sábado, 9 de abril de 2016

A treta dos "papeis do Panamá"

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Após as revelações "bombásticas" de Assange e Snowden, temos as novas revelações bombásticas dos "papeis do Panamá" que revelam que, coisa que não sabíamos, existem paraísos fiscais!


Como nas revelações anteriores nada que já não soubéssemos.


Então para que servem estas revelações?


Após estas revelações (que não fazíamos a mínima ideia que existissem) vêm as revelações dos nomes dos implicados e os países atingidos, e aqui a questão é muito instrutiva...







O que é uma offshore.


Por oposição às sociedades "onshore", estas sociedades possuem várias vantagens: 

- segredo bancário,
- segredo profissional dos vários intervenientes,
- impostos irrisórios,
- anonimato dos acionistas,
- contabilidade não obrigatória.

Todos os ingredientes para a lavagem de dinheiro.

Este "sistema" é tolerado ao nível mundial porque convém a muitos países, multinacionais e muita gente poderosa. Estas sociedades só existem "no papel", não têm empregados, apenas uma caixa de correio postal.








O poder dos media.


Antes de abordar as perguntas que ficam pendentes após estas revelações, convém lembrar que os media estão nas mãos do poder e que existem 3 grandes verdades sobre esses mesmos media:

1- A missão dos media é de orientar o pensamento e as opiniões dos povos na direção desejada pela classe dominante.
 
2- Os media nunca dão relevo a uma história ou um indivíduo que represente um verdadeiro perigo para a classe dominante que servem.
 
3- Quando todos os media dão relevo a um acontecimento é sinal que a classe dominante nos quer vender alguma coisa.
 
 
 
 
 
 
 
 


As verdadeiras questões pertinentes são as seguintes:


- Porque é que mais de 70% dos paraísos fiscais são britânicos (Anguilla, Bermudas, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Caiman, Gibraltar, Monserrat)?

- Porque é que os Estados Unidos, não são citados nestes documentos, com empresas ou personalidades, quando se sabe que 55% das empresas americanas recorrem a offshores?

 - Porque é que não é apontado o dedo aos paraísos fiscais americanos como os estados de Delaware, Wyoming ou Nevada?

- Quem foi, e como foi possível, que um individuo ou indivíduos tivessem acesso, e em que circunstâncias, a um tão grande numero de ficheiros?

- Porquê entregar esses ficheiros tão preciosos a um jornal (o diário alemão Süddeutsche Zeitung)? E porquê um jornal alemão (país ainda não citado pelos escândalos)?

- Porque é que esse jornal entregou os ficheiros a um consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) com sede em Washington, nos Estados Unidos, financiado por Rockfeller, Rothschilds, Soros ou Microsoft?

- Porque é que as principais figuras atingidas (não directamente, mas sim através de familiares) são as dos países alvo do sistema monetário/USA/GB ou da estratégia geopolítica mundial destes: Rússia, China, Síria, Ucrânia, Islândia, Venezuela, Argentina, ...?










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8 comentários:

  1. Panama Papers = teatro para controle de opinião.

    .. e o dinheiro ilícito por lá irá continuar inpunemente... preocupa-te Zé povinho ...

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  2. A doutrina Romer : forçar os paraísos fiscais não Anglo-saxônicos a desistir, e desestabilizar a União Europeia até que os capitais refluam de volta para os paraísos fiscais do Reino Unido, da Holanda, dos EUA e de Israel.


    A estratégia económica dos Estados Unidos

    No início de seu mandato, o Presidente Obama designou a historiadora Christina Romer para presidir ao seu Comité de Conselheiros económicos. Esta professora, na Universidade de Berkeley, é uma especialista na crise de 1929 (conhecida como «A Grande Depressão»- ndT). Segundo ela, nem o New Deal de Roosevelt, nem a Segunda Guerra Mundial permitiram sair dessa recessão, mas, sim o afluxo de capitais europeus a partir de 1936, fugindo da «subida dos riscos».

    Foi em cima desta base que Barack Obama conduziu a sua política económica. Em primeiro lugar, agiu para fechar todos os paraísos fiscais que Washington e Londres não controlam. Depois, ele organizou a desestabilização da Grécia e de Chipre, de maneira a que os capitais europeus se refugiem nos paraísos fiscais anglo-saxões.

    Podem ler mais em : http://navalbrasil.com/porque-os-papeis-do-panama-por-thierry-meyssan/

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    1. Muito obrigado por este comentário.

      Faz todo o sentido.

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    2. Foi com muito agrado que o fiz.
      Pessoas como nós , não só desejam saber,conhecer e compreender mais o que nos rodeia como também partilhar esse conhecimento.

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  3. Nunca 'dão' nada sem querem obter algo. Mais uma perspectiva muito interessante. A globalização é uma falácia de areia deitada para os nossos olhos. Obviamente que não há qualquer globalização. Serão sempre os 'uns' e os outros. Os outros somos os que pagamos sempre a factura, os 'uns' vão mudando.

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  4. Há algum tempo que não se houve falar no Fim do Euro, será que a coesão está cada vez mais forte? Será verdade que as várias Uniões se irão juntar no futuro e formar a Nova Ordem Mundial?
    Gostava de saber a sua opinião. Obrigado.

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    1. Caro anónimo,

      O Euro foi construído pelos USA/GB em parte para absorver o dólar falido.

      Não existe qualquer coesão na União Europeia que navega ao sabor das medidas impostas pela Comissão Europeia, não eleita, ao serviço de planos económicos e estratégicos mais vastos.

      A actual tendência é efectivamente a criação de "Uniões" que tendencialmente irão abafar qualquer veleidade de individualismo cultural ou territorial.

      A criação dos BRIC como alternativa financeira ao dólar está a ser destruído, veja-se o caso do Brasil com um golpe de estado em curso, a Rússia sujeita a especulações sobre o rublo, e alvo de medidas de embargo.

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  5. Ainda acerca deste tema. Artigo extenso mas mais abrangente que o 1o que aqui coloquei.

    “Panama Papers”: EEUU contra BRICS; Rockefeller contra Rothschild

    http://sakerlatam.es/economia/panama-papers-eeuu-contra-brics-rockefeller-contra-rothschild/

    EXP001

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