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O chumbo do Tribunal Constitucional a quatro normas do Orçamento faz lembrar a história recente da TSU. O mesmo se passou com as alterações à TSU, que deram origem a uma contestação esperada, com direito (curiosamente?) a uma ampla cobertura dos média.
Uma vez anulada a medida, como era esperado pelo governo, deu lugar a medidas no seu conjunto ainda mais gravosas.
Neste caso, estas normas, que sabiam que seriam de antemão chumbadas, só serviram de chamariz para, como já estava planeado, darem lugar a um conjunto de medidas "necessárias" mas muito mais gravosas.
O chumbo do Tribunal Constitucional a quatro normas do Orçamento faz lembrar a história recente da TSU. O mesmo se passou com as alterações à TSU, que deram origem a uma contestação esperada, com direito (curiosamente?) a uma ampla cobertura dos média.
Uma vez anulada a medida, como era esperado pelo governo, deu lugar a medidas no seu conjunto ainda mais gravosas.
Neste caso, estas normas, que sabiam que seriam de antemão chumbadas, só serviram de chamariz para, como já estava planeado, darem lugar a um conjunto de medidas "necessárias" mas muito mais gravosas.
Convém salientar que os juízes eleitos para o Tribunal Constitucional são propostos pelos principais partidos, assim sendo, é um verdadeiro órgão político que nunca poderá desta forma ser totalmente independente.
O plano já estava elaborado desde janeiro, altura em que surgiu o famoso relatório do Fundo Monetário Internacional sobre as funções sociais do Estado e o respectivo corte de 4 mil milhões de euros na despesa.
Essas medidas são tão gravosas, que dificilmente poderiam ser postas em prática sem uma verdadeira revolta popular. Com o chumbo do Tribunal Constitucional e a não perda de um dos subsídios para os trabalhadores da função pública e reformados, o povo fica contente, como se de uma vitória se tratasse e encontra-se psicologicamente conformado e distraído com as medidas a granel que estão para vir, sempre em nome, claro, na necessidade de corrigir essa situação.
Essas medidas são tão gravosas, que dificilmente poderiam ser postas em prática sem uma verdadeira revolta popular. Com o chumbo do Tribunal Constitucional e a não perda de um dos subsídios para os trabalhadores da função pública e reformados, o povo fica contente, como se de uma vitória se tratasse e encontra-se psicologicamente conformado e distraído com as medidas a granel que estão para vir, sempre em nome, claro, na necessidade de corrigir essa situação.
Algumas das medidas propostas pelo FMI e que irão brevemente ser aplicadas:
- A meta de redução da despesa que o Governo terá de cumprir só pode ser atingida através de cortes na factura do Estado com o pagamento de salários e pensões.
- Relatório defende a aplicação de um corte transversal no salário base dos trabalhadores da função pública entre os 3% e os 7% de forma permanente a partir de 2014. Sugere ainda que deixem de trabalhar 35 horas semanais e passem a trabalhar 40 horas semanais, o que representaria uma poupança de 150 milhões de euros.
- A instituição sugere uma redução até 20% no número de trabalhadores do Estado nas áreas da educação, segurança e ainda nos administrativos com baixas qualificações.
- Defende mudanças no sistema de pensões, como cortes transversais entre 10% e 15%, o aumento da idade da reforma para os 66 anos ou o pagamento dos subsídios apenas caso a economia cresça determinado valor.
- O Governo deve considerar a definição de um limite na atribuição dos benefícios sociais familiares e/ou individuais dentro dos agregados familiares e revela mesmo que o Governo está a planear criar um sistema de monitorização do total de benefícios recebidos por cada agregado familiar.
- Além de uma maior comparticipação na compra dos medicamentos por parte dos utentes, o FMI defende ainda um aumento do valor das taxas moderadoras no acesso aos cuidados de saúde.
- Na educação, o relatório prevê a dispensa de pessoal docente e não docente (entre 30 e 50 mil), o que permitiria uma poupança até 710 milhões, sugerindo também o aumento das propinas no ensino superior.
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Partilho da análise. O grande objectivo é desmoronar o Estado social e reduzir todas as funções ao mínimo...
ResponderEliminarPois é Rogério,
EliminarA destruição do Estado social está em curso e o ritmo tem vindo a acelerar.
E, ainda mais que tudo isto... O chumbo do dito "Tribunal Constitucional" (que não olha aos demais - e graves - atropelos à Constituição) deixa a impressão de que vivemos sob um regime Justo - em que os sacrifícios "devidos" são feitos de modo "justo" e "correcto"...
ResponderEliminarTambém eu me apercebi, em boa parte, desta táctica dos "chamarizes", como lhe chama o Dr. Octopus. Mas, um dos seus artigos anteriores fez-me-o ver de modo mais claro e, acima de tudo, muito mais completo.
Pois, uma coisa em que já tinha reparado que para que eles servem, é para que, recuando sempre um pouco no total de medidas a tomar, as pessoas ficam repetidamente com a falsa ideia de que estão a "ganhar" alguma coisa - com os média de massas, ridicula e incrivelmente, a noticiar tais recuos como tal até(!), ignorando todas as restantes medidas que foram efectivamente aplicadas e com as quais as pessoas ficaram a perder imenso.
Excelente artigo.
(Tal como, aliás, a que começo a ficar habituado, da sua parte.) ;)
Um grande abraço.
Obrigado Fernando pelo apoio e pelo teu comentário.
EliminarÉ isso mesmo, estas medidas de antemão previstas a serem retiradas (TSU) ou chumbadas (TC) servem de engodo para o povo gritar vitória, quando na realidades as verdadeiras medidas a serem aplicadas já estão planeadas.
Um abraço
Aceito essa teoria mas não me parece que essas recomendações sejam para levar tão a sério. Como já foi explicado não passam de orientações. Até podem aplicar algumas ...
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