quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Mais um decapitado...

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Está-se a tornar uma "rotina", mais um decapitado, pelo chamado "Estado Islâmico", só que desta vez trata-se de um cidadão francês, um simples montanhista na Argélia.




A rotina das decapitações.

O vídeo divulgado, sempre pelas mesmas fontes, desta vez é mais convincente: uma única câmara, um som mais "tosco". Já não temos a paisagem idílica do deserto e agora já temos vários intervenientes. Está melhor.


No entanto, a suposta vítima continua, como as outras, continua serena.


De notar que um dos "carrascos" durante toda a cena, não tem mais nada que fazer do que se absorver a ler um papel (guião?) até ao acto final.


Depois, mesma cena, quebra de imagem e visualização da cabeça do decapitado em cima da barriga do degolado, decididamente um fetiche.



Um mal global.

É importante estender o "Estado Islâmico" a outras regiões, o mesmo é dizer que se está a alastrar e que em breve ninguém estará seguro em qualquer lugar do mundo.


Basta conhecer o mapa petrolífero e as posições estratégicas que ocupam os países para saber onde os Estados Unidos e a Europa querem instalar as suas bases militares. 


Não se trata de lutar contra o terrorismo, esse faz parte da estratégia americana. O terrorismo não incomoda nada os Estados Unidos. Terroristas com mandados de captura por atentados contra civis estão neste momento em Miami sob a protecção dos americanos.
 
 
Considero a Argélia um país que irá ser punido porque não deixou que as suas riquezas ficassem totalmente nas mãos das multinacionais.


Tradicionalmente, as potências imperialistas tentam apoderar-se das riquezas dos países do terceiro mundo com simples pressões, colocando no poder presidentes servidores dos seus interesses. Quando esses seus interesses não são concretizados, não olham aos meios para os alcançar: chantagem, assassinatos encomendados, desencadeamento de guerras civis ou ataque puro e simples dos países não-dóceis. 




Um plano a longo prazo.

Uma verdadeira alteração do xadrez geopolítico está a acontecer no norte de África.
Após as "primaveras árabes" do Egipto, da Líbia e da Tunísia, o que está em causa são os dois últimos países ainda não tocados: Marrocos e Argélia.
Marrocos, a mais velha monarquia do mundo, encontra-se relativamente estável devido ao seu desenvolvimento e a mão de ferro do seu monarca. A situação da Argélia é bem diferente: um ditador doente, um país nas mãos das forças armadas desde há 50 anos e sobretudo um país cobiçado pelos seus recursos naturais.
 




Nota: Este blogue não defende, nem nunca defenderá, qualquer acção violenta e condenará sempre este grupo terrorista que não é representativo de qualquer ideologia muçulmana.







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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Quando os jornalistas também são espiões

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Repórteres Sem Fronteiras (não confundir com Jornalistas Sem Fronteiras) é financiado pela CIA






Ser jornalista nunca foi tão perigoso: 88 jornalistas mortos em 2012, 71 em 2013.
Mas também convém salientar que desde a "guerra fria", em que a utilização de jornalistas como agentes de informação era uma pratica comum, que não tinham surgido tantos meios de comunicação social a trabalhar para essas mesmas agências.




A comunicação social ao serviço da CIA.


Existem meios de comunicação que trabalham abertamente para operações da CIA: Radio Free Europe, Radio Free Asia, Alhurra, Radio Sawa e em certa medida a Voz da América.


Durante a "guerra fria" o International Herald Tribune, antes Paris Herald Tribune, era uma das fontes privilegiadas da CIA. Mais tarde tornou-se propriedade do Washington Post e do New York Times. O seu chefe de redacção, Nathan Kingsley, foi nomeado chef do serviço de informação da Radio Free Europe, em Munique. Esta, assim como o Free Europe Commitee, estão ligados à CIA.


A influência da CIA nos media também foi feita através da revista Time, The Miami Herald, The Wishington Star ou CBS News. Austin Goodrich, jornalista independente trabalhava para o Paris Herald Tribune e CBS News, apesar de mais tarde ter sido identificado como agente da CIA, continuou a trabalhar como jornalista em algumas capitais da Europa.


O antigo director da CIA, Richard Helms, tinha trabalhado antes como jornalista na United Press International.


Carl Bernstein, um dos jornalistas que revelou o escândalo do Watergate, referiu, em 1977, na revista Rolling Stones, que nessa altura haveriam cerca de 400 jornalistas americanos a trabalhar para a CIA.




Propaganda mediática.


A propaganda de guerra utiliza cada vez mais a televisão como meio de influência dos quais fazem parte a CNN, France 24, BBC e Al-Jazeera. Estas estações televisíveis utilizam a intoxicação mediática para diabolizar um determinado governo para depois justificar a intervenção militar da NATO numa determinada região.


Alguns jornalistas trabalham para esses media colaborando directamente com eles, outros são agentes de informação que actuam sob a cobertura de serem jornalistas e por fim alguns apesar de verdadeiros jornalista trabalham para os serviços secretos.


Infelizmente, o facto de haver alguns jornalistas utilizado pela CIA em determinadas regiões do mundo, faz com que qualquer jornalista seja visto como possível informador por parte das populações e governos locais. Esta difícil separação faz com que qualquer jornalista se torne num alvo potencial, colocando assim em causa o direito à liberdade de informação e pondo em risco a sua vida.


Nos últimos anos, qualquer jornalista americano nas regiões islâmicas é considerado sistematicamente como um agente da CIA.




James Foley, jornalista americano, recentemente supostamente decapitado pelo Estado Islâmico.

Em 2009 trabalhou para USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), acusada de trabalhar em colaboração com a CIA ou de realizar actividades de inteligência na desestabilização de governos não alinhados com as políticas dos EUA.

Em 2011, foi detido no Afeganistão por posse de droga, confirmado mais tarde pelo próprio, deixou o seu posto de jornalista nesse país.

Nesse mesmo ano cobriu os acontecimento na Líbia ao lado dos rebelde contra o regime de Khadafi, trabalhando para o Global Post.

Mais tarde, pelo Global post acompanhou os acontecimentos na Síria ao lado dos rebeldes contra o regime de Bashar Al-Assad.



Steven Sotloff, jornalista americano, recentemente supostamente decapitado pelo Estado Islâmico.

Judeu com dupla nacionalidade, israelita e americana.

Trabalhou para o a revista Time e The National Interest, esta última criada em 1994 pelo The Nixon Center.

Trabalhou também para o Foreign Policy, revista criada por Samuel Huntington e Warren Manshel, publicado pela Fundation Cranegie, mais tarde comprado pela The Washington Post Company.

Iniciou a sua vida como jornalista no The Jerusalem Post e no The Media Line, dois órgãos próximos da linha dura da direita israelita.






Nota importante: Este artigo não tem por finalidade confundir todos milhares de jornalistas que pelo mundo fora efectuam um trabalho digno de registo.






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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Mais uma decapitação de um jornalista americano: "Take 2"

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Após a divulgação do vídeo da execução do jornalista Foley, (http://octopedia.blogspot.pt/2014/08/execucao-de-jornalista-americano_21.html) surge agora mais uma decapitação de um jornalista, a de Sotloff.
O mesmo sentido estético, agora com algumas ligeiras diferenças.



- A mesma qualidade cuidada na produção, tanto no som como na imagem.


- Desta vez temos muito vento, mas nem por isso afecta a qualidade do som.


- Mesmo cenário e mesmo guarda-roupa.


- Mesma calma do jornalista que vai ser executado, sem qualquer demonstração de ansiedade, sem suores, sem aumento da frequência respiratória, sem tremores na voz.


- Mesma ausência de qualquer sangue, apesar da faca fazer uma dezena de vai-e-vem.


- Mesmo corte de imagem, não mostrando a decapitação na sua totalidade, contrariamente a outros vídeos de decapitações, dado que o objectivo é chocar.


- Neste caso, quando a faca está a cortar o pescoço, a vítima levanta um joelho e desliza para o chão, quando a reacção normal seria empurrar para tentar levantar-se.


- Na cena final, já decapitado, a vítima apresenta os pés extremamente limpos para este contexto.


- Por fim, ao que parece, o carrasco será o mesmo. Deve ser o único jihadista deste grupo especialista neste tipo de decapitação, o que não é de estranhar dado que deve ser o único a conseguir cortar sozinho um pescoço de uma pessoa ajoelhada com uma faca tão pequena!







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