Até
que ponto a união de milhares de quilómetros possibilitada pela
internet, não afasta quem está a poucos metros de nós? A verdade é que
actualmente vivemos para a internet 24h do nosso dia. Ela tornou-se um
vício, uma dependência das sociedades actuais.
Manter contacto com pessoas queridas, conversar com quem vive longe,
conhecer pessoas mais facilmente (sejam elas da mesma cidade ou de outro
continente) e a facilidade de comunicação a nível internacional entre
grandes empresas criando assim negócios internacionais e mais amplos
foram alguns privilégios que advieram do avanço tecnológico.
Quantas vezes deixamos de dar atenção a quem está ao nosso lado para
dar atenção a quem está a quilómetros de distância? São incontáveis as
vezes que acabamos por deixar de conversar com as pessoas que estão ao
nosso lado num jantar em família ou numa reunião de amigos para ficarmos
“teclando” no smartphone, seja num chat, nas redes sociais, em jogos ou
noutra aplicação. Neste caso, a internet afasta as pessoas que estão
próximas de nós.
“Nos relacionamentos já desgastados, com problemas não resolvidos, o uso
da tecnologia pode virar um refúgio perigoso para que essas pessoas não
entrem em contacto uma com a outra. Nesse caso, serve mais para
afastá-las do que para aproximá-las”.
“No começo da relação, essas tecnologias funcionam como um facilitador
do afecto. Elas mandam mensagens de texto de carinho ao longo do dia, o
que faz parte do jogo de sedução de hoje em dia”.
Mas muito depressa o envio de mensagens torna-se rotineiro, e rapidamente procuram contactos com outras pessoas, tornando a relação com o seu companheiro descartável, sendo que as que mantem com os outros muito mais interessantes.
A possibilidade de adicionar desconhecidos tornou o tamanho da “lista de
amigos” um fator de distinção social: quanto mais amigos, maior a
popularidade e “melhor” a pessoa. Contudo, quem faz isso dificilmente
conversa com todos os seus contactos, o que os transforma em meros
números. Ou seja, ter um número alto de amigos não indica uma pessoa
querida, carismática e virtuosa. Muito pelo contrário (apesar de haver
exceções).
As redes sócias são capazes de nos deixar sozinhos
em um espaço físico, e ao mesmo tempo conectados com uma multidão no mundo
virtual.
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