sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O BCE [Banco Central Europeu] explicado de forma que até uma criança percebe

.




.




O que é o BCE?
- O BCE é o banco central dos Estados da UE que pertencem à zona euro, como é o caso de Portugal.


E donde veio o dinheiro do BCE?
- O dinheiro do BCE, ou seja o capital social, é dinheiro de nós todos, cidadãos da UE, na proporção da riqueza de cada país. Assim, à Alemanha correspondeu 20% do total. Os 17 países da UE que aderiram ao euro entraram no conjunto com 70% do capital social e os restantes 10 dos 27 Estados da UE contribuíram com 30%.


E é muito, esse dinheiro?
- O capital social era 5,8 mil milhões de euros, mas no fim do ano passado foi decidido fazer o 1º aumento de capital desde que há cerca de 12 anos o BCE foi criado, em três fases. No fim de 2010, no fim de 2011 e no fim de 2012 até elevar a 10,6 mil milhões o capital do banco. Mas o BCE pode criar virtualmente o dinheiro que quiser limitando-se a digitar as quantias num teclado de computador.





Então, se o BCE é o banco destes Estados pode emprestar dinheiro a Portugal, ou não? Como qualquer banco pode emprestar dinheiro a um ou outro dos seus accionistas.
- Não, não pode.


Porquê?!
- Porquê? Porque... porque, bem... são as regras.


Então, a quem pode o BCE emprestar dinheiro?
- A outros bancos, a bancos alemães, bancos franceses ou portugueses.


Ah percebo, então Portugal, ou a Alemanha, quando precisa de dinheiro emprestado não vai ao BCE, vai aos outros bancos que por sua vez vão ao BCE.
- Pois.


Mas para quê complicar? Não era melhor Portugal ou a Grécia ou a Alemanha irem directamente ao BCE?
- Bom... sim.... quer dizer... em certo sentido... mas assim os banqueiros não ganhavam nada nesse negócio!





Agora não percebi!!..
- Sim, os bancos precisam de ganhar alguma coisinha. O BCE de Maio a Dezembro de 2010 emprestou cerca de 72 mil milhões de euros a países do euro, a chamada dívida soberana, através de um conjunto de bancos, a 1%, e esse conjunto de bancos emprestaram ao Estado português e a outros Estados a 6 ou 7%.


Mas isso assim é um "negócio da China"! Só para irem a Bruxelas buscar o dinheiro!
- Não têm sequer de se deslocar a Bruxelas. A sede do BCE é na Alemanha, em Frankfurt. Neste exemplo, ganharam com o empréstimo a Portugal uns 3 ou 4 mil milhões de euros.


Isso é um verdadeiro roubo... com esse dinheiro escusava-se até de cortar nas pensões, no subsídio de desemprego ou de nos tirarem parte do 13º mês.
As pessoas têm de perceber que os bancos têm de ganhar bem, senão como é que podiam pagar os dividendos aos accionistas e aqueles ordenados aos administradores que são gente muito especializada.


Mas quem é que manda no BCE e permite um escândalo destes?
- Mandam os governos dos países da zona euro. A Alemanha em primeiro lugar que é o país mais rico, a França, Portugal e os outros países.





Então, os Governos dão o nosso dinheiro ao BCE para eles emprestarem aos bancos a 1%, para depois estes emprestarem a 5 e a 7% aos Governos que são donos do BCE?
- Bom, não é bem assim. Como a Alemanha é rica e pode pagar bem as dívidas, os bancos levam só uns 3%. A nós ou à Grécia ou à Irlanda que estamos de corda na garganta e a quem é mais arriscado emprestar, é que levam juros a 6%, a 7 ou mais.


Então nós somos os donos do dinheiro e não podemos pedir ao nosso próprio banco!...
- Nós, qual nós?! O país, Portugal ou a Alemanha, não é só composto por gente vulgar como nós. Não se queira comparar um borra-botas qualquer que ganha 400 ou 600 euros por mês ou um calaceiro que anda para aí desempregado, com um grande accionista que recebe 5 ou 10 milhões de dividendos por ano, ou com um administrador duma grande empresa ou de um banco que ganha, com os prémios a que tem direito, uns 50, 100, ou 200 mil euros por mês. Não se pode comparar.


Mas, e os nossos Governos aceitam uma coisa dessas?
- Os nossos Governos... Por um lado, são, na maior parte, amigos dos banqueiros ou estão à espera dos seus favores, de um empregozito razoável quando lhes faltarem os votos.


Mas então eles não estão lá eleitos por nós?
- Em certo sentido, sim, é claro, mas depois.... quem tem a massa é quem manda. É o que se vê nesta actual crise mundial, a maior de há um século para cá. Essa coisa a que chamam sistema financeiro transformou o mundo da finança num casino mundial, como os casinos nunca tinham visto nem suspeitavam, e levou os EUA e a Europa à beira da ruína. É claro, essas pessoas importantes levaram o dinheiro para casa e deixaram a gente como nós, que tinha metido o dinheiro nos bancos e nos fundos, a ver navios. Os governos, então, nos EUA e na Europa, para evitar a ruína dos bancos tiveram de repor o dinheiro.


E onde o foram buscar?
- Onde havia de ser!? Aos impostos, aos ordenados, às pensões. De onde havia de vir o dinheiro do Estado?...


Mas meteram os responsáveis na cadeia?
- Na cadeia? Que disparate! Então, se eles é que fizeram a coisa, engenharias financeiras sofisticadíssimas, só eles é que sabem aplicar o remédio, só eles é que podem arrumar a casa. É claro que alguns mais comprometidos, como Raymond McDaniel, que era o presidente da Moody's, uma dessas agências de rating que classificaram a credibilidade de Portugal para pagar a dívida como lixo e atiraram com o país ao tapete, foram... passados à reforma. Como McDaniel é uma pessoa importante, levou uma indemnização de 10 milhões de dólares a que tinha direito.

Publicado por:
http://citadino.blogspot.pt/2013/11/o-bce-banco-central-europeu-explicado.html 





Jornal PÚBLICO (16.04.2010): Vaz Guedes diz que falência do Banco Privado Português (BPP) custa mais de 700 milhões ao Estado.

DN – Economia (25.10.2011): Injecções de dinheiro no Banco Português de Negócios (BPN) ascendem a 8,5 mil milhões.
 
Diário Económico (26.10.2012): Recapitalização da banca portuguesa vai custar 7,8 mil milhões.
 
Jornal PÚBLICO (31.12.2012): O Ministério das Finanças anunciou a injecção de mil e cem milhões de euros na recapitalização do Banif. […] O Banif torna-se assim no quarto banco a ser recapitalizado com recurso a fundos públicos, terceiro da banca privada. Com esta operação, o Estado terá injectado um total de 5600 milhões de euros na banca privada através da linha de recapitalização o programa de assistência financeira a Portugal, seguindo-se ao BCP (3 mil milhões), ao BPI (1,5 mil milhões) e CGD (1,65 mil milhões) .
 
 
Acrescentado por:


.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Máfias desportivas

.










As apostas desportivas na Internet multiplicaram-se nos últimos anos. Movimentam mais de 500 mil milhões de euros por ano. Rapidamente as máfias viram nessa actividade uma enorme fonte de receita e a possibilidade de lavagem de dinheiro proveniente dos mais variados tráficos ilegais. 


Meios financeiros colossais, legislação inadaptada, facilidade de utilização, dificuldade em localizar a proveniência do dinheiro apostado, são algumas das razões do sucesso das apostas desportivas que ameaçam o espírito e a verdade desportiva.




Sem risco.

Um traficante de droga pode ganhar até um milhão de euros por ano, com todos os riscos que isso implica. Mas é possível ganhar a mesma quantia num único jogo manipulado de primeira divisão e sem risco, dado que em caso de investigação o jogador mesmo num site ilegal não será condenado, mas sim o operador.



Lavagem de dinheiro.

 Existem várias formas para a lavagem de dinheiro através das apostas desportivas. A mais comum é apostar num super favorito que quase de certeza irá ganhar, a cotação é muito fraca, mas está quase seguro (mais de 95%) de ganhar e assim recuperar a totalidade do dinheiro e assim efectuar a lavagem do dinheiro proveniente de tráficos ilícitos como droga, armas ou prostituição. Outra maneira é apostar nos três resultados possíveis: vitória de um clube, empate e derrota. Qualquer que seja o resultado, isso permite recuperar uma soma importante do dinheiro apostado.



Apostar em tempo real.

A maioria das máfia da Ásia e da Europa de Leste contratam matemáticos de alto nível para penetrar as deficiência do live-betting (apostas em tempo real). Este tipo de apostas é mais difícil de controlar por parte das autoridades que tentam aperceber-se se existem apostas suspeitas com determinadas cotações irrealistas. ´É um tipo de aposta menos ariscado e permite a lavagem de milhões.



Corromper os jogadores.

O resultado de um jogo de futebol assenta apenas num punhado de jogadores, que muitas vezes são jovens e vulneráveis e dispostos a receber uma determinada quantia em troca de perderem um jogo, quantia essa que é superior ao que iriam receber ao ganha-lo. De todos os jogadores, o guarda-rede é o mais fácil de corromper. Não se trata só de deixar entrar golos para perder um jogo, por vezes trata-se apenas de deixar entrar apenas um único golo a mais, sem que tenha influência no resultado final. Ganhar um jogo por 5-1 ou por 5-2 não afectará a equipa, mas no entanto esse golo deixado entrar fará toda a diferença nas apostas no número de golos.



Intimidação.

Quando um determinado jogador não está "receptivo" a receber uma determinada quantia em troca da perda de um jogo ou de um golo, existe a chantagem e a intimidação verbal ou física. Poderá, por exemplo, receber uma chamada telefónica descrevendo com pormenor o quotidiano da sua mulher ou filhos, e que caso não colabore estes poderão ser alvo das consequências. Corromper um arbitro, treinador ou dirigente desportivo poderá ser ainda mais eficaz.





O futebol, mas também o ténis e qualquer outro desporto, hoje em dia, fazem parte das apostas. A primeira reacção é pensar que a manipulação de resultados se limita a jogos de pouca visibilidade, ligas de futebol de terceira ou quarta divisão, onde os jogadores são menos bem pagos e assim facilmente corrompidos. Mas na realidade todas as primeiras ligas da Europa também são atingidas, assim como a Liga dos Campeões e até o Mundial.


Apesar de tudo, é mais prudente para os grupos mafiosos apostar em jogos de terceira liga de um país como a Bulgária do que em jogos mediáticos e portanto mais vigiados. Hoje em dia já é possível apostar num qualquer jogo de futebol de terceira divisão de países como Moçambique ou Paquistão.


Na Ásia, onde o montante das apostas desportivas é enorme, o maior site asiático, Sbobet, gere por ano um volume de dinheiro equivalente à grande multinacional europeia como Renault.





.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Planeta Máfia

.








Se as máfias fossem legais, todas juntas, tinham lugar nas cimeiras do G8


As máfias mais conhecidas são as italianas:
Cosa Nostra na Sicília, N' drangheta na Calábria, Sacra Corana Unita na Apúlia e Comorra na Campânia.
e as americanas:
Cosa Nostra (hoje independente da siciliana).


Mas existem outras:


Jamaica

Várias máfias ligadas ao tráfico de droga. A mais poderosa é o "Shower Posse", o seu chefe Christopher Coke ("Dudus" Coke), actualmente preso por tráfico de droga e armas, após ter sido extraditado para os Estados Unidos. Era protegido pela população da capital onde vivia, tendo ajudado a construir escolas e outras infrestructuras nos bairros pobres. Tinha uma verdadeira armada de soldados às suas ordens.



México

Vários cartéis: Tijuana, Sinaloa, Golfe, Juarez, Zetas, Michoacana,...Ligados ao tráfico de droga em direcção dos Estados Unidos. Actualmente o cartel de Sinaloa é o mais poderoso, tem o apoio tácito do governo mexicano. Este cartel aproximou-se recentemente do cartel do Golfo, os dois juntos terão perto de 100 000 homens armados e realizam o tráfico de ópio e de marijuana principalmente para os Estados Unidos, mas também para o Panamá, Peru, Brasil e argentina.



Colômbia

Existem 24 grupos mafiosos, dos quais Los Candelos e Los Rastrojos, formados por antigos para-militares. O famoso cartel de Cali chegou a deter 80% da rede de exportação de cocaína produzida na Colômbia que entrava nos Estados Unidos. Este cartel, desmantelado em 1995, tinha a particularidade de contar nas suas fileiras com mulheres e homens de negócios que exerciam profissões perfeitamente legítimas.



Turquia

Cerca de 40 clãs dividem o tráfico de droga, na sua maioria sediados em Istambul. Existem famílias curdas, próximas do PKK, e turcas próximas do grupo nacionalista "Lobos Cinzentos" (o ramo turco da Operação Gládio). Os chefes de clã são chamados de "baba" (papá). As máfias turcas controlam 3/4 do tráfico de heroína no Reino Unido, mas também estão presentes em França, na Alemanha, em Espanha e na Holanda.
Calcula-se que o dinheiro movimentado será equivalente a metade do PIB turco. Tem excelentes relações com a máfia albanesa e está presente na esfera política, na justiça e no futebol. Além da droga dedica-se também ao tráfico de órgãos, à prostituição e às armas.



Índia

Várias máfias hindus e muçulmanas controlam grande parte do território, com destaque para as mais poderosas, a de Ibrahim Dawood e a de Chota Rajan, com sede em Bombaim. Controlam a indústria do cinema (Bollywood) e numerosas cadeias de televisão. Também operam na extracção ilegal de areia dos rios com a ajuda da corrupção de entidades oficiais e da polícia.



Roménia

Números clãs Roms e não-Roms. A rede Hamidovic actua em França utilizando crianças para roubo ou mendicidade. A Roménia é não só um país de origem, mas também uma ponte de transição para o tráfico de seres humanos. Realizam raptos de mulheres, sobretudo de origem búlgara, com destino à prostituição. As máfias romenas também se dedicam ao tráfico de droga e à lavagem de dinheiro trabalhando algumas delas com as máfias italianas.



Bulgária

As máfias bulgaras estão divididas em 3 grandes grupos: Roms, Turcofonos e Grupvka. Os Roms lideram o rapto de mulheres para alimentar a prostituição europeia e os Turcofonos controlam o tráfico de heroína proveniente do Afeganistão via a Turquia. Além de tráfico de droga e de mulheres, as máfias búlgaras dedicam-se ao tráfico de cigarros, de órgãos e de antiguidades. Têm ligações com as máfias da Rússia, de Creta, da Sérvia, da Macedónia e da Cosa Nostra.



Albânia

Inicialmente situada no norte do país, a máfia albanesa instalou-se mais recentemente no Kosovo depois da guerra dos Balcãs. Agim Gashi, um dos influentes padrinho da máfia albanesa viveu em Milão em 1992 onde estabeleceu uma ligação estreita com a N' drangheta. As máfias albanesas dicam-se ao tráfico de droga, de cigarros e de mulheres, que vendem por cerca de 2000 dólares aos proxenetas. Controlam 1/3 da economia albanesa e são compostas por 15 clãs que dividem e controlam todo o país. Têm uma estreita relação com as forças de libertação do Kosovo.



Rússia

Existem numerosas máfias russas e provenientes dos países da ex-URSS. As mais conhecidas são a Tambosvkaia de São Petersburgo,  Balashilchinski, Orekhov e Solntsevo de Moscovo, Chetchenskaia da Chechênia. Contrariamente à máfia siciliana, aqui a estrutura não é vertical mas sim composta por vários grupos com implantação local. Extremamente poderosas, além dos habituais tráficos comuns a muitas máfias, dedicam-se também à pornografia, manipulação de apostas desportivas e cibercriminalidade como no caso de roubo de cartões de crédito. Contam com 100 000 membros divididos em cerca de 5 600 sub-grupos que controlam 75% do sector privado, dos quais 48 000 empresas e 800 bancos. Operam em 50 países com cerca de 200 células.



China,Taiwan, Hongkong e Macau

As principais máfias em Taiwan são os Bambus Unidos, o Bando dos Quatro Mares e a Via Celeste.
Uma dezena de outras máfias chinesas: Sun Yee On, 14K, Luen, Wo Shing Wo,...
Tráfico de droga, de cigarros, de falsos documentos, controlo de casinos, são alguns dos ramos de actuação. Uma das particularidades é que o dinheiro é em grande parte investido no imobiliário chinês em plena expansão.



Japão

Existem 22 organizações mafiosas japonesas (Yakusa) com uma origem muito antiga e uma organização semelhante à máfia siciliana. A maior família é a de Yamaguchi Gumi. Contrariamente às máfias italianas ou chinesas, estas não são secretas possuem escritório com o seu nome e emblema. O dinheiro provém da "protecção" de empresas e comercio, que estes consideram normais e dizem ser uma espécie de imposto feudal legítimo. Também se dedicam às apostas desportivas ilegais e ao sector imobiliário. Controlam a prostituição do arquipélago. O tráfico de armas é bastante antigo, enquanto que o de droga é mais recente. Estão activos nos países do sudeste asiático e nos Estados Unidos.



Israel

Existem 18 "famílias" mafiosas.
Ver o artigo:
http://octopedia.blogspot.pt/2013/11/as-mafias-israelitas.html





"A máfia é um fenómeno humano e, como todos os fenómenos humanos, tem um princípio, uma evolução e terá consequentemente também um fim"

(Giovanni Falconi, juiz anti-máfia assassinado em 1992)






.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

As máfias israelitas

.









Pouco conhecidas do grande público, as máfias israelitas são das mais bem organizadas e das mais violentas do mundo.

Os seus homens são frequentemente recrutados nas unidades de elite das forças armadas israelitas, sendo assim conhecedores de várias técnicas especiais de combate.




As 18 "famílias" 


Existem actualmente 18 grandes "famílias" mafiosas israelitas: os três irmãos Abergil de Tel-Aviv, os dois irmãos Alperon também de Tel-Aviv, os Abutbul de Netenya, Shalom Domrani de Ashkelon,...


As máfias israelitas, também chamada "Israel Connection", têm origem no anos 70 com a chegada de numerosos judeus provenientes da União Soviética, acentuada mais tarde com o fim desse país em 1989. Foram frequentemente financiadas pelas máfias russas. Essas máfias desenvolveram-se rapidamente devido em grande parte ao laxismo das autoridades locais e pelo facto das autoridades estarem mais focadas com a luta anti-terrorista palestiniana.


Nos anos 80, as famílias mafiosas lutavam entre elas através de explosões de carros armadilhados e ajustes de contas à metralhadora. Mas foi no fim dos anos 90 que esta guerra atingiu o seu auge com Zeev Rozenstein a declarar-se "o padrinho dos padrinhos". Este viria a ser detido em 2007 nos Estados Unidos e condenado a 12 anos de prisão pela importação para este país de mais de 850 000 pílulas de ecstasy.


Zeev Rozenstein está actualmente detido em Israel, numa célula de alta segurança, tendo sido já vítima de 11 tentativas de morte, uma das quais através de um míssil disparado de um carro que acabou por falhar o alvo. 



Conecções políticas.


A grande especialidade das máfias israelitas é o tráfico de drogas sintéticas, como o ecstasy. Outras das actividades são o controlo dos casino dos Países de Leste para lavagem do dinheiro proveniente do tráfico de droga, mas também a prostituição, a reciclagem de detritos e a "protecção" de comerciantes.


A presença das máfias israelitas na Europa é feita através do porto de Anvers, na Belgica, sendo uma placa giratória para os tráficos no resto do continente.


As máfias israelitas beneficiam de uma certa conivência com certos sectores políticos desse país. A família Alperon, por exemplo, está ligada ao partido do Likoud. Encontram-se também ligadas a certos sectores político americanos.



As máfias como instrumento político.


Outro importante ramo de actividade das máfias israelitas é o de tráfico de armas. Israel é actualmente o 4º maior exportador mundial de armamento, atrás dos USA, Rússia e GB, tendo ultrapassado a França o ano passado. Além da venda legal de armas, as entidades oficiais israelitas toleram e estimulam o tráfico de armas dado que faz parte de um vasto plano político de desestabilização de vários países.


Essas armas permitem ajudar minorias a desestabilizar governos, armar etnias, dividir e finalmente desagregar países inteiros que serão mais tarde ocupados pelas multinacionais dos países ocidentais. è que se está a passar actualmente em África, na América Latina ou no médio Oriente.


Actualmente, a guerra das máfias faz mais vítimas no território de Israel do que os atentados terroristas palestinianos.



As máfias palestinianas.


Na Palestina, também existe várias máfias que lutam quarteirão a quarteirão. O clã mafioso mais importante, que controla quase todo o território da Faixa de Gaza, é o clã Dagmoush, que conta com mais de 7000 membros, sendo Mumtaz Dagmoush o seu lídere.


Este clã tem um tal poder que recentemente obrigou o Hamas a desistir de um local, controlado pelos Dagmopush, onde deveria ser instalado um quartel general dessa organização. Um único dos seus membros possui mais de 20 imóveis na zona mais luxuosa de Gaza.


O clã Dagmoush detém o maior número de armas e mísseis de toda a Faixa de Gaza, sendo que o tráfico passa maioritariamente pelo Egipto graças ao suborno das autoridade locais.





.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Estatinas: do milagre ao pesadelo

.








As estatinas têm sido aclamadas como um medicamento milagroso para a prevenção das doenças cardiovasculares. O objectivo principal hoje em dia é baixar o colesterol a todo o custo.


O colesterol, muito à custa de estudos patrocinados pelos laboratórios farmacêuticos que produzem as estatinas, tornou-se assim o inimigo público número um.


Milhões de pessoas tomam assim estatinas, muitas vezes prescritas levianamente, esquecendo os seus efeitos secundários.





O risco de vir a ter cataratas é 10% a 20% mais elevado nas pessoas que tomam estatinas, em comparação com aquelas que não as tomam.

Num estudo publicado na revista JAMA Ophthalmology, no dia 19 de setembro deste ano, os autores fizeram um estudo retrospectivo entre 2003 e 2010 em que dividiram os 46 249 doentes em dois grupos: 13 626 tinham tomado estatinas pelo menos durante mais de 90 dias e 32 623 nunca tinham tomado estatinas.

Concluem que o uso de estatinas, sobretudo na prevenção primária, aumenta o risco de cataratas e deve ser muito bem ponderado.





O risco de doenças músculo-esqueléticas é mais elevado nas pessoas que tomam estatinas, em comparação com as que as tomam, e isto em indivíduos com actividade física regular.

O estudo foi realizado para o mesmo período que o estudo anterior e os pacientes divididos em dois grupos: o dos que tomaram pelo menos estatinas durante 90 dias e o dos que nunca tomaram estatinas.

Constataram que em indivíduos fisicamente activos, os que se encontravam medicados com estatinas tinham vindo a sofrer mais frequentemente de artropatias, lesões musculares e dores musculares.





Numa meta-analise proveniente de 135 estudos randomizados e controlados, abrangendo 246 955 doentes, um artigo inglês publicado na revista American Heart Association chega a diversas conclusões:

Apesar dos efeitos secundários não serem muito frequentes com o uso de estatinas, e do seu uso não estar associado a um aumento do risco de cancro, a sua toma regular está associada a um maior risco de vir a desenvolver diabetes.

Quanto às várias estatinas, a sinvastatina e a pravastatina parecem serem mais bem toleradas e mais seguras.





Quanto ao risco do aumento de diabetes provocado pela toma regular de estatinas, a revista Lancet já tinha chamado a atenção para esse facto numa meta-analise publicada em 2010, esse aumento será de  cerca de 9% em relação ao placebo, e isto sobretudo nas pessoas idosas.






Nos doentes que já tenham tido um episódio de hemorragia cerebral, e que não tenham riscos cardíacos, a toma de estatinas reduz a esperança de vida, dado que esses doentes têm um maior risco de recidiva de hemorragia cerebral.

Com efeito, um colesterol LDL baixo aumenta o risco de hemorragia cerebral. Contudo, convém lembrar que a grande maioria de AVC são do tipo isquémico e não hemorrágico.





Todos estes estudos permitem concluir que a opção pela toma de estatinas deverá ser sempre ponderada entre o benefício na prevenção de acidentes coronários e acidentes vasculares cerebrais isquémicos e os possíveis efeitos secundários.


A maioria dos estudos publicados concluí que as estatinas, e em particular a sinvastatina, reduzem em 25% o risco dos acidentes cardiovasculares, contudo, a redução dessa morbilidade não afecta a taxa de mortalidade global de todas as causas juntas.






.