quinta-feira, 8 de outubro de 2009
O verdadeiro poder do Parlamento europeu.
Recentemente tivémos eleições para o parlamento europeu. Como já foi aqui referido, a propósito da eleição de Durão Barroso para presidente da Comissão Europeia, é este orgão, não eleito, que detem o verdadeiro poder.
Quando os partidos políticos, vos dizem para votar neles afim de mudar a política europeia, estão a todos a mentir e a omitir que o seu voto pouco ou nada vale.
Então, para quê votar para a eleição dos membros do Parlamento Europeu?
Existe algum verdadeiro poder democrático na Europa?
Parlamento Europeu: um orgão decorativo...
Criado em 1962, o Parlamento Europeu, que tinha a designação inicial de "Assembleia Europeia", foi eleito pela primeira vez ao sufrágio universal em 1979. A sua criação teve como objectivo, por parte das classes dirigentes, criar uma "imagem" democrática à construção da União Europeia.
Assim, os 500 milhões de habitantes da UE, têm a sensação de estar a decidir do futuro das políticas europeias.
Gérard Larcher, présidente do Senado francês, disse no dia 2 de maio deste ano, que "desde as mudanças dos tratados de Maastricht, d'Amsterdão e de Nice, que nenhuma decisão essencial na Europa, pode ser tomada sem o acordo do Parlamento Europeu". Nada é menos verdade.~
As promessas dos vários partidos políticos, envolvidos na recente campanha para o Parlamento Europeu, referiam que votar neles era fundamental para poder mudar o rumo das políticas europeias. Eles mentiram.
Então para quê votar, se as políticas seguidas vão ser as mesmas? Esta questão é fundamental e legítima.
Os oligarcas europeus querem-nos fazer crer que o Parlamento Europeu é equivalente aos de um verdadeiro Parlamento, mas este não tem nem suas competências, nem as prerrogativas, nem a legitimidade de um verdadeiro Parlamento.
Contráriamente ao que muitos dizem, a União Europeia não é uma união supranacional ou federal, mas sim uma união intergovernamental. Quem detem o poder é a Comissão Europeia, e esta, não é eleita democráticamente.
O verdadeiro poder do Parlamento Europeu.
Então qual o verdadeiro poder do Parlamento Europeu? Terá ele um verdadeiro poder legislativo como os Parlamentos Nacionais? Não. Na realidade o poder legislativo está dependente do Conselho Europeu. Apenas estão previstas cinco actuações ao Parlamento Europeu na elaboração e adopção dos vários actos legislativos: a "consulta", a "consertação", a "codecisão", a "cooperação" e a "opinião conforme". Nenhum destes procedimentos pode ser considerado um verdadeiro poder.
O Parlamento Europeu não tem qualquer poder de iniciativa, este compete à Comissão Europeia. Ele pode sujerir, com maioria absoluta, um acto legislativo à Comissão, mas esta pode recusa-lo.
O Parlamento Europeu não possui qualquer poder em matéria de:
- política estrangeira e de segurança comum (PESC),
- política comercial comum,
- controle dos capitais e pagamentos internacionais,
- concurência e política económica comum,
- política agricola comum (PAC),
- cooperação policial e judicial em amtéria penal (CPJP),
- controle do respeito dos direitos fundamentais,
- política judicial,
O Parlamento Europeu, só pode intervir nas despesas "não obrigatórias", as despesas "obrigatórias" são decididas pelo Conselho.
O fim das Nações e a ditadura da União Europeia.
Nos anos 70, o fim de algumas ditaduras europeias e a subida dos partidos socialistas e comunistas em vários países, suscitava alguma inquiétação no meio da elite capitalista dominante europeia.
Foi o caso de Portugal em 1974, nesse mesmo ano o fim da ditadura dos coroneis na Grécia, também em 1974 o fim do franquismo em Espanha, a aliança entre os partidos de esquerda em França em 1972 com um "programa comum de governo" e na Itália a subida do partido comunista com 34% e socialista com 10% dos votos em 1976.
A esquerda europeia propunha uma reformulação das políticas económicas, criticando cada vez mais o sistema capitalista.
A eleição ao sufragio universal do parlamento Europeu em 1979, permitiu a diluição desses partidos num projecto comum, o alivio das tensões sociais e a construcção de um grande ideal comum.
Foi criada a ideia que o nacionalismo estava na origem de todos os males que na Europa do pós-guerra. Criou-se o mito da existência de um povo europeu, que iria permitir a unificação. Com ele ditou-se o fim das democracias com a imposição de um poder supranacional não eleito.
A maneira de nos fazer crer que decidimos, foi a criação de um Parlamento Europeu, que na verdade não tem qualquer poder.
Qualquer que seja a maioria, este não tem qualquer poder para mudar as políticas e o funcionamento da União Europeia.
http://www.m-pep.org/spip.php?article1352
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nao didi nada q tu falo!
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