quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Porquê uma guerra na Síria ?

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Porquê a Síria? Será que Bachar Al-Assad é um sangrento criminoso como os media relatam? Quem beneficia com esta guerra absurda?





Primeiro, Bachar Al- Assad não "massacra" o seu povo. Esta é uma frase vezes sem conta referida nos media ocidentais. Nenhum dirigente quer deliberadamente massacrar o seu povo. Podem alguns matar algumas etnias, grupos religiosos ou oponentes, mas nenhum quer "matar o seu povo".


Na realidade trata-se de uma verdadeira guerra civil em que uma parte é apoiada por potências estrangeiras para promover uma guerra civil contra um Estado outrora estável. Portanto não se trata de uma guerra unilateral de Bachar Al-Assad contra o seu povo.


Segundo, o "povo" sírio é composto por uma multitude de povos oriundos de várias comunidades. Temos de esquecer o conceito ocidental de Estado delimitado e definido de uma só comunidade. Aqui trata-se de várias comunidades constituídas por tribos e laços familiares complexos.


Os que lutam contra Bachar Al-Assad, apesar de muitos quererem um sistema mais democrático, estão sobretudo interessados em conquistar o poder pelo poder e defendem as suas comunidades. Muitos deste "revolucionários" querem uma maior islamização da Síria.


Terceiro, o ocidente não está preocupado com a suposta opressão do povo sírio, caso contrário teriam muitos outros locais onde intervir e não o fazem porque não querem, como a Arábia Saudita, o Barein, Angola ou o Iemen.


Esta inação em relação a certos países para os salvarem de ditadores (convenientes) contrasta com este caso da Síria e explica em parte os vetos da Rússia e da China na ONU no que diz respeito a uma intervenção militar directa, que ultimamente está a mudar com a intervenção da Rússia.


Quarto, a guerra na síria instigada pelos Estados Unidos não visa diretamente e unicamente a Síria, mas faz parte de um plano maior de fazer frente à Rússia (e também à China). Neste contexto, os islamistas radicais foram financiados, armados e treinados pelos Estados Unidos para desestabilizar esta região.


Estas desestabilizações permitiram a chegada ao poder de islamistas mais ou menos radicais, mas dóceis,  colocados no poder após a "primaveras árabes" como na Tunísia, Egipto ou Líbia.


Quinto, da mesma maneira que a ideia não foi trazer a democracia nestes países supra-citados, os Estados Unidos não pretendem instalar a democracia na Síria. O objectivo é quebrar o crescente xiita Irão-Líbano-Síria, com o apoio sunita da Arábia Saudita e do Qatar.


Estas são, em parte, as razões da guerra na Síria, esqueçam as razões humanístas de democracia.







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