quinta-feira, 7 de abril de 2016

Offshores: a viagem de uma banana...

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Fala-se muito das revelações "bombásticas" dos chamados "papéis de Panamá". Até parece que só agora é que se sabe que existem paraísos fiscais sem qualquer regulação. Estas revelações só servem objectivos geo-políticos mundiais. 
 
 
Muitos não compreendem em que consistem os offshores e o que está realmente em questão. 
 
 
Contrariamente ao que muitos pensam, os paraísos fiscais não servem só para branquear o dinheiro da corrupção, servem sobretudo para as grandes empresas multinacionais e os bancos fugiram aos impostos e garantirem o sigilo bancário absoluto.
 
 
 
Para compreender melhor o seu mecanismo, siga a viagem de uma banana...
 
 
 
 


Uma empresa compra um quilo de bananas a um produtor da América Latina por 13 cêntimos .
 
 
Desses 13 cêntimos 12 vão para a produção e a mão-de-obra, sendo que apenas 1 cêntimo é o benefício. Só este ultimo é que está sujeito ao imposto. 
 
 
Essa empresa "vende" o seu quilo de bananas a uma filial com sede num paraíso fiscal, sendo as suas actividades comandadas na realidade na Europa pela empresa-mãe. 
 

Assim ao custo inicial de 13 cêntimos vão ser somados sucessivamente em vários paraísos fiscais: 8 cêntimos de despesas de compra nas Ilhas Caimão, 8 cêntimos de despesas de serviços financeiros no Luxemburgo, 4 cêntimos de direitos de utilização da marca na Irlanda, 4 cêntimos de despesas de seguro na Ilha de Man, 17 cêntimos de despesas de distribuição nas Bermudas e 6 cêntimos de despesas jurídicas e de management na Ilha de Jersey. Todos estes territórios estão isentos de imposto para as actividades citadas.
 

O nosso quilo de bananas passou de 13 cêntimos para 60 cêntimos Estes 47 cêntimos acrescentados estão livres de imposto e entretanto o preço final teve um aumento de 460%. Os benefícios ficam portanto nos paraísos fiscais e a Ilha de Jersey torna-se assim o maior exportador de bananas para a Europa, sem nunca ter visto passar uma única banana.


As maiores empresas de venda de bananas, Dole, Chiquita e Fresh del Monte, tiveram um lucro de 1,4 mil milhões de Dólares nos últimos cinco anos, no entanto apenas pagaram 200 milhões de dólares de imposto, o seja 14%, quando o imposto nos Estados Unidos onde têm as suas sedes é de 35%. Isto só é possível porque, como vimos, possuem numerosas filiais em vários paraísos fiscais que lhes permitem a fuga aos impostos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 comentários:

  1. Os chamados "paraísos fiscais" são o verdadeiro éden para megaempresários, multinacionais, banqueiros multimilionários, traficantes, contrabandistas e criminosos de todos os matizes, políticos corruptos e que tais, promoverem, impunemente, lavagem de dinheiro
    e sonegação fiscal. Essa corja é composta por bandidos de todas as nacionalidades, inclusive por um sem número de compatriotas do nosso Brasil varonil !
    Ass.- Paulo José M. de Almeida, Fortaleza-CE

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