quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Matar, sim, mas de uma forma "convencional"!

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Uma forma curiosa de matar é a chamada forma "convencional". Matar, sim, mas dizem as convenções, tem de ser feito de uma foram convencional. Nada de armas químicas, tem de ser uma bomba mesmo a sério.






Outra coisa curiosa é que não se pode matar populações civis, como se os soldados não fossem gente.


Perante isto, ao longo dos tempos as formas de matar foram-se alterando. Num dado contexto tudo é permitido, noutro só se pode matar certas pessoas de uma certa forma. Essas alterações têm permitido certas barbáries em detrimento doutras.


Esse contexto ajuda-nos a aceitar o que é permitido ou não, tudo em nome da matança.


Porquê priviligiar "as mulheres e as crianças". Uma morte não deixa de ser uma morte. A morte de um soldado, muitas vezes obrigado a lutar por uma causa que não entende, não deixa de ser uma morte.


A morte de um qualquer ser  nunca poderá ser banalizada, porque essa morte representa a morte de um ser único, com toda a sua história, com toda a sua vivência única. Essa morte representa a nossa própria morte.


Falar de mortes "admissíveis" representa a nossa própria morte. Nenhuma morte é admissível, seja criança, mulher ou soldado. Nenhuma morte é convencional.







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9 comentários:

  1. Sei que com o inimigo ( de classe, dos povos, da humanidade ), não se dialoga. Combate-se ! Todavia, movido por impulso do momento escrevi a seguinte carta a Obama, através do site da Casa Branca:
    "Dear Mr. President,
    I am appawlled by the use of drones by the US. Besides being a criminal weapon, they are a coward one too. Knigts ( like the Round Table ones ) in The Middle-Age did not accept arrows and bows at first, because, to their code of honour, only hand weapons, such as swords, made them face the enemy in order to kill him.
    But I think the US learned a lot to reduce domestic miscontent from past wars:
    1. No more compulsary draft ( the whole peope in arms ), only volunteers ( to what extent this is a volunteer choice for a jobless person is another question...)
    2. The use of other Nato's countries armies fighting american wars;
    3. High-tech military use, such as drones.
    4. Civilian contractors ( mercenaries )in war-theatres replacing american troops as much as possible.
    This last point raises a doubt: is the US still a sovereign country? Everybody knows that, among other traits ( like a puclic mail-service, etc ) what defines sovereignty is a national armed force ( to deffend the nation, not to attack others ).
    And the next question is: shouldn't your Secretary of Defence be renamed "Secretary of Attack" ?. At, least it would be more honest, for, in fact, nobody attacks the US more than the US itself, with its unpatriotic beahaviour onto your own people.
    For a true patriot rather wants his/her country to be loved and respected then hated or feared..."
    Recebi uma não-resposta do seu gabibete. No fundo a acusarem a recepção e a dizer-me que " o Presidente iria debruçar-se sobre o conteúdo da minha queixa...". Desde então, passei a constar do mailing da Casa Branca, e, qualquer coisinha que Obama faça ou diga me é enviado por rotina...

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  2. Amigo Devir,

    Iniciativa interessante e que desconhecia (mas que não irei usar).

    Um abraço

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  3. É como a história da "Convenção de Genebra", que sempre achei ridícula...

    "OK. Podem invadir e matar à vontade. Mas, não podem fazer certas coisas..."

    Segundo me lembro de ler, ou ouvir, a razão de ser para tais regras era para que "já que não se podem evitar as guerras, ao menos é para torná-las mais ["]humanas["]"(!!!)...

    Sempre achei que, se é civilizados que querem ser e se querem agir segundo certas regras... Porque não, então, resolver as coisas com uma partida de futebol? (E, deste modo, evitar todas as mortes desnecessárias?...)

    O que me parece realmente estar por trás da "Convenção de Genebra" e de outras iniciativas no mesmo sentido, que tentam dizer que há coisas que "não se podem" fazer numa guerra, é a ideia inversa que fica, de que há, então, coisas que se "podem" fazer numa guerra. E de que, se há coisas que se "podem" fazer numa guerra, então tais actos são "legítimos" - e, consequentemente, a guerra, em si, é algo legítimo de se fazer...

    Ou seja... O que me parece é que, a verdadeira intenção de legitimar certos actos é legitimar as guerras em si. E que a verdadeira intenção deste tipo de "pareceres" é que, desviando a atenção das pessoas para apenas pequenos episódios ocorridos, o que se está a fazer, é fazer as pessoas esquecer o facto de que a guerra, em si mesma, é um crime.

    E um crime pelo qual os seus autores deviam ser julgados. (Falo daquela que não é feita com fins de defesa, obviamente...)

    Sendo até essa a razão pela qual creio que os autores das guerras publicitam os seus julgamentos dos chamados "crimes de guerra"... (Para tentar fazer passar um ridículo e falso sentimento de "Justiça"... E de que, julgando os responsáveis por alguns pequenos episódios, então, "tudo fica bem".)

    E, sendo também essa uma das razões pelas quais penso que são divulgados alguns "crimes de guerra".

    (Porque é que, em vez de estarem todos preocupados com o crime que foi alvejar um grupo de pessoas desarmadas, a partir de um helicóptero, no Iraque, não se preocupam antes com o muitíssimo maior, e imenso, crime que foi toda a guerra, em si?)

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    1. A esse propósito a Ciação do Tribunal Penal Internacional é o exemplo típico da "justiça" do vencedores sobre os vencidos. Uma legitimação da guerra.

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  4. Nem mais Fernando,

    É com este tipo de "consentimento" que luto. Sou objector de consciência e isso foi numa época em que tal parecia esquesito. Estive com processos em tribunal durante 16 anos!

    O meu processo iniciou-se em Primeira Instância que não conseguiu resolver o caso, tendo sido passado para Segunda Instância que resolveu que deveria cumprir o serviço militar. Recurri para o Tribunal Constitucional que em parte meu deu razão e disse que deveria ser julgado em Primeira Instância.

    Dado o tempo decorrido (14 anos) o Ministério da Defesa decidiu arquivar o caso. Tudo isto porque queriam, na altura, que eu dissesse ser Testemunha de Jeová, o que então seria mais fácil. Sempre me neguei (sou ateu). A minha argumentação para não cumprir o serviço militar era que eram questões puramente filosófica, palavra que nem sabiam o que queria dizer e que não se enquadravam em qualquer lei.

    Guerra é guerra. Guerra são mortes, por muito que nos queiram "pintar" o cenário com guerras "cirúrgicas", "humanitárias", "limpas" ou outras.

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    1. Eu, por acaso... Por ser filho de um "deficiente das forças armadas", não sou obrigado, por lei, a prestar serviço militar... (De acordo com a mesma lógica que é mencionada no filme "O Resgate do Soldado Ryan", por exemplo.) E, ainda apanhei a altura em que era obrigatório. Mas, por o meu pai não me ter informado disso, fui à chamada "inspecção"...

      Para além de ter passado uma boa parte da mesma a gozar com (e a rir-me à conta de) ela, estava, por outro lado, também a não gostar (mesmo) nada do que a que estava a ser sujeito (e a achar tudo aquilo mesmo muito ridículo)... E, quando cheguei perto do final da mesma e comecei a ouvir outros a dizer que a fase a seguir era a do "juramento de bandeira", aí é que me "saltou a tampa", metaforicamente falando... E comecei-me a mentalizar para sérios problemas resultantes de uma recusa...

      Por sorte, tenho uma ligeira condição cardíaca. E, por isso, não cheguei à fase do juramento de bandeira e tive de fazer exames médicos primeiro... E, com o que o meu pai tratou de, entretanto, por não ser eu obrigado a prestar serviço, a coisa acabou por ali.

      Mas, tivessem-me tentado obrigar a tal "juramento", estou certo de que estaria, talvez ainda hoje, envolvido num processo semelhante...

      Pois, já na altura, sem sequer saber o que era uma anarquista, não me considerava um "pacifista", mas apenas alguém que não estava disposto a jurar obediência cega a uma instituição que me poderia obrigar a lutar (e a matar pessoas) numa guerra injusta.

      (Não sei se será disto que está também a falar, quando diz que é "objector de consciência"? Ou, se será um "pacifista", que recusa qualquer tipo de violência, mesmo que seja em autodefesa?...)

      Mas soube, anos mais tarde, de outras pessoas mais politicamente definidas e conscientes que, no vizinho Estado Espanhol, também se recusaram a tal serviço e que, já em plena idade adulta (como Professores universitários e afins) continuaram a ter problemas por causa disso...

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    2. "Ou, se será [o que eu chamo] um 'pacifista', que recusa qualquer tipo de violência, mesmo que seja em autodefesa?..."

      (Tinha eu escrito, inicialmente, e depois apaguei. Mas, agora que me informei mais sobre o significado - que fiquei a saber ser mais amplo - do termo, deveria ter mantido...)

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    3. Não aceito por princípio qualquer integração em Forças Armadas que em última análise são criadas para promover a guerra e portanto mortes. Isso implica também não aceitar qualquer serviço cívico alternativo como "castgo".

      Contudo, apesar de anti-militarista, não me revejo nos movimentos pacifistas onde o uso da violência é proscrito em qualquer circunstância.

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  5. Octopus, muito bem lembrado. A grande encruzilhada da vida é a morte, já nascemos com esse vírus, mas esse vírus é somente a nossa eliminação física e por mais banal que seja o raciocínio ninguém tem o direito de interferir no destino das pessoas.

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