segunda-feira, 29 de junho de 2015

Queimar gato vivo: quando a tradição é sinónimo de barbárie

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Ritual da queima do gato foi divulgado nas redes sociais onde se gerou uma onda de indignação.

A cena passa-se em Mourão, no concelho de Vila Flor, Bragança.





Cenas chocantes...


Mostra um gato colocado dentro de um recipiente de barro e levantado a alguns metros de altura, num poste. O poste vai sendo queimado e à medida que as chamas envolvem o recipiente com o animal. Quando o poste arde, projecta-se no chão, sendo que o animal cai de uma altura superior de três metros, fechado no recipiente a arder, recipiente esse que se estilhaça no chão.


O gato em chamas a "gritar" agonizante enquanto a população ri, esbraceja e se diverte com o suplício do animal que corre em círculos, tentando alivio e fuga, desorientado em agonia extrema.




Não faz mal, é tradição...!


Explicam "os entendidos em tradições" que "o fogo sempre foi o símbolo da purificação, iluminação e vida, e que no solstício de Verão era habito queimar árvores ou fazer o gado atravessar fogueiras, como função regeneradora e profiláctica.


Explicam também que o gato sempre foi visto com desconfiança na Europa na Idade Média (quando em civilizações mais antigas era venerado) e associado a bruxarias. No século XV, em França,  os Reis assistiam à queima do gato (associado à morte de espíritos malignos) e esta foi prática comum até ao século XIX.




Quando a tradição é sinónimo de barbárie...


Pois é, mas o problema é que estamos no século XXI e que esse tipo de superstições macabras deixarem, e bem, de existir.


Para os mais estúpidos, que confundem tradição com barbárie, convém lembrar que provavelmente não aceitariam, hoje em dia, queimar (como no passado por tradição) supostas bruxas em praça pública ou lançar cristãos em arena para serem comidos vivos por leões para a delícia dos espectadores.


As tradições dos povos são essenciais para a sua coesão, mas não deve ser o livre arbitro para qualquer acto bárbaro e cruéis sobre pessoas ou animais.






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3 comentários:

  1. E a escravatura, essa grande "tradição"...

    E o apedrejamento de mulheres adúlteras, que também era uma "tradição"...

    Falta agora proibir todas as touradas! Logo a começar pelos "touros de morte" de Barrancos.

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  2. Olá Octopus,

    Concordo com tudo o que foi dito, mas destaco a hipocrisia do sistema vigente. No referido caso já se iniciaram as devidas diligências:

    http://observador.pt/2015/06/26/justica-investiga-responsaveis-por-queima-do-gato/

    Mas quanto às touradas? Qual a diferença? As avultadas somas monetárias que tais espectáculos geram...

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  3. Custa a crer que exista tal barbáries! E a sociedade protetora dos animais,não diz nada?

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