sexta-feira, 8 de abril de 2011

Emigração portuguesa: um geração perdida?

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Sabe qual é a exportação nacional mais bem sucedida das últimas décadas? Não, não são os têxteis nem o calçado, ou sequer o turismo. E também não são os moldes, as tecnológicas, ou até as energias renováveis. 


Não. A exportação nacional que mais tem contribuído para atenuar o nosso défice externo é... a nossa mão-de-obra. Todos os anos, dezenas de milhares de portugueses emigram para os mais variados destinos do mundo.


E é assim que, todos os anos, o nosso país recebe centenas de milhares de euros dos trabalhadores “exportados”. Nenhuma outra exportação nacional tem gerado tantas receitas para o país. 


Actualmente, Portugal exporta licenciados, mestres e até doutorados em números tais, que já somos o segundo país da OCDE com a maior “fuga de cérebros”.




Gráfico da evolução da emigração portuguesa, onde podemos verificar que após o fluxo intenso entre 1964 e 1975, voltamos a ter de novo um aumento significativo de 2003:





Aqui ficam os fluxos entre 1998 e 2008 estimados a partir dos dados dos fluxos populacionais e da Segurança Social dos principais países de acolhimento dos nosso emigrantes. Os dados foram compilados por Álvaro Santos Pereira:


Número de emigrantes portugueses entre 1998 e 2008:




1998 1999 2000 2001 2002
44.694 36.793 35.489 38.179 45.098












2003 2004 2005 2006 2007 2008
60.818 68.144 74.493 84.272 108.388 101.595



Para quem não concorda com os dados de Álvaro Santos Pereira, os dados do coordenador do Observatório da Emigração, Rui Pena Pires, vão no mesmo sentido: "por ano, saem de Portugal entre 60 a 70 mil pessoas, e estima-se entre 2,3 milhões e 2,5 milhões o número de portugueses no estrangeiro". "Os cinco milhões frequentemente referidos contabilizam os filhos dos emigrantes já nascidos nos países de acolhimento. Mesmo assim, é um número muito elevado para um país com 10 milhões de habitantes".

http://www.publico.pt/Sociedade/observatorio-emigracao-aconselha-governo-a-criar-condicoes-para-evitar-fuga-de-cerebros_1440738



A Suíça, não sendo um país tradicional de emigração portuguesa, teve um aumento significativo de residentes portugueses, essa população passou de 70 mil em 2011 para 206 mil em 2009. Este aumento significativo coincide com o inicio da crise económica em Portugal. Aqui fica o gráfico da população de nacionalidade portuguesa a residir na Suíça:



Fonte: Statistique Suisse "Population étrangère 1995-2009"

http://www.bfs.admin.ch/bfs/portal/fr/index/themen/01/07/blank/data/01.html




Enfermeiros: 20% de desempregados e 15% de emigrados


O número de licenciaturas tem disparado - em 2009 era o curso que tinha mais vagas disponíveis, com 1807 - ao mesmo tempo que a contratação de profissionais tem sofrido restrições. O resultado é fácil de perceber: existem levas de desempregados engrossadas pelos congelamentos anunciados na função pública. O problema é que a situação não é um resultado simples das leis da procura e da oferta, porque há enfermeiros em falta no Serviço Nacional de Saúde - só nos centros de saúde de Lisboa faltam mais de mil e, segundo as contas do Sindicato dos Enfermeiros de Portugal, a carência a nível nacional ascende aos cinco mil.


Há anos que o êxodo tem sido a única solução para os enfermeiros no desemprego. Mas um estudo da Ordem dos Enfermeiros (OE) mostra valores recorde. Em apenas 12 meses, o número de profissionais a emigrar quase triplicou. Eram 5% dos que encontravam emprego em 2009, aproximam-se este ano dos 15%. Espanha é ainda o país de eleição (54% dos emigrantes), mas o Reino Unido já representa 17%, seguido da Suíça (15%) e França (7%).

http://www.ionline.pt/conteudo/88470-enfermeiros-no-estrangeiro-triplicam-em-apenas-um-ano

http://desmitos.blogspot.com/search/label/Emigra%C3%A7%C3%A3o

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