quarta-feira, 20 de julho de 2011

Um banco que não cobra juros nos empréstimos !

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Era uma vez uma cooperativa com 36 500 membros que também eram proprietários de um banco no qual esses membros emprestavam dinheiro uns aos outros sem taxa de juro.


Não se trata de um conto de fadas, esse banco existe, situa-se na Suécia e chama-se JAK Medlemsbank. 




Além de ser uma banca, esta associação é sobretudo um movimento social criado em 1965 e reconhecido oficialmente como banco em 1997. Este sistema financeiro inovador está assim muito próximo da economia real, não necessita de ir buscar dinheiro nos mercados financeiro, prova que é possível emprestar dinheiro sem juros e que existem soluções para uma sociedade mais justa.



O sistema é relativamente simples, um associado que necessita de um empréstimo, terá, ao mesmo tempo o que o reembolsa mensalmente, de criar uma conta paralela de poupança de igual montante durante o mesmo período do empréstimo. No fim, quando acabar de pagar o empréstimo, poderá levantar a totalidade dessa sua conta paralela de poupança. Durante esse período, o banco vai utilizar essa conta poupança para financiar outros associados. No final o empréstimo não terá sido sujeito a qualquer taxa de juros.


Um exemplo prático:

Um dos sócios, com um depósito nulo no banco, necessita de 14 000 euros para um período de 11 anos. Vai ter de pagar:

15 euros por mês de despesas de funcionamento
106 euro por mês de reembolso do empréstimo
106 euros por mês numa conta poupança obrigatória

No total deverá pagar por mês 15 + 106 + 106 = 227 euros por mês


Ao fim de 11 anos, o empréstimo estará pago e simultâneamente, a sua conta poupança terá 14 000 euros, que poderá levantar ou deixar para a eventualidade de ter de vir a pedir outro empréstimo e nesse caso terá que criar uma conta poupança obrigatória de um montante inferior.



Numa economia como a nossa, baseada nas taxas de juros, o dinheiro é transferido dos mais pobres para os mais ricos, até se concentrar nas mãos de uma minoria. Actualmente a massa total do dinheiro que circula no mundo, é constituída, quase exclusivamente, pelo dinheiro proveniente das dividas e das suas taxas de juros. Este dinheiro especulativo não assenta em qualquer valor real, isto é em bens e serviços.


É o crescimento exponencial dessa massa monetária especulativa que irá acabar por atingir um ponte de rotura e provocará o desmoronamento da economia mundial tal como a conhecemos actualmente.


Esta iniciativa bancária prova que é possível construir uma economia sustentável e mais equitável.




http://jak.se/international/international

2 comentários:

  1. Só uma questão: E o que é que acontece se um associado não pagar o empréstimo que contraiu? Nesse caso o fundo fica descapitalizado e o seu valor vai gradualmente diminuindo. O valor do fundo só aumenta com a entrada de novos associados, ou seja estamos perante um esquema quase em pirâmide (em que é preciso novas entradas no fundo para pagar aos membros mais antigos). O quase deve-se ao facto de o pagamento aos associados mais antigos não ser automático, mas sim apenas quando pedem empréstimos.

    E os custos de administração/manutenção do fundo? Quem é que os paga? Se for quem contrai o empréstimo, então este banco cobra juros. Se não for, então vive de voluntários e mecenas. Os juros que paga em qualquer empréstimo bancário cobrem diversos componentes, nomeadamente os custos do banco e a sua margem de lucro. Os custos incluem os custos de gestão/manutenção do fundo, os salários dos funcionários, o custo do dinheiro (os bancos têm de pedir dinheiro emprestado a outros bancos, caso contrário não teriam dinheiro suficiente para emprestar a tanta gente), etc.

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  2. é realmente um achado se realmente for verdade

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