube.com/watch?v=_I4UQJ9chEE

      Eliminar
  2. (Para os iniciados...)

    "Império Britânico" = "Império Anglo-Americano"/"Ocidente"/OTAN/etc.

    Todos os presentes governos ocidentais são fantoches da Rainha de Inglaterra - que é quem chefia, em última instância, tudo o que são grupos secretos e outros menos secretos.

    (Leiam John Coleman, Webster Tarpley, Lyndon LaRouche, Daniel Estulin.)

    ResponderEliminar
  3. Amigo Fernando,

    Quanto mais estudo a geo-estratégia mundial e económica, mais chego à mesma conclusão.

    É a Inglaterra que "domina" na sombra grandes potências que nos aparecem como dominantes, como o caso dos "recentes" Estados Unidos.

    É seu capital que domina o mundo, são as suas organizações paralelas aos Estados que controlam a produção mundial.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É como dizem alguns que percebem muito de Economia... "Londres é a fonte de todos os males..."

      Os EUA chegaram a ser, de facto, independentes. Mas, a sua história governativa consistiu numa sucessão de verdadeiros patriotas e de fantoches britânicos, que iam (alternadamente) ocupando a presidência. E, o último verdadeiro patriota que ocupou o governo foi o John F. Kennedy.

      Quanto à UE - que é quem, cada vez mais, se pronuncia e decide sobre estes casos, em vez dos vários governos ocidentais - é, em boa parte, uma criação do Clube Bilderberg - formado pela oligarquia ocidental (e seus fantoches), cujo núcleo duro consiste nas várias famílias reais europeias, lideradas pela família real britânica.

      http://blackfernando.blogspot.pt/2011/12/para-os-monarquicos-e-nao-so.html?showComment=1323550773461#c5646353090007739264

      Eliminar
  4. Estes protestos, sim, (feitos num país não alinhado com o Ocidente e, até, com cartazes feitos para a imprensa estrangeira) é que eu suspeito de serem instigados por forças exteriores...

    http://rt.com/news/mass-protests-continue-brazil-844/

    ResponderEliminar
  5. Nem mais amigo,

    Considero que nos últimos anos, os Estados Unidos estiveram a perder o controlo do seu "quintal": a América Latina, com alguns países que tinham a pretensão de criar várias formas de uma certa democracia directa e popular. Estou-me a lembrar do Uruguai, da Bolívia e da Venezuela, mais ténuamente da Argentina e do Brasil.

    Quem tenta seguir um caminho diferente do traçado arrisca-se a ser alvo das devidas consequências.

    Foram os casos das "Primaveras Árabes" para depor lideres "rebeldes": Líbia, Egipto, Tunísia. Será em breve o caso da Argélia e mais tarde de Marrocos. É o caso actual da Turquia.

    A América do Sul é fundamental para sobrevivência Americana. Outras "Primaveras Americanas" estão para vir.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  6. Bom sou muçulmano brasileiro e devo admitir que esse foi um dos melhores texto que eu vi em português explicando o que esta acontecendo tanto no mundo árabe quanto na Turquia.
    De fato se pegarmos a histórias das independências dos paises árabes veremos que a sombra da Inglaterra estava em todos os lugares.
    Atualmente os chamados "paises islamico" que na verdade para os muçulmanos não existe NENHUM pais islamico, um novo tipo de sectoesta surgindo um que nunca ouve relato de sua existencia que esta comprando as pessoas pelos prazeres e pelo dinheiro do petroleo, que estão envergonhando imensamente os outros muçulmanos. Esse grupo que esta fazendo uma tremenda lavagem cerebral na cabeça dos jovens, vejo algo parecido no ocidente em geral, não com a mesma conotação mas o objetivo final de deixar as pessoas vazias é o mesmo. Com um "exercito" de pessoas mal informadas e vazias eles conseguem derrubar os lideres que se opõem a eles, como Hosni Mubarak que não deixava Israel avançar suas fronteiras ao Egito, como Sadam e Khadafi que tinham planos de comercializar petroleo com ouro para a China e Russia.
    Temo que algo muito ruim esta por vir.


    http://www.youtube.com/watch?v=YLnzBVqb4hc
    http://www.youtube.com/watch?v=CISHTtNywyk

    ResponderEliminar
  7. Caro anónimo,

    Obrigado pelas suas palavras.

    ResponderEliminar