Vamos cada vez mais assistir a atentados como de Oslo, realizados por extremistas de direita ou de esquerda ou fanáticos ocidentais, religiosos ou não. Desde o 11 de setembro de 2001, cada vez que um um atentado se produzia, era obra da Al-Qaida, estes eram os suspeitos do costum, a Al-Qaida funcionava como uma espécie de marca registada.
Estamos a assistir neste momento a uma viragem na manutenção do medo do terrorismo com a criação de uma "Al-Qaida Branca".
Actualmente, para ter impacto e falar de terrorismo, o visado tem de ser uma personalidade de envergadura mundial ou fazer um grande número de mortos como foi o caso deste massacre de Oslo. A frieza e o método deste norueguês impressionam e dão o sinal de um novo terrorismo.
O facto de terem sido massacrados europeus por europeus e não por uma pessoa de origem árabe foi criado para desestabilizar profundamente a nossa sociedade.
Existe uma inversão do movimento desta guerra do terror, o alvo já não é o muçulmano, mas sim nós próprios. Em vez de fazer mártires com a morte de muçulmanos, criam-se culpados implícitos: os nossos filhos.
Ao matar europeus, é como se o terrorista coloca-se simbolicamente a arma nas mãos desses muçulmanos.
Esta nova atitude suscita a incompreensão no nosso cérebro e um tempo de latência em que o nosso raciocínio passa por um período de adaptação que poderá ser aproveitado para "aceitar" outros atentados deste tipo.
Este acto deixa-nos psicologicamente desarmados e fisicamente incapazes de prevenir crimes semelhantes. A partir de agora, o vizinho do lado poderá ser um potencial criminoso, dado que este tipo de atentado faz com que quem o pratique seja um criminoso invisível até ao momento do crime.
Apesar do método ter mudado, os culpados continuam a ser os mesmo, os muçulmanos. São eles no fim de contas, os verdadeiros responsáveis por deste mal-estar da nossa sociedade. O importante é ter um inimigo.
Este tipo de acto permite ilibar a nossa sociedade, dado que é praticado por uma única pessoa que assume a responsabilidade da sua actuação.
Esta nova forma de terrorismo tenta também marginalizar as minorias. Passa a imagem de que todos os que não se revêem nos blocos centrais, políticos ou religiosos, são perigosos e potenciais assassinos. Ora, a grande maioria dos que pertencem a essas ditas minorias, mais não reivindicam que o direito à diferença.
Em outros termos, faz com que a sociedade desconfie de quem pensa de uma maneira diferente e obriga a que todos para serem aceites integrem a massa amorfa e acéfala da maioria.
Como exemplo mais flagrante, temos que em todas as democracias ocidentais existem sempre dois grandes partidos políticos, em Portugal o PS e o PSD, que se vão alternando no poder para nos dar a sensação que aquando do nosso voto, podemos escolher, quando na realidade são exactamente a mesma coisa.
Os que ocultamente manipulam esses partidos, são os mesmos e, as leis eleitorais de todos esses países impedem que sejam substituídos por outros.
Esta nova forma de terrorismo foi também criada com esse fim: reunir o rebanho no "centro", desconfiar dos que estão à sua volta e claro, criar mecanismos para nos proteger, mesmo que seja à custa da perda das nossas liberdades.
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