terça-feira, 16 de abril de 2013

Coreia do Norte: no xadrez mundial uma situação de "Pat"

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Como é que um país que depende de numerosas ajudas alimentares internacionais, dos quais faz parte a Coreia do Sul, consegue manter-se de pé, quando desde há muito tempo poderia ter sido riscado do mapa?


A simples cessação dessa ajuda da comunidade internacional faria cair a Coreia do Norte, palco de uma ditadura e fazendo parte do chamado "eixo do mal".


São factores geo-políticos que explicam que este país ainda não tenha colapsado.


A situação deste pião incomodo é conhecida no xadrez como "Pat", na pratica não é possível realizar qualquer jogada sem ou não substituindo o rei da batida, estamos na presença de um empate.










Em plena Segunda Guerra Mundial, os USA e a URSS decidem a partilha da península coreana em duas zonas de influência de cada lado do paralelo 38: a Coreia do Sul sob tutela dos USA e a Coreia do Norte sob tutela da China. 


Com uma história milenária, a Coreia raramente foi independente, entalada entre as duas potências asiáticas que são a China e o Japão. No entanto sempre sobe guardar um orgulho nacionalista que lhe permitiu sobreviver às várias tentativas de invasão e assimilação.


Após sessenta anos de armistício, as duas Coreais ainda não assinaram a paz. As actuais grandes potências  estão interessadas em que esta situação de "status quo" se mantenha:




A China

A Chine tem medo de ter de receber milhares de refugiados, caso o regime da Coreia do Norte colapse. Além disso, a Correia do Norte serve de tampão com a Coreia do Sul, que na pratica é uma base militar americana, com oficialmente mais de 25 000 soldados americanos no seu solo. 




Os Estados Unidos

Os Estados Unidos têm todo o interesse na existência da divisão das duas Correias para poder justificar a sua presença nesta região e conter o poder chinês.




A Rússia

A Rússia está interessada em manter a tensão sino-americana na Coreia do Norte e aproveitar-se das tensões que existem entre a China e os Estados Unidos no acesso às matérias primas, sobretudo em África, e fazer da China um aliado de conveniência. 





A Coreia do Norte tornou-se assim um ponto de convergência entre as três grandes potência na região: a China, os Estados Unidos e a Rússia. Nenhum destes países está interessado na reunificação das duas Coreias. Assim sendo, nestas condições, uma guerra entre as duas Coreias não poderá acontecer, mas também uma reunificação, neste quadro estratégico, torna-se impossível.






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2 comentários:

  1. "Os Estados Unidos têm todo o interesse na existência da divisão das duas Correias para poder justificar a sua presença nesta região e conter o poder chinês." (Bingo!)

    A Coreia do Norte é um país pequeno, sem recursos naturais significativos - e, por isso, estará no final da lista de países a serem invadidos/controlados.

    Foram até os próprios EUA quem armou nuclearmente a Coreia do Norte*. E, não fosse esta tensão permanente, não tinham os EUA um pretexto para manter a sua presença militar nesta Península, perto da China e de tão grande importância estratégica.

    (Da maneira que eu vejo, é claramente uma repetição, em parte, de um mesmo estratagema usado na dita "Guerra Fria"...)

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    *(Não havendo, no entanto, perspectivas de esta vir, alguma vez, a ser capaz de atingir sequer os EUA com uma bomba... Pois, não possui a tecnologia de miniaturização necessária para colocar uma num míssil intercontinental.)

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  2. A Alemanha se reunificou sem guerra com o colapso do socialismo ,já as Coréias é só um sonho. realmente há interesses dos anglo-americanos,dos hans e dos eslavos nessa partilha.

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