quarta-feira, 11 de abril de 2012

Revolta tuaregue com cheiro a petróleo

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Situado na região do Sahel, o parte norte do Mali mais parece uma zona de "no man'a land" onde circulam traficantes de todo o tipo. Fortemente armado, o chamado Movimento Nacional de Libertação do Azawad (MNLA) à muito tempo que obrigou as populações locais a abandonar essa região.


A visão romântica, de um povo tuaregue com legítimo direito à autodeterminação, cai por terra quando verificamos que são manipulados e armados pelas potências ocidentais. Esta quantidade impressionante de armas provem em grande parte da guerra da Líbia e estão a ser utilizadas contra os militares malianos.




Um golpe de estado desnecessário.


Curioso país este, onde um golpe de estado surge a poucas semanas de eleições presidenciais, marcadas para os finais do mês de abril deste ano. O actual presidente, Amadou Toumani Touré , iria reformar-se da política e substituído, razão pela qual este golpe de estado não convence quem não o apoia. Poucos dias depois dos militares revoltosos anunciaram a entrega do poder novamente aos civis.


Amadou Touré era acusado de moleza perante os ataques do MNLA, mas por ironia, o capitão Amadou Sanogo que o destituiu, no dia em que proclamava a restituição do poder às instituições civis, dia 1 de abril, era também o dia em que os rebeldes tuaregues ocupavam Tombouctou e proclamavam a independência da metade norte do Mali.


As forças em presença são: os oficiais putschistas que destituíram o presidente, os rebeldes tuaregues organizados em volta do Movimento Nacional de Libertação do Azawad e um grupo de combatentes islâmicos denominado AQMI (Al-Qaeda do Magrebe Islâmico). Este ultimo é um movimento oportunista que provavelmente ira diluir-se e desaparecer.







A maior bacia petrolífera de África.


Na base da desestabilização do Mali estão os enormes recursos naturais ainda por explorar. Estes encontram-se em quatro grandes zonas, todas no norte: Gao, Nara, Tamesna, e sobretudo Taoudenni.


A bacia petrolífera de Taoudenni é actualmente a maior reserva de petróleo de toda a África, ocupa uma grande parte do norte do Mali e uma pequena parte da Mauritânia e do sul da Argélia. Tem uma superfície de 1 500 000 km2 e ainda esta por explorar.


O norte do Mali também possui enormes quantidades de ouro, actualmente sete minas estão a ser exploradas, sendo o terceiro maior produtor africano, logo atrás da África do Sul e do Gana.
Tem enormes reservas de urânio, ferro (reservas de 2 milhões de toneladas), bauxite (1,2 milhões de toneladas), diamantes, manganésio, ...


Todo o sector mineiro está por explorar e representa um fruto apetecível para as grandes multinacionais havidas de lucro.


Num futuro muito próximo, as potências estrangeiras vão-se "obrigadas" a intervir para garantir a paz. A França (antigo colonizador) ou a ONU irão criar uma zona de interposição com o objectivo de tentar a reunificação. 


A realidade é bem diferente, ninguém está interessado na reunificação, o método e sempre o mesmo: dividir para reinar. O resultado será semelhante ao da Líbia, dividida em duas zonas: uma com escassos recursos e outra rica em petróleo, a Cirinaica, sede dos revoltosos e actualmente nas mãos das multinacionais. O mesmo se passou com o Sudão do Sul, rico em petróleo, tornado independente, depois de vários conflitos, actualmente nas mãos das grandes empresas petrolíferas. Assim, o Mali  terá o mesmo destino: o norte, rico em petróleo, cairá sob domínio das multinacionais petrolíferas, e o sul será abandonado a sua sorte.


O próximo país da lista será a Argélia, pelas suas dimensões o maior país africano, onde a repartição dos recursos naturais é bastante dispara, e onde o petróleo se encontra no sul, por enquanto nas mãos da empresa estatal argelina Sonatrach, do qual só dele tira proveito uma elite da população.












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4 comentários:

  1. Vale sempre a pena lê-lo... passa tudo a ser claro

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  2. ... e aqui ne$$ano$$alatrina o eike batista conseguiu "comprar" as melhores jazidas petrolíferas...
    que coincidência, né não?
    é bola de cristal ou suborno petraia?

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  3. A Líbia... com tantas tribos diferentes... nunca mais será unida. O esforço do "ditador" Khadafy foi sobre-humano nessa união... Está tudo estragado... Igualzinho ao Iraque!

    Pobres povos!

    ... Estamos tramados. Atingiu-se o Pik Oil tendo em conta todas essas jazidas?
    Pelos vistos, até Portugal tem "do pitroil"! Mas como diz a minha irmã, o português é o povo do hemisfério norte, que está em maior e mais grave risco de extinção... e por isso "no problem" para os imperialistas. Aliás, os nossos politicos entregaram-nos de bandeja aos canibais... tá feito! e ninguém se manifesta...

    Um beijo

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  4. Como tu e a tua irmã, continuo um pouco decepcionado com a letargia portuguesa.
    O fascismo promoveu no povo português apatia. Como sabes, defendo a ideologia do Fernando Negrão e acho que neste momento faz falta.

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