quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Para os que não percebem nada dos "mercados"

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Era uma vez um homem engravatado que se deslocou a uma aldeia e que gritava, a quem o queria ouvir, que comprava, dinheiro em mão, todos os burros que lhe quisessem vender por 100 euros.


Os aldeões acharam o caso um pouco estranho mas o preço era tentador e assim, alguns deles venderam os seus burros.


No dia seguinte, o homem oferecia desta vez 150 euros por cada burro. Muitos foram os aldeões que  venderam os seus burros. No dia seguinte, o homem voltou e ofereceu 300 euros aos que ainda não tinham vendido os seus burros. Por fim, quando constatou que apenas sobrava um burro, o homem disse que voltaria daí a uma semana e que compraria os burros que houvesse por 500 euros.


No dia seguinte, confiou o conjunto dos burros que tinha comprado ao seu sócio para que este voltasse à aldeia para vender cada burro por 400 euros. Perante a possibilidade de realizar um benefício de 100 euros, aquando da semana seguinte, os aldeões compraram todos os burros, mas, para tal, tiveram que pedir dinheiro emprestado.


Como seria de esperar, os dois homens foram para umas férias bem merecidas, num paraíso fiscal, enquanto que os aldeões ficaram com os seus burros sem qualquer valor e endividados até ao pescoço, estavam arruinados.


Os pobres aldeões bem tentaram vender os seus burros para poder pagar as dívidas, mas sem sucesso, porque a cotação dos burros tinha descido. Os animais foram então penhorados pelo banqueiro que tinha emprestado o dinheiro aos aldeões, mas o valor desses burros não era suficiente para cobrir a dívida.


Então o banqueiro foi ter com o presidente da câmara chorando e dizendo estar arruinado senão reouvesse o dinheiro dos empréstimos que tinha feito à comuna.


Para evitar um desastre, o presidente de câmara em vez de dar o dinheiro aos aldeões para que esses pudessem pagar as suas dívidas, deu o dinheiro ao banqueiro. Mas agora com a sua tesouraria em dia, o banqueiro não anulou as dívidas dos aldeões, nem as dívidas da aldeia, agora sobreendividada. 


Vendo a sua nota de rating à beira de ser descida e sufucada pelas taxas de juros, a aldeia decide pedir ajuda às aldeias vizinhas, mas essas responderam que não poderiam ajudar porque tinham sido vítimas da mesma desgraça.


Sob os conselhos do experiente e desinteressado banqueiro, todas as aldeias decidiram reduzir as suas despesas: menos dinheiro para as escolas, para os programas sociais, para a conservação das estradas,...aumentou-se a idade da reforma, foram suprimidos postos de trabalho, baixaram-se os salários, e paralelamente aumentaram-se os impostos. Dizia-se que era inevitável e que isso iria servir para moralizar o comercio dos burros.


Esta triste história ainda fica mais triste quando sabemos que o banqueiro e os dois homens vigaristas eram irmãos e viviam juntos numa ilha das Bermudas, comprada com o suor do seu trabalho. Estes são conhecidos como os irmãos "Mercado".


Generosamente prometeram financiar a campanha eleitoral do novo presidente da junta a ser eleito.


Esta história ainda não acabou, porque não sabemos o que fizeram então os aldeões.


E você, o que teria feito no lugar deles? O que irá fazer?






Tradução Octopus


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2 comentários:

  1. Essa historinha muito bem apanhada, e não há quem não perceba... só que é a lógica do ditado popular, "casa roubada, trancas à porta". Esses sacanas, como no post acima refere, através dos Media fizeram questão de dizer que tudo corria às mil maravilhas. Claro está que quando é assim, as pessoas enganadas quando reajem é tarde demais. Assim foi a forma de conseguirem implantar a Nova Ordem.
    A foto do burrinho está demais!:)
    Um abraço.

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  2. Tão simples e tão verdadeiro! Se não houvesse ganância, nada disto aconteceria...
    Felizmente é apenas uma história... ou não?!

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